Flávio Bolsonaro faz ataque machista na CPI; base governista tenta desesperadamente barrar Renan Calheiros

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Acho que as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas. Estão foram da CPI e não fazem questão de estar nela", disparou o filho do alvo da CPI

Jornal GGN – O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) fez um ataque machista ao se pronunciar a respeito da instalação da CPI da Covid, na manhã desta terça (27). Flávio ironizou a ausência de mulheres na comissão parlamentar de inquérito que vai investigar, sobretudo, a gestão temerária do governo federal no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. A CPI deve ser instalada com 11 titulares, todos homens.

“Acho que as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas. Estão foram da CPI e não fazem questão de estar nela, vão acompanhar os trabalhos à distância”, ironizou Flávio.

A senadora Liziane Gama (Cidadania) rebateu: “Chegar empurrando a porta e gritando não é a única forma de se indignar. As mulheres têm, com muita eficiência, se indignado com a inação do governo federal na pandemia. Nós mulheres vamos participar de todas as comissões e desta comissão parlamentar de inquérito. Eu e nenhuma das senadoras vamos admitir ironias machistas em relação às mulheres. (….) Nenhum homem, nem aqui, nem em lugar nenhum, vai calar a voz de uma mulher. Não admito que questionem a nossa indignação!”

Após desferir o ataque machista, Flávio falou contra o senador Renan Calheiros (MDB) assumir a relatoria da CPI e ameaçou se movimentar para retirar o Republicanos do bloco liderado pelo MDB. “Se tivesse me consultado, eu falaria para não sugerir meu nome, o nome do Renan e o do senador Jader Barbalho, porque é óbvio que não haveria imparcialidade da nossa parte. E no caso do Renan é mais grave ainda, porque ele já antecipou sua posição dando entrevistas à imprensa, dizendo que o governo federal foi omisso e incompetente” na pandemia, criticou Flávio.

Flávio pediu a Renan que tenha o “bom senso” de se declarar impedido para relatar a CPI, por conflito de interesses, já que o emedebista é pai do governador do Alagoas, Renan Filho. A CPI tem autorização para investigar repasses federais para estados e municípios e Renan, portanto, poderia ser alvo da comissão.

DESESPERO. Na manhã desta terça (27), a base governista no Senado tentou desesperadamente barrar Renan Calheiros na relatoria da CPI. Além de tentar usar uma liminar da Justiça de primeira instância que tentava impedir a nomeação de Renan, os senadores que apoiam Bolsonaro insistiram que os colegas não poderiam participar de mais de uma CPI ao mesmo tempo. Renan faz parte da CPI da Chapecoense, que está paralisada devido à pandemia. Outros senadores tiveram de abrir mão de postos na CPI da fake news, como Humberto Costa (PT). No meio da sessão, o TRF-1 derrubou a liminar contra Renan. Mas Flávio Bolsonaro prometeu judicializar a CPI.

Acompanhe a sessão:

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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