
Vou tomar emprestado do governador Flávio Dino uma metodologia para análise de cenários: a análise dos desdobramentos do golpe a partir das contradições que vai gerando e de seus efeitos sobre os principais atores políticos.
A partir desse insight, o Xadrez do momento torna-se particularmente instigante.
Peça 1 – as raízes do golpe
Já analisamos exaustivamente aqui as razões centrais do golpe. Uma sociedade em profundas transformações, novas formas de comunicação, a disputa pela hegemonia global entra EUA e China. E, finalmente, a instrumentalização da justiça brasileira pela DHS (o Gabinete de Segurança Institucional dos EUA) através da Lava Jato. Tudo ajudado, obviamente, pelos enormes erros políticos do governo Dilma Rousseff e da perda da visão estratégica do PT.
Há um vasto material no GGN sobre a cooperação internacional e a maneira como foi escolhido o juiz Sérgio Moro e os procuradores do Paraná, alimentados com vasto material fornecido pelo DHS, dos EUA, através da espionagem eletrônica e das investigações em paraísos fiscais. Quando começou a operação Lava Jato – como lembra o ex-juiz de direito Flávio Dino – eles já tinham todos os alvos mapeados, condição impossível de acontecer em uma investigação criminal normal.
A imensa ignorância institucional brasileira não se deu conta das contradições surgidas com os novos tempos. Houve o uso intensivo das redes sociais e da mídia em cima de alguns temas de aglutinação: o antilulismo, a luta contra a corrupção, o mal-estar generalizado com a perda de dinamismo da economia, a insegurança trazida pelo novo mundo, tanto nos costumes quanto no trabalho. E, no vácuo de poder que foi se formando, o protagonismo emergente das corporações públicas e o desmanche da Constituição pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Peça 2 – os principais atores políticos
No quadro há uma divisão um tanto arbitrária das forças políticas brasileiras atuais.
Dividi em cinco grupos principais.
Sistema
Trata-se do modelo básico das democracias representativas, a ordem criada pela Constituição de 1988 e que se esfarelou nos últimos anos. Integram o Sistema os seguintes atores:
Mídia Primeira Divisão– a chamada mídia de opinião, que foi a principal influência do mercado de opinião nas últimas décadas. É composta pelas Organizações Globo, Estadão, Folha, em outros tempos a Veja. Foi participante ativa do golpe, mas se afastou de Bolsonaro.
Congresso – ainda dominado pelos velhos partidos políticos que garantiam a governabilidade no pós-Constituinte, composto pelo PSDB, PMDB, hoje em dia representados pelo Centrão.
STF – principal responsável pelo desmanche institucional do país, hoje em dia tentando juntar os cacos do cristal partido e recuperar a ascendência sobre as instâncias de baixo.
Alto Comando das Forças Armadas – a chefia dos militares da ativa, até agora agindo de forma legalista e preocupados com a manutenção da hierarquia.
Empresários – É uma designação um tanto genérica, que junta de empresários do setor real da economia ao mercado.
PGR – A cúpula do Ministério Público Federal, às voltas com a rebelião das massas.
Direita
Representada pelas seguintes forças:
Mídia da Segunda Divisão – entram aí as demais redes de televisão, hoje em dia alinhadas com Bolsonaro.
Redes sociais – como explicitação maior do pensamento da classe média.
Baixo clero do Ministério Público –amplamente influenciada pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e outros movimentos de direita.
Baixo clero do Exército – único segmento das Forças Armadas no qual Bolsonaro tem ascendência.
Policias – entram aí as Polícias Militar e Civil dos estados e amplos segmentos da Polícia Federal.
Baixo clero do Judiciário – separo da cúpula do Judiciário para efeito de explicitação de uma das contradições que emerge do atual quadro político.
Ultradireita
Aí são os segmentos diretamente atuando sobre a radicalização política.
Lava Jato – principal ator político da ultradireita hoje em dia, trabalhando em cima da destruição do sistema político-partidário e da implantação do estado policial, especialmente sua vertente parnaense.
Fundamentalistas – os evangélicos radicais e os olavetes, dos quais os principais representantes são os filhos de Bolsonaro.
Mídia 3 – emissoras e sites que caíram de cabeça na radicalização político-ideológica.
Milícias digitais – grupos organizados em torno do WhatsApp, Youtube e Twitter, alimentados ou por perfis falsos ou pelos tweetes de procuradores e políticos do PSL.
Esquerda
Um agrupamento que junta lulistas, trabalhistas, democratas, sindicatos, movimentos sociais e ONGs ligadas a direitos humanos e meio ambiente e também a CNBB (Conferência Nacional dos Bisposto do Brasil).
