Moro e a força-tarefa da Lava Jato formam o núcleo do novo tenentismo, por Murillo de Aragão

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Murillo de Aragão

No Conjur

A operação “lava jato”, politicamente falando, é o evento mais importante no Brasil desde a redemocratização. Seus efeitos na política e na economia são extraordinários e reformadores, com o surgimento de uma força política que emana das investigações. Junto com o juiz federal Sergio Moro, que encarna a esperança de um Brasil menos corrupto, jovens procuradores da força-tarefa da “lava jato” formam o núcleo do novo tenentismo, que ganha força no país.

O movimento tenentista ocorreu nos anos 1920 e foi fomentado por jovens militares que desejavam profundas mudanças no sistema político nacional. Reivindicavam, entre outros pontos, o fim do voto aberto, a reforma da educação, um Estado central forte, uma economia nacionalista. Por que a comparação?

O novo tenentismo é formado por jovens impacientes como os tenentes dos anos 1920: questionam as regras e querem resolver as coisas na ponta da baioneta moral. Os tenentes se enxergavam como “agentes da regeneração” e “defensores das instituições republicanas”. Os procuradores da “lava jato” também empunham uma agenda de regeneração nacional.

O novo tenentismo quer a moralização radical da política, a consagração do ativismo judicial, a completa licença para investigar sem ser investigado. E, mesmo em meio à onda moralizante, não defende o fim da caixa-preta dos salários no Judiciário. Tal qual o velho tenentismo, combina-se um certo “salvacionismo” com moralidade extremada e pitadas de autoritarismo. Receita de imenso agrado de nossa população, que é liberal para “inglês ver” e autoritária em sua visão do mundo.

O tenentismo deixou marcas profundas na política nacional que foram além dos anos 1920. Sem o movimento tenentista, não teríamos a Revolução de 1930 nem o golpe militar de 1964. Foi um movimento poderoso que mostrou a força das convicções na necessidade de transformação do país. E ultrapassou, em muito, o seu caráter militar.

O novo tenentismo pode não durar tanto como fenômenos político. Mas hoje é, sem dúvida, uma força transformadora na política nacional, tanto pelos ideais que o animam quanto pelos instrumentos de que dispõe. E, ainda, pela receptividade — sem grandes reflexões — de sua agenda.

Vale destacar o fato de que se beneficia de três instrumentos poderosos — a judicialização da política, o ativismo judicial e a midiatização da Justiça — e de uma completa identidade com os anseios da classe média e das classes midiatizadas. E, também, de um forte sentimento corporativista que elimina questionamentos internos e aglutina esforços em uma direção comum.

No corporativismo, nota-se também a defesa intransigente da manutenção da caixa-preta dos salários e dos benefícios que ultrapassam os limites constitucionais. A irada reação contra o projeto de abuso de autoridade, instrumento mais do que necessário para a cidadania se defender de um Estado autoritário e hegemônico, é outra vertente do corporativismo radical.

Muitos já falaram da judicialização da política, que ocorre quando as decisões do Judiciário suplementam competências legislativas. Para alguns, a judicialização transforma o Brasil em um país tricameral (Câmara-Senado-Supremo Tribunal Federal) ou, mesmo, quadricameral, com o acréscimo do Ministério Público.

O ativismo judicial se revela com a vontade do juiz de inovar e criar um novo direito a partir de interpretações largas das regras. Por exemplo, fazer longas prisões temporárias, determinar buscas no Senado sem autorização do Supremo, providenciar conduções coercitivas sem prévio convite, entre outras ações.

A midiatização da Justiça, no meu entender, seria a transformação da mídia no vetor mais relevante para a tomada de decisão judicial. A voz repercutida pela mídia tem imenso peso na direção das decisões. Como contrariar a “opinião publicada” sem sofrer o patrulhamento midiático e das redes sociais?

Tal situação me lembra um episódio. Certa vez, um ex-ministro da Justiça me contou que ouviu de um juiz preterido para ocupar vaga no Supremo que sua vingança seria assistir ao voto do ministro escolhido no julgamento do mensalão. O preterido apostava que todos os eventuais compromissos e até mesmo as inconsistências processuais que favorecessem os réus derreteriam frente à pressão midiática.

