Apoiado pelo PMDB do Senado, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros, decidiu comprar a briga para manter o deputado carioca Leonardo Picciani na liderança do partido na Câmara. Renan passou a quarta-feira (9) telefonando para vários deputados aliados e trabalhando para retirar as assinaturas que depuseram o líder.
Picciani contou a Renan que Michel Temer operou dentro do gabinete da Vice-Presidência da República a manobra para trocá-lo pelo deputado Leonardo Quintão (MG) na liderança. Segundo narrou o presidente do Senado a diversos senadores, Temer está usando a presidência do partido para intimidar parlamentares peemedebistas.
“O Michel chamou os deputados, um a um. Ele disse para todos os deputados o seguinte: ‘Eu vou assumir. Isso não vai continuar. Você vai ficar comigo ou com o Picciani?'”, relatou Renan a mais de um senador do PMDB durante o jantar na casa do senador Eunício Oliveira, na noite de ontem.
No final da noite, Renan e Picciani fizeram uma reunião sigilosa no gabinete da Presidência do Senado para avaliar a evolução da estratégia que pretende devolver a liderança ao deputado fluminense. Vários governadores foram acionados para tirar de Brasília suplentes que assinaram a lista contra Picciani e ocupam cadeiras na Câmara pelo fato de os titulares estarem em secretarias estaduais e municipais.
É o caso dos peemedebistas do Rio, deputados Pedro Paulo, Marco Antonio Cabral e Wilson Beserra, hoje em secretarias locais e na administração dos estados e municípios, mas eleitos em 2014 para a Câmara Federal. A expectativa é que estes parlamentares deixem seus cargos e retornem à Brasília para ajudar na recondução de Picciani.
A própria presidente Dilma Rousseff, além de oferecer a pasta da Aviação Civil na recondução de Picciani, está acompanhando de perto as negociações. A liderançaa do PMDB é um cargo estratégico frente a um processo de impeachment. Outro fator que pode acabar ajudando Picciani é a aprovação da janela de 30 dias para que o deputado troque de partido sem perder o mandato por infidelidade. Renan Calheiros aprovou a mudança a toque de caixa nesta quarta.
Ontem, horas depois de ser conduzido à liderança do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Quintão (MG) ligou para o presidente do Senado, que se recusou a atender a chamada do novo líder, deixando evidente a discordância com os rumos do partido.
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O Jose Carlos Lima falou uma
O Jose Carlos Lima falou uma coisa muito das boas ontem. Prenderam petistas a torto e a direito, ate mesmo por se parecerem com outra pessoa em uma fila de banco.
Ta ai no que deu: quando chega na hora de prender gente da direita, o pais se paralisa pois ninguem o vai fazer: ta todo mundo de rabo preso. Inclusive Janot, que ja provou que engaveta MESMO, na cara dura.
Eu perdi o interesse, alias. O vacuo de pode nao criou UM cunha. Criou varias quadrilhas deles.
Votos
Quintão levou o cargo com 35 votos, num total de 65 deputados. Não está difícil tirar dele essa eventual maioria. Renan mostrou lado, coragem e atitude. E corre os seus riscos por conta disso. Por isso a sua atitude deve ser mais valorizada.
Cabe agora identificar quem é de Governo e quem de oposição (no PMDB) e apear os opositores de cargos e ministérios. O Temer, como fardo, deverá receber as chicotadas de indiferença, por parte de Dilma.
Um cara que nem voto para vereador consegue em São Paulo nem merce sair em manchete de jornal.
Coragem de mamar em onça.
O risco maior de Ranan nesse momento é ter seu pedido de prisão, encaminhado por Janot, antes do pedido de afastamento de Cunha.
De fato, se isso é real, apesar de todas as ressalvas quanto ao Presidente do Senado, sua atitude tem de ser valorizada como aliado do governo, pois, na estratégia traçada pelo MPF, Imprensa e setores da Justiça nada é mais condenável que a aliança como o governo e o PT.
Se Dilma e a democracia brasileira escaparem dessa tentativa de golpe, sairá mais forte. Esse é o desespero da oposição.
Se esse golpe em curso, engendrado pelo Michel Temer...
Se esse golpe em curso, engendrado pelo Michel Temer e o Eduardo Cunha, fracassar quem será beneficiado serão aqueles que não endossarem as manobras golpista. É um jogo, e os personagens dessa trama estão fazendo suas apostas. Assim como Michel Temer está apostando todas as suas fichas no golpe. Há aqueles que não estão dispostas a correr o risco. A reação ao golpe por parte dos brasileiros determinará qual a ala do PMDB sairá fortalecida.
O senador Renan Calheiros é
O senador Renan Calheiros é um fator de estabilidade na política brasileira.
A arrogância paulista é
A arrogância paulista é incrível. Como no PSDB de Alckmin e Serra, Temer quer fazer no PMDB a hegemonia bandeirante que enfia goela abaixo suas vontades sem se preocupar o que outras lideranças regionais querem. Aliás, vejam quem são os aliados: Serra, Alckmin e TEMER, com Aécio arroz de festa correndo por fora.
O problema é que o PMDB de Temer não percebe que sem as lideranças de outros estados eles não nada. Veja o PSDB, porm várias eleições tentam empurrar a baboseira ideológica paulista e o Brasil constantemente rejeita.
Por fim, ao brigar com o PMDB do RJ Michel cometeu um grave erro. O PMDB carioca, que é mais sujo que chão de galinheiro, só não tão sujo quanto o patronato paulista, é muito mais relevante nacionalmente do que o PMDB paulista e Michel Temer. Ou alguém acha que Michel, Skaf e Chalita possuem alguma relevância nacional?
renan é hoje o sarney da era
renan é hoje o sarney da era lula, o que pode estabilizar
a política do país e salvar a democracia.
podem crticá-lo, como criticaram sarney, mas a importancia dele passou a ser notável...
a questão é saber se ele tem a maioria do partido..;
como é um partido regional, a soma dos estados é maior do que a força do temer,
segundo percebi da excelente análise de alguns comentaristas aqui...
daí o desesperoi da oposição, que pode perder
mais do que o próprio governo nessa luta
Perfeita a sua colocação
Perfeita a sua colocação Altamiro,tb penso da mesma forma,mas nesse caso acrescentaria um dado ao seu pensamento,Renan mais o PMBD-RJ,parecem que estão com a Dilma,basta ver a declaração do Governador Pezão do RJ,que ao meu ver foi bem corajosa.
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), criticou o posicionamento do vice-presidente, Michel Temer, diante do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Pezão sugeriu ainda que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deixe o cargo. As declarações foram feitas em entrevista ao jornal "O Dia", nesta segunda-feira (7).
http://www.ouropretoonline.com/modules/news/article.php?storyid=45735
E o Temer como fica?
Uma pergunta que me ocorreu a partir da possibilidade do impeachment não prosperar. Caso haja a derrota da oposição na tentativa de golpe, do qual apoiou também Michel Temer, como ele ficaria em razão do cargo que ocupa na Vice-Presidência. Não era caso dele renunciar, já que suas relações institucionais com a Presidência ficaram prejudicadas ou ficaria apenas ocupando o cargo de Vice, isolado no Palácio do Jaburu?