Crime
As organizações criminosas que passaram a disputar eleições e a atuar como esquadrões fascistas. As duas principais são interligadas:
Porões – os ex-militares egressos dos porões, completamente alinhados com o colega Bolsonaro.
Milícias do RJ – além da força política, enveredaram pelos crimes políticos.
PCC – brandindo a bandeira dos costumes, influenciada pelo fundamentalismo evangélico, investindo contra os centros de umbanda.
Peça 3 – as contradições
No início, houve uma frente ampla reunida em torno das bandeiras do antilulismo. Terminada a grande guerra, a frente começa a rachar, afetada por várias contradições.
Base x cúpula
É a principal contradição que emerge do golpe.
A desconstrução da Constituição, perpetrada pelo STF, não afetou apenas o sistema partidário. Passou a estimular uma rebelião do baixo clero em relação aos controles hierárquicos de cada instituição.
É oi que tem levado a uma reação, ainda tímida, do STF, do Conselho Nacional de Justiça e da PGR. E tem despertado preocupações no Alto Comando das Forças Armadas.
As duas guerras centrais, neste capítulo, são o enquadramento da Lava Jato e o combate às milícias do Rio de Janeiro.
Democracia x ditadura
A Mídia 1, que estimulou o impeachment, acordou para o risco de se cair em uma ditadura militar. Vários setores que julgavam que o delenda PT resolveria todos os problemas, entenderam os riscos de um aprofundamento do estado de exceção. As idiotices do governo Bolsonaro estimularam a tomada de posição de muitos setores em defesa da democracia.
Pauta de costumes
A política regressiva dos Bolsonaros, pretendendo erradicar todos os avanços civilizatórios da pauta brasileira, criou um outro território de conflito, entre os fundamentalistas religiosos e os setores modernos da direita e do centro.
Luta de classes
Entram aí a tentativa de destruir o sindicalismo, a previdência pública, os direitos trabalhistas. É o principal fator de aglutinação da direita.
Peça 4 – a guerra à vista
Aproxima-se a primeira guerra mundial dos Bolsonaros. E o resultado final passará por esses jogos de contradições.
Não foi necessário muito tempo para o Sistema e a Direita moderna admitirem a total incapacidade de Bolsonaro de conduzir o país. Mantendo-se Bolsonaro no cargo caminha-se para a ingovernabilidade.
A única estratégia na qual se dependuram os Bolsonaro é na luta de classes e na radicalização da posição dos militares – agora, com esse chamamento para celebrar o golpe de 1964.
As esquerdas representam, paradoxalmente, seu único trunfo, permitindo-lhe recriar a figura do inimigo interno, juntando radicais fundamentalistas e os protagonistas da luta de classes radicalizada.
Há três cenários possíveis pela frente:
Golpe nas instituições liderado por Bolsonaro – é a aposta da família. Mas, dada a evidente incapacidade de liderança de Bolsonaro, trata-se de uma hipótese remota.
Novas eleições – parte da esquerda quer aproveitar o desmanche do governo para apostar em uma PEC garantindo novas eleições. Apenas irá fortalecer a polarização política.
Fator Hamilton Mourão – As opiniões pré-governo de Mourão são de arrepiar. Desde que o governo começou, no entanto, tem dado provas de racionalidade. Tornou-se uma avis rara em um governo de malucos. Tem buscado interlocução com diversos setores, incluindo os sindicatos. Mas não há a menor pista sobre qual seria seu perfil real, na hipótese de substituir Bolsonaro.
Há dois caminhos a serem trilhados.
O primeiro, o da conciliação. Tem-se parte relevante do país cansado de guerra. Um estadista teria a faca e o queijo nas mãos, liderando um grande pacto de reconstrução nacional. Mas o pacto implicaria, também, em garantir as próximas eleições e o respeito aos resultados das urnas. E aí a porca torce o rabo.
Por outro lado, um futuro governo Mourão permitiria a reaglutinação da direita, incluindo partidos políticos, empresários e mercado. Em geral, a tentação da perpetuidade induz as lideranças a apostar na radicalização, e na redução do espaço da oposição.
A melhor estratégia da esquerda democrática será ampliar as alianças, sair do isolamento e discutir pactos factíveis com as demais forças democráticas em torno da Previdência e da legislação trabalhista.
No plano econômico, o maior desafio atual será barrar essa irresponsabilidade de Paulo Guedes de criar a capitalização na Previdência. Seria o fim da previdência pública e o aprofundamento sem limites do abismo social.
Jogo as fichas na mesa e não ouso fazer uma aposta.