A combinação dos três instrumentos com a boa receptividade social e a interpretação favorável da mídia resulta na espetacularização das decisões emanadas do novo tenentismo, criando uma atmosfera de impossível oposição que pode resultar na morte do contraditório.

O Brasil de hoje não está preparado ideológica e intelectualmente para debater com o novo tenentismo. Quem pode ser contra o Direito, a honestidade e a moral quando do lado de lá estão corruptos e amorais? É uma lógica binária e simplista que aponta uma escolha óbvia. Como se o mundo fosse composto apenas de mocinhos e bandidos.

Quando os procuradores da força-tarefa da operação “lava jato” ameaçaram renunciar caso o projeto de lei de medidas contra a corrupção não fosse vetado e afirmaram que a operação fracassaria sem as medidas propostas, cometeram um movimento consciente de força e de ruptura institucional típico do que buscam os reformadores radicais. Mas desde quando procuradores podem abandonar casos por força de um lobby fracassado?

Da mesma forma, o espetáculo que resultou nas acusações do Ministério Público ao ex-presidente Lula faz parte de um ritual de sacralização que visa criar um efeito poderoso de unanimidade e, sobretudo, ausência de contestação. Faz parte do fenômeno que identifiquei como midiatização da Justiça, onde esta somente se daria se refletisse expectativas validadas pela mídia.

O novo tenentismo quer potencializar os efeitos da “lava jato”. E, para tal, atua ao largo das regras, como qualquer movimento reformador radical ou mesmo revolucionário. Parte do pressuposto de que sem o exercício da força moral decorrente da investigação o Brasil continuará o mesmo.

 

28 Comentários

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  1. Bom, só resta dar cinco

    Bom, só resta dar cinco estrelas compartilhar esse excelente texto. A correlação histórica entre o Tenentismo e o “neo” tenentismo(para ser mais exato poderia o autor ter usado o termo “simulacro”) para a Força-Tarefa da Lava a Jato é bem pertinente e ilustrativa. 

  2. Tenentismo? Os juizes,

    Tenentismo? Os juizes, procuradores e pfs de Curtiba estão mais para os coroneis de 54 e a República do Galeão. Desconheço tentnte do tenentismo que tenha sido pego fazendo tititi com senador acusado n vezes de corrpução ativa e passiva.

  3. O Brasil nhão continuará o

    O Brasil nhão continuará o mesmo.

    Agora, o “novo tenentismo” nos transformou em uma república de bananas para bananas quebrada, falida, fodida.

  4. Comparação esdrúxula

    O tenentismo possuia uma força que transcendia seus principais participantes. Onde mais seria possível ver Prestes e Felinto Mueller juntos?

    A Lava Jato absolutamente não é uma força progressista (como era a principio o tenentismo), mas uma manifestação básica e reacionária ( no que a palavra tem de mais raiz , de reação à um movimento ou força), seu objetivo maior é  deslocar o eixo decisorio dos poderes executivo e legislativo (que possuem aval popular, pois são constituidos pelo sufrágio) para o judiciário (que tem em uma  pretensa meritocracia sua força).

    A comparação é demeritória para tão importante evento na História contemporânea nacional, o Tenentismo.

  5. um horror !

    ” Quem pode ser contra o Direito, a honestidade e a moral quando do lado de lá estão corruptos e amorais? É uma lógica binária e simplista que aponta uma escolha óbvia. Como se o mundo fosse composto apenas de mocinhos e bandidos.”

    desde quando o tal do “juiz” é um paradigma do direito, … da honestidade, …e da moral?

