Hiperinflação global é insustentável e pode causar colapso econômico

Em artigo, professor emérito da Universidade de Buenos Aires afirma que capitalismo está caminhando rumo ao precipício

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O problema de endividamento elevado não é exclusivo apenas de países periféricos, mas do mundo inteiro. Em meio ao temor de cortes orçamentários, não se pode perder de vista o quadro econômico e social do mundo – onde, pela primeira vez em mais de 500 anos de história, o instrumento colonizador leva a metrópole que coloniza ao desastre.

“A enorme dimensão da administração fraudulenta com a qual o macrismo se endividou e fez desaparecer várias dezenas de bilhões de dólares nos faz perder de vista que o endividamento não é apenas nosso problema, nem exclusivo de nossa América e nem mesmo do Sul tardiamente colonizado, mas de todo o mundo”, diz E.Raúl Zaffaroni, professor emérito da Universidade de Buenos Aires, em artigo publicado no site La Tecla Eñe.

Zaffaroni destaca o aumento dos gastos por parte dos chamados “estados do norte”, em um histórico que remonta desde o início do que se entende por capitalismo, “cuja história na verdade parece com a de suas crises e a forma como conseguiu sobreviver até a atualidade”.

E esse rastro pode ser visto em eventos como os dois pós-guerra e, mais recentemente, o cenário após a crise imobiliária dos Estados Unidos em 2008 e o pós-pandemia de covid-19, em meio à queda do PIB e o aumento astronômico da dívida global, que passou os US$ 281 trilhões apenas em 2020, superando em mais de 25% o aumento visto em toda a década anterior.

Para Zaffaroni, “o capitalismo se descontrolou libertando-se das limitações com que a democracia o travou. Seu casamento com a democracia foi divorciado em más condições no norte e agora seu desejo endógeno de maior lucro sem nenhum obstáculo o leva ao abismo: esses números astronômicos de dívida não podem ser reduzidos, por mais que se recorra ao ajuste”. Veja mais a respeito na íntegra do artigo, clicando aqui.

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Redação

2 Comentários

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  1. “Alguma coisa está fora da ordem mundial”.
    A priori, a moeda é meio circulante que PERTENCE AO respectivo ESTADO de origem, certo? É um dos instrumentos de poder do Estado.
    Daí que o Estado pode induzir a uma tremenda inflação ao gerar desconfiança no controle da moeda, sim; porém ENDIVIDAR-SE? Pode o dono do produto devê-lo a alguém? Como posso eu dever a mim mesmo?
    Claro, isso deixando a ótica dos banqueiros que hoje são o Estado de fato. Sem as responsabilidades deste, óbvio.

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