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Não esquecer que as urnas são inauditáveis e não há garantia alguma que não sejam (e que já não foram em 2018!) mexidas por hostes bolsonaristas para influenciar no resultado das próximas eleições!
“O primeiro, o da conciliação. Tem-se parte relevante do país cansado de guerra. Um estadista teria a faca e o queijo nas mãos, liderando um grande pacto de reconstrução nacional”. O estadista está preso em Curitiba!
Parabéns por ter usado as 3 palavras proibidas no discurso público brasileiro: “luta de classes”, que são, simplesmente, as que explicam tudo desde 22.04.1500. Aleluia!
Vero!
não haverá conciliação. pois nenhuma conciliação será capaz de superar as atávicas contradições constitutivas de um Brasil ávido por libertação.
não se trata de opção política. e sim, justamente, de falta de opções. estamos condenados a nos constituir como Povo e Nação. ou então desaparecer…
os Generais também não tem opção.
se há algum ponto positivo na Lava Jato & Associados é expor à luz do meio-dia os crimes da lumpenburguesia brasileira, comprometida historicamente com a pilhagem da natureza e da população.
ou o grande empresariado é responsabilizado, e os atuais crimes da Vale, do agronegócio e dos banqueiros são emblemáticos, ou continuaremos aprisionados numa crise sem fim, da qual nada e ninguém sobreviverão.
caso os Generais não cumpram com as demandas históricas de libertar o Brasil de uma lumpenburguesia neo-colonial e semi-escravagista, mesmo assim a Guerra de Libertação será travada. mas será ainda mais brutal e traumática.
provavelmente os Generais ainda não se deram conta, mas marchamos de mais uma onda BolsoNazi, de tantas em nossa História, em direção ao momento Geisel, e deste ao momento Chávez.
déjà-vu.
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Rapaz, com excessão do último parágrafo, sobre o qual tenho cá minhas dúvidas, concordo contigo.
tb tenho minhas dúvidas. e não são poucas.
mas a realidade é que as FFAA são o governo. Bolsonaro não tem condições de governar. e os Três Primeiros Filhos são a garantia de que nunca terá. nunca serão.
o que pretendem os Generais acerca dos nossos dois mais urgentes problemas: endividamento e renda.
bater continência para Paulo Guedes, com sua receita de aprofundamento ultraliberal do austericídio?
os Generais agem como se tivessem opção. mas não tem… nenhum de nós tem…
agimos como se estivéssemos numa encruzilhada, mas já não há nenhuma escolha a ser feita. a opção se deu muito tempo atrás.
a cobra vai fumar.
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Todos os fatores conduzem para a volta dos militares ao poder – agora pela via constitucional – de alguma forma, Bolsonaro é descartado, o vice assume. Temos aí caracterizado um governo constitucionalmente eleito e com todas as características de direita. Observem os movimentos do Mourão, a formação de sua rede de apoio tanto interna quanto externamente. O desenho foi criado antes da eleição. Só esperemos a aprovação de medidas impopulares, como a Reforma da Previdência, entre outras, a partir daí o “estrago” já está feito e, preparada a rampa para o sr. Mourão e seu grupo.
Sendo o Brasil o que é e tendo o povo que tem: as elites se aglutinam em torno do Mourão, Botafogo e seu centrão faz o papel de empregados da elite no que será seguido pelo Senado cajuru, a imprensa dos capos faz as relações públicas e o futuro é de Deus acima de todos. Bolsonaro e filhos ficam para agitar o chicote sobre as costas do cordato e temente a Deus povo brasileiro. Enquanto tiver gordura pra queimar e recursos naturais para explorar o Brasil continuará igual ao que sempre foi. Um país cruel e apodrecido. A esquerda, as instituições, a civilização? Ora, ora. É mais fácil esperar por Deus. E nessa espera que ao menos se faça a justiça divina do prêmio Nobel da Paz ao Lula, o que sonhou mover as enferrujadas engrenagens que paralisam esse país. Ops, olha eu dentro do sistema deles esperando justiça divina. Tem muitas trevas pela frente,
Penso que é dispensável uma bola de cristal, tudo aponta para Mourão substituindo os crápulas. Contudo, as forças armadas são uma força auxiliar do grande capital. A distopia é o futuro próximo.
A meu ver, o Brasil rejeitou a era dos pactos possíveis, Nassif. O PT paga a conta dos pactos até hoje; quem quer colocar o pescoço agora? Falar do PT é fácil, difícil é fazer os pactos.
Sempre que uma análise destas aparece, batem nos erros da DILMA. Os governos petistas nem tiveram tempo para respirar e já as forças demoníacas caíram em cima com as mesmas manobras de outrora; não há segredos sobre como chegamos aqui.
