A alienação das esquerdas
Por Maria Fernanda Arruda
É terrível – como às vezes se observa na esquerda depois de uma derrota – desprezar eleitores pobres ou trata-los como manipuláveis ou ignorantes se eles não votam da forma esperada. Essa mentalidade apenas exacerba a divisão e torna o sucesso ainda mais difícil. Se um partido falha em atrair os eleitores que ele pensa que deveria atingir, parte da culpa pode ser atribuída a uma mídia injusta e parcial, ou a táticas sujas dos oponentes, ou a condições econômicas além do controle. Mas apenas parte. É preciso que se faça, antes de mais nada, o exercício da modéstia, que permita a autocrítica.
O grande fracasso do PSOL em seu reduto político frente a um candidato fraco, radical e sectário não se deu por conta de candidatos inferiores. Muito pelo contrário. Freixo é um político dedicado, talentoso e perspicaz, com um longo e inspirador histórico às causas sociais. A feminista escolhida para ser sua vice, Luciana Boiteux, é uma advogada e professora de direito inteligente e sofisticada que melhorou como oradora e liderança política durante a curta campanha. O problema enfrentado pelo PSOL é estrutural, institucional e cultural: como expandir-se além de sua base eleitoral dedicada, porém limitada, composta primordialmente por intelectuais bem educados, com estabilidade financeira e, em sua maioria, brancos da Zona Sul, e pelos jovens? Então? Como o PSOL convenceria pobres, trabalhadores e moradores de favelas, de que suas condições de vidas seriam melhoradas por um governo de esquerda, e como convencê-los de que os líderes do partido compreendem isso e, portanto, podem lidar com os problemas graves e sistêmicos que enfrentam?
Freixo perdeu esmagadoramente na Zona Oeste. Eleitores da classe trabalhadora e residentes de favelas fora da Zona Sul simplesmente deram as costas para a esquerda. Em outras palavras, os próprios eleitores a quem o programa político do PSOL tenta atender são aqueles que se sentem mais distantes do partido – e são muitas vezes hostis a ele. O que interessa a esses eleitores? Segurança de emprego, segurança no seu bairro, assistência médica confiável, escola. Não se incluem entre as suas preocupações: legalização do aborto, descriminalização das drogas, defesa da Petrobrás.
Um partido não tem o apoio de segmentos mais pobres da população e de minorias, a menos que esses grupos se vejam representados na liderança e nas candidaturas do partido. O PSOL avançou nesse sentido: um de seus mais renomados deputados, Jean Wyllys, foi criado em condições de extrema pobreza, e dois de seus novos vereadores: Marielle Franco, quinta vereadora mais votada, e David Miranda. Mas é muito pouco, ainda que aponte para uma boa direção, numa estrada onde o PT vai caminhando na contramão. Há no Brasil um imenso vazio, que separa o mundo erudito do mundo popular. São duas culturas que se afastam cada vez mais, na mesma medida em que segmentos sempre maiores da população são marginalizados nas periferias das grandes cidades, submetidos a um processo de empobrecimento alimentado por formas de cultura massificadora. A cultura erudita tornou-se cada vez mais a cultura das minorias privilegiadas. A grande massa dos brasileiros, formada de analfabetos e analfabetos funcionais, é portadora de uma cultura que se transmite oralmente, mas que é aquela definidora de suas formas de sentir, pensar e agir, expressando-se na sua culinária, nas festas, na linguagem, criando ritos de passagem, dando dimensão prática e utilitária à religião. Os políticos e os partidos políticos pertencem ao mundo erudito. Onde estará a ponte que permitirá a comunicação entre as duas margens? Essa ponte ainda existe?
Lula foi capaz de criar e transformar o PT em uma grande força política de esquerda porque a base de apoio do partido era composta pela classe pobre e trabalhadora, e a partir daí seu apelo se estendeu a outros grupos. Isso foi possível porque as lideranças do partido, começando pelo próprio Lula, foram capazes de entender instintivamente seus eleitores e tinham credibilidade para dialogar com eles porque pertenciam a esses grupos. Não foi necessário inventar estratégias de comunicação ou teorias abstratas sobre como conquistar essa parcela do eleitorado; a liderança e os candidatos do PT cresceram nas comunidades que serviram de base eleitoral do partido. Em resumo, o PT nasceu com o Lula metalúrgico, falando como metalúrgico, vestindo-se como metalúrgico, pensando como metalúrgico. Lula foi um metalúrgico do ABC paulista. Freixo não foi um metalúrgico.
