A Ucrania e o renascimento da história 3

Enquanto algumas pessoas ainda não perceberam as verdadeiras implicações do conflito na Ucrania, outras se preparam para o pior: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2014/02/28/103152-bunker-para-o-dia-do-juizo-final-recebe-20-mil-novas-especies.html .

 

A guerra entre EUA e Russia parece inevitável neste momento. A questão não é mais saber “se” haverá guerra e sim “quando” será disparado o primeiro tiro.

 

A inevitabilidade do conflito deriva de um fato banal: cada um dos lados acredita que não pode ceder sob pena de perder prestígio e comprometer sua existência futura. Os russos acreditam que não podem abrir mão do controle dos gasodutos através dos quais vendem gás a Europa. Os norte-americanos acreditam que devem ter hegemonia total e incontestável em todos os lugares o tempo todo. A décadas a Casa Branca vem demonstrando que prefere usar a força bruta como um substituto à diplomacia.

 

Hannah Arendt afirma que “O poder só é efetivado enquanto a palavra e o ato não se divorciam, quando as palavras não são vazias e os atos não são brutais, quando as palavras não são empregadas para velar intenções mas para revelar realidades, e os atos não são usados para violar e destruir, mas para criar relações e novas realidades.” (A condição humana, 10ª edição, Forense Universitária, 2008, p.  212).

 

O novo regime de Kiev nasceu viciado pelo uso da força. O Svoboda, partido nazista neo-ucraniano, não esconde que seu poder nasceu das ruas e dos fuzis. Muito pelo contrário, seus líderes se orgulham disto e se dizem dispostos a usar a força para se manter no poder e para repelir a agressão russa.

 

A invasão da Criméia por tropas da Rússia também é um ato de força, mesmo que tenha sido apoiada pela população local. Aproximadamente 20 milhões de ucranianos falam russo e tem publicamente se manifestado contra o regime nazista instalado em Kiev.

 

O governo dos EUA considera  “…unacceptability of invading a sovereign country on phony pretexts” http://www.youtube.com/watch?v=3GUYl_RYvfw. E o Kremlin responde  “… tests monster Topol ballistic missil” http://linkis.com/youtu.be/DJD2c . Apesar do blá, blá, blá diplomático é evidente que uma nova Guerra Fria começou. Em breve os norte-americanos reiniciarão testes nucleares para ameaçar os russos e obrigá-los a fazer o mesmo?

 

Neste contexto de uso de força e ameaças de destruição cataclísmica  não há espaço para a criação de relações, de realidades e de um poder legítimo na Ucrania neste momento. Isto é um fato. A incapacidade de aceitar este fato precipitará o pior? Esta meus caros é a verdadeira pergunta.

 

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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