Fatalmente passaríamos por essa aberração. As mesmas forças do golpe de 64 com seus generais de pijama, não engoliram a DILMA. Não houve tempo para destruí-las, desbarata-las, puni-las. Quando DILMA criou a comissão da Verdade, foi a gota d’água. Juntaram-se novamente e criaram o caos. Mais do que previsível.
Entretanto, hoje, temos um fascista que está no meio da sala, atravancando a saída. Como iremos tira-lo de lá e salvar o BRASIL da desonra?
Muito boa análise, dá a noção clara do quanto estamos perdidos. Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega. Mourão já deixou claro que pretende dar sequencia ao que os empresário abutres do nosso país querem. Pode parecer razoável mas no fundo ele quer a mesma coisa que o Bolsonaro, só que sem a bajulação aos EUA e os tresloucados olavetes. Está difícil de ter alguma esperança, vai depender de atores que não vinham desempenhando papel positivo, como STF, congresso, mídia e forças armadas.
Não haverá conciliação, esqueçam.
Vocês ainda acreditam que coxinhas e fascistas aceitariam um retorno ou mesmo um protagonismo da Centro-Esquerda?
A nação está podre.
Está exposto ao sol para nós como é má, podre e mesquinha nossa elite e nossa classe-média.
Eu desisti.
A resistência é a seguinte: Paralisação dos meios de transporte (caminhoneiros, ônibus,táxis,aplicativos etc…)e consequentemente todas as outras massas trabalhadoras irem no embalo mas para isso devem ser antecipadamente avisadas q TERÃO Q PARAR e pra isso é só esperarem o START de qq uma destas categorias de transporte (autonômos,individuais sem a influência de sindicatos(tô piscando o olho) para o Judiciário não encher o saco com multas)esse é o caminho e já avisando q vão privatizar as refinarias e a gasolina/diesel vai aumentar em muito
PAULO GUEDES (BANCOS)MATADOR DE VELHINHOS(PRINCIPALMENTE NO CHILE)É PRECISO ESCANCARAR O Q O SETOR FINANCEIRO ESTÁ FAZENDO COM NOSSOS EMPRESÁRIOS/PESSOAS TODOS SENDO LIMITADOS NA POSSIBILIDADE DE GANHOS E SENDO EXTORQUIDOS, ELES(EMPREOTÁRIOS)DEVEM SE TOCAR TB Q BANCOS ESTÃO ESTRUTURANDO A FALTA DE DINHEIRO NO PAÍS !ACORDEM SEUS BOBOS!!
tenho esperanças , mas tá difícil, como sempre foi,
enfrentar essas infamias desses regimes de
exceção, como ocorreu em 64 e ocorre atualmente no país…
discordo, por exemplo , dos que insistem em
dizer que o governo dilma foi um desastre…
absurdo…é o mesmo que alguém dizer que
a vítima é culpada porser estuprada….
Se o senhor editor não aposta um tostão de mel coado,por que eu devo botar o meu na reta?Tipico do caso para os “Olavetes”vaticinar uma saída.Quem sabe o Ernesto,o idiota,segundo Noblat,não tem uma solução para tantas questiúnculas,depois de deblaterar que o “nazismo é de esquerda”.Isso não mais um Xadrez,quiçá,a chave da cadeia.Tô fumado.
Simples, é só chamar os “bons” da Marina que eles dão um jeito nisso. A sério, não está havendo contradição. Desde o início a frente ampla golpista esteve reunida mas não unida. Hoje pode ter se dispersado um pouco mas sem mudar o foco. A midia 1 quer se desvencilhar de Bolsonaro mas nada tem contra a ditadura militar. Os setores modernos da direita e do centro são os fundamentalistas religiosos. O sindicalismo e os direitos trabalhistas já foram aniquilados; a previdência está em vias de. No STF temos um Facchin, portador de nossas esperanças quando nomeado, agora preocupado em multar Haddad por impulsionar conteúdo negativo contra Bolsonaro !!!!!!!. Teria sido Haddad o autor da mamadeira ? E os eleitores do “mito”, principais responsáveis pelo descalabro, estão quietinhos, mas “sabem” que os culpados de tudo são uma gerentona e um presidiário, que entronaram a corrupção no governo. Quem duvida é só perguntar a eles. “Só a dor faz o espírito reconhecer os seus erros”. Mas pelo nível da anestesia coletiva parece que ainda falta muita dor para o despertar. Quem não morrer verá.
A esquerda tem que seguir suas pautas. Mesmo que algumas sejam fatores de aglutinação da direita, não da para radicalizar, mas já não tem espaço para ceder, tem que manter e retomar o terreno perdido.
