Regional

Poços de Caldas e o prefeito que destruía árvores

Prefeito de Poços de Caldas de 1922 a 1925 João Benedicto de Araújo sumiu na história. Seu único feito foi cortar todas as árvores da rua Paraná, futura Assis Figueiredo. E Poços teve inúmeros grandes prefeitos, a começar de Francisco Escobar, que chegou a montar um jardim botânico e a estimular para que as casas tivessem espaços e jardins. Coube a ele o desenho da nova cidade, inclusive os espaços que depois viraram os mais belos jardins do país.

Assis Figueiredo comandou a fase áurea de Poços, com eventos que tornaram a cidade conhecida nacionalmente.

Os Ottoni deram dois prefeitos excepcionais, o segundo dos quais David Benedito Ottoni. Mesmo os Junqueira deram um prefeito, Haroldo Genofre Junqueira, que preparou um plano diretor campeão. Sem contar médicos ilustres, como dr. Martinho, Sebastião Pinheiro Chagas, José Augusto Villela.

Todos respeitavam a história, os símbolos de Poços. Quando o deputado Carlos Mosconi, do PSDB, lançou como candidato o funcionário da prefeitura, Sérgio Azevedo, não se imaginava o desastre que viria a seguir.

Desde os anos 70 há um trambolho na entrada da cidade, um trem sobre pilastras que jamais funcionou. Aí o prefeito revelou que seu sonho de toda a vida seria fazer o trenzinho funcionar. Poderia ser apenas um capricho, não fosse o fato de que significaria o corte de dezenas de árvores centenárias, ao longo da avenida João Pinheiro.

Contando com um promotor ausente, endossando todos seus abusos, Azevedo conseguiu cortar as árvores. Só foi interrompido quando representantes da sociedade civil recorreram ao Ministério Público Federal em Pouso Alegre. No meio de crimes ambientais, levantaram-se também licitações viciadas. E um juiz proibiu mais corte de árvores.

Agora, um vídeo que circula na cidade mostra os efeitos dos cortes de árvores.

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Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Índaí, ãinda num eram quatro hóras da manhãna quando Catarina acordou Jairirí.
    - Levanta lógo, Jarirí. A jienti tem una longa caminhada a vencer, mais de duas hóras e meia andando depressa e sem pará, indo o mais rápido possível. Vamos iguar cavalo brabo, deitando o cabelo de tanta velocidade.
    - Mas a jiente num vai tomar café da manhãna? Precisamos forrar o istômago, comer arguma coisa, senão nósis vai demorá maisi.
    Eu já preparei tudo, é só irmos pá cuzina e comer e sair.
    Entoncis, adispois de comerem e tumarem um café bem ajeitado, eiles partiram apressados. Adipois de andarem uns vinte minutos, perceram que arguma coisa tava siguindo eiles.
    - Vamos parar pra ver. Vamos esperar um pouquinho, pra discubrir quem nos segue, eu acho que sei quem é. Acho que é Cascatim.
    - Ieu tumém achano que é ele. Vou gritar e esperar pra que ele apareça.
    Maisi Cascatim num apareceu. Surgiu outra cousa.

  • Índaí, ãinda num eram quatro hóras da manhãna quando Catarina acordou Jairirí.
    - Levanta lógo, Jarirí. A jienti tem una longa caminhada a vencer, mais de duas hóras e meia andando depressa e sem pará, indo o mais rápido possível. Vamos iguar cavalo brabo, deitando o cabelo de tanta velocidade.
    - Mas a jiente num vai tomar café da manhãna? Precisamos forrar o istômago, comer arguma coisa, senão nósis vai demorá maisi.
    Eu já preparei tudo, é só irmos pá cuzina e comer e sair.
    Entoncis, adispois de comerem e tumarem um café bem ajeitado, eiles partiram apressados. Adipois de andarem uns vinte minutos, perceram que arguma coisa tava siguindo eiles.
    - Vamos parar pra ver. Vamos esperar um pouquinho, pra discubrir quem nos segue, eu acho que sei quem é. Acho que é Cascatim.
    - Ieu tumém achano que é ele. Vou gritar e esperar pra que ele apareça.
    Maisi Cascatim num apareceu. Surgiu outra cousa.

    • Eram quatro carroças grandes e uma gente muntada em cavalos grandes e mui bonitos.
      Ao nos verem, pararam e, de drentu da grande carroça, surgiu um homem grande e queimado do sol, que foi lógo priguntano:
      - Quem são ucêis? Didadonde é que ucêis estão vindo e praondi é que ucêis vão?

