Jair, Trump, Xi Jinping, quem melhor, risos, por Rui Daher

AsJair, Trump, Xi Jinping, quem melhor, risos, por Rui Daher

Assim sim eram eles, quando formaram o grupo musical-comunitário. Lindos, como provavelmente deve haver outros no Brasil atual, fruto de meu passadismo. Somente não sei se com as mesmas alegrias, rebeldias e criatividade dos “Novos Baianos”, em ano como o de 1972. Mesmo ano em que foi lançado o primeiro “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento, tão bem homenageado por Serginho Groissman, em “Altas Horas”, da TV Globo.

Lembram-se do que acontecia neste país enjaulado, enquanto nas demais partes do mundo a luta era por liberação política em costumes e cultura?

Assistam documentários sobre a época. Ajudarão aos mais jovens diante do momento nacional de fascismo, retorno ao autoritarismo, ignorância e ódio. A idade me fez ver tudo, como se dizia, “ao vivo e a cores”, mas revê-los me ajuda a sobreviver e resistir. O YouTube me oxigena. Não os cabelos, que os tenho poucos, mas a alma.

Já avisei sou mais cronista do que analista econômico. Embora também nisto erro pouco. Se algum jovem lê um articulista, como este, voltado para os agronegócios com uma visão progressista, poderá projetar que a comunidade Novos Baianos e o Clube da Esquina foram grupos artísticos fundamentais para a cultura e as artes brasileiras, das mais ricas do planeta e indestrutíveis diante de tão toscos governantes.

Com a cultura, pois, estou sossegado. A cultura de um povo e as condições intrínsecas de produção artística são fortes diante de ações fascistas. Vejam as Alemanha e Itália, na volta do pós-guerra.

Pois bem, correm mais riscos os negócios agropecuários em todos os seus segmentos. A estabilidade da produtividade nacional brasileira poderia ser a mesma, se não tivessem escolhido em massa esse incompetente. Que fosse Álvaro Dias, afinado com os ruralistas, ou outro qualquer.

Ganharam ignorantes, envolvidos num projeto militarista, religioso e neoliberal contra a inserção social. País rico, mas um dos mais desiguais do mundo, pois direciona suas riquezas a pequeno percentil da população.

E a agropecuária, poderão perguntar? Tenho horror de escrever sobre isso, pois tão óbvia, quando “vista assim do alto” (Paulinho da Viola), e tão miserável quando vista pela lupa.

Quando não há evolução, direcionamento, sempre escrever parecerá obrigação. O que mais querem saber? Sim, estamos dando o rabo para nosso principal concorrente, aquele que maior força tem para profundas penetrações.

Há quantas colunas venho escrevendo que os EUA não são clientes, mas concorrentes do Brasil e dos mais inclementes, sobretudo com Donald “Pele Laranja” Trump no poder?

Daí que um bando de patetas vai à Disneylândia entregar a essência de nossa economia, e nossos ínclitos produtores não dão a mínima, olímpicos que são.

Se, quase certo, o acordo bilateral EUA e China acontecer, as exportações de grãos do Brasil, em milhões de dólares anuais, serão fortemente prejudicadas. Uma perda enorme. Desequilibrará o comércio mundial e mais prejudicará o Brasil, que tornará vã sua competitividade.

O déficit comercial dos EUA com a China atinge US$ 420 bilhões. O que Trump fez? Impôs pesadas taxas sobre as importações da China. Em torno de 250 bilhões de dólares. O Império do Meio retrucou, especialmente em soja.

Brasileiro é tão bobinho que achou que iria se beneficiar da tal guerra comercial. Mais uma vez, olhou para seu próprio umbigo, pois aumentou US$ 8 bilhões suas exportações para a China.

Finito. Com o acordo, a China deverá comprar 30 bilhões a mais dos EUA. Tomando, o que foi feito em 2017 e 2018, serão US$ 50 bilhões, o que precisará incluir no perfil milho, algodão e etanol.

Pergunto aos produtores brasileiros de trigo. Por que não sobretaxar as importações dos EUA e ferrar seus vizinhos argentinos do Mercosul? E em quem votaram?

Deixo aqui duas perguntas que não querem calar:

  1. Quem mais forte entre EUA, China e Brasil?
  1. Quem melhor preparado entre Trump, Xi Jinping e Jair Bolsonaro?

Cêis quem sabem. Na próxima coluna comento o ridículo do troca-troca OMC x OCDE. Inté.

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

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