Brasil em Transe: 34 anos depois

 

“O senhor traz a necessária renovação e a liberação das amarras ideológicas que sequestraram o livre pensar, embotaram o discernimento e induziram a um pensamento único e nefasto.”

General Villas Boas, rendendo agradecimentos ao Presidente Bolsonaro – 11/01/2019

“Essa conta não pode vir pra gente, né?”

General Vice-Presidente Mourão, sobre o rompimento da barragem da Vale em Sobradinho, 25/01/2019

há 34 anos atrás, o último Ditador General saiu pela porta dos fundos do Palácio do Planalto, recusando-se a passar a faixa para o sucessor. mas Figueiredo nunca escondeu que ao cheiro do povo, preferia o das cavalgaduras.

após 34 anos, na noite de 20-JAN-2019 os Generais voltam à Presidência da República.

mesmo interinamente através de um General Vice de um Capitão Presidente, o qual em poucos 20 dias de mandato já está desmascarado e desmoralizado. devidamente. definitivamente

trata-se de um General Vice cuja primeira demonstração de liderar pelo exemplo foi dar um jeitinho para promover o próprio filho.

um General Vice que durante a campanha não hesitara em afirmar ser o Coronel torturador Ustra um herói.

assim como antes o Capitão Presidente dedicara seu voto pela admissibilidade do impeachment ao mesmo Coronel Ustra, o primeiro oficial brasileiro a ser declarado como torturador numa sentença oficial.

a apologia do Capitão Presidente à tortura, aos grupos de extermínio e às milícias é uma óbvia consequência de após 34 anos os Generais manterem até hoje ocultos nas trevas os porões da Ditadura Civil-Militar.

a dupla Capitão Presidente e General Vice agem como se representassem a vingança de seu herói torturador Ustra.

o revanchismo dos porões da Ditadura Civil-Militar contra uma “abertura lenta, gradual e segura”, que embora mantivesse intocado o entulho autoritário desmontou de vez com o próspero negócio da tortura executado pelos DOI-Codi.

qual o segredo oculto na Casa da Morte? os porões da Ditadura jamais poderiam operar sem bater continência aos Generais Ditadores, e muito menos sem o patrocínio dos grandes empresários.

Bolsonaro é o Capitão do baixo-clero da tortura: sargentos, policiais, milicianos, grupos de extermínio, esquadrões da morte.

Mourão é o General do grande capital: esta lama tóxica que expropria e destrói nossos recursos minerais e humanos.

Mourão e Bolsonaro não existem um sem o outro. assim como os grandes empresários não existem sem os dois.

por isto mesmo, a hipocrisia, o cinismo e as mentiras do Capitão Presidente não resistiram ao seu “completo despreparo na arte de tornar vidraça”.

nem ainda tendo acertado sua dívida com a rodada anterior, mais uma vez o lance pertence aos Generais.

se em 34 anos os Generais se recusaram a fazer seu acerto de contas com a História, agora é a História ela mesma quem vem para fazer seu acerto de contas com eles.

as ossadas se levantarão das covas rasas, os cadáveres calcinados nos fornos nas usinas de açúcar irão se recompor, milhares de indígenas exterminados estão se erguendo do vale da morte.

mas não só eles. junto também virão os espectros da herança maldita do amaldiçoado “Brasil Grande” dos Generais: hiper-inflação, faraônica dívida externa e mega desigualdade social.

enfim reaparecerão todos e tudo que foi “desaparecido”. num inesperado, atordoante e inclemente Kuarup para assombrarem os Generais.

que venham os Generais! e que venham com eles todos os seus fantasmas e demônios!

como bem já o disseram Janot e Barroso: “2016 não acaba. É a era de Aquarius ao inverso”. são as “trapaças da sorte”.

o Golpeachment se tornou um tipo de maldição. e a conta desta maldição por um longo tempo continuará vindo para todos nós.

não restará pedra sob pedra. Deus não é brasileiro e não terá qualquer misericórdia desta Nação.

mais uma vez: da lama ao caos.

