Feminicídio – a outra pandemia
por Arnobio Rocha
A quantidade de mulheres mortas por seus ex-maridos, namorados, companheiros, se tornou explosiva e trouxe à luz, nesses últimos dias, uma realidade cruel que bestifica a sociedade brasileira.
O Feminicidio contém uma mensagem explícita de que o Machismo não aceita a libertação das mulheres, nenhuma mudança de comportamento e/ou empoderamento das mulheres será tolerado.
O feminicidio é amplo e plural, atinge as raças e as classes, é uma imposição de gênero, a força do patriacardo, que vai da periferia aos palácios, é força do macho, a crueldade passada de geração a geração, que cresce quando no poder existe uma clara ordem de que as mulheres devem se submeter aos homens, as mensagens religiosas retrógradas transformadas em política, por ação ou omissão.
O feminicidio é a expressão menos sutil do machismo, é a exposição última de um poder exercido pela força, no dia a dia, nas relações humanas, em que prevalece o homem, no trabalho, na escola, na política, e, por óbvio, nos lares.
Essa relação de força transforma muitas mulheres em sobreviventes, “mortas em vida”, pois esse poder é exercdo não apenas pelo companheiro, como também pelas instituições que revitimam as mulheres e não lhes dão a menor chance de defesa.
A baixa presença da mulheres na política, no judiciário, é uma das razões de menor resistência, mesmo quando chegam, muitas vezes, as imposições masculinas não lhes permitem mudar a realidade, algumas se adaptam ou se adequam às instituições, não produzindo mudanças estruturais tão urgentes e necessárias.
A reflexão é de um homem, pode ser desconsiderada,, não é nosso lugar de fala, não busca protagonismo algum, apenas se colocar como aliado, se acharem conveniente, e que busca dia a dia combater a praga genética do Machismo.
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Não dá para saber o que é pior.
O delito em si, horrível, ou a repercussão seletiva.
Milhares de mulheres são vítimas, mas parece que elas só ganharam alguma importância porque uma juíza morreu.
Pois é.
E de verdade, não ganharam, porque continuará assim:
A juíza morreu porque desprezou escolta de seis (repito) seis policiais que se revezavam na sua proteção.
As marias, joanas, jennifers, etc, morrem antes mesmo da primeira audiência.
PS: e como é raríssimo que juízas (quase imortais) morram de feminicídio, acho que vai demorar até que as mulheres (simples mortais) tenham tanta atenção depois da poeira deste crime horrível assentar.
A visão não pode ser micro , mulheres , gays , negros , crianças etc.
Reduzir a questão da violência ao grave problema da morte de mulheres reduz o problema da violência geral no país.
Polícia que investiga pouco , Justiça lenta e uma esquerda que é contra punições.
Fora isto se discute o periferico , questão de classe ou cor.
Só poderia “dar ruim”.
Nada a ver, senão pelo aspecto didático do impedimento à narrativa de impunidade.
A letalidade violenta no país está ligada, majoritariamente, à proibição de venda de drogas (enquanto permite outras, hipocritamente), às milícias de extermínio e as disputas entre facções de varejo (drogas).
De forma residual, temos os crimes violentos de atrito de sociabilidade e /ou passionais, e os de ódio (trânsito, vizinhos, domésticos, étnicos, gênero, etc).
E mostre aonde a esquerda é contra punições. Onde?
A esquerda é contra a punição seletiva que recai sobre os mais pobres, enquanto abranda para os mais ricos.