Engenharia unida reage à destruição da economia brasileira

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Do Clube da Engenharia

Engenharia unida reage à destruição em curso da economia brasileira

O Clube de Engenharia, ao longo dos seus 136 anos, contribuiu permanentemente para o desenvolvimento do município do Rio de Janeiro, do Estado e do País. No Império, no Distrito Federal, como capital da Guanabara e capital do Estado do Rio, a ação do Clube de Engenharia foi, é, e será a de formulador de propostas de desenvolvimento econômico, político e social.

Com Pereira Passos tivemos importante contribuição na modernização do Centro do Rio. Participamos das discussões do Plano Agache, em 1928; discutimos o código de água nos anos 30 e a proposta de eletrificação, de aproveitamentos hidroelétricos do Vale do Paraíba que deram origem ao Complexo de Ribeirão das Lajes. Participamos da defesa do minério de ferro brasileiro; da constituição da Companhia Vale do Rio Doce e, no momento seguinte, da constituição da Petrobras. Atuamos ativamente na discussão do Plano Doxiadis, no governo Carlos Lacerda, e da discussão do Metrô, tanto na década de 60 como na década de 70.

Esse é o papel do Clube: contribuir criticar, formular. E não seria diferente agora, frente ao desmonte da engenharia brasileira, quando acontecem reuniões Brasil afora com profissionais, empresários, trabalhadores e representantes da academia, indústrias e poder público, mobilizados com lideranças das principais entidades de engenharia do Rio de Janeiro e do país para fazer ecoar a voz de protesto das engenharias e da sociedade contra a destruição em curso da nossa economia.

Urge uma proposta de desenvolvimento que gere emprego e que nos retire dessa situação calamitosa de depressão econômica, com um número crescente de empreendimentos comerciais e fabris fechados em todo o território nacional. Inacreditavelmente o Rio de Janeiro, que até os anos 50 era a principal base industrial do Brasil, e que só perdeu essa posição para São Paulo na segunda metade dos anos 50, caminha para ser uma cidade fantasma! A cidade que sedia a Petrobras, empresa que ao longo de seis décadas de existência se responsabilizou pela formação de uma cadeia de mais de 5.000 fornecedores nacionais e estrangeiros e que recentemente acolheu aqui centros de pesquisa da Halliburton e da GE está submetida a um processo sistemático de destruição. É neste cenário que se perde o emprego, a ciência, a tecnologia e a engenharia.

Com o amesquinhamento e a desvalorização da engenharia pública, responsável pela formulação do nosso planejamento ao longo de décadas, também deixamos que se perca a nossa reconhecida competência.

Cresce o movimento que tem entre seus principais objetivos preservar as empresas e garantir o emprego, sensibilizando os poderes públicos, a prefeitura do Rio de Janeiro, os governos do estado do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo, estados lindeiros da maior província de petróleo já descoberta nos últimos 30 anos, exatamente os mais prejudicados com a destruição de empresas e empregos. O movimento em defesa da Petrobras não é um movimento xenófobo, que se contrapõe à participação das empresas estrangeiras, desde que se comprometam com a geração de emprego e tecnologia e que paguem impostos aqui. O Brasil caminhará para uma convulsão social se não houver a compreensão de que é importante entender o Petróleo como garantia do desenvolvimento e da soberania.

Muitos outros problemas se agravam ao longo do tempo, como saúde, educação, habitação e mobilidade urbana. É inadmissível, por exemplo, que o Rio, cidade âncora do desenvolvimento cultural e educacional, dotada da mais formidável rede de escolas públicas do país, veja o ensino público desvalorizado e enfrente hoje uma luta feroz para que a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) se mantenha como universidade pública.

 

São compromissos dos quais o Clube de Engenharia não pode abrir mão, em defesa do Estado Democrático de Direito, por um desenvolvimento soberano, sustentável e socialmente inclusivo. 

A Diretoria

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Redação

22 Comentários

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  1. Ufa! Finalmente algo de

    Ufa! Finalmente algo de auspicioso nesse cipoal de incertezas e angústias. Que outras organizações civis se juntem nesse esforço para a busca de saídas para o país. Mais um ano de estagnação e o país incorrerá no risco de instabilidade política-institucional. Por enquanto ainda há um fiapo  de gordura para queimar. Se chegar no osso, a coisa pega. 

