Os Estados Unidos e o Fascismo na América Latina, por Franklin Frederick

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Os Estados Unidos e o Fascismo na América Latina

por Franklin Frederick

Publicado originalmente em The Dawn New

“Os crimes cometidos pelos Estados Unidos em todo o mundo tem sido sistemáticos, constantes, implacáveis e muito bem documentados, mas ninguém fala sobre eles.” – Harold Pinter

Tendências fascistas estão de volta à luz do dia na América Latina. Podem ser claramente vistas na criminosa oposição Venezuelana e também nas ruas no Brasil e na Argentina. Tais tendências têm sua origem no fato de que a desigualdade econômica e a igualdade política são incompatíveis. Mas o fascismo latino-americano também é expressão de uma agenda política e econômica mais profunda que deve ser bem compreendida se queremos combatê-la com sucesso.

Em 1979, Noam Chomsky e Edward S. Herman publicaram um dos livros mais importantes sobre o fascismo latino-americano: ‘The Washington Connection and the Third World Fascism’, onde escreveram:

“(…) O velho mundo colonial foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial, gerando ondas de nacionalismo radical que ameaçaram a tradicional hegemonia ocidental e seus interesses econômicos. Para conter esta ameaça, os Estados Unidos se alinharam com elementos da elite e das forças armadas do Terceiro Mundo cuja função tem sido a de conter os ventos de mudança. (…) Com o apoio freqüente dos Estados Unidos, o Estado de Segurança Nacional neofascista ( National Security State) e outras formas autoritárias  tornaram-se o padrão dominante dos governos no Terceiro Mundo”.

“… a massiva intervenção e subversão (dos EUA) nos últimos 25 anos se limitaram quase exclusivamente à derrubada de governos reformistas e democracias radicais… (Os EUA) raramente ‘desestabilizaram’ regimes militares de direita, não importa o quão corruptos ou terroristas. (…) A ‘junta militar’ foi considerada como um bom modelo de governo e os Estados Unidos fizeram com que este modelo crescesse e se difundisse. Tortura, esquadrões da morte e liberdade para investimentos são elementos relacionados neste modelo patrocinado e apoiado pelo país líder do Mundo Livre. Nestes Estados, o terror é funcional, favorecendo um bom ‘clima para investimentos’(…) Assim, se olharmos para além da barreira midiática e de propaganda, Washington se converteu na capital mundial da tortura e do assassinato político.” (Grifo dos autores)

Estas palavras sobre os EUA são tão atuais hoje como o eram em 1979, porém com uma importante diferença: atualmente, além da pura violência, os EUA também passaram a utilizar formas mais sutis, ‘suaves’, de desestabilização política, como nos golpes de Estado em Honduras em 2009, no Paraguai em 2012 e no Brasil em 2016. Em todos estes casos não houve intervenção militar, pois o golpe foi dado através do Parlamento ou do Poder Judiciário do país, sempre com o respaldo de Washington. Esta diferença é crucial porque estes ‘golpes suaves’ são muito mais fáceis de legitimar e por isso serão a opção preferencial dos EUA sempre que possível. O objetivo, contudo, permanece o mesmo: ‘melhorar o clima para investimentos’ para os interesses dos EUA e os de seus aliados. Esta é a razão porque Chomsky e Herman chamam o fascismo latino-americano de ‘sub-fascismo’, ou ‘fascismo clientelista’ ( client fascism). Ao contrário do modelo clássico, nacionalista, do fascismo dos anos 20 e 30 na Europa do século XX, o fascismo latino-americano é profundamente anti-nacionalista. Chomsky e Herman o descrevem assim:

“A economia do” ‘sub-fascismo’ “implica em uma rápida mudança em direção a uma ampla abertura ao comércio e investimentos estrangeiros, à austeridade monetária e aos cortes no orçamento de programas sociais, ou seja, uma mudança conforme as políticas econômicas promovidas pelos interesses do poder dominante e de seus sócios institucionais como o FMI e o Banco Mundial. A prioridade passa a ser o serviço da dívida externa, através do aumento das exportações e da redução das importações, com a maioria da população arcando com os custos através da redução de salários e do agravamento do desemprego”.

