Empresa da Vale cuida da cena do crime, exclui imprensa e povo, por Laura Capriglione

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Jornalistas Livres

TSUNAMI DE LAMA

Drama invisível

Acusada de responsável pela tragédia, empresa da Vale cuida da cena do crime, exclui imprensa e deixa o povo de fora. Tá certo isso?

Por Laura Capriglione, especial para os Jornalistas Livres, com fotos deGustavo Ferreira, em Mariana (MG)

Arrancados de suas casas pelo tsunami gerado pelo rompimento das barragens Fundão e Santarém, repletas de lama tóxica, os moradores de Bento Rodrigues, arraial rural a 35 km do centro de Mariana, sofrem com outro tsunami: o de dúvidas, de mentiras e de dissimulação.

As barragens sinistradas pertencem à mineradora Samarco, fundada em 1977, controlada pela toda-poderosa Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Décima maior exportadora do país, a empresa faturou R$ 7,6 bilhões em 2014 e apresentou um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões. Apesar dessa contabilidade vistosa e de dizer em seu site na internet que preza pela vida “acima de quaisquer resultados e bens materiais”, os moradores de Bento Rodrigues reclamam que não havia nem mesmo uma simples sirene instalada e funcionando para alertar o lugarejo da ruptura das barragens. Poderia ter salvo vidas.

Agora, no rescaldo da tragédia, os habitantes de Bento Rodrigues suspeitam que a empresa esteja priorizando o salvamento de sua imagem institucional em detrimento das vidas humanas e dos animais, atropelados pelo avanço medonho da lama.

“Por que é que estão nos impedindo de entrar em Bento Rodrigues? A gente poderia ajudar na localização e no resgate dos desaparecidos e dos animais, porque conhecemos como ninguém a região, sabemos lidar com o mato. O que é que eles estão querendo esconder?”, perguntava um grupo de moradores indignados com o fato de serem mantidos à força longe de seu bairro.

“Por que não permitem que pelo menos alguns de nós entrem, para ver o que está acontecendo?” 

Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres

Neste sábado, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), confirmou que 28 pessoas encontram-se “desaparecidas” após o rompimento das barragens. Dessas, 13 são funcionários da Samarco e trabalhadores de prestadoras de serviço. Outros 15 desaparecidos são moradores de Bento Rodrigues, dos quais cinco são crianças.

O prefeito também reconheceu oficialmente uma segunda morte na tragédia. O corpo de um homem, ainda não identificado, foi encontrado no município de Rio Doce, a 100 km de Mariana, à beira de um rio, na lama. A primeira vítima reconhecida oficialmente foi um morador de Bento Rodrigues, que sofreu uma parada cardíaca ao ver o desastre.

Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres

Todas as vias de acesso ao subdistrito de Bento Rodrigues encontram-se fechadas. Só entra e sai quem tem carta de autorização. Dezenas de soldados da PM mineira guardam a estrada principal. A estradinha alternativa está intransitável, cenário caótico de argila, rochas, tocos de árvores e restos de vegetação espalhados. Ninguém passa por lá.

“A Samarco é acusada de um crime ambiental seríssimo, que pode ter causado dezenas de mortes, e é ela que ainda tem moral para cuidar da cena do crime? Que loucura é essa?”, reclama uma ativista ligada ao Movimento dos Atingidos por Barragens, quando um caminhão com gerador e luzes da Samarco ultrapassa tranquilamente a barreira policial que veda o ingresso dos moradores. (detalhe: na porta do caminhão, o logotipo da Samarco está tampado por um papel colado). Também camionetes e funcionários a serviço da empresa e devidamente autorizados por ela têm livre acesso ao local.

A Samarco emitiu uma nota oficial aos investidores internacionais apresentando suas supostas razões para proibir o acesso ao terreno sinistrado:

“Por razões de segurança, a Samarco reafirma a importância de não haver deslocamentos de pessoas no local do incidente, exceto das pessoas e equipes envolvidas no atendimento de emergência.”

Apenas a título de memória e, é claro, considerando a diferença de escala, durante as operações de busca e salvamento que se sucederam ao tsunami que varreu a Tailândia, em 2005, o trabalho corajoso e sem tréguas de centenas de voluntários, inclusive fazendo o resgate de corpos humanos e de animais e, foi imprescindível para que a desgraça não fosse ainda pior. Não se alegaram questões de segurança para impedir o trabalho da solidariedade.

“Como é possível que as vítimas sejam mantidas afastadas e o acusado entre e saia à vontade?”, pergunta Ângela, de 57 anos, que nasceu em Bento Rodrigues e agora vive em Catas Altas, vizinho, apontando para lugar nenhum, no vale entupido de lama. “Ali era a casa dos meus pais.” Só ela sabe onde.

Mas o que perturba mesmo os sobreviventes e faz aumentar a tensão na entrada de Bento Rodrigues é a movimentação de helicópteros da polícia, subindo e descendo da “zona quente”, como denominam os bombeiros a área central e mais perigosa da catástrofe.

Sem informações, proibidos de ver o que acontece no arraial, os moradores suspeitam que cadáveres humanos estejam sendo recolhidos do local e levados nas aeronaves para local ignorado. Duas testemunhas em Santa Rita Durão, localidade de Mariana que é passagem obrigatória para quem quer chegar a Bento Rodrigues, dizem ter visto viaturas do Instituto Médico Legal passando diante da delegacia em direção ao bairro sinistrado.

“Foram fazer o quê? A Defesa Civil não diz que um dos mortos oficiais foi encontrado longe e o outro já foi retirado no primeiro dia? Então, por que os carros funerários?”, indaga-se Maria do Rosário, funcionária em um comércio de alimentos.

Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres

Bombeiros civis, convocados para ajudar a impedir o acesso dos moradores ao arraial, confirmam a existência de muitos animais ainda vivos no local… Mas já registram a presença pesada da morte, que se anuncia pelo cheiro adocicado e repulsivo da carne em putrefação.

