A solidão que a gente escolhe, por Matê da Luz

por Matê da Luz

Toda escolha tem resultado, ação e reação, fato incontestável. 

Mas algumas escolhas doem mais na alma do que outras, pois desencadeiam uma série de eventos que vai devastando a vida até o momento que a gente percebe que tem que fazer alguma coisa e daquele jeito não pode continuar. Só que, normalmente, quando a gente percebe a chegada desse momento, já está desgastado demais pra ter energia, que alguns chamam de coragem, pra fazer alguma coisa prática ou eficaz. 

Acho que é mais ou menos assim que a depressão acontece, sabe, e por mais que os eventos externos tenham sim impacto na vida da gente – caso contrário cada um seria uma bolha de individualismo e prepotência, por que não?, já que a troca não seria necessária cada um poderia pensar e fazer o que bem entendesse – enfim, por mais que estes eventos externos tenham impacto na vida da gente, existe um momento sutil de escolha que pode ser entendido mais ou menos assim: “quero absorver isso ou não quero absorver isso?”, que há de determinar o pra onde eu vou nessa dança toda. 

Acontece que pressão vai, pressão vem, existe o acúmulo de tantos afazeres, pensares e decidires que a gente vai tomando decisão atrás de decisão sem pensar em nada, sem considerar coisas internas tão nossas com o devido cuidado e carinho e a vida segue no negativo até que a conta explode. 

Deixa eu contar uma coisa: a conta explode pra você, é, você mesmo, esse que estava afim de decidir tudo o mais rápido possível pra evitar problemas. Eu entendo muito de problemas, não só por estar envolvida nas psicologias como estudo, mas especialmente por ter vivido e escolhido um tanto deles.

A melhor maneira de evitar problemas é: não existe uma vida sem problemas. 

Existe a escolha de não complicar mais um problema. Existe a escolha de se sentir no direito de tomar um tempo pra pensar, vaaliar, analisar e poder decidir o que é melhor pra você de fato e de verdade, e que te mantenha no caminho que você quer seguir depois que completar aquela parte da jornada. 

E tudo isso não precisa ser feito sozinho. Tudo isso não precisa ser exclusivo e escondido, porque você tem medo ou já ouviu de alguém que procurou pra ajudar que isso ou aquilo não faz sentido. Tem um monte de gente no mundo e no meio desse monte de gente tem alguém que vai estender a mão pra você e te emprestar energia pra que possa seguir em frente, com calma, com segurança. 

Ficar sozinho carregando o peso do mundo nas costas não é uma boa escolha, à princípio. Você até pode decidir o que quer fazer, mas por favorzinho, não leva isso coom segredo com você não, divide a informação com o amigo aí do lado, mesmo que seja só pra compartilhar o peso das palavras. 

Que a gente escolha a leveza da simplicidade, enfim. E siga. 

Mariana A. Nassif

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  1. AMAR É O SOL DA VIDA

    Numa manhã de domingo de sol, o colorido da paisagem mental parece adquirir tons mais vibrantes. O azul anil do céu e do mar, o amarelo ouro da luz do sol, o vermelho vivo da terra nua e o verde variado da vegetação, revelam então algo novo e luminoso. A vida é mais do que a vista alcança.

    Diante do quadro que vida nos mostra, tanto na realidade física quanto no plano espiritual, com base nas experiências vividas e na busca cotidiana de conhecimento, do mundo e de nós mesmos, a conclusão mais preciosa é a certeza de que o amor é uma flor que nasce no deserto.

    Por um lado porque, na visão espiritualista, tudo que conhecemos surgiu a partir da ordem divina fiat lux, da qual resultaram a luz e tudo o mais. E na visão da ciência, a História do mundo conhecido começa com o big bang.

    De todo modo, antes era o nada, onde nada existe. Assim, a vida, que é construção divina e é resultante de um turbilhão de forças existentes no universo, constitui a evidência do amor surgido onde antes nada havia.

    Do mesmo modo, na vida humana, o amor é o sublime resultado de células reprodutivas que absorvem a experiência amorosa a partir do processo de gestação maternal e das vivências adquiridas a cada dia.

    Por esta via, é construída a percepção de que o amor fornece a chave para compreendermos a vida como um indispensável exercício incessante do aprimoramento espiritual necessário para uma existência melhor.