E o pentecostalismo fala a língua dos oprimidos, dos marginalizados. Os seus pastores e bispos são preparados para isso. Falam as palavras que o povo quer ouvir, quando quer, onde quer. Não se trata, por certo, de copiá-los, mas de examiná-los, descobrindo-se o que? como? quando? onde conseguem ser ouvidos? Crivella é o filho preferido de Edir Macedo, aquele que impõem respeito com o tamanho e o mau-gosto descomunais de um Templo de Salomão. Não se trata, por acaso, de uma adoração do bezerro-de-ouro? Moisés puniu a heresia com a morte de centenas deles, isso é o que nos conta a Bíblia. Certamente, não é esse o caminho nos nossos tempos. Mas é preciso atravessar o mar que hoje nos separa do povo brasileiro.
E sobre o artigo de Glenn Greenwald: “Comentamos sobre o mesmo tema, mas sob a minha perspectiva e abordando pontos que não estavam sendo considerados. Não há nada que desmereça o que está no artigo do Grennwald, muito menos o seu autor. Mas, confirma em termos a tese: as esquerdas não unem, lutam entre si. Enfim: ideias e constatações não são privilégios de ninguém e nem são patenteáveis”.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Salvo engano, uma boa parte
Salvo engano, uma boa parte (nao conferi o quanto) desse texto é retirada do artigo de Glen Greenwald, no Intercept, nao é?
Quem plagiou quem?
Quem plagiou quem? O parágrafo que começa com “Lula foi capaz de criar …” é o mesmo do texto do Greenwald.
eleições
por que o PSOL não consegue falar aos pobres trabalhadores analfabetos funcionais? quando o PSOL conseguir responder essa pergunta, com ceteza terá mais votos. Agora não culpe o PT, como fêz Freixo, para justificar sua derrota.
Boa!!
Tocou em um ponto muito importante: aproximação entre classe trabalhadora.
Escola de intelectual de esquerda é a particular “alternativa”, enquanto a do trabalhador é a pública sucateada.
A saúde do intelectual de esquerda é o médico perticular, enquanto a do trabalhador é o posto de saúde lotado.
Como criar alguma identidade ou sentimento de pertencimento se estamos a cada da mais afastados?
Somos ou não somos todos trabalhadores, uns muitos precarizados e outros menos?
Somos ou não somos defensores dos serviços públicos como parte importante do estabelecimento da justiça social?
Se somos, por que não participamos desses espaços? Por que não voltamos a escola pública, aos postos de saúde, aos bairros pobres e populares?
Aqui em floripa tinham um candidato socialista que seus filhos estudavam na escola particular mais cara e mais elite da cidade … fica díficil explicar estas pequenas contradições.
abraços
Quem ganhou no Rio foi o não voto
Quem ganhou no Rio foi o não voto, aquele que não quer se dar ao trabalho de votar ou não se vê representado por nenhum candidato, foi esse quem ganhou a eleição
Crivella é um escápule de uma situação que os pobres dizimistas já sabem enquanto a elite intelectualizada de esquerda não querem ver: o poder da Igreja Universal do Reino de Deus e seus asseclas tomando conta do país por omissão ou um “desacreditar” no sistema, tanto que não haveria problema da IURD apoiar um candidato de esquerda como fez com o Lula, mas agora igreja não quer intermediários, ela já sabe que seu curral e votos são garantidos por cultos e templos espalhados na miséria e no desepero do próximo
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/31/politica/1477940246_927730.html
http://eleicoes.uol.com.br/2016/noticias/2016/10/30/soma-de-brancos-nulos-e-abstencoes-supera-votos-em-crivella-no-rio.htm
http://apublica.org/2015/10/os-pastores-do-congresso/
O Psol terá a força do PT o
O Psol terá a força do PT o dia que contar com uma figura semelhante ao Lula. E o PT não teria passado de um Psol de sua época, os anos 80, se não contasse com Lula. No Brasil, não existe e nunca existiu ideologia partidária que se enraizasse na sociedade – como vemos nos EUA, com a divisão entre Democratas e Republicanos. Aqui vota-se em nomes. O PT tem que colocar na cabeça que no seu auge, com Lula, a maioria das pessoas votaram em LULA. E hoje é muito claro isso.