Eles saem extenuados do local, depois de ajudar a deter uma moradora que, embrenhada no mato, tentava romper o cerco policial para achar a avó, desaparecida desde a quinta-feira. Segundo os bombeiros, a moça estava com o rosto e braços lanhados pela vegetação fechada, e com lama quase até o pescoço, tentando chegar à casa da parente. Ela resistiu fortemente aos que tentavam impedi-la de fazer sua busca. “Mas conseguimos retirá-la”, disse Paulo César, bombeiro civil de Nova Lima. A reportagem perguntou a ele: “E a avó dela?” O socorrista respondeu: “Infelizmente, está morta. Não tem como. Ali, é só desolação.”

Mas a gente de Bento Rodrigues acha um crime deixar morrer no desespero do atolamento bois, vacas, cachorros, cavalos e galinhas –até passarinhos em gaiolas — que ainda sobrevivem no atoleiro.

E eles existem.

Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres

O passar monótono do tempo, sob sol forte e calor de 42ºC, sobe e desce de helicópteros, caminhões e camionetes entrando e saindo, nenhuma notícia, só é interrompido quando se ouve o grito: “Imprensa! Vem correndo! Aqui!”

Descendo uma pirambeira, logo se vê um grupo de moradores trazendo machucada, mas viva, uma cadela grandalhona, pelo marrom, vira-lata, deitada em um catre feito com dois paus e um lençol marrom que já foi branco. “Ela estava enfiada metade do corpo na lama”. Os homens que a carregavam conheciam o bicho. Era do açougueiro Agnaldo, que havia passado a manhã tentando entrar em Bento Rodrigues para reaver o animal. Proibiram-lhe.

“Tinha essa cachorra viva, podendo ser resgatada. Já vimos uma égua, que também está viva, enfiada até o pescoço na lama. Pode ter gente sofrendo, ainda viva, que foi arrastada pela lama pra longe”, angustia-se um dos salvadores da cadela.

“Avisamos os bombeiros sobre a égua, mas eles nos disseram que não poderiam salvá-la, porque não dispunham de corda para puxá-la. É preciso correr com a ajuda, agora que o barro começou a secar. No entanto, não se viu uma só vez aquelas gaiolas penduradas nos helicópteros, ajudando nas buscas”.

Foi à tarde que os heróis anônimos conseguiram burlar a segurança e esgueirar-se pela margens do mar de lama, onde encontraram a cadela machucada. Também encontraram um crucifixo de ouro de um metro de altura, que adornava o altar da igreja de São Bento, a igreja de Bento Rodrigues

Entregue pelos homens humildes (Neimar, Leléu, Lilico, Jerry, pedreiros e mecânicos) à polícia, o crucifixo foi levado de camburão para o quartel da polícia militar de Ouro Preto. “Ficará lá à disposição das autoridades eclesiásticas”, disse o tenente Welby. Da igreja branquinha não se vê mais nem sinal. As mangueiras em torno dela estão lá ainda.

O tenente Welby passava instruções ao soldado no posto de Santa Rita Durão: para este domingo, a zona quente seria ampliada e a barreira policial seria implantada bem antes, como forma de impedir os moradores de fazer seus resgates e salvamentos. E de ver o que se quer manter invisível.

Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

72 Comentários

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    1. “A Samarco é acusada de um

      “A Samarco é acusada de um crime ambiental seríssimo, que pode ter causado dezenas de mortes, e é ela que ainda tem moral para cuidar da cena do crime? Que loucura é essa?”, reclama uma ativista ligada ao Movimento dos Atingidos por Barragens, quando um caminhão com gerador e luzes da Samarco ultrapassa tranquilamente a barreira policial que veda o ingresso dos moradores. (detalhe: na porta do caminhão, o logotipo da Samarco está tampado por um papel colado).” O MAB é também um movimento ambientalista. E há outros grupos que denunciam e combatem as mineradoras há muitos anos. Estão lá, barrados à beira do barro podre, assim como os moradores.

      1. O problema ambiental é o menor, as mortes que são o pior.

        Esta mentalidade de tachar tudo como crime ambiental é uma porcaria, simplesmente porque taxando desta forma vão deslocar para o local do desastre pessoas que não entendem nada sobre estabilidade e ruptura de barragens, logo o diagnóstico que poderia estabelecer responsabilidades civis e criminais simplesmente não vão existir.

        Não engenheiros ambientais adianta nem levar  para olhar o ocorrido, pois estes não tem a formação necessária para entender o que ocorreu. Nem estou falando de biólogos e outros do ramo das ciências naturais, estou falando da necessidade de colocar pessoas isentas e independentes para estudar o problema.

        O que vai ocorrer é como o resíduo não é tóxico, a empresa vai pagar alguma multa e indenizar as famílias e tudo o que levantarem sobre a responsabilidade do rompimento e das mortes vai ser derrubado em juízo por incompetência dos laudos ambientais em definir responsabilidades sobre a ruptura da barragem.

        Parece-me que o governador de Minas não está fazendo nada.

        1. Como eu respondi em outro

          Como eu respondi em outro tópico, se um ex-prefeito de uma cidade de minas gerais é capaz de mandar matar funcionários da prefeitura que iriam fiscalizar suas terras imaginem o que um empresário bilionário dono da maior empresa extratora de minérios do mundo faria com uma cidadezinha para se desfazer de residuos que estavam entopindo seu processo de extração mineral? Despejaria todo na cidade para se livrar e depois culparia um desastre ambiental qualquer! Iso para mim é óbvio, espero estar enganado mas há muitos seres humanos corrompidos pelo dinheiro e o poder que dele provém no mundo atual que não duvido de mais nada.

