Associados da Telexfree bloqueiam aeroporto de Brasília

Jornal GGN – Os adeptos da dita empresa de marketing multinível, Telexfree, fecharam hoje, terça-feira (23), por duas horas, os acessos ao aeroporto de Brasília. O bloqueio permaneceu até o Ministério Público Federal (MPF) aceitar receber o grupo de manifestantes. Quando o MP deu sinal verde para a reunião, os divulgadores iniciaram a liberação das vias de acesso ao aeroporto brasiliense. Enquanto durou o bloqueio, vários passageiros tiveram que descer dos automóveis e caminharem até o aeroporto, para poderem embarcar.

Os associados da Telexfree e da Multiclick protestavam contra a liminar expedida pela Justiça do Acre, que congelou há cinco semanas as atividades da empresa, calcado na suspeita de exploração de pirâmide financeira, o que é proibido no Brasil.

O grande problema deste tipo de negócio, e que a torna perigosa, é que o modelo só se mantém com a entrada progressiva de pessoas para divulgação e vendas, e vai exigindo cada vez mais pessoas para se manter, até explodir, quando o retorno financeiro se torna insustentável. No Brasil, a estimativa é de que a Telexfree tenha envolvido cerca de 1 milhão de pessoas.

Como a Telexfree foi impedida de efetuar pagamentos aos participantes, bem como de aceitar novas adesões, os seguidores contestaram a liminar na Justiça, para derrubá-la, e assim retornar às atividades. Segundo o grupo, conforme apurou a Agência Brasil, a justificativa para ir à Brasília e chamar a atenção do MP deve-se à morosidade da Justiça acreana, que deveria ter julgado a possibilidade do fim da liminar no início da semana, mas o julgamento foi adiado para o dia 29. Os divulgadores temem novo adiamento do julgamento e foram até Brasília, apelar à instância federal.

A argumentação dos seguidores da Telexfree é de que a decisão baseou-se em indícios, e não em provas e, segundo eles, as atividades já deveriam ter sido retomadas já que a empresa depositou em juízo, no Acre, cerca de R$ 700 mil como garantia para qualquer tipo de reclamação de prejuízo por parte de seus divulgadores.

Outra argumentação é de que, no Brasil, não há regulamentação sobre marketing multinível, o que deixaria livre a atuação da prática. O presidente da Telexfree, Marcos França, reclama que a juíza se apoiou em lei de 62 anos atrás e que sua decisão deixou mais de 1,6 milhões de pessoas sem trabalhar. Segundo ele, “já teve até suicídio”.

Os divulgadores argumentam, ainda, que se a prática não é permitida, o Estado não deveria ter aceitado o registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e nem ter recolhido impostos sobre suas atividades. Segundo estimativas deste grupo, a empresa recolheria cerca de R$ 200 milhões por semana.

Com informações da Agência Brasil

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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