Peter O’Toole para sempre será lembrado pelo filme Lawrence das Arábias. Mas temos também que pagar tributo ao mais estranho filme da sua carreira: A Classe Dominante (The Ruling Class, 1972) que desde o seu lançamento passou a ser seguido por um grupo restrito de fãs como um filme cult. Ainda mais que a versão para o lançamento nos EUA teve uma redução de 20 minutos para tornar o filme mais rentável, poupando ao público daquele país de algumas cenas bizarras e de extremo humor negro que chega, algumas vezes, as raias da violência e ultraje religioso. Pois o filme foi restaurado no relançamento em DVD pela The Criterion Collection em 2001 e retornou às suas quase duas horas e meia da duração original.
Embora o filme seja um mix de sátira, farsa, musical, drama shakespeariano e muito humor negro, a narrativa é uma descida sombria na loucura, caos e simbolismos religiosos nas tramas envolvendo cobiça e poder no seio de uma elite aristocrática apodrecida, mas que tenta manter sua fleugma e pompa: um conde esquizofrênico, um bispo anglicano sem fé, um sádico psiquiatra alemão, um mordomo comunista que vive em um constante estado de embriaguez, e toda uma galeria de personagens inesquecíveis.
O desempenho de O’Toole no papel é propositalmente teatral e exagerado, porém com o toque inglês: um ator americano certamente tentaria performar Jesus com os maneirismos emprestados dos pregadores da TV. Mas O’Toole interpreta um Jesus com muito improviso, narcisismo e boas maneiras – ele foi indicado ao Oscar de melhor ator naquele ano por esse filme, porém Marlon Brando levou a estatueta com O Poderoso Chefão.
A família está chocada com o esquizofrênico Jack e arma uma artimanha para afastá-lo do título e da fortuna: fazê-lo casar, ter um filho e, depois, mandar Jack para um hospício, enquanto a família se tornaria o tutor do novo 14o Conde, colocando a mão nas propriedades e dinheiro. Mas, o que principalmente incomoda a família é que Jack quer levar as ideias de Jesus às últimas consequências: para ele, todos devem viver somente do amor e esquecer as propriedades e títulos porque todos os homens são iguais… A família passa a considerá-lo uma ameaça bolchevique no meio da aristocracia inglesa.
O deus gnóstico de Jack
E por que Jack acha que é Deus? Ele descreve sua impagável epifania: “Porque toda vez em que rezava para Ele, eu percebia que estava falando comigo mesmo. Logo, eu sou Deus!” Jack fala isso fazendo referências ao papa do LSD, o psiquiatra Thimoty Leary e recomendando a todos que se amem e façam sexo. Esse é o núcleo profundamente gnóstico e libertário no Jesus/Deus imaginado por Jack: Deus está dentro de nós mesmos.
O chamado ativismo judicial provoca rusgas institucionais desde o tempo do mensalão, antecedendo os ataques…
Denúncias de alienação descredibilizam acusações de violência contra menores e podem expor a criança aos…
Os dois conversaram sobre o combate à desigualdade e à fome. Para Dilma, o papa…
Os pesquisadores constataram que pessoas que sofrem de hipertensão sofrem ainda mais riscos, especialmente as…
Caso ganhou repercussão no interior de SP; jovem faleceu após ser baleado na região do…
É papel do Banco Central administrar as expectativas de mercado, mas o que o presidente…
View Comments
ahi vai o link para o filme completo
http://www.youtube.com/watch?v=8dgosa7wkfY