Deus acusado pelo Ministério Público Federal, por Fernando Nogueira da Costa

do Cidadania & Cultura

Deus acusado pelo Ministério Público Federal

por Fernando Nogueira da Costa

Denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro, Deus foi acusado pelo Ministério Público Federal de ser “o comandante máximo do esquema de corrupção na religião”, “o grande general” e “o único vértice comum de esquemas de corrupção disseminados em vários esquemas em igrejas”, segundo o coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol.

Quando foi defender essa tese estapafúrdia perante uma banca julgadora, foi reprovado por não apresentar prova.

A alegação dos julgadores foi que a partir de uma falsa premissa — a maioria do eleitorado foi enganada por quatro vezes devido à dizimocracia — não se pode deduzir uma verdade.

Uma demonstração gráfica por um didático PowerPoint não basta para transformar uma convicção apriorística (e partidarizada) em uma prova contundente e irrefutável perante a opinião pública.

O procurador foi advertido a respeito de uso de linguagem chula e panfletária em lugar de linguagem técnica e imparcial. Não demonstrou conhecimento da literatura jurídica e, pelos termos empregados em sua peça acusatória, revelou que sua única leitura é a revista Veja.

Tanto a opinião especializada quanto a opinião pública, ambas o consideraram um sujeito desqualificado para acusação de tal envergadura!

 

Fernando Nogueira da Costa

Fernando Nogueira da Costa possui graduação em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (1974), mestrado (1975-76), doutorado (1986), livre-docência (1994) pelo Instituto de Economia da UNICAMP, onde é docente, desde 1985, e atingiu o topo da carreira como Professor Titular. Foi Analista Especializado no IBGE (1978-1985), coordenador da Área de Economia na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP (1996-2002), Vice-presidente de Finanças e Mercado de Capitais da Caixa Econômica Federal e Diretor-executivo da FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos entre 2003 e 2007. Publicou seis livros impressos – Ensaios de Economia Monetária (1992), Economia Monetária e Financeira: Uma Abordagem Pluralista (1999), Economia em 10 Lições (2000), Brasil dos Bancos (2012), Bancos Públicos do Brasil (2017), Métodos de Análise Econômica (2018) –, mais de cem livros digitais, vários capítulos de livros e artigos em revistas especializadas. Escreve semanalmente artigos para GGN, Fórum 21, A Terra é Redonda, RED – Rede Estação Democracia. Seu blog Cidadania & Cultura, desde 22/01/10, recebeu mais de 10 milhões visitas: http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

Fernando Nogueira da Costa

Fernando Nogueira da Costa possui graduação em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (1974), mestrado (1975-76), doutorado (1986), livre-docência (1994) pelo Instituto de Economia da UNICAMP, onde é docente, desde 1985, e atingiu o topo da carreira como Professor Titular. Foi Analista Especializado no IBGE (1978-1985), coordenador da Área de Economia na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP (1996-2002), Vice-presidente de Finanças e Mercado de Capitais da Caixa Econômica Federal e Diretor-executivo da FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos entre 2003 e 2007. Publicou seis livros impressos – Ensaios de Economia Monetária (1992), Economia Monetária e Financeira: Uma Abordagem Pluralista (1999), Economia em 10 Lições (2000), Brasil dos Bancos (2012), Bancos Públicos do Brasil (2017), Métodos de Análise Econômica (2018) –, mais de cem livros digitais, vários capítulos de livros e artigos em revistas especializadas. Escreve semanalmente artigos para GGN, Fórum 21, A Terra é Redonda, RED – Rede Estação Democracia. Seu blog Cidadania & Cultura, desde 22/01/10, recebeu mais de 10 milhões visitas: http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

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  • Gostei da idéia...

    Convenhamos que denunciar  Deus não é má-ideia, se tivesse feito isso o MPF teria agido melhor. Não só por tudo que se faz em nome Dele, mas basta a ler a Biblia e ver quantos crimes Ele cometeu - e as provas 'documentadas' no Livro que dizem foi escrito pela palavra Dele mesmo. Ele mandou até o próprio filho para a morte.

  • A metáfora de Deus

    Explica muito bem a razão da enorme dificuldade dos procuradores em estabelecer por que alguem responsavel diretamente pelo desvio de 6 bilhões só conseguir comprar um apartamento, reformar um sitio e adquirir um pedalinho com tanto dinheiro nas mãos.Tal pessoa deve mesmo ser canonizada por que nem deus conseguiria gastar tanto com tão pouco, agora... se for comprovado que um criminoso é tão altruista a ponto de doar toda esta dinheirama para os outros aí então vamos precisar de um franciscano como o papa em pessoa para orientar nossa força tarefa a respeito do voto de pobreza.

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