    um sujeito que, alinhado à mídia corrupta, trabalha para distribuir as riquezas do povo brasileiro a grupos multincionais, passando por cima da lei, e dos direitos individuais garantidos pela constituição. … um sujeito que, ao ser confrontado no congresso, se mostrou um gaguejante arremedo do paladino que é vendido pela mídia ao povo brasileiro… que ignora, por “não vir ao caso ” … os crimes e as falcatruas de milhões e milhões de dólares,  cometidos pelos políticos tucanos….  e corre, ridículamente, atras do preço de 2 pedalinhos em um sítio de Atibaia…

    Muita coisa ainda vai ser revelada sobre esse sujeito, vendido como herói por uma mídia golpista e corrupta… me parece que o aguarda a fogueira da indignação dos enganados…  Quanto à mídia golpista, … ao ouvir o crepitar das chamas, simplesmente olhará para o outro lado, fingindo não ser co-responsável por esses crimes …

     

     

  6. “O movimento tenentista

    “O movimento tenentista ocorreu nos anos 1920 e foi fomentado por jovens militares que desejavam profundas mudanças no sistema político nacional. Reivindicavam, entre outros pontos, o fim do voto aberto, a reforma da educação, um Estado central forte, uma economia nacionalista. Por que a comparação?”:

    O tenentismo era honesto.  A “forca tarefa” da LavaBunda nao eh.

  7. “A operação “lava jato”,

    “A operação “lava jato”, politicamente falando, é o evento mais importante no Brasil desde a redemocratização.”

    Vamos nos debruçar sobre este maravilhoso texto e avaliar esta brilhante comparação, embora em 1920 o Brasil não vivia uma ditadura… Hoje, vivemos uma que vem desde 1964, deu um tempinho por uns 20 e poucos anos, e agora em 2016 voltou com tudo reinstaurada pelo mesmo pessoal de 1964. Mas, de qualquer forma, já podemos afirmar que parcialmente o murilo aragão está com a razão! Realmente a operação farsajato, políticamente falando, é o evento mais importante no Brasil desde a “redemocratização”, PARA OS DEMOTUCANOS GOLPISTAS TRAIDORES, fhc e sua grande máfia da grande imprensa, stf, parlamentares golpistas e todas as instituições tomadas por golpistas! Mas não esquenta não murillo, todo golpista traidor mafioso é parcial, e estão por cima da carne sêca… Devolve os nossos votos aí muriloooo!!!

  8. A Lavajato – travestida de

    A Lavajato – travestida de luta contra a corrupção – é na verdade uma operação de guerra contra a Petrobrás, é uma operação de guerra contra a indústria de base brasileira, é uma operação de guerra contra a espinha dorsal do país que leva à paralisia, ao desmonte, à submissão e à derrota do Brasil como nação, territorial e politicamente autônoma e independente.

    Assim são seus objetivos estratégicos que se corroboram na confessada “colaboração” estrangeira.

    Assim, deve ser tratada e enfrentada.

    Não há nacionalista que nessa hora não sinta bater “no peito a heroica pancada”(Tobias Barreto em Capitulação de Montevideo)

    O tenentismo era também (de fundo) um movimento de nacionalistas e patriótas. Diferente, portanto, da já chamada “farsa jato” (ou como preferiria se referir Moro, numa só palavra, “farsajato”)

     

    1. AL CAPONE
      Mensagens aos

      AL CAPONE

      Mensagens aos pais

                  Hoje em dia as pessoas já não respeitam nada. Antes, colocávamos num pedestal a virtude, a honra, a verdade e a lei… A corrupção campeia na vida americana de nossos dias. Onde não se obedece outra lei, a corrupção é a única lei. A corrupção está minando este país. A virtude, a honra e a lei se evaporaram de nossas vidas.

      (Declarações de Al Capone ao jornalista Cornelius Vanderbilt Jr. Entrevista publicada na revista Liberty em 17 de outubro de 1931, dias antes de Al Capone ir para a prisão).