A esquerda simplesmente não
A esquerda simplesmente não enfrenta a direit no embate ideológico. Estão há mais de dez anos tomando chute na canela e fazando pose de cavalheiros. O PSOL, o máximo que faz é atacar o PT, enxergando nele o alvo à direita….
São acusados de dividirem a sociedade e não sabem dizerf que a sociedade é de fato dividida; são acusados de dfenderem maconheiros e aboritstas mas não têm coragem de dizer que escroto é quem quer mandar na vida dos outros; são acusados de promoverem o racismo ao contrário e não devolvem à altura;ç são acusados de defenderem bandidos mas não sabem explicar que quem defende a lei são eles, e não os policiais matadores e quem faz apologia do homicidio.
E por aí vai.
Agora, com o discurso moralista de sempre abrema boca pra dizer que a culpa é do PT e que eles são a a alternativa da esquerda.
Ora, ora…
O PSOL ocupa o lugar do PT? O do voto popular é que não é…
Por Fernando Brito · 31/10/2016
O mapa acima, que “roubei” do Facebook da Tandara Santos, é o retrato mais expressivo da besteira que é dizer que: a) o PSOL tomou o lugar do PT e 2) e, bem pior, que o PSOL é a alternativa de esquerda no Brasil.
Lamento, porque gosto muito de amigos psolistas, nos quais reconheço sinceridade, mas não lucidez nesta quadra difícil.
Penso que se vergam com muita facilidade aos ventos contrários e aceitam o discurso dominante, como fez Freixo hoje ao declarar que foi prejudicado por ““tudo de ruim que aconteceu durante o ciclo do PT na Presidência”.
No fundo, talvez, não acreditem no conceito – e na sabedoria do conceito – do voto de classe.
E não entendam que o Brasil não é um país partido entre uma elite e uma massa, no qual a primeira vive bo século 21 e a segunda, embora de celular, vive no 19.
Mas o mapa não evidencia apenas o erro do PSOL, mas o do PT.
A preocupação em ser palatável, “republicano”, “de todos”.
Não, a política tem lado e o povo humilde não reconheceu no candidato “de esquerda ” o seu lado.
Como, historicamente, reconheceu em Getúlio, em Jango, em Brizola e em Lula o seu lado.
Os “puros” cometem este erro e pagam por isso um preço.
No primeiro comentário que fiz, após o primeiro turno das eleições, já registrava este traço na candidatura Freixo.
É bom lembrar, porém, que Freixo teve um percentual – 18% – bem pior do que os 28% obtidos na eleição anterior, em 2012, quando foi a grande surpresa.
Infelizmente, esta onda não chegou à Zona Oeste (à parte pobre, formada por Realengo, Bangu, Campo Grande e Santa Cruz), onde Freixo teve entre 6 e 11% dos votos. Na parte rica, como era natural que fosse, venceu Pedro Paulo.
O problema da esquerda não é fazer uma política de alianças.
É tanto não fazê-la quanto deixar que as que faz as conspurquem.
O mapa aí de cima é apenas uma pálida ideia do que seria uma candidatura Lula mo povão.
Onde você v~e a vitória do Crivella, em geral, veria a de Lula.
E onde vê a de Freixo, provavelmente veria a de seu adversário.
A esquerda “moderna” anda se esquecendo da luta de classes.
Excelente artigo da Maria
Excelente artigo da Maria Fernanda Arruda, apenas discordo de alguns tempos verbais: o povo nunca se sentiu representado pelos intelectuais que, a seu ver, são pernósticos sem poder querendo se fazer ditadores em cima dele, o povo, que já vive calejado dos que efetivamente têm o poder; por eles esmagado. Por isso que Lula é uma coisa e o PT outra, completamente diferente; em que pese o academicismo petistra ter-se restringido nos últimos anos quase que apenas às cátedras.
