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Jornal GGN – A intolerância de uma pessoa em relação a ideias diferentes às delas está relacionada ao quão seguro, incerto ou “ameaçado” ela se sente, aponta um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Nebraska-Lincoln, nos Estadois Unidos. De acordo com a pesquisa, o “nível” de tolerância dos indivíduos de diferentes posições políticas varia conforme o “estado de espírito”, de mais intolerante quando surge o sentimento de ameaça ou incerteza, até “mente aberta”, quando o indivíduo não vê ameaça em ideias contrárias às suas.
O estudo foi coordenado por Ingrid Haas, professora-assistente de ciência política, que examinou os efeitos conjunturais da emoção sobre a tolerância política. A pesquisa constatou que indivíduos em estado de incerteza tendem a uma posição de menor tolerância. Já quando as pessoas não se consideram em estado de perigo ou não se sentem inseguras ao que defendem, elas se mostram mais politicamente abertas a manifestações ou ideias contrárias.
“A incerteza é suscetível de conduzir a uma mente fechada quando [o indivíduo] está em sintonia com o sentimento de ameaça ou de algo percebido como uma. Mas podem ser mais propensos a ter a mente mais aberta quando a ameaça está ausente”, explica Haas, coordenador da pesquisa.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores realizaram uma série de experimentos para avaliar os efeitos sobre o estado político de maior tolerância. Eles pediram aos participantes da pesquisa para considerar diversos cenários sociais e políticos projetados para provocar, em cada um, os sentimentos de incerteza ou ameaça. Daí, os pesquisadores fizeram uma série de perguntas aos participantes para determinar os níveis de tolerância política e ideologias.
O cientistas constataram que, nesse contexto, os sentimentos de ameaça ou de incerteza estavam diretamente relacionados a posições menos tolerantes: a tolerância política dos participantes diminuiu quando ideias contrárias às suas levaram os indivíduos ao sentimento de incerteza ou ameaça. O resultado não mostrou diferenças de comportamentos entre pessoas de diferentes visões políticas. Liberais e conservadores reagiram de modo parecido.
Os pesquisadores apontaram, contudo, que nem sempre a correlação entre incerteza e intolerância é obrigatória para todos os indivíduos. “Um aumento do sentimento de espírito fechado, de intolerância ou de outros resultados negativos não é obrigatório”, escreveram os pesquisadores. “A incerteza pode ser útil para o processo político, que pode levar ao aumento da deliberação e vontade de compromisso. Contudo, nosso trabalho sugere que isso só pode acontecer quando as pessoas não estão também se sentindo ameaçadas”, explica.
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Seria interessante fazerem um
Seria interessante fazerem um estudo relacionado ameaça com intolerancia em diversos outros contextos.
Receio que cheguem quase que às mesmas conclusões: sob ameaça, não sobra energia, tempo e nem atenção para prestar atenção a outras diferenças que não sejam as que nos ameçam. Pesquisa fútil.