  2. engenharia/petrobras

    Temos que agir urgente as entidades de engenharia tem que capitanear estas mobilizações. Creas, Confea, Cau , Clube de Engenharia , sindicatos de engenharias , sindicatos de montadoras e construção civil, FUP. A engenharia tem que demosntrar ( coisa de engenheiro) para sociedade que o desmonte das cadeias de produção voltam o pais para decada de 1940 ou seja antes da criação da Petrobras. A organização deve visar as leis que protegem o Brasil ( não so a Petrobras ) . Veja o que quase aconteceu com o setor eletrico no governo tucano, houve um fatiamento das empresas para poder vende-las , sendo que nessa fase o governo investiu no saneamento das empresas um valor que não teve retorno na venda. Todas as ações sejam no inicio juridicas com mandatos cautelares, verificação de regras de concorrencias viciadas e ate se for o caso anulação das mesmas.

    1. estamos voltando bem mais!

      pra algum periodo depois da lei do ventre livre e antes da lei aurea.

      vamos nascer livres, para trabalhar feito escravo até morrer.

  3. sei lá, estamos em metástase

    …mas uma boa parte destes meus colegas de profissão desfilava de camiseta da seção e pendão bradando contra a etc. etc. 

     Com o desemprego as cataratas plin plin desnudadas começa o doloroso despertar. Para muitos até pela idade as perspectivas são a daqueles tempos em que “um engenheiro virava suco”.

  4. Estão atrasados quase 1 ano.

    Estão atrasados quase 1 ano. Agora teremos que aguentar a destruição da indústria naval e petrolifera, a exportação de empregos de engenharia e a importação de projetos e serviços da área. 

  5. engenharia

    Demorou para fazer o pronunciamento o clube de engenharia. A maioria das empresas estáo em processo falimentar avançado. Estão i)mpedidas de paricipar de licitaç~es em vários paises., inclusive aqui no Brasil. Parabens judiciário  e governo golpista: o Imperi atingiu o seu intento.

  6. too late, too little… chora o leite derramado e a vaca morta

    Minha querida engenharia…. nem sabe ainda o que a atingiu… essa “reação” só provoca risos…

    Boa parte dos engenheiros sairam nas ruas com camisa da CBF e desconhece completamente essas organizações que levam seu nome.

    Esse gritinho covarde e fora de hora é completamente desnecessário. Nem um grito com a força de uma bomba atômica faria alguma diferença numa hora dessas!!!

  7. pessoal não tem culpa…

    engenharia da catástrofe de um golpe nunca foi componente curricular

    mas quem fez civil e vestiu a amarelinha contra o Brasil, que se foda ou se vire como vendedor de celular

  8. Parabéns aos engenheiros paneleiros!

    Infelizmente, vi muitos colegas destilando ódio e batendo panelas, como marionetes ensandecidas, vomitando o discurso unicórdio da veja e da globo!

    Alguns são funcionários de empresas públicas, e só vão reclamar quando o arrocho salarial atingí-los.

    Mas, os da iniciativa privada estão, como eu, sofrendo horrores.

    Agora, inês é morta! Danou-se!

    As entidades de classe foram incrivelmente burras, imbecis e omissas! Cansei de falar, reclamar, chamar a atenção para o desastre iminente! Que mostrem, agora, competência para convencer os colegas a encampar a luta ou morram de vez!

    A única voz dissonante veio dos petroleiros, que parabenizo pelo discernimento e pelo espírito de luta incansável nestes anos sombrios, enfrentando sozinhos as matilhas da mídia, da justiça, do mp e da corrupção desenreada da direita udenista.

    Vamos ver no que dá!

     

    1. Inês é morta!!!

      Concordo!!! Essas entidades e os seus profissionais demonstraram que não aprenderam nada como a história e com a política. Agiram como uma manada de analfabetos. Quando tempo será necessário para que o país voltar ao mesmo nível económico de 2014. 

      Penso como é possível esses profissionais serem neoliberais??

      1. “Penso como é possível esses profissionais serem neoliberais?”

        A engenharia deveria ser a força máxima do desenvolvimentismo brasileiro… deveria…

        A grande maioria foi enganada ou se deixou enganar por um discurso fácil da meritocracia. Começaram a se ver como uma classe de burgueses injustiçados, que só não ganhava mais dinheiro devido ao Estado brasileiro. Vários mitos tomaram os lugares dos indicadores econômicos nas análises do cenário. O Brasil real passou a ser menos conhecido do que os textos de Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino.

