MoA: Israel declarou-se estado de apartheid

no Blog do Alok

MoA: Israel declarou-se estado de apartheid

19/7/2018, Moon of Alabama

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Hoje, Israel declarou-se estado de apartheid: 

“O Knesset [parlamento israelense] aprovou nessa 5ª-feira uma lei muito controversa que define Israel oficialmente como pátria nacional do povo judeu e afirma que “a realização do direito de autodeterminação em Israel é exclusivo para o povo judeu”, com 62 deputados votando a favor da nova lei, e 55 contra.

A lei do estado-nação também inclui cláusulas pelas quais uma “Jerusalém unida” é a capital de Israel; e o hebraico é idioma oficial do país. Outra cláusula diz que “o estado vê o desenvolvimento de assentamentos [são colônias (NTs)] como valor nacional e agirá para encorajar e promover o estabelecimento e a consolidação [de mais colônias].” 

“A lei, que tem status de lei básica (aproximadamente o mesmo de uma lei constitucional em países que têm Constituição escrita), foi aprovada na madrugada da 5ª-feira por 62 votos a favor e 55 contra, depois de horas de discussão e debates ferozes. Entrará em vigor logo que seja publicada no Diário Oficial do Knesset.

Numa cláusula que enfureceu os deputados árabes, a lei declara explicitamente que “o direito de exercer autodeterminação nacional no Estado de Israel é exclusivo do povo judeu.” 

A lei determina a segregação:

[parte da lei visa a promover o] “estabelecimento e a consolidação de assentamentos de judeus”. 

Israel jamais definiu as próprias fronteiras. Apossou-se ilegalmente de toda a terra pública na Cisjordânia ocupada. Essa terra passa agora a ser garantida com exclusividade a colonos judeus:

“Ao longo das cinco décadas de controle sobre a Cisjordânia, Israel demarcou como terra pública centenas de milhares de acres, e alocou quase metade disso para uso público. 

Mas apenas 400 desses acres – 0,24% do total da terra alocada até agora – foi destinada a ser usada por palestinos, segundo dados obtidos por um grupo que se opõe às colônias em terra palestina, e que recebeu informações solicitadas nos termos da lei da liberdade de informação. Cerca de 80% da população da Cisjordânia são palestinos.

O grupo Peace Now disse que os demais 99,76% da terra foi entregue para uso de colonos israelenses.”

A população de árabes em Israel e territórios ocupados é igual [em números] à população de judeus israelenses. A alocação para “uso público” de terra roubada às populações nativas proprietárias legais, para uso exclusivo de imigrados judeus, já é uma de várias questões em que se confirma a discriminação por apartheid. Antes, o apartheid estava em contradição até com a lei de Israel. Agora, a criação de colônias exclusivas para judeus passa a ser exigência constitucional. A criação e a expansão acintosamente ilegais de colônias exclusivas para judeus em terra roubada dos palestinos passam a ser exigência da lei constitucional em Israel. Palestinos muçulmanos e cristãos passam agora a ter de pagar impostos para serem, eles mesmos, expropriados. 

Existe povo budista? Existe povo católico? Mereceriam ganhar nação e terra exclusivas só deles, por serem budistas ou católicos? Claro que não. Até a ideia é impensável. Judeus da Etiópia, da Índia, da Lituânia, do Irã e da Polônia têm ou aspiram a alguma mesma ‘nacionalidade judaica’? Por que então constituiriam um ‘povo judeu’, nos termos do que estipula a nova lei?
É historicamente aberrante que um grupo de seres humanos que vivem em dúzias dos países da Europa Oriental passem repentinamente a se autodefinir como ‘raça única’, exclusivamente porque creem nos mesmos contos de fada religiosos. O conceito que agora é lei em Israel é o mesmo autodeclarado racismo que fermenta em governos nazistas e fascistas. A autodeclarada ‘etnicidade’ autodeclarou ‘direitos’ de posse sobre terras na Ásia Ocidental baseada em lendas sobre templos dos quais até hoje não se encontrou qualquer registro arqueológico.
Basicamente Grã-Bretanha, França e EUA são os estados que promoveram e continuam a apoiar, a favor de seus próprios interesses, esse sistema etnocrático, colonialista, imperialista e genocida.
É mais que hora de se pôr fim a essa aberração ilegal e imoral.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • Israel faz os palestinos

    Israel faz os palestinos invisíveis

    Mas eles também têm direito a seu Estado

         

    Clóvis Rossi

     O Parlamento de Israel cravou o prego que faltava no caixão do processo de paz e até da convivência com os palestinos, ao aprovar projeto de lei que define Israel como um "Estado-nação do povo judeu". Só o povo judeu tem direito à autodeterminação.

    Avaliação de um judeu (crítico do governo israelense, vale recordar), Michael Schaeffer Omer-Man, editor da revista eletrônica +972: “Um Estado que pertence a apenas alguns de seus cidadãos”, diz o título. Completa: “De acordo com a ‘Lei do Estado-nação do povo judeu’, Israel não pertence aos cidadãos de Israel, mais de 20% dos quais não são judeus” (são palestinos).