      Galeano, Eduardo. De Pernas pro ar. A escola do mundo ao avesso. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 2015, p.1

      1. AL CAPONE UM LIDER

        AL CAPONE UM LIDER POPULAR:

        GALEANO, Eduardo H. Memória de Fogo. Porto Alegre, RS: L&PM, 2013, p 627-628

        “1929

        Chicago

        AL CAPONE

                    Dez mil estudante gritam o nome de Al Capone, no campo de esportes da Northwestern University. O popular Capone cumprimenta a multidão com as duas mãos. Doze guarda-costas o escoltam. Na saída, o espera um Cadillac blindado. Capone exibe uma rosa na lapela e um diamante na gravata, mas debaixo leva um colete de aço e seu coração bate contra uma pistola 45.

                    Ele é um lider… Patriota fervoroso, sobre sua escrivaninha ostenta retratos de George Washington e Abraham Lincon. Profissional de grande prestígio, não há quem ofereça melhor serviço para romper greves, espancar operários e enviar rebeldes ao outro mundo. Ele está sempre alerta contra a ameaça vermelha (335)

        “Notas:

        335 – Pasley, E. D. Al Capone. Pról. de Andrew Sinclair. Madri, Alianza, 1970

         

  9. NEO TENENTISMO OU NEO “SALARISMO”, A QUESTÃO É SALÁRIO.

    Isso não é, nunca foi e nunca será sinônimo de moralismo ou de aplicação do direito, rasgar a constituição hermeneuticamente “alargar interpretações” é caos jurídico, é sempre possível aplicar a lei, prender corruptos sem se aliar ao mais nefasto do BRASIL, a mídia, a que solapa e corrompe e que governos toram bilhões para se manterem em pé, então não são tão honestos assim, são adesistas aos espertos da fama, da procura pelo “celebrismo” de quinta categoria que é o que a mídia faz. Quando a justiça se alia a mídia deixa de ser justiça, passa a serem carrascos medievais modernos, pois manipulam em nome de boa causa sem assim fazerem, a mídia é que lhes permitem surfar na podridão como desinfetantes do próprio cinismo e sujeira, não são justiça e nem justiceiros, são carniceiros que não importam com nada, só com seus egos de celebridades, menos justiça. Cultuar essa joça e como cultuar cães famintos soltos num asilo a degustar de velhos, são só neo velhacos que sempre dominaram essa nação. Não tem nada de tri ou quadricameral o que existe são espertos que ganham acima do teto escrevendo a história brincando de fazer justiça, eliminando adversários com sordidez e muita falta de vergonha na cara, a justiça está escrevendo na cara do povo com Power point, vocês são nossos escravos e são um bando de otários, e é o que somos mesmo. Juiz com caricias dentais e porejando felicidades com delatados em sua operação que mais parece o devasso mundo dos amores bandidos, aquele que a moça como dizem de boa família apaixona-se pelo marginal. Não tem nada de neo tenentismo, tem aí é muito desrespeito confiando na mídia bandida que lhes vendem como mercadorias de grife, não importa se a mercadoria é boa ou não o que importa é que tem serventia nas festas de irmãos do caos e premiações sinistras do bel prazer, é como se nos dessem o sinal, é isso que sou e somos fiquem nas suas, aqui pau que dá em chico é só em chico mesmo.

  10. O texto do Murillo é

    O texto do Murillo é excelente. Aliás, sempre o considerei dos mais bem preparados cientistas políticos do País.

    Sinceramente não tenho conhecimento histórico do “tenentismo”. O que sei é que essa turma da “lava jato” não tem o que entregar ao País, em troca de um regima autoritário.

    Getúlio fez um governo forte e entregou muita coisa boa á população. Juscelino idem. Até os militares, principalmente na figura de Geisel tinham visão de País e, apesar de toda a repressão entregaram desenvolvimento.

    Mas os “lava jatos” vão entregar o que ? Desenvolvimento ? Empregos ? Na verdade já estão entregando é terra arrasada, não tem como ser mais que isso e nem tem como ser diferente.

    O que o STF teria que fazer é agir prontamente e retirar o caso “lava jato” das mãos de Moro para tentar recolocar o País no lugar.

    Ano que vem o Temer indicar algum procurador mais responsável no lugar de Janot e desativar a tal “força tarefa”.