Na verdade, o projeto sub-fascista latino-americano representa um retorno ao status de colônia, mantendo as mesmas velhas oligarquias no poder. Como estas oligarquias obviamente não contam com nenhum apoio da maioria da população em seus próprios países, todas são profundamente antidemocráticas. Com o intuito de preservar seu próprio poder e riqueza, elas escolheram representar e defender os interesses econômicos estrangeiros – o ‘mercado’ – cujo objetivo é manter os países latino-americanos como produtores subdesenvolvidos de matérias primas para as companhias transnacionais e instituições financeiras sediadas nos países do norte. Em troca, estes interesses protegem e mantém estas oligarquias no poder. Como concluem Chomsky e Herman : “(…) sob o fascismo clientelista as bases de apoio da liderança política passam a ser os interesses estrangeiros”.

Entretanto, o sub-fascismo ou fascismo clientelista latino-americano adquiriu atualmente uma nova face, criada para corresponder aos golpes de estado ‘suaves’, uma face mais ‘amistosa’.

“Friendly fascism” (Fascismo amistoso) é justamente o título de uma obra fundamental de Bertram Gross sobre o fascismo moderno publicada em 1980. Bertram Gross, Professor de Ciência Política e Secretário Executivo do ‘Council of Economic Advisers’ da Presidência dos EUA de 1946 até 1952, estava principalmente preocupado com a ascensão do ‘fascismo amistoso’ nos EUA – a ‘Nova Face do Poder na América’, como ele escreveu na época.  Mas o que ele vislumbrou nos seus inícios há 38 anos atrás quando o seu livro foi publicado, é hoje realidade na maior parte do mundo, incluindo a América Latina.

“Fascismo amistoso retrata duas tendências em conflito nos Estados Unidos e em outros países do chamado ‘mundo livre’ – escreveu Bertram Gross – A primeira tendência é um avanço lento e poderoso em direção a uma maior concentração de riqueza e poder numa parceria do Grande Negócio com o Grande Governo (Big Business – Big Government partnership). Esta tendência conduz a uma forma de manipulação nova e sutil de servidão corporativa. A expressão ‘fascismo amistoso’ ajuda a distinguir este futuro possível do corporativismo obviamente brutal do fascismo clássico do passado na Alemanha, na Itália e no Japão. Esta expressão serve também para contrastar com o fascismo dependente e ‘hostil’ apoiado pelo Governo dos EUA atualmente (1980) em El Salvador, Haiti, Argentina, Chile (…).”

“A outra é a tendência, mais lenta e menos poderosa, de indivíduos e grupos buscarem cada vez mais participação nas decisões que os afetem. Esta tendência vai além de uma mera reação ao autoritarismo. (…) Ela se alimenta das promessas do ‘establishment’ –que com muita freqüência são falsas– de mais direitos humanos, mais direitos e liberdades civis. Se encarna em valores maiores como comunidade, participação, cooperação, ajuda aos outros, decência (…). Afeta relações dentro da família, do trabalho, da comunidade, da escola, da Igreja ou Sinagoga, e chega mesmo a afetar os labirintos das burocracias públicas e privadas. Esta tendência pode levar a uma democracia mais verdadeira – e por esta razão é duramente combatida…”

O “avanço lento e poderoso em direção a uma maior concentração de riqueza” alcançou atualmente níveis sem precedentes. De acordo com um relatório da OXFAM, 8 indivíduos apenas possuem a mesma riqueza que a metade mais pobre da humanidade. Tais concentrações de riqueza criam uma correspondente concentração de poder político nas mãos dos que mais se beneficiam desta: as corporações internacionais e o setor financeiro. Estes, por sua vez, assim podem impor à quase totalidade do mundo a ‘servidão corporativa’ sobre a qual Bertram Gross alertou.