        2. Sem contar que o

          Sem contar que o ex-presidente Janio Quadros renunciou depois de tentar privatizar uma mina de ferro em minas gerais e foi ameaçado pelos militares para renunciar, leiam o discurso dele:

          No dia 21 de agosto de 1961 Jânio Quadros assinou uma resolução que anulava as autorizações ilegais outorgadas a favor da empresa Hanna e restituía as jazidas de ferro de Minas Gerais à reserva nacional. Quatro dias depois, os ministros militares pressionaram a Quadros a renunciar: «Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive, do exterior. Forças terríveis levantam-se contra mim, e me intrigam ou infamam, até com a desculpa da colaboração. Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, e indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo, que não manteria a própria paz pública. Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes e para os operários, para a grande família do País, esta página de minha vida e da vida nacional. A mim, não falta a coragem da renúncia.», dizia o texto da renuncia.

           

          E mais tarde FHC viria a privatizar a maioria das empresas nacionais para empresários estrangeiros, mas agora os empresários estrangeiros não eram respaldados pelo exército mas pela mídia, como se pode ver em outro trecho retirado do wikipédia:

           

          A vitória de Jânio Quadros contrariou os prognósticos dos institutos de pesquisa e contradisse as avaliações segundo as quais o ex-presidente era tido como um nome “ultrapassado” no novo contexto da política brasileira emergente do processo de redemocratização e da campanha das Diretas Já. Fernando Henrique Cardoso, o então primeiro colocado nas pesquisas, chegou a tirar uma foto, publicada pela Revista Veja, sentado na cadeira de prefeito de São Paulo. Tal fato levou Jânio a tomar posse com um tubo de inseticida nas mãos, declarando: “Estou desinfetando a poltrona porque nádegas indevidas a usaram”.[16]

            

        3. “O que vai ocorrer é como o

          “O que vai ocorrer é como o resíduo não é tóxico”:

          Maestri, eu conheco o Brasil e definitivamente conheco Minas Gerais:  o lixo e a lama eram toxicos sim.

    2. Os ambientalistas?
      Depois de

      Os ambientalistas?

      Depois de não darem ouvidos para eles 365 dias no ano todos os anos?

      Cadê a nossa matriarca desenvolvimentista que nem toca no nome das empresas e deixa esse descababro acontecer.

      Votamos apenas nos funcionários dessas randes empresas, são elas que govenam, ela sque mandam.

      1. Quem gosta de mineradoras e

        Quem gosta de mineradoras e eletricas eh AECIO.  Tanto que votou contra Minas na tal lei Kandir.

        Seu comentario esta adiantado em 2 anos, ainda nao eh tempo de falar mal do governo enquanto se cala a respeito dos problemas paulistas:  QUE CARA DE PAU EH ESSA de vir reclamar de Dilma sobre um desastre ambiental em Minas e nao falar nada da seca que o SEU governador xuxu te ofereceu?

  1. Pelo que informaram os

    Pelo que informaram os rejeitos estavam transbordando, nada mais conveniente do que romper as barreiras e despejar tudo fora! Como iriam se desfazer destes rejeitos? Essa é a questão! Se não tinham uma forma mais prática, fácil e barata de se desfazer destes rejeitos essa poder ter sido a solução mais conveniente! Ainda mais que estas empresas operam em uma área distante dos centros urbanas e normalmente são facilitadas pelos prefeitos que recebem algum tipo de benefício pessoal ou para a cidade. Infelizmente, o dinheiro e o poder que dele resulta perverte o ser humano e não duvido de mais nada.

    1. Se for isto, é homicídio doloso.

      Não há isto previsto em nenhuma recomendação técnica, pois se sabe que isto é extremamente perigoso e com mortes na certa, logo não acredito que um engenheiro com mais de dois neurônios tenha planejado isto, se planejou é homicídio DOLOSO.

      1. Tipo um…….

         Psicopata.

         E meu caro, será que o governo de Minas Gerais, já requisitou o plano de descarte dos rejeitos ( obrigatório em quqlquer lagoa/ represa destinada a contenção e armazenamento – o planejamento de escala de esvaziamento ), da empresa ? OU irá esperar a boa vontade ao decorrer do processo ?

          Que eu saiba, estes rejeitos argilosos de mineração, são comercializaveis.

    2. Doencas esquizitas e raras mais tarde.

      Era LAMA transbordando.  O peso eh muito maior.  O “planejamento” foi de as encher mesmo.  Ah, morreu alguem?  Foi acidente, viu?

      Repetindo:  tem chances excelentes daquela lama ser TOXICA, os moradores e sobreviventes TEM que ser informados disso.  Nao foram porque ha uma cena de crime a ser varrida pra debaixo do tapete, mas mesmo assim…

      Igualmente, os moradores e sobreviventes TEM que pegar alguns vidros dessa lama pra mais tarde.  Eu tenho certeza absoluta que um monte de gente que teve contato com ela vai aparecer com doencas esquizitas e raras em alguns anos.

  2. Isto não é crime ambiental, é crime mesmo.

    O meio ambiente rapidamente irá se recompor depois do acidente, em quatro ou cinco anos exceto nas regiões que haviam residências é que vai se notar algo, estão dando importância a palavra AMBIENTAL, pois o resíduo não é tóxico, e daqui a pouco os ambientalistas de plantão, vão se satisfazer com algumas medidas mitigatórias e não se fala mais.

    No momento não é necessário nem é conveniente a presença de AMBIENTALISTAS, o importante seria a presença de ENGENHEIROS DE BARRAGENS INDEPENDENTES, que levantariam os erros que foram cometidos no projeto, na construção e na operação destas barragens.

    Estão enrrolando para desaparecer com as provas, por exemplo, uma barragem que sofreu “piping” deixa marcas de vazamentos na parte que não ruiu, com o tempo e com uma pequena intervenção se pode apagar estas marcas.

    Os ambientalistas não entendem nada de mecânica dos solos e estabilidade de barragens e no momento o mais importante era definir o que levou ao rompimento para atribuir a culpa corretamente aos culpados, pois uma barragem de terra quando não há na sua bacia um evento catastrófico de chuva ela não rompe.

    Vai ser uma vergonha ao governo do Estado de Minas não tomar nenhuma providência quanto a isto, pois talvez os AMBIENTALISTAS que estão cercando o governo vão impedir uma consequente investigação sobre o ocorrido.

