Por Suki Ozaki
“Neste 19 de abril, Dia do índio, minha homenagem vai para esses pequenos resistentes Guaranis que conheci nas beiras das rodovias de Mato Grosso do Sul. Eles não fazem parte de nenhuma estatística do Governo, nem da Funai, nem do IBGE e de nenhum órgão oficial porque são “desaldeados” e os “sem aldeias” tornam-se invisíveis. Simples assim. Mas mesmo que as estatísticas neguem , eles EXISTEM, estão lá, morando embaixo de lonas, nas beiras das estradas empoeiradas, com seus olhinhos famintos, suas doenças e suas tristezas. Aprendi a respeitá-los porque mesmo cercados por tanta miséria e violência eles guardam o sorriso e a esperança, são mais fortes do eu e você!” (Suki Ozaki)
Suki Oaki mora em Campo Grande, MS e é Produtora e Repórter no SBT-MS
O chamado ativismo judicial provoca rusgas institucionais desde o tempo do mensalão, antecedendo os ataques…
Denúncias de alienação descredibilizam acusações de violência contra menores e podem expor a criança aos…
Os dois conversaram sobre o combate à desigualdade e à fome. Para Dilma, o papa…
Os pesquisadores constataram que pessoas que sofrem de hipertensão sofrem ainda mais riscos, especialmente as…
Caso ganhou repercussão no interior de SP; jovem faleceu após ser baleado na região do…
É papel do Banco Central administrar as expectativas de mercado, mas o que o presidente…
View Comments
Para a Funai eles não são invisíveis
Primeiro gostaria de reafirmar a situação desumana que sofrem essas comunidades à beira das estradas e fazendas. Esses acampamentos se formam, em grande parte devido a conflitos internos nas aldeias e reservas, obrigando grupos conflitantes ou aprocurar novos espaços ou a retornar a espaços ancestrais. É um problema histórico, atribuido ao confinamento que o intituto atroz das Reservas Indígenas, verdadeiros espaços de confinamento, criaram entre grupos étnicos e familiares distintos, obrigando-os a conviver em espaços minúsculos.
Ao contrário do que mostra o pequeno texto, eles não são ignorados pela Funai. Só na Coordenação Regional de Dourados (Funai) estão listadas 33 diferentes comunidades(entre aldeias e acampamentos), sendo que 28 são de acampamentos indígenas. Há quatro coordenações técnicas locais atentendo essas comunidades no tocante a questões relacionadas à documentação, cestas de alimentos, conflitos internos ou com fazendeiros e lonas plásticas para a construção ou manutenção dos barracos. As demandas são intermináveis. A maioria dessas ocupações não está na beira das rodovias, mas em áreas de retomada, em processo de demarcação inconcluso ou dentro de propriedades privadas (o que dificulta a ação de Funai e Sesai).
A estrutura de atendimento é insuficiente, diante da trágica situação dos indigenas. Mas de fato, eles não estão esquecidos, como sugere o texto. Algumas prefeituras, através do CRAS e CREAS trabalham em cooperação com as equipes da Funai e Sesai, mas se há um poder que ignora os indígenas em situação de acampamento é o governo do Estado do Mato Grosso do Sul.
Cabe, no entanto, questionar: qual é o grande óbice para que esses grupos superem sua condição miserável e desumana? A solução (ou o início dela) seria a agilização e a concretização das demarcações de terras.
Obrigada pelo esclarecimento
Gostaria de saber mais sobre o assunto.
Mais fotos da Suki Ozaki ,
Mais fotos da Suki Ozaki , dos "desaldeados" indígenas no MS :
https://www.facebook.com/suki.ozaki/media_set?set=a.621484021275462.1073741872.100002416082947&type=1