1) A liberdade de Lula é uma luta que é justa, já que sua prisão é meramente política.
2) A reforma da previdência proposta é um absurdo, não tem como negociar, tem que ser rejeitada totalmente.
3) A esquerda mesmo em minoria no congresso tem que ter posições claras, e mostrar isso ao eleitor. Temos algumas liderança que já começam a se destacar como Freixo na Câmara. Haddad esta em processo de consolidação de sua liderança. E Lula é um trunfo, ele agrega mais do que desagrega. Tanto que a lava jato não quer dar a menor chance dele ficar livre nem por um segundo.
4) A esquerda não pode radicalizar, mas não pode ter medo de enfrentar o adversário, sem ter medo de derrotas em batalhas, mas sempre com o objetivo de vencer a guerra.
5) O bolsonaro tem que ser criticado e desmobilizado pela suas ações e não suas provocações. Exemplo de prático temos o aumento do desemprego, esse ponto tem que ser explorado ao máximo.
6) A fake “guerra” de Maia e bolsonaro, a esquerda não tem que tomar partido, e continuar sendo politicamente contra os dois. Conforme o fato tem que tender a um lado, não da para apoiar o Maia sempre.
7) As eleições são o único caminho para sair desse caos, foi um erro a esquerda ter ficado em dúvida quando Temer esteve para cair. Se bolsonaro tiver mesmo para cair a esquerda tem que ajudar, independente se Mourão assumir.
8) bolsonaro, Maia, Mourão são os adversários. Quanto ao Maia e Mourão a esquerda tem que mostrar eles como parte do problema e nunca como solução.
9) eleitoralmente a Lava Jato sonha com Moro presidente, missão quase impossível pela quase nula capacidade de liderança de Moro. Mas a esquerda deve monitorar, e sempre mostrar Moro como parte fundamental do problema.
10) Hoje aumenta a cada dia a insatisfação com a situação. Mas uma parcela grande dos eleitores de bolsonaro ainda não acordaram do pesadelo. E tendem a manter apoio a esse governo, são grupos pequenos mas poderosos, que podem reverter o quadro em favor da direita, seja que direita seja, da do bolsonaro, ou de algum candidato do mercado, ou fora do sistema, como várias tentativas foram posta nas eleições passadas, e de certa forma o bolsonaro pegou. Novos e velhos “Hulck”, “Amoedo”, “Barbosa”, “Moro” serão testados e descartados ou aproveitados.
11) A esquerda tem que ventilar nomes para concorrer Haddad, Boulos, Manoela tem que se manter candidatos, mesmo que suas candidaturas não se viabilizem.
12) Haddad ganhou muita força no final do segundo turno junto a classe média, que o PT tinha perdido com Dilma. Nas classes mais pobres Haddad e o PT são os que tem mais confiança.
13) O cenário atual é bem melhor para a esquerda do que uma projeção logo depois das eleições. Que o governo bolsonaro seria um desastre todos sabiam, mas que seria tão fraco politicamente nesse momento era pouco provável. Tem que aproveitar esse momento, já que como aconteceu com Temer ele resistiu no cargo. E o Brasil não suportaria 4 anos com bolsonaro, seria o caos, desemprego e estagnação econômica.
14) Hoje as metas são neutralizar e se possível tirar o bolsonaro. Não deixar Maia crescer a ponto de se viabilizar como sucessor.
15) Concluindo. Inimigos que deve ser combatidos até ficarem irrelevantes é bolsonaro, Lava Jato e Globo, esse não se deve se aliar nunca, no máximo ficar neutro. Adversários que devem ter seus poderes diminuídos são: Maia, STF, Justiça, Estadão, Folha, esse eventualmente podem ser aliados em embates pontuais, mas sempre vistos com adversários.
O mercado deu um tiro no pé ao apostar suas fichas no Chicago Boy da economia, então, cabe a esse mercado sugerir sua saída. O Olavete vem perdendo força junto com o Bozo. Os seguidores de ambos já começam a perceber que ambos são malucos. Esses seguidores vão acabar propondo a saída dos dois do cenário político. Não está claro que o vice (e demais militares que estão nos cargos) possui carta branca dos militares da ativa para retirar o Bozo. Os militares da ativa e da reserva ainda não conseguiram avaliar qual será a reação do Bozo caso ele seja pressionado a sair. Imaginem se o Bozo convoca seus seguidores malucos para as ruas. Qual seria a reação das PMs e das milícias que o apoiam. O país parece estar em uma sinuca de bico. Sair dela é para grandes jogadores.