    1. Derrocamento

        Pelo tempo que estão levando, as marcas de vazamentos e a determinação do fluxo dos dejetos, já terão sido, ou revolvidas ou apagadas, e quanto ao que sobrou das barragens, já podem ter até mesmo sido realizadas obras de contenção, que tb. apagariam as marcas de vazamento.

         Por puro palpite, acho que aqueles dados sismográficos veiculados no dia do ocorrido, serão utilizados para uma defesa do tipo ” se colar, colou “, colocando a culpa em uma suposta movimentação de solo não pré-avaliada, somada ao nivel de precipitação pluviométrica na area.

      1. Eu também desconfiei destes dados sismográficos.

        Romper uma barragem por sismo precisa algo em torno de 5 ou 6 na escala Richter e não tremorezinhos de 3 ou 4. mas parece que é por aí,

        Talvez a única coisa que reste seja o Laudo do MP, depois reclamam do MP, não fazem nada e quem tem que tomar atitudes executivas é o judiciário e o MP.

        Num momento deste dá para entender porque falam tanto em impeachment, apesar de ser completamente contra a lei.

        A inação de todo o executivo brasileiro, independente de partido político é algo expanso, principalmente porque não tem o mínimo quadro técnico, engenheiros recebem de 1/3 a 1/4 do salário de um médico e 1/5 ou menos de um procurador, incham de “aspones” com conhecimentos jurídicos e ficam comendo na mão de empresas privadas que trabalham pelo melhor preço.

        Eu já enchi o saco de ficar defendendo executivos de governos municipais, estaduais e federais, pois todos os partidos acham que a solução de tudo é a mágica da “vontade política”. Esta p… de “vontade política” é algo que fica acima da viabilidade técnica de qualquer coisa,

        Acho que é chegada a hora de por para fora toda a quantidade de absurdos, de perda de dinheiro e no caso de vidas humanas (também de animais) causada pela má gestão de todas as obras públicas, fiscalizações de obras privadas e mais um monte de besteiras que se faz pelo país a fora.

        Basta.

  3. sinistros

    Tática aconselhável: juntar todo mundo, levar vários celulares pra filmar e invadir a área.

    Criar fatos e as imagens desses fatos não é garantia mas sempre ajuda.

    Se ficarem esperando serenos e bem-comportados a “apuração rigorosa dos fatos” e o ressarcimento dos prejuízos…

    Alguém aí se lembra do edifício Palace 2?

    Pois é. Ele caiu em 1998.

    Em 2013 ainda havia morador correndo atrás de justiça.

  4. 37% de lucro liquido em 1 ano já daria para uma boa indenização

    Este é o Brasil onde a polícia ao invés de proteger e servir, serve para proteger  … os de sempre, na festa infindávels dos 5 séculos deste país que nunca chega à nação.

    Onde riquezas são extraídas e vendidas sem nenhum (ou ridículo) valor agregado, para que depois as importemos pagando um múltiplo delas, sem ter visto sequer a cor do dinheiro que foi exportado junto com as riquezas que deveriam ser comuns.

    E a coxinhada quer mais!

     

      1. “Deveria” é uma colocação realista…

        Mas o MPE, à cujo poder desconhece-se a pertinência, está em cima do próprio governador.

        Que se bobear, é capaz de ser “preso preventivamente”.

        Até por prazo superior à eventual relacionada condenação legal.

        Is-to é u-ma es-cu-lham-ba-ção! (® Boris Lixeiro Casoy)

         

      2. Qual o partido do prefeito?

        Qual o partido do prefeito? PSDB! Aliás, vice-prefeito empossado já que o anterior ( também do PSDB).
        Se é pra escrever besteira, leia um pouco mais camarada, moro em Mariana e estou vendo aqui as lambanças que a prefeitura vem aprontando nesse resgate, eles que estão comandando o resgate, não o governo estadual.

        1. Caro Sérgio, quem manda na polícia e na defesa civil?

          Pelo que eu saiba, quem manda na polícia militar e polícia civil além de mandar na defesa civil é o governador, se o prefeito está fazendo lambança é só assumir, porém o PT sempre tem limitações em assumir assuntos técnicos.

          Aqui no RS em evento de menores proporções o Tarso Genro assumiu o controle, mas foi uma exceção.

           

  5. O acobertamento era visível

    O acobertamento era visível na Globo news, onde normalmente em situações anteriores, como no caso da Petrobras e o desastre no Rio da empresa holandesa, estiveram de plantão 24 horas por dia, dias à fio. O que se viu foi no dia seguinte à tragédia, na parte da tarde, num pequeno programa de 30 minutos, foram dedicados no máximo 20 ao desastre. Apenas a Band e Record News noticiavam e os canais internacionais CNN, Bloomberg entre outros. Levei um tempo, mas entendi que a empresa era a Vale, então não precisava noticiar, já que as ações já haviam caído 7%. Não sei na Globo (canal 5) se noticiaram, pois não assisto. O G1 postou vídeos, mas dedicou-se mais a malhar na Lava jato e suas mentiras do que no terrível desastre que estava ocorrendo.Óbvio que sendo o governo do estado, petista, isso realmente tornava ainda mais irrelevante o triste sofrimento das pessoas. Infelizmente a economia brasileira está muito calcada nessa terra toda que é mandada para a China e todos preferem não falar da Vale. Triste isso!   

  6. Os descalabros da oposição

    Os descalabros da oposição golpista são tantos que eu também não duvido de mais nada (como comentário de Nandex, abaixo).

    O que falaram aqui sobre o crime ambiental e agora também homicidios, pela falta de cumprimento de legislação, parece ser o mais provável  acontecido. Mas eu não descartaria até certo setor da mídia corrupta, com medo do que o Marin pudesse começar a falar sobre transmissões de jogos e corrupção nesse setor, e a fabricação de uma trágédia para abafar a tsunami das declarações. De quem fabricou a ditadura assassina enquanto passava novelinhas agua com açucar, pode-se esperar qualquer tipo de monstruosidade.