A segunda tendência identificada por Gross – grupos e indivíduos buscando maior participação nas questões públicas – tem sido sempre muito presente na América Latina e foi a força maior por trás das eleições dos governos progressistas de Lula no Brasil e Evo Morales na Bolívia a Rafael Correa no Equador e Hugo Chavez na Venezuela. Enfrentando desafios muito difíceis e em condições sociais e econômicas bem diversas, estes governos progressistas tentaram construir uma democracia mais verdadeira, promovendo maior participação social e uma melhor distribuição de renda. E por esta razão foram todos ‘duramente’ combatidos pelos EUA e pelo ‘establishment’ internacional. O país latino-americano onde, hoje, esta luta se dá com violência crescente é a Venezuela.

Àqueles relutantes em encarar a realidade e usar a palavra ‘fascismo’ onde ela cabe, Bertram Gross escreveu:

“Ao olhar para a América de hoje (1980), eu não tenho medo de dizer que tenho medo. (…) Qualquer um que esteja esperando por Partidos de massa ou homens a cavalo não vai perceber os sinais de um fascismo insidioso. Em qualquer país de capitalismo avançado do Primeiro Mundo, o novo fascismo será constituído por elementos da herança nacional e cultural, de sua composição étnica e religiosa, de sua estrutura política formal e seu ambiente geopolítico. (…)  Será fascismo com um sorriso. Como um alerta contra a sua fachada cosmética, manipulação sutil e luvas de veludo, eu o chamo de ‘fascismo amistoso’. O que mais me assusta é a sua sutil atração.”

“Fico preocupado com aqueles que se esqueceram – ou nunca aprenderam – que a parceria Grande Negócio – Grande Governo, respaldada por outros elementos, foi o fato central por trás das estruturas de poder do fascismo nos tempos de Mussolini, Hitler e dos construtores de império japoneses. (…) Me preocupam aqueles que polemizam sobre as palavras. (…) que usam os termos inventados pelos ideólogos fascistas, como ‘estado corporativo’, mas não fascismo. (…) Igualmente importante é o alcance global da emergente parceria Grande Negócio – Grande Governo. Este alcance esta ancorado em colossais corporações e complexos transnacionais que ajudam a manter unido um ‘Mundo Livre’ no qual o sol nunca se põe. Estes são os elementos de um novo despotismo”.  

Este novo despotismo, o fascismo ‘amistoso’ que Bertram Gross observou e denunciou em seus começos, é atualmente chamado por um outro nome, um com melhor reputação: neoliberalismo. A dinâmica ‘fascismo amistoso / fascismo hostil’ (friendly and unfriendly fascism) é fruto das políticas neoliberais. As corporações e o setor financeiro internacionais, na sua incessante busca por mais lucro e poder, vão tentar permanentemente impor ao mundo o fascismo ‘amistoso’ quando possível e o fascismo ‘hostil’ sempre que necessário para atingir os seus fins. Desta forma, o espectro político se reduz a uma escolha entre um e outro. O neoliberalismo e o fascismo ‘amistoso’ são um só. O fascismo ‘hostil’ sendo apenas a face mais sombria do neoliberalismo quando este tem que utilizar meios menos ‘amistosos’ para se impor.

Uma comparação entre o golpe de estado no Brasil e a situação na Venezuela ( antes da eleição da Assembléia Constituinte) ajuda a compreender melhor a dinâmica fascismo ‘amistoso’/ ‘hostil’.

No Brasil, em muitas das demonstrações de rua contra a Presidente Dilma Roussef, os fascistas mostravam sua tradicional face ‘hostil’: violentos, racistas, homofóbicos. Foi a relativamente rápida instalação e resultado do processo de impeachment, levando à queda da Presidente Dilma Roussef, que impediram que a violência nas ruas atingisse os mesmos níveis que vimos na Venezuela. Com o fim do governo de Dilma Roussef, a violência das ruas já tinha atingido o seu objetivo e não era mais necessária. O fascismo ‘amistoso’ do governo de Michel Temer – tão melhor para dar legitimidade ao golpe – pôde assumir o poder e iniciar o processo de destruição das conquistas e das políticas do governo anterior do PT: privatização de bens públicos, abertura das reservas de petróleo e outros recursos naturais do país para a exploração internacional – o que sempre foi a razão real por trás do golpe.

