Crônica

Anarriê, alavantú XXII – Mas…, por Rui Daher

Anarriê, alavantú XXII – Mas…

por Rui Daher

Harmônica é um matador profissional que há alguns anos, em minhas crônicas, fiz renascer do personagem interpretado por Charles Bronson no filme do italiano Sergio Leone, o magistral “Era uma vez no Oeste”.

Percebendo a ultradireita querendo colocar as manguinhas de fora, convidei-o voltar à ação para acalmá-los. No e-mail sugeri a Harmônica algumas ações pontuais, que a eles lembrassem nossos métodos antigos, um pouco mais, digamos, definitivos.  Mais detalhes, talvez, no “A.A” XXI ou em pesquisa nas edições antigas deste jornal, crônicas mais longevas, caso não tenham paciência para esperar o próximo livro.

Aceito proposta de editoras, inclusive sediadas em Gaza. Disponho-me a assinar o contrato de forma presencial. Gerald Thomas, além de escrever a contracapa, promete me acompanhar.

Em correspondência secreta ‘Natanocú’, promete receber-me com pompas de Chefe de Estado (eu, sírio-libanês, o hospital que vezes ou outra já me salvou; não ele, que prefere os arredores do Morumbi).

Surpreendentemente, recebo uma voadora inteligente, mas não artificial de Harmônica, em e-mail: “Não tô afim. Hoje em dia, trabalho Full Time em Tel-Aviv”.

Fui entender o texto depois da ajuda do chapa Emicida. “O País inteiro”.

– Harmônica, seu vagabundo, quer dizer que virou de lado? Indignado estou! Te tirei, melhor, raptei quando acuado no hospital. Até hoje, sou procurado para pagar as suas contas, cobertas por uma empresa de matança de idosos a US$ 3,000 por mês. Dei um jeito e quando lhe peço ajuda, tá lá destruindo vidas palestinas.

– Não, Rui. Você que é um bosta que quer me tirar de uma causa urgente e justa para atender frescuras de um paranoico que quase aplicou-lhes um golpe de Estado, o mais estúpido do planeta. Falemos de hoje (19/03), a partir da Polícia Federal (PF). Quer mais? O cara tá liquidado, morto-vivo, não serve para mais nada. As elites e os milicos já estão quebrando a cabeça para inventar um novo populista de direita para continuar.

– Porra Harmônica, onde você estava que não viu as manifestações dos bolsonaristas, as pesquisas de opinião, a mídia sempre adversativa quando se trata de Lula, “acertou no PIB, inflação, desemprego, produtividade, apoio à indústria, soberania e imagem no exterior, MAS errou no preço dos tubérculos (esclareço na CartaCapital).

– Rui, você se refere a Jair Messias Bolsonaro ou ao bolsonarismo? Se ao segundo, queria o quê? Eu eliminasse 50% ou mais da população do Brasil, assim nascida, formada e aperfeiçoada? Você mesmo insiste escrevendo que, na essência, o Brasil foi, é, e para sempre será bolsonarista.

– Harmônica, sei disso. Conheço o 1% (pegando leve, é menor) de nossa pirâmide. “Eu tô bem, comida farta, educação boa para meus filhos, férias no verão e no inverno, carro bom pra permitir autoritarismo com abusados flanelinhas (lembro Angenor “Cartola” de Oliveira.

Inté! Mas …

Rui Daher – administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para dicasdepautaggn@gmail.com. O artigo será publicado se atender aos critérios do Jornal GGN.

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

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