    E o CNJ começar e enquadrar juizes de 1 instancia que não param de profeir ordens de prisões preventivas contra Politicos.

    Dois casos emblemáticos recentemente.

    Um em Ribeirão Preto: Em plena campanha eleitoral, vários vereadores afastados, nenhum reeleito, e agora, a Prefeita presa. Advinha, nenhuma condenação em nenhum caso, apenas estórias, ilações. Nâo que não possam ser culpados, mas o prejuizo que causa á cidade esse tipo de coisa é inúmeras vezes maior que os supostos recursos desviados, neste caso de Ribeirão da ordem de alguns milhões em um “acordo” estranho entre sindicato de funcionários, advogados e a Prefeitura, aonde, como sempre não se mostram provas cabais. Desde então a cidade parou. Não se faz mais nada, nenhum funcionário assina mais nada, todos com medo, obviamente.

    O caso de Osasco: 11 vereadores presos, inclusive o Prefeito eleito. Mais uma vez, nenhuma condenação, dizem que o caso se refere a indicações políticas de acessores e retorno de pagameto destes aos vereadores, coisa totalmente banal no País inteiro. Imagine o prejuizo que prender 11 vereadores sem condenação  e o Prefeito eleito não causa à cidade ? Muito mais que a merreca que supostamente “desviaram”.

    Nâo poderiam investigar discretamente e, só depois de formada a culpa, executarem as penas ? Qual o problema em se seguir o devido processo legal ?

    Ademais, e a pauta investigativa do País ? Qual a lógica em ficar indo atrás de quizilas de vereadores e não do tráfico de drogas, de armas, dos roubos em empresas de valores, milicias ?

    Esse tipo de coisa está contaminando o Brasil. Vai acabar com tudo, fazer uma terra arrasada.

    Se isso persistir não há como , não há chance alguma de a economia voltar a crescer minimamente. O País vai parar por 20 anos. Ou mais.

    O funcionário público já é “burocratista” por natureza. Com esse foco em investigar tudo e a todos no setor público, é óbvio que a coisa vai andar menos ainda. Ele vai preferir não fazer nada, não assinar nada, a correr algum risco pessoal.

    Fiquei sabendo também de um outro caso semelhante em cidade menor do interior paulista aonde também, vários vereadores e ex Prefeitos estão presos, todos, é claro, sem condenação. Um empresário construtor que nada tinha a ver com a estória disse que não iria querer receber 150 mil qua Prefeitura lhe devia, por obra devidamente feita por eie apenas para não se “meter com essa gente”, da Prefeitura, é claro. Ou seja, o temor pscicológico afetará e já está afetando, tanto burocratas, quanto empresário, invializando qualquer atividade economica no País.

    Outra caso que vemos hoje mesmo: o da prisão da esposa de Sérgio Cabral, advinhem , sem condenação. Baseado em que, vejam a justificativa do Tribunal, para negar o HC:

    O magistrado, no entanto, considerou que a prisão é necessária porque “o crime de organização criminosa, como o narrado na representação e nos autos” deve ser tratado com “a gravidade legalmente determinada. Em outras palavras: a repressão à organização criminosa que teria se instalado no governo do estado do Rio de Janeiro há de receber deste Juízo Federal o rigor previsto no Ordenamento Jurídico nacional e internacional, sem perder de vista a obediência inafastável do devido processo legal”, disse o desembargador em seu despacho.

    Eu não sou da área do direito, mas desde quando isso é justificativa para se prender alguem preventivamente ? Na verdade a prisão é por causa da mídia, simplesmente isso.

    Ou o STF e o CNJ agem ou então a Camara e o Senado devem fazer leis aonde políticos terão que ser protegidos de juizes. Ou aprovam uma PEC aonde, como já ocorre nos EUA procuradores federais seriam indicados, todos, pelo Presidente e demissíveis a qualquer momento.

    Ou o Pais vai ser inviabilizado.

    Infelizmente não estou vendo saída. Alguem aponta alguma outra ?