    • Eram quatro carroças grandes e uma gente muntadas em cavalos grandes e mui bonitos.
      Ao nos verem, pararam e, de drentu da grande carroça, surgiu um homem grande e queimado do sol, que foi lógo priguntano:
      - Quem são ucêis? Didadonde é que ucêis estão vindo e a

    • - Quem são ucêis? Didadonde é que ucêis estão vindo e pra donde ucêis vão?
      - Nózis istamos a caminho da ciudadi, temos arguns assuntos pra resolver lá.
      - E ucêis, se encaminham praonde?
      - Nózis tumẽm istamos indo pra ciudadi pra apresentar nuóssa arte lá. A gente apresenta nuóssas péças de teatro, de circo e outras cousas maisi. Se ucêis quiserem nózis pudemos dar carona prucêis. Aqui drentu das carroças tem dois lugares vagos.
      - Nózis queremos sim, a gente está cum muita pressa pra chegá lá.
      - Por favor, entoncis, entrem na nuóssa casa.
      Anssim qui entraram, Catarina e Jarirí ficaram encantados, tinha muita gente e cada um deles paricia vindo de um lugar diferente. Dava pra percebê qui tinham índios, ciganos e gente vinda de outros países, como um rapaz vermelho e louro qui, certamiente, num éra brasileiro, poisi priguntou argumas cousa preles qui não davam pra entender corrietamente. A única cousa qui compreendram é que ele era dinamarquês.

      • Entoncis, Catarina e Jarirí ficaram mui contentes. E logo estariam falando com Rosarva, já qui o comboio estava galgando muito rápido. E foi indaí que Catarina cumesou um prosa interessante sobre a vida daquela gente:
        - Se não for intromissão na vida ducêis,, eu gustaria de sabê cumu ucêis se reuniram para essa aventura de corrê o mundo brasilero.
        Entoncis, um rapaz qui paricia num ter mais do que dezoito anos, cumessô a contar a história deles:
        - Nósis aqui, moça, arresorvemo abandoná a loucura pelo dinheiro. De tudo nózis cansamos, principarmente da vidinha muitio dura de trabaiá pra enricar os patrôes e viver feito cachorro amarrado na coleira. Nósis arresorvemo viver só pra nósis e para o povo explorado.

  • - Sim, eu entendo e achu qui ucêis estão certos. Nózis aqui, eu, Catarina; e eile, Jarirí, temos una história paricida coa ducêis. Deixamos nuóssas vidas na ciudadi, adondi nósis íamos nos casá, e viemos morar aqui neste paraíso, de mãos dadas cum a bela natureza, vivendo nóssos dias cum aligria e ajudando-nos in tudo qui nósis precisamos. Jamais tivemos una briga, sequer una rusga. A jiente se intende e sentimos as mãos da natureza a acariciar a nuóssa alma.
    - Eu digo a ucêis qui o tudo e o todo deveriam ser anssim. Nas nuóssas viagens, nós passemos por lugaris quase exatamente cumu ucê descreveu. É isso qui nos mantém unidos. Sobre eisse lugar qui ucê falô, tem um senhor por nome Mestre Bódim?
    - Sim, e eile é o nuósso elo cum eise lugar. Que bom saber qui ucêis o conhecem!
    - Eile é um mestre mesmo. Curou dois di nózis qui istavam doentes. Nósis tínhamos compromissos e não pudemos ficar maisi qui dois dias, que foi o tempo nécessário para ele levantar os nossos acamados.

  • Entoncis, o comboio ia cada vez mais ŕááṕíído e fazendo um barulhão cada veiz mais forte. De drentu de uma das carróças, Catarina e Jarirí chacoalhavam feito pedra bruta,,,,
    - Jarirí, eu num seio como eiles consegue viajar anssim, parecendu um trem destrambelhado.
    - Fica calma, Catarina. O importante é que, nesta rapidez, nózis vamo conseguir encontrar Rosarva antis que éla saia pro trabalhu. Eu tô muito ansioso pra conversá cum éila prá falar sobre a situação di Tuxo e o quanto ele se arrependeu pur tê-la traído.
    - Maisi, cuando a gente se encontrá cum éila, Jarirí, deixa qui eu falo, poisi uma mulher pressente o qui se passa no coração de outra.
    - Ié cérto o qui ucê falô. O que me preocupa é éla ter arranjado outro namorado.
    - Sim, isso pódi contar in desfavor di Tuxo.
    Indéstoncis, o comboio, enfim, chegô na ciudadi. E o líder do grupo, um homem alto, muito fórti, queimado do Sol e chamado Ranzé falou:
    - Nózis vamu levar ucêis inté o lugar em que queiram.
    - Nósis te agardecemos muito Ranzé, precisamos chegar depressa inté uma casa qui fica próxima do centro da ciudadi.
    - Entoncis, vamos lá!
    Quando chegaram, Catarina saiu depressa da carróça e foi correndo bater na porta

