Queda da produção industrial ante 2013 chega a 6,9%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Na comparação com o desempenho apurado em junho de 2013, a produção da indústria brasileira perdeu ainda mais força do que no comparativo em bases mensais: na série sem ajuste sazonal, o total registrado mostra uma redução de 6,9% em junho de 2014, quarta taxa negativa seguida e a mais intensa desde setembro de 2009 (-7,4%). Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os números mostram que a queda apurada foi generalizada, já que as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 26 ramos apontaram redução na produção.

Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 36,3%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada em grande parte pela menor fabricação de automóveis, de caminhões, de caminhão-trator para reboques e semirreboques, de autopeças e de veículos para transporte de mercadorias.

Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram da redução na produção de máquinas e equipamentos (-14,2%), metalurgia (-12,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-25,1%), produtos de metal (-15,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,4%), produtos de borracha e de material plástico (-10,4%), outros produtos químicos (-6,3%) e outros equipamentos de transporte (-21,2%). Por outro lado, ainda na comparação com junho de 2013, entre as cinco atividades que aumentaram a produção, os principais impactos foram observados em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,9%), produtos alimentícios (7,4%), indústrias extrativas (2,9%) e bebidas (9,4%).

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (-34,3%) e bens de capital (-21,1%) assinalaram os recuos mais acentuados entre as grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (-3,0%) e de bens intermediários (-2,9%) também registraram resultados negativos nesse mês, mas em intensidade menor do que a média nacional (-6,9%).

O setor de bens de consumo duráveis recuou 34,3% no índice mensal de junho de 2014, quarto resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e a queda mais acentuada desde dezembro de 2008 (-39,1%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-35,1%), influenciado em grande parte pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-47,3%); eletrodomésticos da “linha marrom” (-41,0%), por conta da menor produção de televisores; eletrodomésticos da “linha branca” (-32,4%), em função do recuo no produto refrigeradores ou congeladores para uso doméstico; outros eletrodomésticos (-29,3%) e móveis (-16,4%).

O setor de bens de capital, ao recuar 21,1% em junho de 2014, também assinalou o quarto resultado negativo consecutivo no índice mensal, e mostrou a queda mais intensa desde agosto de 2009 (-22,4%). O segmento foi influenciado pelo recuo observado na maior parte dos seus grupamentos, com claro destaque para a redução de 31,6% em bens de capital para equipamentos de transporte, pressionado principalmente pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques e vagões de passageiros.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis, ao recuar 3,0% em junho de 2014, reverteu o avanço de 0,8% assinalado no mês anterior. O desempenho nesse mês foi influenciado em grande parte pelos recuos vindos dos grupamentos de semiduráveis (-11,4%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-3,0%) e de não-duráveis (-5,1%). Por outro lado, o grupamento de carburantes (12,1%) assinalou o único resultado positivo nesse mês, impulsionado pelo avanço na produção de álcool etílico e de gasolina automotiva.

A queda na produção de bens intermediários (-2,9%), que apontou o quarto resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior, foi explicada principalmente pelos recuos nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (-33,4%), metalurgia (-12,7%), produtos de metal (-17,9%), outros produtos químicos (-6,3%), produtos de borracha e de material plástico (-10,4%), produtos de minerais não-metálicos (-6,1%), produtos têxteis (-10,9%), máquinas e equipamentos (-7,5%) e celulose, papel e produtos de papel (-3,1%), enquanto as pressões positivas foram assinaladas por produtos alimentícios (21,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,0%) e indústrias extrativas (2,9%).

Outros grupamentos que apresentaram resultados negativos foram insumos para construção civil (-11,9%), que apontou o recuo mais intenso desde o início da série histórica e a quarta queda consecutiva nesse tipo de comparação, e de embalagens (-2,7%), que reverteu o avanço de 1,0% observado em maio último.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

4 Comentários

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  1. aguardando

    Estou curioso para ler quais vão ser as justificatvas mirabolantes dos esquerdopatas do blog para o desastre economico que se avizinha por pura incompetencia deste governo corrupto.

    1. Espero que estejas esperando

      Espero que estejas esperando deitado, pestista é muitas coisas, mas idiota para entrar em debate perdido nunca foi

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