Os´acad~emicos e intelectuais
Os´acad~emicos e intelectuais ( com raras e louváveis exceções ) abandonaram o PT, por não terem conseguido assumir o seu comando. Muitos não suportaram ver suas idéias não serem levadas em conta pelos operários e sindicalistas que povoavam e ainda integram o Partido
A Igreja dos crentes cresceu
A Igreja dos crentes cresceu nos redutos mais empobrecidos porque ocupou um vazio não preenchido pelo estado,na forma de assistência psicológica e social e das atividades culturais inexistente. Quem busca a igreja em primeira mão é porque está com algum problema e não vê mais outro meio de solução. Como ela seduz e conquista, principalmente os emocionalmente fragilizados? Primeiro, a Igreja acolhe e insere o sujeito dentro de seu circulo social. Depois, progressivamente, é inculcado no sujeito a idéia e a prática da segregação pela religião: existe os crentes e os outros (as pessoas do “mundo”). No meio de toda a lavagem cerebral que é aplicada, existe as críticas sempre muito bem fundamentadas nos textos bíblicos (a interpretação é um detalhe que passa ao largo) a tudo que “agride a família”, ofende ou simplesmente é diferente. Eles precisam ser diferentes e melhores, sob o inquestionável jugo de Deus, é este o segredo do poder dos pastores. O crescimento dos adeptos é um processo que vem de décadas, há gerações que foram criadas sob os ensinamentos dos crentes, que só querem o “bem de todos”, desde de que seja pelos critérios deles, é claro.
O ponto de entrada para a esquerda fazer uma ponte num ambiente empobrecido, com deficiência no nível educacional, só pode ser justamente pela satisfação de uma carência. Atividades culturais e artísticas são excelentes para comunicar em qualquer nível. Teatro, concurso de redação, qualquer atividade que leve o indivíduo a aumentar sua percepção do mundo (“A gente não quer só comida”, já dizia o poeta). Enfim, eu não vejo a coisa por um viés de imposição de discurso ou cooptação, mas um processo de ampliação de horizontes onde naturalmente as propostas de esquerda se insiram e possam ser debatidas e compreendidas sem a manipulação via preconceitos.
As pessoas querem ser ouvidas
As pessoas querem ser ouvidas e o PT fazia isso muito bem. Penso que o PSOL falhou um pouco nesta escuta por isso sobrou mais votos para o “Fala que te escuto”.
Assim como todo artista o
Assim como todo artista o candidato político tem que ir onde o povo estar!
O PSOL é formado por um bando
O PSOL é formado por um bando de idiotas que se acham os iluminados incorruptiveis que vão comandar a redenção dos males do país.
Burros.
Nunca vão sair do lugar e ainda ajudam a afundar a esquerda.
Emprego
As únicas palavras que fazem um candidato ganhar eleições nestes tempos de crise são: Emprego e Prosperidade. Algo que os Pastores da Igreja Universal falam muito bem e colocam como meta para aqueles que os seguem.
Ao passo que o PSOL, defendendo liberação de drogas e aborto, ficou completamente fora da realidade, pois não focou na criação de empregos.
A sede pelo Pleno emprego é tão grande que não receio dizer que se Temer, ou algum candidato do PSDB, ou de outro partido ultra conservador e de extrema direita conseguissem gerar o Pleno emprego no Brasil, seriam sem demora aplaudidos de pé e ganhariam por larga maioria nas urnas.
Lula e o PT enquanto mantiveram o Pleno emprego foram vitoriosos nas urnas. Mas quando o PT optou pela política de Levy, e o desemprego explodiu nas alturas, o PT levou uma surra nas urnas.
Esquerdista que se preza despresa eleição, não eleitor pobre
Eleitor não elege ninguém, quem elege é o poder econômico. O eleitor apenas legitima o candidato imposto pelo poder economico, para representá-lo, protegê-lo e defendê–lo e para atacar os pobres caso estes se recusem a trabalhar uma longa jornada por um baixo salário ou os desempregados que, sem oportunidade, ganham a vida no mundo do crime.
