A Internet tornou-se o segundo veículo de informação

A Internet já passou o rádio e se consolidou como o segundo meio mais consultado pelos brasileiros atrás de informação – perdendo apenas para a TV aberta.

É a conclusão da “Pesquisa Brasileira de Mídia 2013”, um amplo trabalho do Ibope Inteligência contratado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) para balizar sua estratégia de comunicação.

Houve entrevistas nos 27 estados nacionais, com um total de 18.312 entrevistados em 848 municípios, com uma margem de erro de um ponto.

A ponderação dos entrevistados foi por sexo, grupos de idade, instrução e atividade.

Cada entrevistado poderia indicar até três meios de comunicação preferidos. em uma lista que incluía TV aberta, Internet, rádio, jornal impresso, revista impressa.

***

A primeira questão foi sobre o meio de comunicação mais usado. Pela ordem de preferência:

1. TV aberta, com 78% de primeira opção, 13% de segunda e 2% dse terceira.

2. Internet, com 12% de primeira opção, 17% de segunda e 9% de terceira.

3. Rádio, com 8% de primeira opção, 32% de segunda e 6% de terceira.

4. Jornal impresso, com 1% de primeira opção, 5% de segunda e 7% de terceira.

5. Revista impressa, com 1% de segunda opção e 2% de terceira opção.

***

A segunda questão foi sobre o meio de comunicação mais usado para se informar sobre o Brasil.

A única mudança relevante é no item rádio, que 6% apresentam como primeira opção de informação e 22% como segunda. A diferença de 32% para 22% como segunda opção provavelmentte se deve aos que usam o rádio como entretenimento apenas.

No caso das revistas, o percentual dos que a usam para se informar cai para zero porcento como primeira e segunda opção; e para 1% como terceira opção.

***

Por faixa etária, os dados surpreendem.

Na faixa de 16 a 25 anos, depois da TV aberta, há um franco predomínio da internet. 25% das pessoas consultadas a consideram como primeira opção de uso, contra 4% do rádio e zero porcento de jornais impressos e revistas.

Até a faixa de 55 anos, a Internet supera o rádio e até a faixa dos 65 anos supera os jornais impressos. É superada levemente pelos jornais impressos na faixa de mais de 65 anos – mas apenas 2% dos leitores dessa idade privilegiam os jornais.

Embora preponderante em todas as faixas de idade, é significativo o fato de que enquanto 85% do público com mais de 65 anos trata a televisão como primeira opção, para a faixa dos 16 aos 25 anos esse percentual cai para 70%.

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No recorte por renda, a Internet cresce expressivamente nas faixas de maior renda.

Para a faixa até um salário mínimo, a primeira opção é a TV aberta, com 83%; a segunda é o rádio, com 10%; a terceira, a internet, com 5%; jornais e revistas impressos tem menos de 1%.

Quando se salta para o outro extremo, de renda superior a 5 SM, a TV cai para 65%, a internet sobe para 25%, o rádio cai para 6%, jornais impressos para 3% e revista impressa continua abaixo de 1%.

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Na frequência de uso, a internet também supera o rádio. 65% dos que preferem a TV assistem todos os dias da semana, contra  19% do rádio, 25% da Internet, 5% dos que lêem jornal e 1% dos que lêem revista.

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Na média de uso por dia, a Internet é campeão. A Internet é usada 3:48 horas por dia no final de semana, 3:44 horas durante a semana, contra 3:27 da TV no final de semana e 3:25 durante a semana.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • O país da piada pronta

    A secom contratar o ibope, leia-se globo, para balizar sua estratégia de comunicação é a primeira grande piada de 2014.

    Acredito que deve ser feita uma pequena correção na pesquisa: a TV não é o primeiro meio de comunicação para acesso à informação, mas para a DESINFORMAÇÃO.

    Viva o PiG.

    • Contratar o Globope para esta
      Contratar o Globope para esta pesquisa eh risível. Nada diferente disto acontecerá com uma Chagas, um Bernardao ou mesmo uma Gleisi Hoffman como ministros.