    Por sinal, pararam de falar mais uma vez, sobre a corrupção na FIFA, da mesma maneira que proibem o acesso ao local da tsunami de Minas, para que não seja relatado sobre o que lá aconteceu e ainda pode estar ocorrendo.  

    Criminosos sempre procuram abafar seus crimes. E essa “benevolência” com os privilegiados, impede que os mesmos sejam corrigidos. 

     

  7. A verdade dos fatos não vem ao caso?
    Nassif, depois do famoso “não vem ao caso” do juiz Moro instituir salvaguardas para criminosos de outros partidos que não o PT, agora vem a Vale falando na terceira pessoa ao se referir à Samarco, hipotecando préstimos e solidariedade à empresa de que é proprietária, juntamente com a australiana BHP Billinton. A mídia, atenta aos R$ 180 milhões gastos anualmente pela Vale em publicidade, chama esta última apenas de “acionista” do empreendimento, ao invés de chama-la pelo que é, co-proprietária de uma mineradora que acaba de se livrar de 62 milhões de toneladas de rejeitos e, com isso, ganhar o espaço aonde alojar os seus detritos nos próximos 20 ou 30 anos. Da mesma forma como Cunha se declara apenas “usufrutuário em vida” e não dono do dinheiro roubado que esconde na Suíça, a Vale privatizada tenta surgir como benfeitora na tragédia de que é co-responsável (afinal, se Alckmin consegue impor a imagem de salvador das águas paulistanas quando é o principal responsável pelo seu desaparecimento das torneiras, tudo é possível). Conta, para tanto, com a omissão de todas instituições da sociedade civil, que corroboram com seu silêncio com a mentira de que a lama é inofensiva à saúde, quando os próprios relatórios ambientais da Samarco exaltam o fato da goetita, um dos minerais que compõem o ferro, absorver e reter os metais pesados presentes em sua mineração, como é o caso do chumbo, cádmio, manganês e muito cromo total – o que demonstraria que sua poluição ficava sob controle, contida pelas barragens que desabaram por excesso de carga, desde que a queda do real diante do dólar aumentou a produção e a exportação das bolotas de ferro que extrai em Mariana e envia para o porto de Anchieta, no Espírito Santo, através de mineroduto com quase 400 quilômetros de extensão. O silêncio do MP, OAB e das ongues sobre as consequências desses metais pesados incorporados à malha hídrica superficial e subterrânea torna-se estridente quando se pretende imputar ao governador do PT a autoria da tragédia, simplesmente por estar colocando em discussão na AL o sistema estadual de meio ambiente de Minas Gerais, que, como o de SP, de há muito funciona com o mero cartório coonestador dos feitos e malfeitos do grande capital. Por outro lado, três dias depois do rompimento das barragens, os governos mineiro e o federal também silenciam sobre suas causas, desconhecendo o fato da Samarco ter aumentado em 32% o lançamento de resíduos em 2014, quando os reservatórios já estavam semi-cheios e dependentes do alteamento de suas respectivas barragens para comportar mais escória – apenas oito anos depois da Samarco ter sido licenciada pelo ex-governador Aécio Neves, o mesmo que agora distribui notas à imprensa afirmando não ser hora de apontar culpados pelo desastre. Pelo visto, Aécio pode continuar tranquilo, pois o governo mineiro até agora não se interessa pela questão, permitindo que a Samarco altere a seu gosto o cenário aonde se deu a ruptura da barragem – marcado no ano passado pela instalação de uma barragem de borracha inflável, fabricada pela norueguesa Dymhoff -, antes da chegada da perícia técnica encarregada de apurar suas causas. Também não divulgou nenhuma análise sobre o conteúdo desse vagalhão de lama tóxica que, com vinte metros de altura, atingiu mais de 400 quilômetros de distância, desembocando no rio Doce e obrigando os municípios lindeiros a suspender a captação de água até que o perigo passe. Em Brasília, o governo de uma mineira segue os passos de um ex-metalúrgico, deixando as minas em paz: o fato das mineradoras não terem reclamado do PL 5807/2013, enviado ao Congresso Nacional há cinco meses – propondo a substituição do oitentão DNPM por uma agência nacional de mineração assessorada por um conselho nacional de política mineral – evidencia que o setor não tem o que temer: não será desta feita que vai ser alterado o fato do país exportar minério de ferro de baixo valor e importá-lo de volta, sob a forma de bens industrializados de alto valor, seguindo uma tradição que remonta a 1709, quando nossas Minas Gerais começaram a ser apropriadas por entradas e bandeiras europeias, agora chamadas de empresas transnacionais de mineração ou de meras contribuintes da Operação Lavajato, como é o caso da Samarco/Vale. Porém, isto não vem ao caso, não é Judiciário tapuia?

  8. E esse Governo do Estado de

    E esse Governo do Estado de Minas, entregam a essas mineradoras a região da Serra da Gandarela para ser destruida por esses capitalistas sanguessugas, uma região cheio de água e vida.  Enquanto o estado falta agua, os rios estão secando. A Lama dessa tragédia vai atingir o Rio Doce que não tem nem agua para chegar até o mar. Governadores, no poder e os que deixaram faz vistas grossa para a tragédia. Onde será a próxima tragégia, Congonhas do Campo? Serra da Gandarela? Itabirito? Itabira? Essas mineradora são a lei, compram fiscais, outorgas, licenças e prefeituras.

  9. Imagina só se esse desastre

    Imagina só se esse desastre tivesse sido provocado pela Petrobrás. Aliás, quando da privataria, os meios de comunicação martelavam todos os dias que a Vale passaria a pagar impostos, sqn, pois deve alguns bilhões de reais aos cofres públicos. Além de não pagar, provoca danos à coletividade. E pensar que a Vale que valia mais de 100 bi de reais, foi doada por 3 bi a serem pagos com papéis podres, tudo bancado pelo BNDES, e os privatas sabiam que o preço da Vale dispararia logo em seguida por causa da demanda da China, o que de fato ocorreu. 

