Covid-19 – Contrariando o dito presidencial, as taxas seguem a broxar e estão agora em 0,024% (casos) e 0,0102% (mortes)
Por Felipe A. P. L. Costa [*].
RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia divulgadas em artigo anterior (aqui). No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento. Estas continuam a declinar. Entre 5 e 11/9, as taxas ficaram em 0,024% (casos) e 0,0102% (mortes). Este último é o valor mais baixo desde o início da série, em março de 2020 (23-29/3). Mas ainda falta chão até o fim da pandemia. Máscaras e vacinas seguem na ordem do dia.
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1. ESTATÍSTICAS MUNDIAIS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.
Levando em conta as estatísticas obtidas no fim da tarde de ontem (11/9) [1], eis um resumo da situação mundial.
(A) – Em números absolutos, os 20 países mais afetados [2] estão a concentrar 74% dos casos (de um total de 608.550.896) e 70% das mortes (de um total de 6.514.298) [3].
(B) – Nesses 20 países, 425 milhões de indivíduos receberam alta, o que corresponde a 95% dos casos. Em escala global, 592 milhões de indivíduos já receberam alta.
(C) – Olhando apenas para as estatísticas das últimas quatro semanas, eis um resumo da situação: (i) em números absolutos, a lista é liderada pelo Japão, com 4,6 milhões de novos casos; (ii) entre os cinco primeiros da lista, estão ainda os seguintes países: Coreia do Sul (2,65 milhões), Estados Unidos (2,3), Alemanha (1,14) e Rússia (917 mil). O Brasil (369 mil) segue na 10ª colocação; e (iii) a lista dos países com mais mortes segue a ser liderada pelos Estados Unidos (12,98 mil); em seguida aparecem Japão (7,51 mil), Brasil (3,56), Alemanha (2,6) e Itália (2,22).
2. ESTATÍSTICAS BRASILEIRAS: SEMANA 5-11/9/22.
Ontem (11/9), de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, foram registrados em todo o país mais 2.477 casos e 7 mortes [4]. Teríamos chegado assim a um total de 34.528.625 casos e 684.860 mortes.
Na semana encerrada ontem (5-11/9), foram registrados 57.849 casos e 491 mortes. O número de casos foi o mais baixo desde a última semana de 2021 (27/12-2/1: 53.792). O número de mortes foi o mais baixo desde a primeira semana de abril de 2020 (30/3-5/4: 350).
3. O RITMO DA PANDEMIA EM TERRAS BRASILEIRAS.
Para monitorar de perto o ritmo e o rumo da pandemia, sigo a usar como guias as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas seguem a cair – ou, parafraseando o que foi ouvido em recente comício presidencial, a broxar [5].
Vejamos os resultados mais recentes.
A taxa de crescimento no número de casos recuou de 0,0357% (29/8-4/9) para 0,024% (5-11/9). É a mais baixa desde a penúltima semana do ano passado (20-26/12: 0,0156%) (ver a figura que acompanha este artigo) [6].
A taxa de crescimento no número de mortes recuou de 0,0183% (29/8-4/9) para 0,0102% (5-11/9). É a mais baixa desde o início da crise, em março de 2020.
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FIGURA. A figura que acompanha este artigo ilustra o comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 12/9/2021 e 11/9/2022. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso.
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4. CODA.
A taxa de casos tornou a cair, agora pela décima semana consecutiva. A taxa de mortes recuou pela oitava semana consecutiva.
A tendência é declinante. Mas seria ingenuidade dizer que se trata de uma tendência irreversível. Assim como seria um erro dizer que a crise acabou.
A crise é mundial e ainda falta chão até o fim da pandemia. Máscaras e vacinas, portanto, seguem na ordem do dia. (Lembrando que a vacina combate a doença, mas não impede o contágio. O que pode impedir o contágio, notadamente no interior de recintos fechados, é o uso correto de máscara facial.)
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NOTAS.
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[1] Como comentei em ocasiões anteriores, as estatísticas de casos e de mortes estão a seguir o painel Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA), enquanto as de altas estão a seguir o painel Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).
[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em 9 grupos: (a) Entre 95 e 100 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 40 e 45 milhões – Índia; (c) Entre 30 e 35 milhões – França, Brasil e Alemanha; (d) Entre 20 e 25 milhões – Coreia do Sul, Reino Unido, Itália e Japão; (e) Entre 15 e 20 milhões – Rússia e Turquia; (f) Entre 12 e 15 milhões – Espanha; (g) Entre 10 e 12 milhões – Vietnã e Austrália; (h) Entre 8 e 10 milhões – Argentina e Países Baixos; e (i) Entre 6 e 8 milhões – Irã, México, Indonésia e Colômbia.
[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver os volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver qualquer um dos três primeiros volumes.
[4] Esses valores, infelizmente, são subestimativas. Explico: 13 unidades federativas (AC, AP, DF, ES, MA, MG, MT, PE, RJ, RN, RR, SE e TO) não divulgaram as estatísticas de domingo (11/9). Juntas, essas 13 unidades respondem por 36% dos casos e 35% das mortes registradas em todo o país. O que me leva a estimar que ao menos 1.409 casos e 4 mortes deixaram de ser informados ontem (11/9).
A situação no DF (o primeiro ou um dos primeiros a cruzar os braços aos fins de semana) é, no mínimo, intrigante. Explico: O número de mortes no DF (mas não o de casos) permanece inalterado há mais de quatro semanas. Enquanto o número de casos passou de 835.156 (14/8) para 837.928 (11/9), o número de mortes está em 11.825 desde a semana 8-14/8. O fim das mortes por Covid-19 seria, evidentemente, uma ótima notícia. Todavia, diante do comportamento do governo do DF ao longo dos últimos dois anos e meio (e.g., o modo como tratou as medidas de proteção e combate à pandemia), não podemos deixar de levantar suspeitas diante da situação.
[5] Ver aqui. Embora a palavra ainda não esteja dicionarizada, a grafia correta seria ‘imbroxável’, não ‘imbrochável’ (como consta do título da matéria indicada). Cabe notar que o tema em questão tem a ver com o verbo broxar, não com o verbo brochar – para definições, ver Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa (Positivo, 2009, 4ª ed.), de A. B. H. Ferreira.
[6] Para conferir os valores numéricos, ver aqui (entre 27/12/2021 e 26/6/2022) e aqui (semanas anteriores).
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