Balança encerra o mês de julho com quinto superávit comercial do ano

Jornal GGN – A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,379 bilhões em julho de 2015, resultado 52,2% acima do valor registrado em julho do ano passado, segundo levantamento elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O saldo comercial do mês é resultado de exportações de US$ 18,526 bilhões e importações de US$ 16,147 bilhões. No período, a corrente de comércio – soma das exportações e das importações – foi de US$ 34,673 bilhões, valor 22,1% abaixo do registrado em julho do ano passado pela média diária.

Em nota, o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex) da Secex, Herlon Brandão, explica que a redução no valor exportado em julho é decorrente, principalmente, da queda no índice de preço, uma vez que houve aumento no índice de quantum exportado. “Em julho deste ano, o preço médio das exportações caiu 22%, enquanto a quantidade aumentou 3,2%. De janeiro a julho, a queda do índice preço foi de 20,8% e o crescimento do índice quantum foi de 7,2%”, afirmou.

A média diária das exportações em julho chegou a US$ 805,5 milhões, 13,8% abaixo da média verificada em junho deste ano (US$ 934,7 milhões), resultado do embarque de produtos básicos (US$ 9,022 bilhões), manufaturados (US$ 6,689 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,388 bilhões). Na comparação com julho de 2014, a média diária das exportações caiu 19,5% (US$ 1,001 bilhão). 

No comparativo com o mesmo mês de 2014, a média diária das exportações de produtos básicos caiu 22,4%, especialmente pela queda do petróleo em bruto (-61,5%), minério de ferro (-37,5%), fumo em folhas (-31,9%), carne bovina (-27,1%), café em grão (-22,2%) e farelo de soja (-2,8%). Por outro lado, cresceram as exportações de milho em grão (83,8%), minério de cobre (43,1%), carne suína (18,3%), carne de frango (2,7%) e soja em grão (2,3%).

As exportações de semimanufaturados, em média diária, reduziram 15,7% no mês em comparação com julho de 2014. O desempenho do grupo foi puxado principalmente pela queda nas exportações de ferro fundido (-45,3%), óleo de soja em bruto (-42,9%), ouro em forma semimanufaturada (-30,8%), ferro-ligas (-27%), couro e peles (-26,1%), açúcar em bruto (-25,8%), alumínio em bruto (-13,5%) e semimanufaturados de ferro/aço (-8,6%). As maiores altas foram de catodos de cobre (169,2%), madeira serrada (15,7%) e celulose (13,4%).

No grupo de produtos manufaturados, que apresentou queda – em média diária – de 16,2% no comparativo com julho de 2014, decresceram as vendas principalmente de óleos combustíveis (-42,7%), máquinas para terraplanagem (-35%), açúcar refinado (-31,7%), motores para veículos e partes (-25,5%), medicamentos (-16,8%), motores e geradores (-15,1%) e autopeças (-4,3%). Por outro lado, aumentaram as vendas de aviões (84,1%), laminados planos (83,6%), etanol (74,3%), veículos de carga (34,2%), automóveis de passageiros (26,5%), suco de laranja não congelado (9,6%), óxidos e hidróxidos de alumínio (9,6%), papel e cartão (7,6%) e polímeros plásticos (0,4%).

Pelo lado das importações, a média diária em junho de 2015 foi de US$ 702 milhões, o que representa uma queda de 2,4% sobre junho deste ano (US$ 719,1 milhões) e uma queda de 24,8% na comparação com julho de 2014 (US$ 933,1 milhões). Decresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (-60,9%), matérias-primas e intermediários (-17,6%), bens de consumo (-12,7%) e bens de capital (-10,7%). Brandão explica que no caso das importações a queda, tanto na quantidade quanto nos preços, é efeito do momento atual da economia.

No ano, as exportações somam US$ 112,854 bilhões e as importações US$ 108,255 bilhões, valores 15,5% e 19,5% menores, respectivamente, que os registrados no mesmo período do ano passado (pela média diária). A corrente de comércio totalizou US$ 221,109 bilhões, uma queda de 17,5% sobre o mesmo período de 2014 (US$ 268,062 bilhões), pela média diária. Entre janeiro e julho de 2015, a balança comercial acumula um superávit de US$ 4,599 bilhões, revertendo o saldo negativo alcançado em igual período de 2014 (US$ 952 milhões).

Brandão destacou que três grupos de produtos têm especial impacto na queda acumulada das exportações brasileiras no comparativo entre os meses de janeiro e julho de 2015 com 2014. “Do total de US$ 20,7 bilhões de queda nos valores exportados no período, US$ 16,3 bilhões, ou 78,8% do total, é resultado da redução nos preços de petróleo e derivados, complexo de soja e minério de ferro. É importante destacar que produtos destes mesmos três grupos vêm apresentando recordes nos volumes exportados”, avalia.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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