Elza Soares lança “Mulher do fim do mundo” na internet, por Matê da Luz

Você ja viu Elza Soares ao vivo? 

Eu já. Carnaval de 2000 e tantos, trabalhava num camarote de cerveja como assessora de imprensa e, bem, resumindo o caos absurdo que é essa labuta, lá pelas tantas Elza entra no palco montado dentro do camarote – pronto, era o que me faltava. 

Aquela mulher parecia olhar nos olhos de cada um da plateia e não duvido que ela o fazia. É isso, afinal, o que as divas fazem. Achei que o público não ficaria nem tchuns pro que estaria acontecendo ali no palco, mas não: o desfile lá fora virou coadjuvante praquela voz, praquela presença, praquela oportunidade de ouvir história ao pé do ouvido, quase gritada. 

Apaixonei e, confesso, desliguei o rádio de trabalho enquanto ela estava ali. 

Elza tem essa energia suja, Elza canta a sexualidade (trans) a violência (doméstica), a dependência. Um soco na cara daqueles que se julgam superiores (ou relevantes, termo ~contemporâneo~ pro que tem importância proferido, certamente, por aqueles que não têm quase alguma): no amor de Elza não há sopro de esperança, salvação ou grand finale. Elza é de verdade. 

Elza é boa cantando, e é melhor ao vivo. 

No domingo, aqui em São Paulo, tem ela apresentando este compilado de inéditas no Auditório do Ibirapuera. Eu vou ver Elza ao vivo, de novo e cada vez que se mostrar disponível. 

Se você não pode ir, escuta aqui