    E tal exercício consiste na aquisição de conhecimento e no aprendizado da exata noção de que as dores e decepções decorrentes dos erros humanos, cometidos por nós e pelos outros, são experiências negativas necessárias para a evolução espiritual, construída com base no perdão e na caridade.

    Nesta medida, fica cada vez mais evidente que o amor é o instrumento divino através do qual o perdão de si e dos outros, operado em conjunto com as leis da expiação e da reparação, constrói o paraíso na alma das pessoas perseverantes que adquirem a elevação espiritual adequada.

    Pois é por meio do amor que se adquire a compreensão da necessidade de superar as mágoas e perdoar os erros, nossos e alheios, a fim de transcender a dor das frustrações, sem deixar de aprender a fazer uso da prudência.

    E é desta maneira, sutil e eficaz, que o amor divino vence o vil rancor.

    O processo que aprimora a espiritualidade humana por intermédio da dor, do perdão e da caridade pode e deve ser impulsionado pela convicção de que o propósito divino da existência consiste no exercício incansável do amor que eleva nosso espírito e transcende toda a dor.

    É o amor, materializado no perdão e na caridade, que repara os males do passado e constrói mecanismos para preservar o bem estar futuro.

    Neste mundo tão cruel e insano, onde o egoísmo e a falta de compaixão acarretam crescentes dramas e dores, potencializam os conflitos fratricidas, e promovem tragédias aterradoras, é preciso levar a todos a mensagem de salvação pelo caminho do amor, da conscientização e do calor humano.

    Amar plenamente a vida é amar sem restrições a humanidade, com base na certeza de que a dor, o perdão e a caridade são os instrumentos através dos quais os erros são superados e o futuro evolui para níveis mais elevados.

    Promover o amor pela humanidade é a forma sábia de enfrentar a frieza decorrente da distorção das relações sociais avessa à solidariedade, visto que a solidariedade é mais poderosa característica do gênero humano.

    É a solidariedade, que cataliza os esforços individuais e multiplica o poder coletivo, que constitui o fator responsável pela superação das adversidades do ambiente natural e por toda a cultura, artística, produtiva e conceitual.

    No mesmo sentido, é a consciência derivada do amor que deve ser o motor das mudanças de postura necessárias para sanear o aquecimento do planeta, restaurar o equilíbrio do meio ambiente e resgatar a justiça social.

    O amor pela vida é pleno quando coexiste com o amor pela humanidade, e este constitui o caminho para evitar que a indústria da guerra, da usurpação predatória e do egoísmo genocida nos condene a um futuro mais doloroso.

    De tantos fatores, resulta a convicção de que, firme no repúdio ao egoísmo predatório, com vistas à garantia da sustentabilidade ambiental e política, amar produz calor, que aquece o frio da alma, traz paz e mais amor.

     

    Domingo, 07 de agosto de 2016.

  2. AMAR E AMAR

    Meu Deus, Senhor, meu Deus,

    O amor é uma flor

    Que nasce no deserto,

    E vence o vil rancor.

     

    Meu Deus, Senhor, meu Deus,

    A fé no vosso amor

    Eleva o nosso espírito e

    Trancende toda a dor.

     

    Meu Deus, Senhor, meu Deus,

    Amar produz calor,

    Que aquece o frio da alma,

    Traz paz e mais amor…

     

    Domingo, 07 de agosto de 2016.

  3. A Solidão está dentro de nós

    Solidão não é ausência de afeto, é ausência de energias positivas, de fé. O problema maior é que a fé das pessoas some quando não estão rodeadas por outras pessoas.

    A verdade é que nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Neste meio tempo entre uma coisa e outra, as vezes encontramos com pessoas. Mas não podemos depender disto. As vezes, a vida dá e a vida tira. Nosso bom humor, Felicidade e Paz Interior, tem de resistir com ou sem as pessoas. Não podemos contar sempre com elas. É a arte de estar completamente só e poder ir meditar nas florestas, nas montanhas, ou nos desertos, e buscar a Paz dentro de si.

    É a capacidade de receber a cruel indiferença das pessoas, e presenteá-las com nossa compaixão.

    O verdadeiro Sábio, não se entristece com nada, nem por causa dos vivos, nem muito menos por causa dos mortos.

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