    1. Murilo, se não conheces nada sobre o tenentismo…..

      Murilo, se não conheces nada sobre o tenentismo esqueça o que foi escrito, pois é de uma desonestidade intelctual imensa.

  11. Um detalhe apenas…

    Um detalhes apenas, por mais que se fale, e é fato, do caráter social elitista do “Tenentismo”, existam entre os jovens oficiais do exército, gente inteligente! Basta lembrar que eram oriundos das academias militares e não reles decorebas concurseiros! Havia intelectuais e pensadores, pois as academias militares, até os anos 1930, produziam gente pensante e não aprendizes de toruturadores. Não se escondiam por detrás de uma rede de televisão golpista de televisão ou de um jornalecos golpistas, mas ao contrário eram triturados pela imprensa da época! Resistiram às intempéries (não estou sendo romântico, mas realista). Atravessaram o Brasil com apoio do povo e não receberam verbas da CIA, Departamento de Estado e ANS dos EUA. Havia gente do porte de Luis Carlos Prestes, Miguel Costa, não um boçal pentencostalista como nome de remédio para diarreia realizador de power point cagado. Os tenentes iam, no popular, para a porrada, enfrentando tiros e pancadaria e não faziam ânus doce, tipo o barbicha de Curitiba, ameçando “abandonar a lavamerda”. Além disto, não precisam de um juizeco fuleiro de primeira instância. 

    1. Não sei da onde tiraste que eram elitista, as forças armadas….

      Não sei da onde tiraste que eram elitista, as forças armadas em 1920 não tinham nada com as mesmas em 1964, são duas gerações de diferença.

  12. será? seria?

    o tenentismo não era formado exclusivamente pelos filhos da casa grande.

    rigorosamente, de lá, minoria ínfima.

    não poucos autores afirmam que as armas eram a única forma de ascensão social até washington luís.

    outra diferença, muito mais gritante; definitiva: os tenentistas eram nacionalistas enquanto esses aí …. baratos.

    com todos os desacertos e malfeitos de renan, hipotéticos ou não, mas aquém dos negócios (mas não das amizades) do senador “mais chato”, sua conduta foi um tardio enfrentamento do autocratismo do judiciário, poder sem voto, e formado por néo-marajás.

    o pedido de prisão de renan foi, provavelmente, retaliação às investigações dos super-salários e da criminalização dos abusos das autoridades judiciais. só isso. coação pura e simples.

    o acordão que se fez nos bastidores, associado à inação vergonhosa do sr marco aurélio, são provas eloqüentes; irrefutáveis.

    o penúltimo grande erro de dilma (o último foi não ter ordenado ao exército as prisões de sérgio fernando e todos envolvidos no grampo a ela por espionagem da comandante em chefe do estado maior das forças armadas, crime militar): deveria nomear lula e devolver a liminar determinando que gilmar se explicasse, e enfrentar o golpe, defendendo seu mandato.

    ponto para renan.

    em ambos os casos, todavia, o povo paga a conta.

    se servir de consolo: a comprovação da pertinência do conselho de requião ao sugerir farta distribuição de alfafa aos “manifestantes coxinhas” no último domingo.

  13. A FORÇA BRUTA COMO PADRÃO DE JUSTICEIROS.

    Do professor Wanderley Guilherme dos Santos: CAF

    “Toda a equipe da Lava Jato está comprometida com atos e declarações que a tornam incapacitada para concluir com isenção e sucesso a investigação.

    A tendência, dada a total ilegalidade do sistema institucional brasileiro desde o impedimento de Dilma Rousseff, indica a multiplicação de arbitrariedades e conflito entre os participantes do golpe, na medida em que cada um sabe que os demais perderam legitimidade desde o assalto que promoveram juntos.

    Cada um se comporta como melhor lhe aprouver e os demais justificam a aberração com novos estupros constitucionais.

    Nenhuma instituição dos três poderes vale coisa alguma, hoje, e se sustenta pela ameaça (implícita) do uso da força.”

  14. Sem comparação!

    Dilma do PT – Mulher do ano pelo Financial Times por contrapor um golpe usando como referência, não ataques, mas a DEMOCRACIA.