“Nós devemos começar hoje um projeto radical: nossa clara separação com o mundo de cima.

Temos de lançar experiências locais na recuperação de terras abandonadas, poluídas, ameaçadas e desmatadas! Precisamos reconstruir nosso mundo a partir de baixo com nossas mãos, com nossos corações, com nossa força vital.

Então, homens e mulheres de baixo, saiam da web, saiam das bolhas digitais, saiam dessa prisão funerária! Vamos encerrar os softwares, sair dos programas! Não hesitem mais! Não recuem! Vamos descarrilar este trem da morte! Nunca nos deixememos mais ser codificados pelo mundo de cima! Vamos criar curtos circuitos a partir de baixo! Espalhem o vírus amarelo em todo o mundo!

A nós.”

Carta 20: Vamos teclar “DESLIGAR”!

LES LETTRES JAUNES – GILETS JAUNES·QUINTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2019

música: “INSTANT KARMA” John Lennon

https://www.youtube.com/watch?v=BXF9A3oWnho.

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Redação

5 Comentários

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  1. O discurso do general

    Diz o paralisado general, do alto de sua cadeira deslizante:

    “O senhor traz a necessária renovação e a liberação das amarras ideológicas que sequestraram o livre pensar, embotaram o discernimento e induziram a um pensamento único e nefasto.”

     

    Diz-nos a realidade que nos espera sob novo governo:

     

    “O senhor traz a associação com as amarras ideológicas que sequestram o livre pensar, embotam o discernimento e induzem a um pensamento único e nefasto.”

     

    Como você pode ver, Arques, é só uma questão de ponto de vista.

    Quando todo mundo acha que está certo, o mais certo é o que tem mais força.

    A razão, vai pras cucuias.

    A noção de liberdade para quem é livre é ser livre e deixar livre.

    A noção de liberdade para o encarcerado é ter o direito de submeter o outro.

    Vide Damares.

    Quer submeter o vivente desde o berço.

    Abrs.

    1. Brasil em Transe: 34 anos depois

      -> Diz-nos a realidade que nos espera sob novo governo:

      compreendi. concordo. mas veja de um outro ponto de vista: o que a realidade está dizendo para o novo governo sobre o que lhe espera?

      -> Quer submeter o vivente desde o berço.

      concordo. já conversamos um pouco sobre isto:

      – longe de ter a ver com o futuro, a vidência é “a visão do que está tomando forma” aqui e agora. ver neste exato instante aquilo que apenas tarde demais todos acabarão também por ver.

      o que nosotros estamos vendo?

      – uma tempestade de fogo frente a qual estamos num passageiro dia de véspera;

      – enquanto a tempestade se forma, agora o governo Bolsonaro já tem aqui mesmo algo urgente urgentíssimo para se dedicar, ao invés de seu açodamento em reconhecer um governo interino na Venezuela.

      Deus não terá nenhuma misericórdia de nós. e nem adianta se declarar ateu…

      .

  2. Olá arkx. A intuição, um tipo

    Olá arkx. A intuição, um tipo de vidência, me diz qur perdemos de vez o bonde da história. Não escaparemos do rio de lama que vem em nossa direção. Veja só, o povo norte americano está preso numa gaiola, e nosso povo enjaulado dentro dessa gaiola dos gringos. A única saída é um curto-circuito no sistema,  não à partir de baixo, mas do topo. 

    1. Brasil em Transe: 34 anos depois

      -> A única saída é um curto-circuito no sistema,  não à partir de baixo, mas do topo.

      no topo o sistema já está em irreversível curto-circuito, levando a um duplo aniquilamento: ao armagedon nuclear e à extinção ecológico.

      só o mundo de baixo é capaz de providenciar uma alternativa.

      “Aqueles no topo nos pedem para nos curvarmos enquanto esperamos pela catástrofe. Eles nos pedem para nos juntar às suas fileiras! Eles nos pedem para fazer um acordo com o diabo! Mas é ficando longe do mundo deles que podemos parar essa cadência infernal. Ainda temos a oportunidade de virar a maré para semear novas sementes em solo fértil.”

      .

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