           Não é o único judeu incomodado. A Liga Anti-Difamação, uma das entidades que mais defendem Israel de críticas e ataques de diferentes naturezas, emitiu nota em que diz que a nova lei “desperta preocupações acerca dos compromissos de Israel com sua natureza democrática".

    Continua: “Israel tem a obrigação de assegurar que, na prática, esta Lei Básica não seja usada para discriminar contra minorias, particularmente seus cidadãos árabes, e de manter seu compromisso de melhorar as relações entre judeus em Israel e aqueles ao redor do mundo".

    Se é o que pensam alguns judeus, mesmo quando alçados à condição de únicos donos de Israel, é inescapável que os palestinos e, mais amplamente, os muçulmanos reajam com fúria.

    A Organização para a Cooperação Islâmica —que reúne 57 países de maioria muçulmana— diz que a nova legislação viola leis e normas internacionais, “enfatizando o racismo de Israel e a falta de consideração para com os palestinos". Seu secretário-geral, Yusuf Al-Uthaymeen, acrescenta que faz parte “das políticas de Israel para erradicar a identidade palestina".

    É óbvio que o fato de a lei ter degradado o árabe de língua oficial para o status apenas de “especial” fortalece o argumento de Yusuf.

    Consequência inescapável: os palestinos põem no jogo a palavra “apartheid” para caracterizar a nova legislação. Hassan Jabareen, do Centro Legal pra os Direitos da Minoria Árabe em Israel, diz que a lei traz “elementos-chaves de apartheid". Acrescenta que “Israel faz da discriminação um valor constitucional".

    É isso. A discriminação contra os árabes que vivem em Israel sempre existiu e é visível a olho nu. Basta comparar as condições de vida e os serviços prestados nos bairros judeus e nos bairros palestinos de Jerusalém para comprová-lo.

    O ponto, portanto, é entender por que, agora, se dá esse passo. Comenta Il Sole 24 Ore, excelente jornal italiano: “Quem quer que tenha estado em Israel jamais imaginou que chegava a um lugar que não fosse o país dos hebreus. A Menorah [candelabro de sete pontas que é o mais antigo símbolo judaico] e a a estrela de David como símbolo do Estado e as listas azuis na bandeira que recordam o talit [manto hebraico de orações] são uma comprovação".

    Depois da nova lei, prossegue o jornal, o país continua o mesmo, “mas em uma época de nacionalismo, soberanismo e tribalismo não havia outra razão [para a nova lei] se não a de reafirmar o aspecto étnico e nacionalista de um país e de uma história única no mundo".

    Posto de outra forma: Israel segue Trump e decreta o seu próprio mantra de “Israel Primeiro". Tem força suficiente para discriminar de vez os palestinos, mas eles continuarão a existir onde estão e a reivindicar o seu direito à autodeterminação —aliás concedida por determinação das Nações Unidas. Como Israel vai lidar com esse fato inexorável da vida, a nova lei não diz.

  • Por algum motivo freudiano,

    Por algum motivo freudiano, sempre tive bronca de Israel.

    Fui sócio da Hebraíca durante mais de 25 anos--apenas pra jogar baralho.

    Como sou brasileiro, devo ter sido um dos primeiros não judeu a ser sócio.

     Foi uma maravilhosa que encontrei no Guarujá quem facilitou pra mim.--mas isso é outra história.

       Frequentava regularmente todo fim de semana.Nos momentos antes do jogo começar, conversando com todos aqueles bacanas,não encontrei um,um só aonde o dinheiro não era o assunto predominante.

       Por isso que conseguia várias namoradas casadas.

            Em suma: O homem judeu é só fala em dinheiro. A mulher judia só fala na falta de carinho.

              Que me perdoe as excessões.

  • O dólar - poder do eixo

    O dólar - poder do eixo anglo-israelo-estadunidense - está totalmente enlouquecido. Fecha-se em copas, dá um foda-se a qualquer marco civilizatório. O problema de se fechar é que, se impede ataques externos também aprisiona. Bem capaz do mundo civilizado aumentar o desprezo e a exclusão tanto a turma de Israel quanto a turma que a apoia. Afinal não é isolamento o que eles querem?

  • Farsa Israel
    Olá!

    Todos temos observado os noticiários e observamos as estratégias comerciais dos Eua de se aproveitar da cegueira de Israel sobre suas leis regiliosas para causar divisões.

    Como Deus, como Criador, acho esse nome bem sugestivo: Cria a dor! Lê Mana Rabá como ser espirutual e gerador da vida humana abomina tais divisões.

    Essa idéia visa gerar silenciosamente uma guerra religiosa. Óbvio que a terceira guerra mundial está à caminho, pois faz parte do plano. Contudo essa decisão é a retirada da trava que faltava.

    Além disso a inteligência russa cria óvinis a fim de iludir a população doentia por um libertador.

    Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo. Possivelmente a aparição de um messias cheio de sinais e maravilhas cientificas e o povo cego pensando em se tratar de um deus. Quano na verdade será um homem com shows pirotécnicos.

    Me poupem! Nem todos dormen.

    E outro fato é que 99% do povo judeu da atualidade é RUSSO.

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