Luta épica para arrebanhar os eleitores pobres
O PSOL deve lutar com os trabalhadores nas fábricas, nos hospitais, nas escolas, etc, en vez de buscar desesperadamente os seus votos. O voto do pobre não vale nada pois mesmo que eles consigam eleger um candidato da sua confiança, se o candidato eleito não seguir o script, isto é, se começar a bemeficiar os pobres em vez de beneficiar os ricos, ele vai ser golpeado – Dilma, Goulart-, morto – (Salvador Allende)-, perseguido, – Lula Chávez, Fidel, O Índio Loco Boliviano, entre muitos outros.
Se o voto mudasse alguma coisa ele não teria sido instituído.
Gostaria de ver uma mesa
Gostaria de ver uma mesa redonda com Freixo e Boulos. Os dois tem origem na classe média intelectualizada. Boulos casou com uma militante do Movimento dos trabalhadores sem teto e conhece profundamente aquela realidade. São de cidades importantes, Rio e São Paulo. Os temas desemprego, terceirização e trabalho precário seria um bom começo e poderiam ter a presença de um teórico de Campinas (não consegui lembrar o nome dele, é um dos mais importantes estudiosos nessa área e foi um grande crítico do PT, mas também reagiu ao golpe de Temer e cia.).
PqP .. deixem o cara ser CRENTE!
Parem de ditar o que o cara deve ser. Porra o problema não é o crente. Problema que o PT mandou o povo ir catar coquinho. Eles foram. No quintal da direita, que estava com a boca arreganhada faz tempo. Só o PT e seus “Ins” não enxergavam a boca arreganhada da direita. Não só não viu como deu uma força pra direita dar o Golpe. Ãn Ãn.. via a Mídia. Aliás, essa sim, a grande responsável pelo massacre do Partido do Arroyo ao Chuí…. Ou alguém aqui duvida?
Então deixem o cara ser crente, catso. Parem com essa porra de que os “pastores fazem a cabeça”… A mídia é que faz a cabeça do povão. 13 anos de governo e o caras preferiram ignorar o tema. Sifú! Olha pessoal, o sujeito vai na igreja pq gosta, se sente bem.. canta, reza, se interage… cantam parabéns para ele. Quando fica doente o pastor vai lá na casa dele orar. As irmã vão lá fazer visita e consolam. O cara é operado a igreja vai lá fazer visita. Rezam pelo sujeito que tá fudido. O câncer vem, eles se juntam e rezam… O povo dá o dízimo e bendito pastor faz uma igraja bem bonita e pronto. É assim! E o pastor sem-vergonha de vez em quando não só expulsa um demônio como “papa” uma fiel? É assim… A trocentos anos!
E aí vcs ficam aqui falando que “o pastor faz a cabeça”…e blá blá. Olha se faz é pq o sujeito está carente. E quem vai suprir essa carência? Nós aqui do Blog do Nassif, classe média, a maioria com curso superior…com boa moradia, filhos em boa escola? Pois reflitam, são 2H15 da matina deste feridão…. Lá na periferia, de qualque estado, tem uma família velando alguém. Tem uma família lá no IML esperando o corpo. Tem uma família que o filho sumiu. Pois a biroska dos crentes está lá. Sim… Isso mesmo sempre tem alguém (o pastor, o presbitero, as irmãs.. etc) consolando o fudido. Rezando com ele e por ele. Cada um tem sua fé. Parem com isso .. vamos discutir o que fazer com essa mídia sacudida, que rí muito de nós e fode o país!
Estado laico
Para min no Brasil, nunca se pensou o estado como um verdadeiro estado laico, todos os governos deram um liberdade total as igrejas, sem nunca colocar limites no que as igrejas podem ou não dizer ou fazer……todos sabem que igreja e religião se voce não controla, da no que deu……ja no fim dos anos 80, eu observava a potencia economica dessa igrejas, em SP compraram quase todos os velhos cinemas e teatros do centro e bairros, depois compraram radios e tvs.O poder publico num pais laico de verdade não fica “sentado e olhando” sem fazer nada durante decadas, se não acontece o que esta acontecendo…….ja se viu(e ainda se ve)este mesmo tipo de situação dezenas de vezes na historia da humanidade………uma coisa é liberdade de culto outra coisa é liberdade total para que as igrejas se “empoderem” a seu bel- prazer….isso sempre acaba mal
Falta liderança de segunda a sábado
O povo mais humilde precisa de lideranças. O problema é a falta de lideranças cívicas de segunda a sábado, pois hoje é a liderança do dia domingo quem está tomando conta do voto de milhões de brasileiros. Lideranças religiosas e da TV do dia domingo.