        Existem outros fatores que devem ser responsabilizados:

        -O SINDICALISMO ATRASADO E POUCO REPRESENTATIVO. Não existe qualquer tipo de ligação entre as universidades, os sindicatos e os engenheiros. É impossível ver os sindicatos atuais como algo benéfico para as engenharias. Qualquer engenheiro que se aproxime do sindicalismo já é automaticamente segregado e estigmatizado dentro de sua classe.

        -O DISCURSO DA MERITOCRACIA CAIU COMO UMA LUVA PARA O ENGENHEIRO FRUSTRADO. Eu vi vários engenheiros recorrendo ao discurso da meritocracia como se fosse uma forma de auto-elogio. “TINHA QUE EXISTIR MERITOCRACIA!” como quem diz: “Eu mereço mas não subo na vida por causa da falta de meritocracia”… abraçou também as novas modinhas de “empreendedorismo” e do “investidor”… basicamente tudo se une em uma coisa só no Brasil atual. A cartilha da direita enfiada goela abaixo da população com o neo-liberalismo utópico serve para derrubar governos, vender investimentos pela “Empiricus” e vender cursos de “empreendedor”. E se der errado… não foi por falta de talento… é o país que não foi meritocrata o suficiente!!!

  9. O engenheiro batedor de

    O engenheiro batedor de palminhas aqui do prédio sumiu. Dizem que foi transferido para o Acre, rs rs. O outro, do terceiro, perdeu o emprego (e o timing) e está estudando pra concurso. Como pode ser tão burro. Bateu panelas contra tudoaquiloqueestavali quando tinha um emprego e agora  se recolheu em casa silenciosamente e virou concurseiro quando já não existem mais concursos.

    1. Diversos colegas e ex-colegas

      Diversos colegas e ex-colegas meus, engeheiros, foram todos nos protestos convocados pela Globo, bateram (muito) panelas, esbravejaram pelo facebook, se diziam em uma “cruzada”, acompanhados de Cristo, contra o petê (não é invenção, eu vi e dei printscreen disso).

      Hoje, muitos estão desempregados e com o “rabinho entre as pernas”.

      Outros tiveram que ir, à contragosto, trabalhar no exterior.

      Outros simplesmente sumiram, nem se parecem mais com aqueles irritantes que viviam a postar o dia todo no facebook contra o “petê”.

      O momento é desolador, entretanto, não consigo deixar de nutrir uma certa satisfação em ver esses coxinhas pagando a fatura do golpe.

      Em relação a este inócuo, insosso texto da Associação de Engenheiros (assim como o CREA, orgão inútil), merecem uma taça em forma de tartaruga. Demoraram mais de 2 anos para se tocarem que a implosão da Engenharia no Brasil estava sendo feita pelo Brasil improdutivo, concurseiro.

      A vontade é de mandar esse pessoal ir para a PQP.

  10. Engenheiros, arrependei-vos!

    É preciso que alguém diga ao Clube da Engenharia que a coisa tá ruim, mas vai piorar muito mais; e que boa parte da culpa é deles, engenheiros, médicos, advogados, e “doutores” paneleiros em geral, que perderam quase uma década de vida (alguns até mais que isso) esquentando bancos universitários e não aprenderam sequer a pensar com a própria cabeça, nem a ver com com os próprios olhos!

  11. Tarde

       Estes clubinhos, conselhos, associações, demoraram a cair na real, podem imprimir, “facebookear” mil manifestos que não vai adiantar de nada, e até parece que não sabiam que isto ia ocorrer.

        E as atuais ” madalenas arrependidas ” da profissão , incluindo alguns  da cadeia Oleo/Gas/Naval ( até alguns “nobres” da Petrobrás ), agora vem falando que ” não sabiam de nada” , só cumpriram ordens vindas de cima, não perceberam que os projetos executivos que lhes chegavam eram “suspeitos”, que não “montaram” planilhas espertas visando provar “conteudo local”.

          Contem outra, e ve se cola, o capeta não chama virgem para dançar, pois os chifres dele são bem visiveis.

  12. Paráfrase de Euclides da Cunha

    é que ainda não há uma Maria Antonieta para a estupidez e cegueira de cada classe de idiots savants do nosso pequeno brasil…

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