Por Gesil Amarante
Uma coisa danosa que o sistema de financiamento de pesquisa no Brasil não conseguiu resolver é a excessiva burocracia.
Consegue-se verba para montar um supercomputador, por exemplo, mas a burocracia é tão grande que quando consegue-se gastar o dinheiro já se passou mais de um ano, o que é um tempo inexplicável, e aquele equipamento às vezes nem existe mais. Tem que rodar o processo de configuração de novo. Quando isso requer uma mudança de procedimento e pede-se um aval para a agência para fazer esta mudança, a resposta pode demorar meses.
E difícil conseguir verba para espaço físico. Quando se consegue esta verba, há regras estapafúrdias para a execução destas obras… É um atoleiro só!
Se se faz um projeto FINEP multiinstitucional, o documento tem que ficar viajando via SEDEX entre as instituições para assinatura de todos os Reitores e Coordenadores. Na era da internet isso me parece tão desnecessário!
Quando se tem que fazer uma importação, então, é uma novela!
Quando não é a burocracia da própria FINEP é a da Universidade… É extenuante! Deveria haver uma guerra contra todo o procedimento burocrátido desnecessário, já! Toda verba aprovada deveria estar disponível para uso dos coordenadores em menos de um mês, com regras e procedimentos para importação facilitados e assinatura digital para todos os procedimentos e pedidos de projetos.
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Observe-se que o CNPq já
Observe-se que o CNPq já desburocratizou, no que tange ao seu fomento, muitos desses procedimentos. Possui o Programa Importa Fácil, que cuida dos trâmites operacionais e adotou sistema de assinatura digital para que os termos de concessão sejam todos eletrônicos, evitando idas e vindas com correios. Finalmente, observe-se que há a Plataforma Lattes e a Plataforma Carlos Chagas, que informatizaram os currículos e os pedidos de auxílio.
Talvez a burocracia sirva
Talvez a burocracia sirva para camuflar os desvios de verbas em todas as instâncias pelas quais passam os recursos.
Virge Maria!
Faço minhas as palavras do
Faço minhas as palavras do Tato de Macedo.
Nassif, esse software de
Nassif, esse software de comentários está com algum bug… Não é a primeira vez que coloca um comentário meu no horário errado e antes de comentários aos quais faço referência, o que é uma impossibilidade causal… =)
É algum problema de fuso horário do servidor.
Penso que antes deveria se
Penso que antes deveria se rever todo o sistema de pesquisa no Brasil, a começar pelas definições de inclusão da maioria, que contribui e mantém, as universidades públicas.
Segundo, valorização da carreira de professor e pesquisador.
Terceiro, definições claras de atuações do setor privado nas instituições de pesquisas públicas.
Quarto, redirecionamento do conhecimento à publicidade, i.é, tornar público a geração de conhecimento e não permitir a apropriação indevida do conhecimento gerado em universidades públicos por empresas privadas.
Quinto, fazer uma revolução pela educação e não apenas reformas.
Esta cena que o Gesil
Esta cena que o Gesil descreve tem um contrapartida no cotidiano dos pesquisadores, que são na sua esmagadora maioria contratados como professores nas instituições públicas (estaduais e federais) de ensino superior.
Temos uma carga burocrática imensa, e, devido aos baixos salários para o corpo técnico e administrativo, muitos de nós acaba desempenhando o papel de próprio secretário. Quando encontramos por ventura um departamento ou instituto bem-servido, não passa muito tempo para ouvirmos as formas de bonificações e redução de carga horária que os chefes de departamento têm de estabelecer — muitas vezes usando métodos não exatamente canônicos — para segurar os secretários no lugar.
Tudo isso tem seu custo: ao desviar a função do docente do tripé ensino-pesquisa-extensão, não temos nem um servidor que esteja treinado a lidar com a burocracia, nem um servidor que consiga desempenhar seu papel de forma plena: para ensino e pesquisa, por exemplo, todo o tempo disponível costuma ser pouco. E, o que é pior, institui-se em várias universidades a chamada “carreira em Y”, onde o docente pode progredir na carreira pulando de cargos administrativos a cargos administrativos. Na melhor tradição brasileira, premia-se mais o bom burocrata que o bom profissional.
A burocracia brasileira foi
A burocracia brasileira foi uma “herança maldita” dada pelos portugueses e que carregamos desde o descobrimento. E à grosso modo, não serve para mais nada que não seja “colocar dificuldades para vender facilidades”, quem duvida basta ler com atenção a zorra que chamamos de constituição e procure por exemplo as leis que entram em conflito umas com as outras e as simplesmente inúteis
A impressão que tenho é que a
A impressão que tenho é que a fonte desse excessivo burocratismo encontra motivação em uma cultura de submissão e subserviência. O caos justifica-se pela necessidade que possuem os funcionários de nível inferior na escala hierárquica de sempre atribuírem aos seus superiores tanto a decisão quando o encaminhamento das questões. Não existem divisões de atribuições e responsabilidades. Existem tarefeiros e, deste modo, a estes compete apenas preparar processos para a assinatura de outrém – e o nefasto “carimbo” (risos). São meses e meses de papéis saindo de uma mesa para outra à espera de alguém erigido em autoridade para bancar o risco da decisão, ainda que seja sobre coisas mínimas,
O medo dos instrumentos de controle e a ausência da subsidariedade do poder torna a burocracia menos um mecanismo de transparência e universalidade – que seria sua legítima função – e mais um facilitador para que poucos sejam detentores de máximo poder e assim possam, quando corretos, agir com retidão ou, quando, “indignos” (essa expressão tornou-se propriedade do Civita!) agirem com improbidade – corrupção.
é um paradoxo isso, existe
é um paradoxo isso, existe uma corrupção imensurável no país por conta da extrema burocracia, mas não fosse a extrema burocracia, a amazonia já não existiria mais,assim como a mata atlantica, a constituição seria reescrita todos os dias, o problema não é o excesso de leis, mas a falta de comprimento das mais básicas
Citando Galeano: “Para toda
Citando Galeano: “Para toda solução a burocracia tem um problema.
O que está pegando realmente
O que está pegando realmente é a burocracia…ainda é do tempo do BID, do tempo da defesa do similar nacional, tanto equipamento como conhecimento, apenas para dificultar a utilização das verbas…bah! só de pensar no plano collor, dá nojo! gente em desespero pelos corredores dos grandes centros de pesquisas e as verbas pegas aplicadas em contas particulares.
Foi daí que passei a me ligar nesta podridão !