Lula se revolta com Bolsonaro e fica emocionado ao falar das agruras do povo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Brasil ainda enfrenta problemas na gestão da pandemia enquanto Bolsonaro gasta R$ 600 mil com médico porque não sabe comer camarão, diz Lula

Lula em plano médio, com uma das mãos apontando para o horizonte
Lula, em janeiro de 2022, durante entrevista à mídia independente. Foto: Ricardo Stuckert

Durante coletiva de imprensa à mídia independente, na manhã desta quarta-feira (19), o ex-presidente Lula (PT) demonstrou revolta com a gestão temerosa de Jair Bolsonaro na pandemia de coronavírus e ficou emocionado ao falar das dificuldades do povo social e economicamente mais vulnerável no atual governo.

Lula disse que o País atravessa a onda de Ômicron sem máscaras de qualidade para o povo mais humilde, sem testagem em massa e com atraso na vacinação das crianças. Enquanto isso, Bolsonaro conta 7 mentiras por dia e gasta R$ 600 mil em verba pública para transportar um médico que estava nas Bahamas, de férias, para atendê-lo após um episódio de obstrução intestinal. “Se ele não sabe comer camarão, eu posso ensiná-lo”, disparou Lula, indignado.

O ex-presidente ficou com a voz embargada e os olhos marejados ao lembrar que, com a crise econômica e as políticas desumanas de Bolsonaro, a população mais pobre parou de sonhar com um futuro mais próspero. Lula lembrou que já morou em um “quarto e cozinha com mais 12 pessoas” e, por isso, sabe bem das necessidades dos mais humildes no momento.

Emocionado, Lula afirmou: “Eu tenho consciência do que o povo está passando. Então eu não posso mentir [para eles]. Eu não posso ganhar [a eleição de 2022] aos 76 anos e falar ‘gente, olha, eu ganhei mas não dá para fazer as coisas. Desculpa, mas eu preciso atender ao mercado, à Faria Lima; eu preciso ter responsabilidade fiscal; eu preciso manter Teto de Gastos’. E o teto de comida? E o teto de emprego? E o teto de salário, de saúde? Quem vai devolver ao povo? Então, é esse cidadão que acaba de ficar emocionado que quer ser presidente, e se for, é para mudar.”

A fala de Lula ocorreu logo após uma série de questionamentos sobre a possibilidade de Geraldo Alckmin (ex-PSDB) ser o vice na chapa presidencial de 2022.

O ex-governador de São Paulo cultiva um histórico de posicionamento mais alinhado ao campo da centro-direita, e é considerado um “risco” por setores da esquerda insatisfeitos com o movimento de Lula, ainda que a escolha não seja definitiva.

Na coletiva de imprensa, Lula deixou claro que quer o apoio de Alckmin, seja ele vice ou não, e defendeu que o ex-tucano pode mudar de opinião sobre diversos temas. Além disso, Lula apontou que, para garantir governabilidade a partir de 2023, ele precisa ampliar as alianças eleitorais e políticas para além do PT e das esquerdas.

“Eu preciso construir uma aliança política mais ampla que o PT. E não à esquerda, mais ao centro e, se for preciso, mais ao centro-direita.”

Assista a entrevista na íntegra:

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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