    LULA do PT –  Acusações sem prova e busca justiça usando argumentos na ONU, há quem o ache um perigoso comunista.

    Jorge Viana do PT – Poderia se aproveitar do cargo e aumentar a crise para o grupo politico que golpeou seu partido.

    Depois disto escuto na CBN comentarista falar em lulo petismo e eu fico pensando…

    Qual destes políticos ou ministros do STF que estão ai entulhando nosso cotidiano, que supera os listados acima?

    E querem que as coisas melhorem…

  15. Essa lava a jato é uma benção

    Essa lava a jato é uma benção para os conglomerados estrangeiros,

     

    que correm a lhe premiar e uma desgraça para o povo e os interesses nacionais, a começar pela Petrobrás, nunca se serviu tão bem aos interesses internacionais como agora, é um acinte ao bom senso em forma de combate à corrupção, aliás, a deleteria elite corrupta sempre usou esse argumento quando quis usurpar o poder, não é novo.

  16. Tenentes ou traidores.

    “O Brasil de hoje não está preparado ideológica e intelectualmente para debater com o novo tenentismo. Quem pode ser contra o Direito, a honestidade e a moral quando do lado de lá estão corruptos e amorais?”

    É impressionante como em todos os textos, existe um “pisar em ovos” com estas figuras que são invariavelmente mostradas como pessoas que estão desrespeitando as leis, mas são cheias de “boas intenções”.

    Não está na hora de olha-las como se fossem sómente uma “quadrilha de traidores da pátria”? É só mais um angulo de visão, mas que deve ser avaliado.

  17. Com o devido respeito ao

    Com o devido respeito ao autor, não dá para comparar o Tenentismo com o impulso que motiva os novos paladinos da anticorrupção. Os tenentes tinham uma clara ideia de um projeto nacional modernizante, capaz de retirar o Brasil da pasmaceira da Velha República e projetá-lo no futuro como uma nação apta a realizar plenamente os seus vastos potenciais humanos e de recursos naturais. Os novos paladinos judiciários não têm qualquer noção remotamente parecida com um projeto nacional e, embora não se possam negar os frutos da investida contra a corrupção que nos infesta, os seus muitos excessos já começam a colocar em questão grande parte do seu trabalho.

    1. Sem o mínimo respeito ao autor, o que ele faz é uma …..

      Sem o mínimo respeito ao autor, o que ele faz é uma confusão proposital para dar uma aura a Lava Jato, de um articulista do Blog do Noblat, da Veja, do ESP não era de se esperar mais do que isto, uma pomposa merda.

  18. Já refutei em outro artigo a tentativa de enquadrar a …..

    Já refutei em outro artigo a tentativa de enquadrar a Lava Jato como um novo tenentismo no Brasil.

    É um dos maiores absurdos teóricos que estão tentando forçar, o movimento tenentista não tem nenhuma semelhança à Lava Jato, desde sua origem, do grupo social que apoiava, dos métodos empregados e da resiliência histórica dos movimentos.

    Vou tentar reproduzir os argumentos que já coloquei noutros textos.

    O primeiro, e o primeiro de tudo é que a origem do tenentismo deveu-se a uma tentativa de colocar o homem brasileiro dentro da política e não exatamente o que a Lava Jato faz, que é desmoralizar a política para que num Sebastianismo redentor apareça como uma única força capaz de tirar o país das trevas, mais Antônio Conselheiro do que Luiz Carlos Prestes.

    As ações do Tenentismo eram claras, a implantação do voto direto, secreto e universal para todos, ou seja, alargando o acesso da população brasileira ao poder. A luta contra a corrupção eleitoral não era um fim no movimento tenentista, mas sim um meio para cumprir seu objetivo principal, dar mais poder ao homem comum.

    O movimento tenentista desde seu início procurou agir violando todas as regras, e a violação destas regras eram feitas colocando suas próprias vidas em jogo. Não procuraram ser parte das instituições, ou melhor, não procuraram ser a instituição dominante dentro das regras que violam ao seu bel prazer. Os tenentistas dentro de um espírito revolucionário de inspiração militar viam na derrubada de todas as estruturas governamentais a forma de reformar a sociedade. Não transigiam com o regime da época, mas sim o enfrentavam militarmente.