  10. O parecer técnico só faltava dizer quando a barragem ia romper.

    Olhando no parecer: 

    Laudo Técnico em resposta ao Parecer Único Nº 257/2013

    Descrição do fato: Análise Técnica Referente à Revalidação da Licença Operacional da Barragem de Rejeitos do Fundão

    – SAMARCO MINERAÇÃO S/A –

    Que pode ser lido em http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/URCS_SupramCentral/RioVelhas/69/9.1-laudo-tecnico.pdf só faltava dizer quando a barragem ia romper, pois o diagnóstico foi feito, os temores quanto a estabilidade da barragem claramente especificados e as providências que deveriam ser tomadas.

    Ao se ler o parecer técnico que assinam quatro técnicos fica bem claro que foi “Uma crônica de uma trajédia anunciada”.

    Fiquei abestalhado ao ver que o diagnóstico da trajédia foi anunciada desde  21 de outubro de 2013, e se estivéssemos num país sério, com governos sérios, já teria sido aberto um inquérito policial para descobrir porque não foi feito nada.

    Eu sei o que é isto, já trabalhei num parecer técnico feito pelo CREA-RS sobre uma obra de engenharia na cidade de Porto Alegre, fiz na época do parecer uma hipótese de forma de ruptura da estrutura, realizamos no Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS um modelo reduzido de grandes dimensões que confirmou a hipótese levantada.

    O que fez a Preseitura de Porto Alegre, nada, mas nada mesmo, nem os técnicos do orgão responsável se declinaram a ir olhar o funcionamento defeituoso da obra, simplesmente ignoraram. Mandamos uma carta oficial (protocolada) ao órgão que deveria tomar providências e nada, foi feita uma dissertação de mestrado sobre o modelo e convidada a Prefeitura Minicipal de Porto Alegre, e nada, apresentamos um trabalho no Congresso Internacional de Hidráulica em Haia na Holanda e nada, o CREA fez uma reportagem sobre o modelo e mostrando parte dos problemas e nada. E tudo isto voluntáriamente sem nenhum custo a Prefeitura. Estou no momento aguardando um evento de chuva um pouco fora do normal para ver quantas pessoas podem morrer se a galeria romper onde achamos que vai romper, e isto é a única coisa que posso fazer agora.

    É simplesmente deseperante estar numa situação desta e acho que os técnicos que realizaram este parecer conclusivo e preditivo devem estar perguntando; Que faltou fazermos para evitar esta trajédia? Posso sizer com conhecimento de causa, nada, nada mesmo, o esquema de poder no Brasil impede que qualquer pessoa possa denunciar assuntos deste tipo, agora se eles tivessem escrito que o rio em questão poderia com o desastre extinguir uma sub-espécie de Bagre, ou um sapinho verde que mora na região, estaria tudo parado.

      1. O laudo é como se chama, curto e grosso.

        Só imagino a tristeza dos profissionais que se dedicaram, levantaram os problemas, previram o rompimento da barragem e nada se fez.

        Se tivéssemos no Brasil sociedades de Engenharia sérias e não dominadas por construtores, a metade dos grandes “acidentes” não ocorreriam, porém nestas sociedades só há autopromoção de seus diretores e premiação dos engenheiro do ano (que geralmente é um construtor).

    1. O parecer tecnico…

      Uma pena que os tecnicos nao tenham exposto os perigos a que os sapinhos verdes e bagres estariam expostos se a barragem rompesse…..Quantas vidas humanas e animais foram perdidas? Nem o tempo dira….

      Uma pergunta me resta para diminuir a minha ignorancia – O que eh feito com esses residuos que se acumulam nas barragens? Ficam eternamente la? Ao extrair o minerio e degradar o meio ambiente com crateras ainda ficam essas sobras ocupando lugar e sem serventia nenhuma? 

      Desculpem. Eu disse que era uma pergunta apenas, mas uma puxa a outra…..

       

  11. Esse país não tem solução!

    Esse país não tem solução! Quer dizer que o Sr. Fernando Pimentel coloca as forças policiais do estado para proteção da zona de exclusão criada pela Samarco, na qual apenas a Samarco entra, mesmo sendo ela a responsável por este enorme desastre ambiental, podendo assim calmamente esconder o que for prejudicial, e liberar as noticias ruins em doses homeopáticas, reduzindo assim o clamor popular face ao desastre por ela causado… absurdo dos absurdos! 

    Isso aí, mas o importante mesmo é a disputa PT vs PSDB, na qual dois grupos da elite, assessorados por agentes do estado, brigam por seus privilégios, mantendo sob controle 190 milhões de idiotas que não conseguem ver além do umbigo.  

  12. Nada do que aconteceu,

    Nada do que aconteceu, reproduzido em registros jornalisticos, pode compadecer-se das fraquezas daqueles que se encontram como fugitivos do lar. Os abrigos, agora encobre a dignidade que eles querem de volta. 

    Eles sonham começar o dia como família, refletir a rotina de trabalho num vilarejo; e, se conseguem o que precisam lembrarão da lama que escorre do outro lado da montanha; ou será pior, e virá uma longa linha dos perdedores.

    A sociedade esquecerá os gritos, o cenário surpreendente da situação difícil, e o alvo dos processos de indenização que demoram anos.

    Uma péssima memória faz covardes.

    Por isso, presidente da Vale, prefeito e governador, checa suas agendas, construam moradias suficientes aos fatos que vocês podem mudar – em termos das muitas águas – antes deles estarem mortos.