      Creio sim que a TV ainda eh a principal fonte de "informação", entretanto, custo a acreditar nestes 78% hoje, quando sabemos que a audiência da Tv aberta está em queda.

    • povo

      o povo abandona o PIG (proba imprensa gloryosa) cada vez mais,

      daqui a pouco, só o governo assistirá o plim plim, e o resto.

      mas,

      dona Dilma, Bernardo, Helena e todo o   PT    gostam de novelas,

      e, a presidenta já perdeu o controle remoto , faz tempo..... 

  • Jornais 1%, revistas (zero).

    Jornais 1%, revistas (zero). Aleluia!

    A mídia impressa já morreu, tá na hora de enterrá-la.

    A gente aqui que imagina que os roteweiller influencia alguma coisa. A imensíssima maioria do povo nunca ouviu falar em Reinaldo, Merval e correlatos. Só o stf dá bola pra essa gente.

  • Será......

    A crer nas pesquisas do Ibope, leia-se Globo, fica-se na dúvida! Será verdade....

    A ressaltar, a decadência explicita de jornais e revistas, e os únicos culpados são eles mesmos, ou melhor, seus arrogantes donos!

    Também quem mandou se nomearem Partido de Oposição Política! (POP), mas que não tem nada a ver com popular, e sim, com  "massa cheirosa"!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!  

    • As pesquisas do Ibope,

      As pesquisas do Ibope, leia-se Globo só valem para dar 87% de aprovação para Luiz Inácio e 63% para a Dilma

      Deixe de ser carcamano rapaz...

  • A imprensa "alternativa"/internet não existe sem jornais

    Acho que talvez a internet, seja hoje em dia, a campeã em veiculação de boatos, rumores, fofocas e afins. No entanto, quanto à informação, em função da falta de credibilidade de fontes e origens da "notícia", a internet, com certeza, não é o melhor lugar para alguém se sentir "informado". Se você não  se importa com verossimilhança "informe-se" pela internet. O número de pessoas, digo personalidades e outros, que já foram mortos pela incontinência "informativa" da rede só corrobora o caos informativo da rede. Não raro, tão rápido quanto desinforma a internet corrige sua "informação".

    A melhor maneira de se informar, creio que o Nassif assim o faça - bem como qualquer bom jornalista, é "ler", seletivamente pelo menos, todos os jornais e revistas do dia e, depois, ir à internet. Sobretudo, sem a leitura dos jornais e revistas diárias, a internet/imprensa alternativa, não raro, não tem sobre o que discutir, pois, salvo exceções a rede/internet não produz notícias - só repercute a imprensa oficial, isto é, os jornais e revistas impressos que, aqui e ali, são tão criticados nos sites "alternativos" da vida.

    Acabe-se a imprensa impressa e aí  sobrarão os sites dos jornais, no entanto tirem-se qualquer tipo de imprensa "conservadora", impresa ou na rede, e logo a imprensa "alternativa" ou da internet perderá sua voracidade "informativa".  

    • 100,56% certo. Quase a

      100,56% certo. Quase a totalidade do "conteúdo" da autodenominada imprensa "alternativa" é conteúdo de opinião e quase na totalidade baseado em conteúdos gerados pela imprensa adulta e grandes agências de notícias. 

      A Internet é apenas meio, se informar pela Internet é basicamente acessar os grandes portais de notícias como Veja, Globo, Folha, Estadão e etc....

      O resto é baleta.......

       

       

      • cuma?

        "conteúdos gerados pela imprensa adulta e grandes agências de notícias."

        melhor dizendo:

        conteúdos gerados pela imprensa a-d-u-l-t-e-r-a e grandes agências de notícias.

    • Certamente vivemos em mundos

      Certamente vivemos em mundos diferentes... com a Internet, a publicidade constitucional pode ser finalmente exercida e não preciso mais de editorias para pensar por mim, pois tenho acesso às fontes primárias.

