Coronel Tadeu diz que assassinato de negros se deve à maioria em tráfico de drogas

O mesmo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) é o que quebrou a placa em homenagem à Consciência Negra na Câmara, nesta terça (19)

Foto: Reprodução

Jornal GGN – O mesmo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), que quebrou a placa em homenagem à Consciência Negra na Câmara, nesta terça (19), afirmou que o maior número de negros mortos se explica pela presença dos mesmos no tráfico de drogas.

“O tráfico absorve uma boa parte das pessoas que moram nas comunidades, e a maioria dessas pessoas é de origem negra. Então, portanto, o resultado disso é que, em confronto com policiais, as [pessoas] que estão no tráfico acabam sendo vitimadas no confronto. E aí, se a maioria é negra, o resultado só pode ser esse”, disse, em entrevista à Folha.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2019, 75,4% dos mortos por confrontos ou intervenções policiais são negros. A placa quebrada pelo parlamentar do PSL era uma charge em denúncia a mortes de jovens negros pela polícia. Acusado de racismo, ele nega que tenha sido racista.

 

Redação

14 Comentários

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  1. …O Mundo segundo o bolsonarismo…
    A capacidade de entendimento deles só cabe uma portinha, uma minúscula janelinha de onde eles interpretam o mundo e as coisas…
    É duro!
    E se elegeu deputado…

  2. O que esse Caxorro – que me desculpem as cadelas – não sabe é que a carne mais barata do mercado é a carne negra.

    A Carne
    (Do Coccix até o pescoço)
    Elza Soares)

    A carne mais barata do mercado é a carne negra

    que vai de graça pro presídio
    e para debaixo de plástico
    que vai de graça pro subemprego
    e pros hospitais psiquiátricos

    A carne mais barata do mercado é a carne negra

    que fez e faz história
    segurando esse país no braço
    o cabra aqui não se sente revoltado
    porque o revólver já está engatilhado
    e o vingador é lento
    mas muito bem intencionado
    e esse país
    vai deixando todo mundo preto
    e o cabelo esticado

    mas mesmo assim
    ainda guardo o direito
    de algum antepassado da cor
    brigar sutilmente por respeito
    brigar bravamente por respeito
    brigar por justiça e por respeito
    de algum antepassado da cor
    brigar, brigar, brigar

  3. O fato da maioria dos mortos por assassinato serem negros não é prova de que existe um genocídio da população negra em curso, isso é um sofisma chamado lógica incompleta. Só seria verdade se as pessoas que assassinam negros fossem racistas brancos. Mas boa parte daqueles que matam negros também são negros, sejam policiais ou bandidos.

    É claro que a maior presença de negros no mundo do crime não á um dado casual, resulta do histórico de escravidão e exclusão social que jogou essa população na marginalidade. Mas quem afirma que a maioria dos crimes são cometidos por negros não está sendo racista. Está apenas falando uma coisa que é verdade.

    1. Em 1994, em Ruanda, aconteceu o genocídio dos Tutsis pelos Hutus. Tanto os autores quanto as vítimas eram negros. Pela lógica completa do Pedro Mundim, não aconteceu genocídio em Ruanda.

      Segundo o Pedro Mundim, um negro que assassina outro negro é bandido mas um policial que assassina um negro não é bandido, é policial.

      Quem afirma que negros são as maiores vítimas da violência porque são maioria no tráfico está justificando o genocídio antes de estar falando a verdade.

      1. Mais sofismas: o que diferencia o genocídio do assassinato comum não é a raça do assassino, mas a intenção de matar o outro em razão de sua raça. Para os Hutus, os Tutsis eram outra raça (ou outra etnia, melhor dizendo) embora para a compreensão simplista, ambos sejam negros (seria o caso de dizer que franceses e alemães nunca deveriam ter entrado em guerra porque ambos são brancos).

        “Segundo o Pedro Mundim, um negro que assassina outro negro é bandido mas um policial que assassina um negro não é bandido, é policial” – Eu não disse isso em frase nenhuma. É a conhecida falácia do espantalho: atribuir ao interlocutor coisas que ele não disse para melhor rebatê-lo.

        Não estou justificando o genocídio, estou apenas afirmando que não há genocídio algum, e sim uma alta criminalidade e violência policial em territórios onde a maioria da população é negra.

