Jornal GGN – O senador José Serra (PSDB-SP) negou que Margrit Dutra seja uma funcionária fantasma de seu gabinete. Margrit é irmã de Mirian Dutra, que teve uma relação extraconjugal com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e que recentemente revelou que recebia dinheiro de FHC através de uma empresa quando morou no exterior.
Segundo o jornal O Globo, Margrit registra sua digital na entrada principal do Congresso, mas não cumpre expediente. De acordo com José Serra, ela trabalha como consultora em sua casa, prática que é proibida pelo Senado. Ainda segundo o jornal carioca, diversos funcionários do gabinete de Serra desconhecem Margrit. O senador se justificou afirmando que ela trabalha em um “projeto sigiloso”.
Do O Globo
— Estou na República Dominicana, de banco de horas. A ligação está muito ruim — disse ela.
O telefonema caiu, e, embora informada sobre o tema da reportagem, Margrit não voltou a atender aos outros telefonemas.
Serra afirma que pediu à liderança da oposição a cessão de Margrit porque “desejava que ela se dedicasse a um projeto na área de educação”:
— Ainda é um projeto sigiloso, peço que você não adiante o que é. Lançarei em breve. Queria alguém que me ajudasse em questões não econômicas. Conheço a Mag há muitos anos. Tenho relações pessoais e intelectuais — afirmou Serra.
Num primeiro momento da entrevista, Serra afirmou não saber ao certo se Margrit trabalha ou não de casa. Depois, ao ser informado pelo GLOBO de que os funcionários haviam dito que não a conheciam, Serra disse que “imagina(va)” que Margrit trabalhe de casa. Finalmente, o senador afirmou:
— Ela trabalha (de casa). Meu gabinete tem pouco espaço, não tem sala para todo mundo.
Margrit não ingressou no Senado por meio do gabinete de Serra. Trabalha no Senado há 15 anos. Em seus anos no Parlamento, a assessora trabalhou no gabinete do ex-senador Arthur Virgílio (PSDB), hoje prefeito de Manaus, e da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), ex-tucana, quase sempre cedida pela liderança do bloco de oposição.
Nunca foi ao Senado trabalhar. A situação se manteve até Álvaro Dias assumir o cargo, em março passado, e decidir demiti-la.
Virgílio afirmou que Margrit era “uma funcionária normal” de seu gabinete. Dias confirmou que a demitiu, mas não quis responder a outras perguntas.
— Não seria ético eu falar nisso. Não sou mais do PSDB.
A senadora Lúcia também não quis comentar.