  • A porta num abria, entoncis Catarina cumessô a gritar: ROSARVA! ROSARVA!, vem aqui, nósis istamos querendo falar com você.

    Mas não havia nenhum ruído vindo de drentu.

    - Acho qui éila tá durmino ãinda.
    - Maisi a mãe deila dévil di tá acordada. Continua gritando, Catarina. Ieu vou bater na porta cum força.
    Qual nada, ninguém aparecia. Tava tudo debaixo di um quiéto, o qui levou Catarina a ter uma ideia.
    - Eu já sei, Jarirí. Eu vou gritar cum tudas as mias fuórça que Tuxo acabou de morrer. Vamu ver o qui vai acontecer.

    - ROSARVA! TUXO MORREU! VAI SER INTERRADO DAQUI HÁ POUCO! NÓZIS VIEMOS TE DAR A NUTÍCIA.

    Entoncis, a porta se abriu cumu se fosse mágica, rangendo bem divagarinho, e Rosarva foi a p a r e c e n d o aos pouco, com olhos arregalados e com as pérnas tremendo feito vara verde.

  • - Calma, Rosarva! Si sigura, muié! Eu mentí! Tuxo não morreu, maisi passô bém pérto. Eile foi barbaramente torturado, não morreu pur causa do tratamento de Mestre Bódim. Quando eile cunsiguia falá, só falava e gritava o teu nome, pedindo prucê ir lá porque quiria te ver pela úrtima veiz.
    - Maisi por quar mutivo ucêis num vieram antes?
    - A gente tava com receio de que ucê num iria, porque ucê trabaia e pudia ser qui ucê tivesse arranjado outro namorado.
    - Noncis, eu saí do sélviço e não tive mais namoro adispois de Tuxo.
    - Ucê pódi dizer o motivo?
    - É porque esse safado não me sai da cabeça. Às vezes eu não cunsigo dormir e nem comer dereito, de tanto pensar nele. Eu vou lá agóra mesmo! Entrem aqui, vou me trocar e fazer as malas.

  • Entoncis, encuanto a mãe di Rosarva, dona Cremilda, passava um café, Rosarva chorava di tanta aligria e falava qui tinha di fazê as mala bem rápido, poisi num via a hóra di ver Tuxo. Eu vou tirá eile da cadeira de róódas num instante! Vou fazê muita massajem neile. E vai mesmo - brincou Jarirí! E todos caíram na risada, menos dona Cremilda.
    Índaí, adispois de pouco tempo, eiles já istavam prontos pá sair. Maisi Catarina estava preocupada: E se alguém maligno vêr a jienti!? Óia bem, nózis vamo corrê pirigo!
    - Ié verdadi, disse Jarirí. Nós vamos ter qui andá nos isgueirando pelas ruas. O qui ucê acha, Rosarva?
    - Ieu cunheço muitos becos daqui inté a mata. Tenhu cérteza qui ninguém vai inxergá a jiente.

  • Entoncis, Jarirí ficou pensativo e teve uma ideia muito boa qui resórveria tudos os póbrema deiles, tanto di sigurança como também di tiempo di viagem.
    - Porque ucê tá tão pensativo, Jarirí? O qui ucê tá pranejando?
    - É simples, Catarina. Anssim qui a jiente chegá no cumeço da mata, nózis vamos depressa inté a margem do rio. Ali piérto, amarrada cum uma córda numa árvore grandi (um pé di jacarandá), tem uma canoa muito boa qui pertence a Tuxo. É a canoa qui eile usa pra péscá de veiz in quando e fica lá escondida.
    - Mutio bem, gritou Catarina! Nósis sai daqui i vamos pelos becos inté a mata e adispois pégamos a canoa e chegamos próximos da casa di Mestre Bódim em grande estilo.
    - Tua ideia é genial, Jarirí!
    - Me parece boa mesmo.

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