Jornal GGN – Três especialistas em Saúde assinam um artigo divulgado na Folha de S. Paulo de domingo (28), apelando para que as lideranças governamentais e a própria imprensa atualizem a população, imediatamente, sobre os protocolos sanitários usados contra o novo coronavírus.
Pouco mais de 1 ano de pandemia já se passou e os cientistas agora têm mais confiança de que a Covid-19 se propaga principalmente pelo ar, e menos através de objetos e roupas.
Isso significa que a população precisa ventilar mais os espaços fechados, usar máscaras adequadas para não inalar ou emitir particulas com carga viral, e manter distanciamento de 2 metros. “São medidas mais relevantes do que o onipresente álcool em gel ou o ‘teatro de higiene’ de lavagem e desinfecção de ruas que se viu em algumas cidades.”
Higienizar as mãos e lavar objetos e roupas que chegam da rua são cuidados que podem ser mantidos, mas são complementares. O foco é na máscara, ventilação e distanciamento.
Para cientistas, essa atualização do protocolo precisa ser difundida em massa para poder impactar sobre os decretos estaduais e municipais de abertura de espaços. Comércios, escolas, escritórios, shoppings, restaurantes e outros espaços fechados “precisam necessariamente enfatizar a boa circulação de ar no ambiente”, afirmam.
“No transporte público, há experiências no Japão e na Espanha que mostram que o contágio em ônibus e metrôs pode ser significativamente reduzido, contanto que os passageiros usem máscaras bem ajustadas ao rosto, as janelas permaneçam sempre abertas e eles tentem se manter em silêncio a maior parte do tempo”, informaram.
Os governos deveriam considerar, ainda, distribuir “máscaras de melhor qualidade” para a população que transita em espaços de risco. “Países como Áustria, França e Alemanha discutiram a adoção de máscaras do tipo PFF2 em todos os locais fechados e mal ventilados, como transporte público e comércio.”
“Por fim, é inadmissível que não haja, no Brasil, nenhum parâmetro oficial a orientar consumidores para adquirirem máscaras de comprovada eficácia.” Mais de um ano após o começo da pandemia, é que aeroportos, por exemplo, proibiram máscaras de tricô, lenços amarrados no rosto e escudos faciais sem outra máscara protegendo a boca e nariz.
Assinam o artigo Vitor Mori, pós-doutorando na Universidade de Vermont (EUA) e membro do Observatório Covid-19 BR; Pedro Pontual, presidente da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp) e mestre em administração pública (Universidade Harvard) e Marcia Castro, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard e membra do Observatório Covid-19 BR.
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