    O autor logo no segundo parágrafo coloca a questão:

    “Reivindicavam, entre outros pontos, o fim do voto aberto, a reforma da educação, um Estado central forte, uma economia nacionalista. Por que a comparação?”

    Fica claro que pela vinculação descarada da Lava Jato com partidos como o PSDB e DEM a proposta da Lava Jato é contrária ao voto, contrária a reformas como a da educação, querem um Estado Fraco e submisso a leis do mercado internacional e são completamente não nacionalistas. Depois disto ele escreve a frase, por que a comparação? Realmente eu pergunto por que comparar duas ações completamente adversas? Realmente deste ponto para diante começa uma verdadeira tortura dialética para provar o improvável.

    O grupo social que constituía o movimento é tão diverso que só podemos atribuir a comparação a um total e completo desconhecimento do autor do que eram as Forças Armadas em 1920.

    As forças armadas brasileiras na época eram o resultado de uma tentativa de profissionalização que o Estado tentava naquele momento fazer, e elas não tinham como objetivo, ou melhor, seus membros não estavam afeitos ao papel que faz e que fazia ainda com mais intensidade as milícias estaduais e extinta guarda nacional na época.

    Os tenentes dentro da formação militar que tinham pensavam na reformação do Estado através de quarteladas desvinculadas em grande parte das oligarquias que existia, o aspecto democrático, acima destacado era claro no movimento tenentista, que não negavam a política, mas sim queriam alargar a base de apoio.

    Comparar o movimento tenentista e dizer que este deu origem a 1964 é um verdadeiro crime histórico, o que ocorre após o estado novo é uma cooptação de alguns membros do movimento, que claramente foi resistido pelo líder mais forte e mais influente do movimento tenentista, Luiz Carlos Prestes, analisar o que ocorre com o movimento tenentista após 1920 e ignorar o papel de Prestes é de uma ignorância, ou pior, desonestidade intelectual.

    A resiliência histórica do movimento tenentista não é devido ao estrago que o mesmo fez nas instituições democráticas que a Lava Jato está fazendo, mas sim devido à proposta honesta e corajosa de um exército brasileiro que longe de ter as mesmas características elitistas de outros exércitos da América Latina, tinha características democráticas e raízes populares que eram advindas de sua base social. O que se transforma o exército brasileiro após o Estado Novo é produto da doutrinação ideológica intensa que a guerra fria fez, tirando em parte os aspectos democráticos e nacionalistas do mesmo.

    Parece que o artigo é mais um produto da facilidade que se encontra para pesquisar o passado em artigos na Internet do que uma análise mais aprofundada da verdade sobre estes dois movimentos.

  19. Deviam ter mais cuidado na colocação de textos lixo como este.

    Só era necessário uma pequena lida no CV do autor que segundo o seu próprio site (http://murillodearagao.com.br/):

    “Murillo de Aragão é advogado, jornalista e cientista político. É articulista dos jornais O Estado de São Paulo, O Tempo (Belo Horizonte), O LIberal (Belém) do Blog do Noblat (O Globo) e revista IstoÉ. É Debatedor do Programa Globo News Painel.”

    Precisava mais do que isto?

  20. Não conspurque a memória dos

    Não conspurque a memória dos Tenentes, eles amavam o Brasil. Não eram como esses traidores que entregam o patrimônio nacional pros gringos.

  21. Não conspurque a memória dos

    Não conspurque a memória dos Tenentes, eles amavam o Brasil. Não eram como esses traidores que entregam o patrimônio nacional pros gringos.

  22. Ora, se as principais

    Ora, se as principais características do tenentismo era o patriotismo e a luta por melhores condições na educação onde o autor encontrou semelhança entre os dois movimentos? Na lava jato existe arrogância, prepotência, preconceito de classe média e só.

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