A política suja fez perder muita credibilidade à classe política. O sector mais pobre da população não recebe informação correta, mas apenas assiste em forma bovina, no domingo (depois, ou antes, do culto) a rixa entre a Globo e a Record. Bandeiras inoportunas de esquerda tentaram entrar nas favelas, assustando pessoas simples e pacatas, que possuem – ainda – uma concepção mais conservadora da família e do sexo. Pior ainda, dando munição a estes pastores aproveitadores.
O Pastor Crivella, no RJ, foi escolhido com mentalidade de dia domingo, foi eleito como pastor e não como engenheiro, por causa do medo do povo expor os seus costumes e crenças para uma turma modernosa da elite, que se achou de esquerda apenas porque é mais “idealista” e com ideias mais arrojadas e modernosas. Aí está o perigo, não apenas com o Crivella, mas o que os seus eleitores esperam dele e a mentalidade domingueira da sua opção cívica. O que aqui se discute é o perigo de estes pastores irem mais longe. A votação é no dia domingo, mas para discutir assuntos de segunda a sábado (pelo menos nesta fase do Brasil).
O pobre acuado pelo PSol se deve sentir como senhor de idade que entra a um consultório de psicóloga modernosa, com roupa colorida, seminua, com um copo de plástico com cerveja quente onde flutua um resto de cigarro, e marca de batom na beira do copo e, enquanto fuma um baseado, diz para ele: tire a roupa e fique à vontade! É claro que ele não fica à vontade!
A solução está em mostrar à população, de segunda a sábado, que existe um Brasil possível, que prioriza a nação, o emprego e as três refeições por dia; de que existe gente séria e confiável e que o que se discute na urna é a autodeterminação da nação brasileira e a justiça social para o seu povo. É necessário mostrar que não queremos colocar em votação as suas crenças de domingo ou do que ele acredita – pelo menos por agora – ser melhor para as famílias e para a sua compreensão de sexo. Precisamos trazer o eleitor para as verdadeiras disputas cívicas, hoje confusas por tantos partidos e bandeiras. A direita adora ver como atropelamos bandeiras na ânsia de levar ao povo a nossa ideia de esquerda e não a solução para o seu problema real.
Queremos dialogar sim com o eleitor evangélico, de segunda a sábado. O que ele faz o domingo é tema para evolução cívica do país e da nossa capacidade de evoluir, de aprender a respeitarmos e divertirmos juntos, de acreditarmos em coisas parecidas. Mas isso apenas irá acontecer quando as pessoas tenham oportunidades, quando o Brasil seja mais distribuído e democrático, quando o povão esteja no mesmo boteco que a modernosa, falando de Jean Paul Sartre. Enquanto isso não acontecer, devemos respeitar o dia domingo das pessoas, das igrejas e das famílias, pois isso não é para discutir na urna, mas dentro de uma sociedade que ainda deve ser libertada e, em seguida, evoluída socialmente.
PLÁGIO
Gente, esse texto é plágio de artigo de Gleen Greenwald pulbicado no The Intercept Brasil: https://theintercept.com/2016/10/31/a-grande-derrota-do-psol-no-rio-evidencia-o-maior-desafio-da-esquerda-mundial-e-especialmente-no-brasil/?comments=1#comments A “autora” do post acima copiou trechos inteiros do artigo linkado sem colocar aspas e sem dar o devido crédito. No último parágrafo, veio com esse papo de que tratou dos mesmo temas que Greenwald dando um outro enfoque… O facebook aguenta qq coisa, mas como é que o GGN posta algo assim? Tem dó, né? Se eu não tivesse lido o original, ia ficar pensando que o texto era dela.