     

  13. Cadê a Dilma
    Cadê a Dilma a presidente tbm deveria se mostrar presente em um caso desses,libera o FGTS e some ,pelo menos mostre que está acompanhando.
    Eu amava o Bento Rodrigues lugar tranquilo ,bomv era ver todos meus parentes alegres ,a vale tem que pagar os prejuízos não só a questão ambiental como rios,nascentes ,peixes destruídos pela lama como tbm os moradores

  14. Próximos passos na lama de Mariana

    De Vinícius Duarte: O único assunto importante pra mim é o desastre de Mariana-MG. Então vou falar dele até cansar.Sugiro que guarde este post-premonição e coteje com o que vai ocorrer daqui em diante pra ver se eu erro muito:

    1 – advogados e comunicadores estão agora juntos, naqueles comitês de gerenciamento de crises (que eu chamo de “tapa-merda”). Os primeiros, preocupados com o patrimônio material da empresa; os segundos, com a imagem pública dela.

    2 – os comunicadores da Vale/Samarco plantarão releases por todo o canto mostrando ações beneméritas da empresa (mesmo que inócuas). O importante é mostrar que estão trabalhando. Fomentarão iniciativas de solidariedade da população para com as vítimas, procurando desviar o foco para aquilo que Nelson Rodrigues chamou de “solidariedade só no câncer” do brasileiro. Foquem na dor das vítimas, esqueçam os algozes. Histórias de superação e resgates emocionantes serão bem vindas.

    3 – Os advogados, junto com técnicos e especialistas especialmente contratados para este fim, procurarão qualquer tipo de “força maior” capaz de elidir ou minimizar a responsabilidade da empresa. Se não acharem nada, montarão as defesas com base nas licenças concedidas pelo poder público, alegando terem feito tudo o que lhes foi exigido e a tragédia só pode ter sido enviada pelo demônio.

    4 – As vítimas serão convocadas pelos advogados para negociar o ressarcimento dos danos. Serão chamadas individualmente, e toda iniciativa de organização coletiva das vítimas para a luta pelos seus direitos será dificultada. Advogados espertalhões surgirão, do nada, para “defender” as vítimas.

    5 – A Vale estipulará internamente um teto para os gastos totais com indenizações (com bônus aos advogados por economia, claro). Para não ultrapassá-lo, os negociadores vão barganhar, pechinchar, humilhar, pressionar, ameaçar. Serão frios e sujos como a lama da barragem.

    6 – Enquanto rola essa “negociação”, a galera da comunicação trabalha pra fazer o caso sumir do noticiário. Vítimas contarão histórias, mas nenhum veículo se interessará em publicá-las, por mais escabrosas que sejam.

    7- O MP vai tentando fazer o que pode pra condenar a empresa a uma multa astronômica e obrigações de fazer, mas esbarra no Executivo chorando que “assim vc vai quebrar a Vale, milhões ficarão desempregados, o dano social será maior ainda etc etc.”

    8 – A lerdeza do Judiciário vai ajudando a esfriar a coisa. Quando o caso chegar ao final, a Vale, com sua atividade frenética de exploração sem ser obstaculizada, já terá acumulado dinheiro suficiente para pagar 300 vezes o valor a que for condenada. Executivos serão condenados (talvez alguns barnabés da Secretaria do Meio Ambiente). Mas não cumprirão pena, pois a pretensão punitiva estará prescrita.

    9 – E não me espantarei se a área onde ficava a ex-comunidade de Bento Rodrigues virar mais uma mina, ou mais uma barragem da Vale.

     

     

  15. O governador Fernando Pimentel já declarou a Samarco “vítima”

    Se o governador já fez a “perícia” dele por telepatia tão rapidamente, vocês podem imaginar o tamanho da operação abafa que está em andamento. Como vocês sabem, engenharia é uma ciência exata. Se um prédio cair, não tenham dúvidas de que alguém deve ir preso. Não existe erro de cálculo na construção ou na manutenção de uma barragem, existe má fé, irresponsabilidade e crime.

  16. E da Vila Socó…Quem se lembra?

    E da Vila Socó…Quem se lembra? 500 almas calcinadas debaixo do tapete…Ningém sabe, ningém viu…

    Já temos tradição em olcutação de corpos…pesquise aí: vila soco OEA e tire sua conclusão…

  17. Isso me lembra o caso daquela

    Isso me lembra o caso daquela construtora “Cowan” que foi contratada pela prefeitura de BH, que construiu o viaduto que desabou, matou e feriu. Agora eu te pergunto o que aconteceu com os culpados?? Eu poderia afirmar que nada irá acontecer tbm com essas empresas Samarco e Vale. Daqui a 1 mês ngm vai mais lembrar a mídia não vai mais cobrir então vai cair no esquecimento igual acontceu com o caso da Cowan. E os culpados pagaram mesmo? 

  18. 1 iPhone = 13 toneladas de minério
    Com a tragédia nas Minas Gerais, veio à tona o que se esconde entre centenas de montanhas: a mineração intensiva que sustenta o modelo econômico brasileiro, dependente, forte exportador de commodities que faz a alegria da politicalha de visão canhestra. A regra é exaurir o ambiente natural brasileiro o tanto quanto for possível, até a última gota, para gerar a moeda que paga a dívida eterna, serviços, lucros e produtos industrializados no mundo globalizado. Esse é um Brasil que nunca irá pra frente enquanto mantivermos o modelo econômico extrativista, servil, dependente, gerador de dívida, desemprego e pobreza. A grande exportação de minério de ferro, soja e outras “commodities” mantêm o Brasil funcionando às custas das multinacionais e da exploração da natureza. Um exemplo simples: o Brasil precisa extrair e exportar 13 (treze) toneladas de minério de ferro (US$ 50/ton) para comprar um único celular tipo iPhone (US$ 650). Esse celular pesa 150g e, portanto, 13 toneladas de minério de ferro equivalem ao peso de 86 milhões de celulares. Não se sinta culpado, mas quando você vir um celular na vitrine, saiba que ele vale 13 milhões (!!!) de quilos de minério de ferro exportado.  E quando você olhar para um vagão de trem abarrotado com minério de ferro para exportação pense que tudo aquilo será trocado por apenas 7 (sete) aparelhos celulares. Um vagão transporta cerca de 90 toneladas. O modelo econômico baseado na dependência é a lama primária da crise brasileira que se arrasta há décadas. A ruptura da barragem em Minas é apenas uma das consequências trágicas. Leia: “A Bananada da Vovó” http://cartamaior.com.br/?%2FColuna%2FA-ultima-aula-do-professor-Weber%2F19894 http://pt.slideshare.net/pcb…/aula-de-mestre-wf-presentation http://www.eng.uerj.br/notici…/1269895557-A+Bananada+da+Vovo 

    1. Isto é verdade?

      Olá, Professor Weber. Estes dados são verdade? Nosso produto tem preço de banana mesmo? Estamos passando por tudo isso por tão…. “pouco”? Me pergunto o que fazemos ainda neste país. Somos trouxas. Seja lá qual é o nosso papel, não estamos cumprindo, porque continuam cuspindo na nossa cara.