        1. De acordo com a lógica integral do Pedro Mundim, apesar da alta violência e letalidade policial contra os Negros no Brasil, os tais Negros não são vítimas de genocídio. Se fossem, boa parte daqueles que matam negros NÃO seriam negros também, sejam policiais ou bandidos, mas brancos racistas. Já em Ruanda, onde negros racistas matam outros negros, há genocídio.

          O que vale para o Brasil não vale para Ruanda. O que é fel em Ruanda, é mel no Brasil.

          De fato, o Pedro Mundim não afirmou textualmente que um negro que assassina outro negro é bandido mas um policial que assassina um negro não é bandido, é policial. O que ele disse foi:

          “Boa parte daqueles que matam negros também são negros, sejam policiais ou bandidos”.

          Eu afirmei que o Coronel Tadeu, e não o Pedro Mundim, justificou o genocídio dos negros, antes de falar a verdade. Acho que não me expressei bem, não me fazendo entender pelo Pedro Mundim. Desculpas.

          1. Os Negros só seriam vítimas de genocídio no Brasil se as pessoas que os assassinam fossem racistas brancos. Mas grande parte do carnificina dos negros é cometida outros negros, sejam eles bandidos ou policiais. Já em Ruanda é diferente. Lá ocorreu genocídio, nada obstante lá os negros sejam, como aqui, assassinados por outros negros, e não por racistas brancos.

          2. Exato. O que tipifica o genocídio é o projeto de matar em razão de seu pertencimento a uma raça ou etnia específica. Os negros são mortos por diversas razões, mas todas ligadas de alguma forma ao crime comum, e não a um projeto de extermínio.

    2. Em 1994, em Ruanda, aconteceu o genocídio dos Tutsis pelos Hutus. Tanto os autores quanto as vítimas eram negros. Pela lógica completa do Pedro Mundim, não aconteceu genocídio em Ruanda.

      Segundo o Pedro Mundim, um negro que assassina outro negro é bandido mas um policial que assassina um negro não é bandido, é policial.

      Quem afirma que negros são as maiores vítimas da violência porque são maioria no tráfico está justificando o genocídio antes de estar falando a verdade.

  4. O fato da maioria dos mortos por assassinato serem negros não é prova de que existe um genocídio da população negra em curso, isso é um sofisma chamado lógica incompleta. Só seria verdade se as pessoas que assassinam negros fossem racistas brancos. Mas boa parte daqueles que matam negros também são negros, sejam policiais ou bandidos.

    É claro que a maior presença de negros no mundo do crime não á um dado casual, resulta do histórico de escravidão e exclusão social que jogou essa população na marginalidade. Mas quem afirma que a maioria dos crimes são cometidos por negros não está sendo racista. Está apenas falando uma coisa que é verdade.

  5. “O tráfico absorve uma boa parte das pessoas que moram nas comunidades, e a maioria dessas pessoas é de origem negra. E aí, se a maioria é negra, o resultado só pode ser esse”, declarou o corona canalha Tadeu. Pois bem, na ditadura militar o PRETO era o carro de outro deputato, também bandido, como revela o dossier do The Intercept:

    https://theintercept.com/2019/07/07/dossies-politicos-trafico-ditadura-ms/

    “O OPALA PRETO, com placas do Poder Legislativo Federal, cruzava tranquilamente a fronteira do Brasil com o Paraguai em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Afinal, em plena ditadura, nenhum policial cometeria o erro de parar o carro que era usado pelo então deputado federal Gandi Jamil Georges, aliado do governo militar. No porta-malas, inúmeras cargas de armas e drogas traficadas sem problemas país adentro, como revelam dossiês exclusivos obtidos pelo Intercept.
    Os arquivos do Serviço Nacional de Informações, o todo poderoso SNI, esquecidos por 30 anos, ligam pela primeira vez políticos da ditadura ao tráfico de drogas. Eles mostram que políticos apoiados pelo regime eram amigos, aliados e até irmãos de traficantes e contrabandistas que atuavam no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. O Opala da Câmara é o exemplo mais característico.”

    1. Qualquer semelhança entre o deputado Federal Gandi Jamil Georges e a Velhinha Contrabandista é mera in-coincidência.

      “A Velha Contrabandista

      Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.

      Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:

      – Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?

      A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:

      – É areia!

      Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.

      Mas o fiscal ficou mais desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.

      Diz que foi aí que o fiscal se chateou:

      – Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.

      – Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:

      – Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?

      – O senhor promete que não “espáia”? – quis saber a velhinha.

      – Juro – respondeu o fiscal.

      – É lambreta”.

      Stanislaw Ponte Preta

      1. Diante do comportamento do sociopata canalha chamado coronel Tadeu e do drama social que estamos vivendo, contar piada nesse post é no mínimo uma grande falta de respeito com todos aqueles que estão sob o jugo de uma classe dominante de merda.

        Voltando ao assunto — No dia 9 e julho, o site Intercept Brasil publicou todo um dossiê, composto por arquivos do Serviço Nacional de Informações (SNI), que comprovam que a ditadura militar de 1964 estava diretamente envolvida na organização das bases do enorme esquema de tráfico de drogas que hoje atinge todo o país.

        Os arquivos revelados pelo Intercept demonstram que a força repressiva quase absoluta da extrema-direita no poder, no exato oposto da fantasia direitista de governos moralistas e “saneadores” da sociedade, era usada justamente para dar plena liberdade de ação para o crime.

        O poder nas mãos dos militares era usado para proteger e dar cobertura aos primeiros grandes traficantes e contrabandistas brasileiros, que agiam sob a proteção de suas ligações políticas com os aliados do regime golpista, com total imunidade para fazer o que bem entendessem.

        Os documentos publicados estavam classificados como confidenciais até 2005, quando decreto do ex-presidente Lula os tornou públicos e os remeteu ao Arquivo Nacional.

        Bandidos como Fahd Jamil Georges agindo livremente graças à ajuda providencial de Pedro Pedrossian, do PDS (antiga Arena), à época governador do Mato Grosso do Sul.

        Fahd organizou um esquema em que maconha, cocaína, armas, munições e até nitroglicerina, usada em explosivos, chegavam em São Paulo e Rio de Janeiro, abastecendo o mercado e armando os pequenos traficantes, envolvidos na distribuição da droga. Era o início da conhecida “rota do Paraguai”, que é o caminho de boa parte das drogas e armas que chegam ilegalmente ao país até hoje.

        Os documentos revelam, inclusive, que este esquema utilizava-se de propriedades familiares de políticos da direita para organizar a sua logística, como as do deputado Gandi Georges.

        Exatamente do mesmo modo que o caso do “helicoca”, de Aécio Neves, revelou.

        Como todas estas informações estão relatadas em documentos do SNI, órgão de informação da cúpula do governo militar, fica claro que tudo era de pleno conhecimento do alto escalão do regime, que não só sabia, mas principalmente permitia, acobertava, dava condições para as operações.

        Os fatos revelados pelo Intercept demonstram que o tráfico de drogas no Brasil não é produto das camadas mais desfavorecidas da população, nem foi organizado pelas favelas do Rio ou São Paulo, como a direita gosta de fantasiar.
        
Quem deu origem, construiu e organizou todo o violento mercado brasileiro de drogas foi a ditadura militar, com os seus capangas, políticos, generais e toda aquela corja de bandidos que se apresentavam para a população justamente como os maiores defensores da moral e dos bons costumes, seres além do bem e do mal, empenhados em uma missão redentora de nosso país.

        Por trás da propaganda alardeada por toda a imprensa burguesa, em que a repressão da ditadura tinha como objetivo uma “limpeza” da sociedade, o que o poder proto-fascista dos militares fazia era implantar um dos maiores esquemas criminosos do planeta.

        Um esquema que iria colocar o Brasil definitivamente na rota do comércio mundial de drogas, e que, além de possibilitar uma enorme acumulação de capital, foi usado como justificativa para produzir um dos maiores e mais criminosos sistemas de contenção social, um verdadeiro inferno de repressão às populações mais pobres das maiores capitais brasileiras, ao colocar toda a culpa do tráfico de drogas justamente nestas comunidades.

        Os “cidadãos de bem” do regime militar conseguiram assim dois objetivos: enriquecer com o crime e reprimir a população mais pobre, freando, pelo terror, a rebelião social sempre iminente destas camadas da sociedade, arrasadas pela miséria e pela fome constante.

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