A Venezuela é um dos países mais ricos do mundo, não só em petróleo, mas em gás e outros recursos naturais. Hugo Chavez e a Revolução Bolivariana se comprometeram a usar estas riquezas para o desenvolvimento da própria Venezuela, em benefício de sua própria população, não para a ganância de algumas companhias transnacionais, o que é o maior crime que se pode cometer contra a ordem neoliberal. O fracassado golpe de estado respaldado por Washington em 2002 mostrou que desestabilizar a Venezuela não é uma tarefa fácil. A segunda tendência apontada por Bertram Gross é demasiado forte na Venezuela para permitir um golpe ‘suave’. O fascismo ‘amistoso’ na Venezuela não é uma opção, pelo menos por agora: as conquistas sociais e as políticas da Revolução Bolivariana já estão muito enraizadas na sociedade Venezuelana, elas são o resultado concreto do comprometimento e da luta política desta mesma sociedade, que irá lutar até o fim para defende-las.

O ‘establishment’ neoliberal na Venezuela, tão ansioso por recuperar o controle sobre as riquezas naturais do país, decidiu apoiar o fascismo ‘hostil’. Há uma grande parcela da oposição Venezuelana que parece seguir obedientemente o conselho de Hitler em ‘Mein Kampf: “O emprego regular e constante da violência é essencial para o sucesso”. A grande imprensa internacional, sempre servil ao poder estabelecido, aplaude esta decisão.

A dinâmica fascismo ‘amistoso / hostil’ pode ser resumida desta maneira: quanto maior a participação popular no Governo de um país, quanto mais forte e sólida sua democracia e sua determinação em utilizar seus recursos para o seu próprio desenvolvimento; então maior será a necessidade do uso do fascismo ‘hostil’ para combater estas tendências. No mundo Orwelliano em que vivemos, sob a ‘servidão corporativa’, atacar a democracia é chamado ‘defender a democracia’. A grande imprensa aplaude.

Franklin Frederick

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Brazil case
    No nossa caso o impasse entres estas 2 modalidades de fascismo está a linha crítica que separa a esperança do voto da realidade crua do fascismo hostil. E é nesse terreno que Lula joga: por maior que seja a pressão, ele nunca abandonou a arena política e trouxe a luta pelo voto como maior valor que uma democracia pode representar-se. Daí o medo das nossas oligarquias em relação ao voto. Qualquer nome, desde que não seja de esquerda!. A cartada final do jogo será confiscar o voto do povo. Neste momento será como entupir a válvula da panela de pressão! O que determinar o tempo para a panela explodir será a resistência do metal (o tecido social) mas o tempo exercerá uma pressão tal que a panela explodirá. Ou teremos uma guerra civil (de fato já estamos numa) ou uma guerra de fato contra outra nação (imperialista por definição )

  2. Falando em imprensa, chega a

    Falando em imprensa, chega a ser comovente o esforço dos jornalistas mercenários na defesa do golpe. Nenhuma figura de linguagem é poupada, nenhum sofisma é esquecido, nenhuma meia-verdade é negligenciada, nenhuma mentira é o bastante.

    De todas as TVs e rádios que acompanho ficam claras algumas coisas no comportamento desses “jornalistas”: 

    1. Eles se recusam a dar ao que aconteceu em 2016 o verdeiro nome: GOLPE;

    2. Fazem de tudo para amalidiçoar Lula e o PT;

    3. A Lava Jato é sacrossanta, pouco importa a falta de provas. Já os outros políticos, para os quais abundam provas, imperar o glorioso “silêncio amigo”;

    4. Perderam a vergonha;

    5. Nem sei se um dia tiveram alguma ética;

    6. Não fazem o verdadeiro trabalho de jornalistas, apurar, investigar, checar, rechecar, confrontar informações.

    Uma m***a de imprensa com jornalistas cuja palavra para qualificalos é impublicável.

