Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Virado no diabo, parte 8, por Rui Daher

E quem vemos nas eleições municipais dominar o País? O centro-direita convencional e, ainda que incipiente, uma nova concepção progressista e de esquerda.

Virado no diabo, parte 8, por Rui Daher

Ah, fizeram de tudo, né? Os terninhos bem cortados, gravatas e sapatos italianos, camisas “Polo” azuis e amarelas, pulôver e cardigan da londrina Burberry, slogan Bolso Dória. Parabéns!

E quem vemos nas eleições municipais dominar o País? O centro-direita convencional e, ainda que incipiente, uma nova concepção progressista e de esquerda.

Nada melhor do que ver Bolsonaro dizimado e a soberba do Partido dos Trabalhadores (PT) marginalizada Brasil afora. Muitos vêm aqui e analisam os números. Esforçam-se. Parabenizo-os. Eu não tenho mais força ou saco para isso. Vou pelo faro de velho e decaído cão perdigueiro.

Tá mudando. Boulos e Erundina, em São Paulo, eram o embrião que eu, junto a CartaCapital, há dois meses, passei a sugerir. Até aqui deu certo. Estamos no segundo turno.

Acabo de assistir ao debate, entre Boulos e Covas, na CNN, mediado pela ótima Monalisa Perrone, agora uma jornalista.

Diria que mal não estamos em São Paulo. Ao contrário da Cidade Maravilhosa que terá que escolher entre Paes e Crivella. Credo em Deus padre! Morasse e votasse lá, a abstenção me faria jogar tamborete com Hamilton Mourão, num papo sobre o que está acontecendo com nosso Flamengo. Recusaria a oferta do Regente Insano Primeiro, RIP, e os zero N, de farpar com arames o mourão. Paixão clubista.

Confesso, porém, que estive certo até a página 50. Nunca deveria ter insistido em Tatto abrir a mão de sua candidatura, ainda no primeiro turno, em favor de Boulos e Erundina. Tal acontecesse, poderia ter afetado a candidatura 50, a ponto de não a termos no segundo turno paulistano.

Eleitor do PT, desde sua fundação e primeira disputa eleitoral, sabia que a direita política, econômica, judiciária e midiática, tinha causado feridas horríveis e imerecidas ao partido. Sua “refundação”, em meio à vendetta de Sérgio Moro e seus asseclas, precisava da força lulista. Não teve. O tempo não foi suficiente.

Que, em São Paulo, o PT e Jilmar Tatto eram derretimentos confirmados, sabia. Mas que isso teria se espalhado pelo Brasil, desconfiava, sem certeza. Confirmou-se.

Para ressurgir com a mesma força que o fez o poder incumbente do País, até o golpe de 2016, o PT precisa fincar sua âncora em novos partidos de esquerda, progressistas, usando história que partiu do Colégio Sion, quando de sua fundação em 1989.

Fez muito. Por um tempo precisará entender que não o pode mais. Fique, mas seja pragmático e finque suas bases pra aqueles que surgem, atrelados em seus ideários e exemplos, mas considere situação a situação, e saiba ceder. No final, a vitória sempre será de seu pioneirismo no século 20.

Boulos e Erundina, “hasta la vitoria, sin perder la ternura jamás”.

Inté! Ariano Suassuna, do Conselho Celestial do Dominó de Botequim, pede-me que traga de volta, pelo menos mais uma vez, Bruna da Viola. Quem eu para negar. Aí os dois:

Rui Daher

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