Política é a ação coletiva para reivindicar direitos da cidadania: civis, políticos, sociais, econômicos, de minorias, etc. Segundo os diagnósticos apresentados nos livros lançados recentemente, estamos vivendo Era do Fim do Machismo, Era da Morte ou Fim das Democracias, Era do Populismo de Direita, Era do Neofascismo, Era da Mente Americana Mimada, Era da Pós-Verdade (Morte da Verdade) e/ou a Era Pós-Políticas Identitárias.
Michael Kimmel, no livro “Angry White Men: American Masculinity At The End Of An Era” (2013), indica: os acusados de defesa da Supremacia Branca com raiva doentia colocam a culpa do mal-estar sentido por eles em corporações gananciosas, legislaturas impassíveis, governos locais e estaduais complacentes. Há mudanças culturais capazes de enfurecerem os autodenominados nativos norte-americanos, isto é, os descendentes dos WASP responsáveis pelo genocídio dos nativos indígenas. Furiosos denunciam:
Acabou a Era do Direito Masculino Inquestionável e Incontestável. Este livro de Kimmel é sobre aqueles homens ainda não cientes disso ou aqueles capazes de sentirem “a mudança no vento”, mas determinados a “conter a maré”.
A questão-chave para Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, no livro “Como a democracias morrem” (2018), é outra: democracias tradicionais entram em colapso? Respondem: democracias ainda morrem, mas por meios diferentes. Desde o final da Guerra Fria, a maior parte dos colapsos democráticos não foi causada por generais e soldados, mas pelos próprios governos eleitos.
Líderes eleitos subverteram as instituições democráticas em países como Geórgia, Hungria, Filipinas, Polônia, Rússia, Sri Lanka, Turquia, Ucrânia, Nicarágua, Peru, Venezuela, Bolívia. O Brasil assumiu esse risco a partir da eleição em 2018 sem debate público de um programa governamental e posterior anúncio de um programa ultraliberal dos Chicago’s Oldies. A recessão democrática hoje começa nas urnas.
São quatro principais indicadores de comportamento autoritário:
David Runciman, no livro “Como a democracia chega ao fim” (2018), alerta para os três maiores riscos vivenciados atualmente:
Jan-Werner Muller se pergunta: “O que é o populismo?” (2016). O termo “populista” tem sido usado regularmente como sinônimo de “antiestablishment”, de maneira independente de qualquer ideia política. Os populistas se apresentam como “zangados” ou “raivosos” para atrair eleitores “frustrados” ou sofrendo de “ressentimento”. Todo político eleito, especialmente em democracias dirigidas por pesquisas de opinião, apela para falar em nome de “o povo”, isto é, a eventual maioria eleitoral em uma circunstância política ou comportamental ultrapassada.
É possível reconhecer e lidar com o populismo de três maneiras:
Yascha Mounk, no livro “O Povo Contra A Democracia” (2018), afirma: o que define o populismo é a reivindicação de representação exclusiva do povo — e a relutância em
tolerar a oposição ou respeitar a necessidade de instituições independentes. Por isso, com tamanha frequência ela põe os populistas em rota de colisão direta com a democracia liberal. A probabilidade de um populista causar um estrago duradouro à democracia é quatro vezes maior em lugar de outros tipos de governantes eleitos. Porém, em muitos casos, uma oposição disciplinada e atuante tem conseguido fazer frente às tentativas do governo de expandir seus poderes além das leis.
A experiência de outros países sugere três lições principais:
A oposição necessita aprender a lidar com os socialmente ressentidos. A maioria dos partidários dos populistas tem plena consciência de seu líder mentir, disseminar mensagens de ódio e não passar de um bronco. Mas, convencidos de os políticos tradicionais nada terem a lhes oferecer, é precisamente essa postura antissistema o atraente nele, por exemplo, o capitão de modo toscos contra a inteligência.
Sempre existe a chance, dizem a si mesmos, de o populista realizar uma fração de suas promessas irreais. Pelo menos, o populista vai poupá-los da hipocrisia envaidecida da velha-guarda. Jovens desqualificados pelo mercado de trabalho exigente de preparação mais adequada à atual revolução tecnológica se tornam anti-establishment.
Madeleine Albright, ex-Secretária do Estado no governo Clinton, no livro “Fascismo: Um alerta” (2018), relembra uma experiência vivenciada. O fascismo ganhou vida no início do século XX, quando o nacionalismo ressurgiu, somando-se à ampla decepção com o fracasso da democracia representativa em manter-se no compasso de uma revolução industrial impulsionada pela tecnologia. Muitas pessoas não conseguiam achar trabalho. Com a aristocracia desacreditada, a religião sob escrutínio e velhas estruturas políticas se dividindo, a doutrina de autodeterminação nacional dava esperança.
A doutrina fascista é vinculada a um nacionalismo populista fanático e à reversão do contrato social: em vez de cidadãos darem poder ao Estado em troca da proteção de seus direitos, o poder emana do líder e as pessoas não têm direitos. Sob o fascismo, a missão dos cidadãos é servir; o trabalho dos governantes, ditar as regras; e o de milícias paramilitares, atacar com poder de fogo.
Em próximo post, continuaremos com essas breves sinopses de livros políticos recentes para reflexão sobre a atual Zeitgeist. Significa espírito de época, espírito do tempo ou sinal dos tempos.
Fernando Nogueira da Costa – Professor Titular do IE-UNICAMP. Autor de “Métodos de Análise Econômica” (Editora Contexto; 2018). http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ E-mail: fernandonogueiracosta@gmail.com.
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"...Polarização Política: Democracia contra Racismo, Misoginia, Homofobia e Fascismo..." 9 décadas de Estado AntiCapitalista Ditatorial Absolutista Caudilhista Assassino Esquerdopata Fascista implantado na Quartelada Quintomundista de baixa patente de 1930. Não será fácil para o Capitão acabar com tamanha doutrinação que dura quase 1 século. Éramos a referência e vanguarda do Mundo, até o Golpe de 30. Para onde desesperados, sarnentos, doentes, pulguentos, miseráveis, desempregados alemães, franceses, chineses, russos, americanos, suíços, italianos, japoneses lotavam Navios em busca de Terra da Evolução e Progressismo., Terra de Governo Republicano de Voto Livre e Facultativo. Terra da 1.a República, República Paulista. Enquanto de EUA até Europa eram praticadas politicas de xenofobia, eugenia, limpezas étnicas, perseguições, nazismo, fascismo, onde seres humanos eram avaliados em escalas de valores tornando asiáticos como sub-humanos e africanos em escalas ainda menores. No Brasil Nossa Elite Intelectual, Política, Econômica, Financeira já era Negra e Miscigenada. Exemplos são milhares. De Machado de Assis a Presidente da República Negro Nilo Peçanha. Fora isto Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Tarsila, Carlos Chagas, Osvaldo Cruz, Santos Dumont, Raquel de Queiroz, Carlos Chagas, Emilio Ribas,... Jogamos tamanha vanguarda no lixo fascista esquerdopata de 1930. Em menos de 2 décadas já somos considerados Terceiro Mundo. Os Trabalhos de Hércules serão brincadeira, perto do trabalho que o Capitão terá. Cabeça se tornou em rabo na década de 30. Preservado pelas Elites Ditatoriais que ascendem com o Fascista, até os dias de hoje. Reverter estas políticas, acossado por tamanha censura, é a única saída para esta Nação. Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação