A cooperação global diante de um novo governo Trump

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Embora EUA comecem a abandonar seu papel internacional de longa data, nem todas as questões exigem a liderança de um único país

Foto de Alexandr Podvalny na Unsplash

A terceira década do século XXI deve começar a visualizar um novo arranjo de distribuição das responsabilidades globais, com o clima nas capitais europeias oscilando entre o pânico e a resignação diante da aproximação da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

“Mas acordos ad hoc não responderão à grande questão que paira no ar: o que outra presidência de Trump significará para a cooperação global?”, questionam os economistas George Papaconstantinou e Jean Pisani-Ferry em artigo publicado no site Project Syndicate.

Em um primeiro momento, ambos consideram a eleição de Trump uma “má notícia para aqueles que acreditam que todos nós temos um dever para com os bens comuns globais e que a interdependência deve ser administrada com regras claras, estáveis e consistentes”.

Tal visão leva em conta a visão nacionalista de Trump, que considera a governança global “um obstáculo à primazia americana”, e existem muitas razões para pensar que o republicano é “uma expressão aberrante de uma mudança fundamental nas atitudes dos EUA em relação à liderança global”.

Desde a Segunda Guerra Mundial, os EUA abraçaram o papel de líder global. Por um lado, o país obtém grandes benefícios com a supremacia do dólar norte-americano enquanto assume a responsabilidade monetária e financeira global.

Contudo, os EUA não aceitam mais esse “contrato implícito” e, embora o país seja a única superpotência financeira, o governo norte-americano não quer mais arcar com as obrigações advindas dessa liderança.

Diante disso, os articulistas dizem que o mundo deve mudar “para novos arranjos pelos quais as responsabilidades globais sejam mais amplamente distribuídas” em termos ambientais, no que tange à macroeconomia e também ao comércio internacional.

“Em todas essas questões e mais, os formuladores de políticas terão que se adaptar a um mundo em que nenhum poder único está no comando. Isso requer definir, para cada campo, quais formas de governança global são mais adequadas a um terreno irreversivelmente mais diverso e mais fragmentado”, ressaltam Papaconstantinou e Pisani-Ferry.

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