  19. Ocultação

    Estes canalha donos da empresa que causou o desastre estão ocultando até os locais, procure no mapa para ver se acha??? PSDB é assim mesmo, mata é oculta o cadáver! Cadê as imagens??? A midia sempre poupa o PSDB!

  20.  
    Cadê o direito de ir e vir,

     

    Cadê o direito de ir e vir, o direito à propiedade privada, ambos garantidos pela constituição brasileira?? As propiedades, mesmo destruidas, ainda pertencem as vitimas. Só no pais como o Brasil que isso acontece. Triste 🙁 

    1. O Direito de ir e vir não existe nesse pais

      É um absurdo o que tem acontecido no Brasil, aqui quem faz leis são quem tem dinheiro, o que estão fazendo aí, é uma afronta a tudo que é lei da contituição, naum estamos em tempo de guerra….. tem que se acabar com essa política e com os pedágios também, isso tudo está afrontando o que se dev seguir na contituição.

    2. Trabalho na área ambiental e

      Trabalho na área ambiental e digo: numa situação dessa realmente e infelizment enão deve ser permitido a entrada de pessoas que não estejam participando do resgate de afetados. Ok. se acontece algo vai culpar a quem? Lembrando que o protocolo da defesa civil está sendo seguido à risca. A situação dentro do distrito é instável, o material que extravasou da barragem não é tóxico, é silica, minerio de ferro e manganes, existe o risco de se afundar na lama e gerar a necessidade de resgatar pessoas que entraram depois, a prioridade é resgatar quem foi afetado pela tragédia. Não estou defendendo a empresa nem muito menos o poder público, mas procedimento é procedimento e no momento quem está no comando da situação não é a empresa e sim a defesa civil.

  21. Local proibido

    Já que proibiram de ir ao local, proibiram as filmagens, sugiro ao pessoal da TV Ninja, e blogs  que filmem com drones de filmagem.

  22. Drones.

    Alguém por Mariana tem um drone?

    Dá para filmar tudo, bem de perto.

    Vão tentar derrubar? Claro, mas os atiradores dA elite podem ser ludibriados por espelhos.

    Se duvida, assista “Guerra nas Estrelas” e seu ~incrível~ carro voador.

  23. Calma, não é a empresa, e sim Defesa Civíl e Bombeiros.

    Não sei se sabem, mas a maior represa de todas está de pé… a queda de Santarém que ficava ao lado da de Germano pode ter a abalado… Querem ver mais desgraça? Ao todo eram 3 represas, as duas menores que causou tudo isso que desmoronaram. Além do mais, se está difícil até para os bombeiros, quem dirá para civís sem treinamento algum. Correriam risco é de perder mais pessoas. Então tenham um pensamento mais sensato antes de atiçar o povo a fazer coisas quem não tem treinamento algum e sem responsabilidade. Não desejo ver mais morte. 

  24. Está tudo errado no Brasil

    Cadê as pessoas que podem fazer alguma coisa para essas famílias,  a presidente, o governador, os senadores  e deputados. Temos que ter muita conciência na hora de votar, pois quase todos que colocamos lá estam se corrompendo por dinheiro…… Venham ajudar que precisa….. Agora, sentam e ficam escondidos, apenas ficam fazendo propaganda de seu excelente governo…..isso é um descaso total com o povo brasileiro…….

  25. Só falta agora eles falarem

    Só falta agora eles falarem que foi um “ataque alienígena” que causo o rompimento das barragens.
    Vai vendo…

  26. NÃO PODEMOS NOS CALAR

    Todos aqueles que tiverem qualquer tipo de informação, foto, vídeo, tem que divulgar para o mundo tome conhecimento dessa barbaridade, que resultou da irresponsabilidade desses poderosos. NÃO PODEMOS NOS CALAR!

  27. Tudo Farinha do Mesmo Saco

    As perguntas são:

    1- Poderia ter sido evitado?
    2- Apesar de bilhões de lucro por ano, quanto foi investido na infra estrutura para proteger a vida e o meio ambiente?
    3- Quais politicos e executivos estão envolvidos e ficaram ricos com essas operações?

  28. O Som do silêncio é ensurdecedor

    Não é preciso existir lei de censura no Brasil , o medo de cada jornalista em divulgar a verdade já funciona muito bem.

  29. E o “recolhimento cristão de doações” já começou

    Canalhas!

    Confundem irresponsabilidade com tragédias naturais e já começam os movimentos de “doem isso” “doem aquilo”, e, como já sabemos, menos da metade chegará a quem realmente necessita! (Minha sugestão: Marquem tudo com algum carimbo impossível de ser apagado. Encontrou na vendinha da esquina prendam os envolvidos)

    Pulhas! Cretinos!

    Resposabilizem os responsáveis, Vale, Samarco e BHP, pela negligência, prefeitura  (que encobre tudo), o governador (que tem que intervir ), esta imprensa corrupta e covarde (como a do Globo que abaixou a câmara e microfone quando um cidadão tentou denunciar os verdadeiros culpados). 

    Se não agirem assim, breve teremos outro caso pois a natureza não reage, se vinga!

     

     

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