Em relação ao que foi divulgado pelo setor deComunicação Social da DPGU e reproduzido na mídia [leia abaixo]:
Pergunto-me: Onde estão as “incorreções” e as “informações confusas” do ponto de vista linguístico? Teria sido a obra lida pela ótica da ciência linguística? Teria sido notado que, lá na obra, não se propõe o ensino “errado” da língua, mas uma reflexão sobre o falar e o escrever genuíno da clientela a que se destina o livro e mostrar-lhe que há uma outra forma privilegiada e aceita como “norma padrão”? Ao que parece, nem leram, nem notaram… Nem refletiram.
O que impede a inclusão social é não conceber que existem outras formas de comunicação e expressão linguística numa variante diversa da dita padrão e que essa variante [com os “desvios” que contrariam a norma padrão] tem de ser respeitada a partir de contextos específicos. Não considerar isso é aprofundar o isolamento dos ditos “analfabetos e iletrados” e, assim, excluí-los socialmente.
Do ponto de vista linguístico, equivocada é a premissa de que haja o “errado” e o “certo” numa língua viva.
Dirão: mas não se ensina linguística na escola. Direi: ensina-se, sim. Basta ver a aplicação das diversas contribuições dessa ciência e de outras afins para o ensino da língua materna.
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