    E, não se iludam, as pessoas, especialmente classe média coxinha imbecil, acreditam piamente nestes “messias do mal”.

  3. os….

    E tem gente que diz não entender o Brasil de 2018 e nosso fatalismo Tupiniquim. Para nossas Elites Esquerdopatas 1964 não acaba nunca. Pobre país de limitados.  

  4. Antes de falar sobre fascismo…

    Antes de falar sobre fascismo, não seria mal aprender do que se trata.

    Atualmente, fascismo virou um xingamento, quer dizer tudo o que é oposto daquilo que consideram bom e justo. Mas ironicamente, o regime político atual que mais se assemelha ao fascismo – estou me referindo ao regime totalitário e ultra-nacionalista criado no princípio do século 20 – é o bolivarianismo da Venezuela.

    Todas essas características do fascismo original se aplicam ao bolivarianismo:

    – Ultranacionalismo

    – Mobilização contra um inimigo externo, real ou imaginário, para afastar a atenção dos problemas internos

    – Culto à personalidade

    – Partido único (se o adversário vence a eleição, mela o jogo)

    – Organizações de massa, espetáculos, desfiles, hinos

    – O Estado e o Partido Único se confundem

    – Milícias controladas pelo partido, e não pelo Estado

    – Corporativismo com tutela do Estado sobre as relações trabalhistas

    – Militarismo

    – Capitalismo de Estado (a iniciativa privada é restrita)

    – Controle da economia pelo Estado

    – Bancos só emprestam aos amigos do governo

    – Criação de uma burguesia constituída por empresários amigos e membros do governo

     

    Discurso de Benito Mussolini:

    “Se liberalismo significa indivíduo, fascismo significa Estado. Nada fora do Estado, nada contra o Estado, tudo no Estado, tudo para o Estado”

    1. uma ciência para o ‘deep state’

      Uma insuficiência terminológica e conceitual da ciência social para o presente pode ser a causa do uso recorrente de expressões como fascismo e nazismo. Uma biblioteca inteira pode se revelar mera depositária de panfletos quando se considera a falta de uma ciência pública para o chamado ‘deep state’. Qual a terminologia apropriada por exemplo neste caso: Zbigniew Brzezinski, preparador de Tim Ossman (Osama bin Laden), em entrevista em 1998, ao Le Nouvel Observateur, destacada @therearenosunglasses:


      Q : When the Soviets justified their intervention by asserting that
      t hey intended to fight against secret US involvement in
      Afghanistan , nobody believed them . However, there was an element
      of truth in this. You don’t regret any of this today?

      B: Regret what? That secret operation was an excellent idea. It had
      the effect of drawing the Russians into the Afghan trap and you
      want me to regret it? The day that the Soviets officially crossed the
      border, I wrote to President Carter, essentially: “We now have the
      opportunity of giving to the USSR its Vietnam war” [emphasis
      added].

      Q: And neither do you regret having supported Islamic fundamentalism,
      which has given arms and advice to future terrorists?

      B : What is more important in world history? The Taliban or the
      collapse of the Soviet empire? Some agitated Moslems or the liberation
      of Central Europe and the end of the cold war?

      Q : “Some agitaed Moslems”? But it has been said and repeated :
      Islamic fundamentalism represents a world menace today…

      B: Nonsense! It is said that the West has a global policy in regard to
      Islam. That is stupid: There isn’t a global Islam. Look at Islam in a
      rational manner, without demagoguery or emotionalism. It is the
      leading religion of the world with 1.5 billion followers. But what is
      there in common among fundamentalist Saudi Arabia, moderate
      Morocco, militarist Pakistan, pro-Western Egypt, or secularist Central
      Asia? Nothing more than what unites the Christian countries…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador