Quem ‘polariza’, cara pálida?
por Gustavo Conde
A elite brasileira é inimiga da cultura e da educação. Mas querem posar de cultos e educados. Esse é basicamente o resumo da nossa condição de país subdesenvolvido, aquém das potencialidades óbvias presentes na inteligência e na ética de nossa população pobre, em contraste com o servilismo e a burrice da nossa população rica.
O Brasil caminhava lentamente para se tornar uma potência educacional, mas essa elite vulgar bloqueou este processo com o impeachment sem crime.
Mais que a intolerância em ver pobres usando o aeroporto e tomando as vagas de seus filhotes nas universidades, a elite classista brasileira entrou em pânico com o protagonismo educacional da população pobre: são melhores em tudo, em matemática, em história, em português, em raciocínio lógico e, sobretudo, em ética.
Era só o país continuar a produzir a chance para que o povo trabalhador mostrasse a que veio no quesito inovação e civilização – seguindo o maior exemplo deste fenômeno cognitivo-histórico que é Lula – que o Brasil potência educacional consolidar-se-ia.
O resultado do Pisa e o tratamento dado a esse resultado por nossa imprensa genocida ilustra bem essa situação.
A Folha de S. Paulo publicou uma matéria onde se lê que os alunos ricos brasileiros são piores que o alunos pobres de outros países (na verdade, eles são piores que os alunos pobres brasileiros, mas isso só será revelado quando a metodologia do próprio Pisa deixar de dar tanto peso ao conhecimento formal e passar a considerar mais o “cérebro” humano).
Para responder a essa humilhação, o Estadão fritou seus escassos neurônios e publicou uma matéria-resposta: a de que “escolas privadas de elite superam a Finlândia no Pisa”.
Brasileiro burro e subdesenvolvido – e bem alimentado – adora citar a Finlândia quando o assunto é educação básica. É a nossa “Harvard” do ensino fundamental. É o bônus no pacote adicional de servilismo cognitivo estrutural impregnado em nossa elite.
Eita, elite burra, meu Deus!
É até constrangedor explicar que se você tomar UM colégio, ou um conjunto específico de colégios, produzir um sub dado, e comparar ao resultado global de outro país, haverá uma doce impressão de que existe “um Brasil” que é bom e que vale a pena.
Como é degradante pensar no jornal O Estado de S. Paulo e na sua linha editorial que faz qualquer pesquisador digno deste planeta se condoer em comiseração (pelo trágico raciocínio do veículo e por seu respectivo racismo, ao separar alunos pobres de alunos ricos, de maneira sub-repticiamente retórica).
É assim que funciona.
Essa imprensa familiar ‘senhora de Engenho’ não quer um Brasil soberano, civilizado e pujante. Ela quer um Brasil supremacista, exclusivista, racista e, se possível, totalitário (para evitar a chatice que é essa tal de democracia).
Afinal de contas, quem ‘polariza’ neste país, cara pálida?
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.