Jornal GGN – Se existia a expectativa de que a produção industrial iria se recuperar durante o segundo trimestre e apresentar um avanço mais consistente ao longo do segundo semestre, os dados do setor divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o desempenho do setor ao longo de 2013 permanece “sofrível”, na visão do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Em relatório, a entidade explica que a maior fragilidade do desempenho está no emprego, considerado “um dos piores meses para o emprego na história da indústria nacional”. Os números perderam força pelo quarto mês consecutivo: após as retrações de 0,4%, 0,1% e 0,2%, respectivamente, em maio, junho e julho, o emprego industrial recuou 0,6% em agosto – taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Com esse resultado, o número de ocupados no setor acumula queda de 0,8% de janeiro a agosto deste ano contra igual período de 2012.
A queda foi generalizada: ao se comparar agosto contra agosto de 2012, em treze das catorze localidades pesquisadas pelo IBGE houve decréscimo do pessoal ocupado. O principal impacto negativo veio da região Nordeste (-4,9%), seguido por São Paulo (-0,9%), Bahia (-7,0%), Rio Grande do Sul (-1,8%), Pernambuco (-6,8%) e Minas Gerais (-1,1%).
Santa Catarina, com avanço de 0,9%, foi a única contribuição positiva sobre o emprego industrial do país. No acumulado do ano, o emprego industrial recuou em onze. A região Nordeste (-4,4%) apontou o principal impacto negativo, seguida por Rio Grande do Sul (-2,3%), Pernambuco (-7,3%), Bahia (-5,5%) e São Paulo (-0,4%).
A entidade também considera “muito negativo e muito generalizado” o desempenho do segmento em termos regionais, por conta da redução do emprego em catorze dos dezoito setores pesquisados na comparação com os dados de agosto de 2012.
Segundo o levantamento, os destaques negativos ficaram com produtos de metal (-4,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-4,3%), calçados e couro (-4,7%), máquinas e equipamentos (-2,9%), produtos têxteis (-4,4%), outros produtos da indústria de transformação (-3,6%), madeira (-5,7%), refino de petróleo e produção de álcool (-5,1%) e minerais não-metálicos (-2,1%).
No acumulado do ano até agosto, as influências negativas mais relevantes vieram de: calçados e couro (-5,3%), vestuário (-3,3%), outros produtos da indústria de transformação (-4,1%), produtos têxteis (-3,8%), máquinas e equipamentos (-1,9%) e madeira (-5,1%), enquanto os setores de alimentos e bebidas (1,7%) e de borracha e plástico (3,0%) responderam pelas principais influências positivas.
Entre os outros dados divulgados, a folha de pagamento real da indústria apresentou, na relação julho/agosto já livre dos efeitos sazonais, uma variação negativa de 2,5%. Frente agosto de 2012, verificou-se um decréscimo de 0,2%. Nas variações acumuladas, no ano e nos últimos 12 meses, a folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria avançou 2,4% e 3,7%, respectivamente.
Quanto ao número de horas pagas, houve recuo de 0,7% no total apurado na passagem de julho para agosto com dados dessazonalizados. Frente ao igual mês de 2012 verificou-se redução de 1,4%. Já as variações acumuladas no ano e nos últimos 12 meses foram de –0,9% e –1,1%, respectivamente.
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