      O que não dá para admitir é elogiar o adjetivismo e os jogos hipotéticos dessas editorias como algo sério, que ateste os fatos; primeiro porque os jornalistas de hoje tem, na média, noções medíocres da realidade, não sendo incomum demonstrações de ignorância no trato da informação; segundo porque um mínimo de crítica permite detectar inúmeros vícios, distorções e lacunas nas suas versões; terceiro porque é preciso ser muito ingênuo para acreditar que a Internet é um antro de chutes e fofocas, do qual o leitor é incapaz de buscar fontes alternativas de confirmação (coisa que as editorias evitam ao máximo, pois buscam serem os tutores da informação, em espírito de monopólio).

      Aliás, concordo contigo de que há muita mentira na Internet, especialmente nas redes sociais, pois nelas se repete algo que se tornou muito comum nas editorias atuais, a projeção dos desejos pessoais sobre os fatos... é literalmente o preconceito informativo, que não depende do meio, mas da pessoa, entende? A diferença entre a Internet e as editorias é que na Internet sou livre, apenas isto! E não me venha com controle remoto, porque esse não presta para trocar 6 por meia dúzia, pois, repito, nosso jornalismo atual é muito viciado e fraco, prefiro a notícia bruta da Internet, pois ainda sei interpretar, algo raro nas editorias atuais!

    • Não é bem assim

      Êpa, você não está enxergando o todo!

      É verdade que muita informação debatida na internet vem da grande imprensa, e também é verdade que há muita mentira. Mas só na internet que se “fura” as informações erradas ou mal intencionadas da grande imprensa. Só depois da investigação feita por particulares, jornalistas de blogs pequenos, ou mesmo free lancers, alguns veículos da grande imprensa acabam noticiando informações que lhes "desagradam". Porque só na internet houve a pressão sobre a retificação das vendas do comércio no final do ano passado, que não foram o fracasso incensado pela grande imprensa, só pela pressão na internet você ficou sabendo que a FSP colocou uma ficha falsa de Dilma, só por pressão na internet você leu que a FSP “ganhou” um terreno público na marginal do Pinheiros, só na internet você ficou sabendo que a Rede Globo deve uma fortuna para a receita, uma funcionária pública jogou a papelada da denúncia fora, e a “justiça” nada fez... Só na internet o seu protesto, denúncia ou notícia entra sem filtros. Você colocou a tua informação e ela fica, ainda que ninguém te leia.

      Quanto a mentiras, eu as ouço no emprego, no boteco e até de alguns amigos, o “filtro” que devemos fazer é o mesmo em qualquer lugar.

      O diferencial da internet é o nível de democracia, todo mundo coloca informação e todo mundo vê, inclusive os governos e NSAs da vida... Não tenho a menor dúvida que em se manter o atual nível de democracia, a internet será o veículo principal de informação em breve. Inclusive atraindo cada ve mais o lado "comercial" de anunciantes e mega interesses, o que poderá até fazer perder a liberdade que desfrutamos, pois o capital e seus interesses sempre é uma faca de dois gumes...

      Um abraço.

    • Entendi o teu ponto, Orlando,

      Entendi o teu ponto, Orlando, mas o comentário ficou um pouco contraditório, pois em alguns pontos você iguala internet (mídia/meio) com "imprensa alternativa" (conjunto de veículos "independentes" que atuam rede). E também ignora a existência de sites e portais, principalmente especializados, que se originaram na rede, sem nenhuma vinculação com os grandes players da imprensa tradicional brasileira.

  • A internet está em primeiro

    A internet está em primeiro lugar entre as pessoas mais bem informadas! Secon não gaste o meu dinheiro com baboseiras!

  • Comparando esta com outra pesquisa, alguns dados causam surpresa

    1) Metade da população ainda não tem acesso à internet.

    2) "Acreditam pouco nos meios de comunicação, em maior proporção, as regiões Sul (71,9%), Norte (71,5%) e Sudeste (70,8%). A região Nordeste concentra o maior percentual daqueles que manifestaram acreditar muito nos meios de comunicação (28,4%), seguidos da região Centro-Oeste (25,7%)."

    3) "A televisão aberta foi considerada o meio mais confiável e mais importante para buscar informações: 66,3% afirmaram que é o meio mais confiável"

    Pode-se concluir em relação às eleições que há um abismo entre os dados coletados e os votos obtidos pelos partidos, quando as regiião nordeste votou esmagadoramente no PT e a região sudeste no PSDB?

  • Coitada da Veja. Coitada da

    Coitada da Veja. Coitada da Folha. E com estes tempos de trânsito pesado nas grandes e médias cidades e com o aumento exponencial do número de automóveis, é difícil acreditar que o peso do rádio seja tão pequeno.

    • Teria uma explicação, a

      Teria uma explicação, a maioria dos motoristas pode estar usando rádio do carro para música (o que tornaria o martírio do trânsito menos desagradável), sintonizando rádios que tocam apenas música, usando rádios que tocam CDs ou os mais modernos que aceitam um pen drive com mp3.

      • Eu não uso o carro para ir ao

        Eu não uso o carro para ir ao trabalho, mas morando em São Paulo não tenho como escapar completamente dos congestionamentos. Porém parei há muito tempo de ouvir o rádio, principalmente porque a qualidade da programação é péssima, o jornalismo inexiste (só há doutrinação política de direita) e mesmo as informações de trânsito podem ser recebidas com muito mais eficiência pelo aparelho de GPS.

        Atualmente eu uso o rádio do carro apenas para ouvir podcasts que eu gravo da internet em um pendrive. O rádio tinha esse nicho de mercado entre as pessoas que passam muito tempo presas no trânsito, mas isso também está mudando com grande velocidade e cada vez mais rápido.

  • A inércia ainda é o que move

    A inércia ainda é o que move a TV Aberta... Apenas mais uma geração - algo em torno de 20 anos - será suficiente para que ela se torne o que o rádio é hoje. A chamada TV inteligente, que brevemente será a Internet com capacidade para sintonizar até a TV aberta, se realmente for inteligente, saberá entender que TV aberta é coisa do passado. 

    • Eu acho que bem antes de 20

      Eu acho que bem antes de 20 anos a televisão como nós conhecemos não existirá mais, provavelmente em um período entre 10 e 15 anos.

      Tenho algumas idéias sobre o que virá no lugar, mas no fundo são todas especulações, ninguém sabe ao certo. Muitos avanços tecnológicos que estão por vir vão alterar profundamente as áreas de entretenimento e jornalismo.

      Acho também que os dados paresentados podem estar um pouco distorcidos. Durante décadas de domínio da mídia de massas, tornou-se um hábito popular ligar a TV, mesmo que não se esteja prestndo atenção em nada. Assim, muitos dizem passar mais tempo assistindo TV do que realmente assistem, pois incluem esse tempo em que a TV está ligada, mas sem ninguém assistindo.

      • " Muitos avanços tecnológicos

        " Muitos avanços tecnológicos que estão por vir vão alterar profundamente as áreas de entretenimento e jornalismo"

         

        Jornais impressos, televisivos ou virtuais sao apenas ferramentas por onde circulam as "informações".

        "Avanço tecnológico" não altera conteúdo, apenas o distribui de formas diferentes.

        O Globo começou como um jornal impresso e continuou como "informativo" televisivo.

        Não ha diferença entre o conteudo de um ou do outro.

        Muitos ainda pensam que a internet os libertara da informação manipulada.

        Penso o contrario.

        Quanto mais poderosa a ferramenta, maior a manipulação.

        Os grandes grupos da informação dominarão completamente tambem a internet.

        Alias a propria internet ja é conduzida por poucas megas empresas, filiadas, inclusive, a orgãos de governos mundialmente dominantes.

        Alguns ingenuos acreditam que a internet libertara os artistas da "industria do entretenimento".

        Não imaginam que eles estão caindo nas redes de grupos infinitamente mais poderosos e concentradores.

        30 milhões de brasileiros "votaram" naquele programa idiota, "Voice Brazil".

        Bilhões assistiram, via internet, aquele coreano, meio bobão, dançando aquela musica ridicula.

        Alias, ate hoje não me convenci que milhões de brasileiros sairam as ruas, "espontaneamente", para se manifestar.

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