Um raio x da balança comercial brasileira em junho, por Luis Nassif

Mas quando se levanta a relação dos 10 produtos mais exportados da Indústria de Transformação, só aparecem derivados de produtos primários.

Em relação a junho de 2021, houve um crescimento expressivo nos principais grupos de consumo, mostrando a diluição dos efeitos da pandemia do Covid-19.

Em 12 meses, o volume exportado foi de US$ 244,7 bilhões. Todos os grupos experimentaram aumento superior a 20%. Combustíveis e lubrificantes saltaram para 53,13% de crescimento.

As maiores exportações foram de Insumos Industriais elaborados, Alimentos e Bebidas Básicos e Insumos Industriais Básicos.

Os produtos mais elaborados – Bens de Capital e Bens de Consumo – ficaram praticamente estacionados nos últimos anos. Os únicos crescimentos foram de Bens Intermediários e Combustíveis e Lubrificantes.

A composição das exportações é curiosa. Pela tabela, percebe-se que a Indústria de Transformação responde por 53,56% das exportações, o que poderia passar a impressão de uma pauta industrializada.

Mas quando se levanta a relação dos 10 produtos mais exportados da Indústria de Transformação, só aparecem derivados de produtos primários.

Mesmo assim, é nesse grupo que se tem os maiores déficits comerciais.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Quando assistimos os comentários dos especialistas econômicos a respeito do aumento dos combustíveis, alega-se que os aumentos de preços se justificam pela disparada dos preços do petróleo no mercado externo e que o Brasil precisa importar cerca de 30% do consumo de derivados do petróleo e que se a Petrobras não praticar o famigerado PPI, a empresa vai ter prejuízo. Ora se nós importamos cerca de 30%, os 70% restante são produzidos aqui donde se infere que os custos são locais, portanto poderíamos praticar uma média ao invés de considerarmos como se a importássemos 100%. Além disso, se somos auto suficiente na produção de Petróleo, a Petrobrás lucra também com o excedente (30%) exportado. A concluo afirmando, que os maiores beneficiários da política de PPI , são os importadores de combustíveis e os acionistas da Petrobrás. Ao resto sobra a conta cara dos combustíveis.

  2. Os saldos da balança comercial brasileira deixam as reservas internacionais estáveis. Apesar dessa volatilidade no câmbio, com o sobe e desce do dólar. É interessante perceber que o saldo com agropecuária e a indústria extrativista são muito próximos e um ou outro cobrem o déficit na indústria de transformação. Com o mercado doméstico deprimido retirando capacidade de consumo pela queda na renda da sociedade como um todo, tanto os trabalhadores quanto as instituições vão reduzindo as margens de manobras que estimulem progresso e crescimento. Como o País não demanda essa procura devido a estagnação vivida no decurso dos anos, o conjunto econômico vai marcando passo. O progresso é uma resposta às necessidades que se apresentam. O País não muda de patamar ficando travado em relação a essa multiplicação de demandas, que gerariam respostas e assim sucessivamente. Sem estruturar o Brasil, melhorando as capacidades de toda a sociedade, não se chegará a lugar nenhum.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador