Alas do PSDB já apontam Doria como único capaz de derrotar Lula em 2018

Jornal GGN – A capa da edição da Folha de S. Paulo desta quinta-feira (30) trata do candidato virtual do PSDB a presidência em 2018, Joao Doria Jr, prefeito de São Paulo. A informação principal dá conta de que até Aécio Neves concorda que Doria seria o plano B ideal. Mas algumas alas do tucanato já enxergam no homem do “não sou político, sou empresário” a única figura capaz de derrotar Lula numa disputa pelo Planalto em 2018.
O GGN já havia antecipado essa movimentação do PSDB, em 6 de março, quando tratou do assunto no artigo “Entra em campo o fator Joao Doria, por Luis Nassif”. O fio condutor da postagem é a avaliação de que a Lava Jato transportará a tríade tucana Aécio, Geraldo Alckmin e José Serra para uma terra arrasada, a reboque das delações da Odebrecht.
Agora, Folha diz que até o ex-presidente Fernando Henrique concorda que Doria ser o candidato em 2018 é “factível”.
Na mesma edição, Folha publicou uma entrevista con Luciano Huck dizendo que sua geração deve tomar o poder nos próximos anos. Ele disse que tem apoio de FHC, e avaliou que é preciso se aproveitar do “colapso” da política tradicional para inserir nomes de fora, como ocorreu com Doria. Huck não descartou ser candidato a um cargo público, admitiu proximidade com o PSDB e até falou em financiamento de campanha.
O jornal ainda escreveu que Aécio não desistiu de sua candidatura, mas reconhece que suas chances são “mais remotas” em função dos desdobramentos da Lava Jato.
Um “congressista aliado do senador mineiro” disse que crescem as chances de Doria a cada dia, porque ele seria a “cara nova” que o partido precisará exibir quando se seus principais caciques forem pegos por caixa dois eleitoral.
O mesmo não poderia acontecer com Doria, em tese, porque a campanha eleitoral de 2014 não permitia doação de pessoas jurídicas.
Líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer disse que Doria foi colocado num “patamar mais elevado dentro do partido e sociedade” desde que provou-se a “grande revelação da política brasileira”.
De acordo com a Folha, até um mês atrás, Aécio não gostava da ideia, mas agora considera que apoiar Doria seria ideal numa disputa contra Geraldo Alckmin. O grupo de José Serra também vê Doria como o preferido se o ex-ministro de Relações Exteriores não puder concorrer.
Aécio, inclusive, já estaria elaborando meios de forjar uma chapa “puro sangue”, com Doria a presidente e Antonio Anastasia, seu afilhado político, como candidato a vice. Essa manobra exige cuidado, ponderam alguns tucanos, porque afasta aliados, como o PMDB.
A favor de Doria, o PSDB vê a inexistência de denúncias na Lava Jato e o potencial de derrotar nomes da política com a campanha em sentido contrário. Porém, terá de apresentar resultados na prefeitura de São Paulo, para ter uma vitrine. Ocorre que Doria tem se empenhado em desmontar o que o governo Fernando Haddad construiu nos últimos anos e fazer ações de marketing, como varrer praças que já foram limpas pelos funcionários do Paço.
Por fim, para passar a mensagem de que a candidatura de Doria é algo forjado de “fora para dentro” da política, Mônica Bergamo entrevistou o presidente da Riachuelo, Flavio Rocha, que disse que magnatas do setor privado de todo o País estão interessados em um “prefeito presidente”.
Na quinta (29), o GGN mostrou que Doria usa a prefeitura para captar clientes para o grupo LIDE no exterior. Ele apresenta-se, em eventos internacionais, como prefeito e fundador do grupo empresarial. Leia aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  • Doriana a Margarina dos Coxinhas.

    A margarina Doriana voltou com tudo. Doriana a margarina preferida dos coxinhas desesperados pela perda do Aecipó. Será que a margarina Doriana vai air da prateleria dos supermercados chics dos jardins?

  • Doria o golpe final

    Esse lançamento a presidente do Dória numa hora dessas mostra a que ponto chegamos no Brasil. Mostra a que ponto as elites podem nos destruir a fim de manter o seu staatus quo. Isso é mais que assustador. O Brasil está doente, perdido, sem rumo, atolado, desgraçado, podre, roubado, traído, enterrado, abandonado. O Brasil virou uma terra de ninguém. O Brasil como no filme dos irmãos Cohen virou uma terra onde os mais fracos que são sua imensa maioria não tem vez. Para onde vamos amigos?

  • Não devemos criticar a escolha dos outros!

    Cada grupo que escolha seus representantes, se os Tucanos acham que Dória os representa, que os escolham, não sou eu ou qualquer outro do campo adversário que deve criticar a pessoa Dória, seus atos políticos, sua linha política e dos Tucanos que devem ser criticadas, mas acho meio infantil a crítica a escolha, se quisessem colocar o Tiririca o problema era deles e não de quem está contra.

    A crítica a pessoa é uma péssima arma política, além de ser infantil e ad hominem é completamente ineficaz tornando alguém uma espécie de vítima! 

    • não....

      rdmaestri: aí elevou a discussão e o censo democrático. Bolsonaro ou outro qualquer, que não tiver problemas legais, que seja a mesma coisa. E livremente as pessoas escolham. O que é preciso é que as idéias,  objetivos e caminhos fiquem claramente definidos. E a Justiça elimine ilegalidades e excessos, como faz nos EUA contra Trump. Já ficou claro que só ser lunático não basta. Mas para isto a sociedade precisa estar representada e ser a última opinião decisiva em todas esferas de Poder. Mas quanto ao Brasil e Dória, a pergunta a ser feita é se era este o projeto de país que a redemocratização, a centro esquerda que subiu ao poder há 3 décadas, projetava? O Poder a qualquer custo? O Poder com João Dória? A implantação de uma democracia social era isto? O Estado que era atacado por alguns cancros esporadicamente, tornou-se dominado por todo o cancro. Era esta a promessa de nação em 1980? Nada como um dia após o outro. A verdade vos libertará. 

  • Muito bom...Até o Hulk entrou na "jogada"? Ótimo!

    Deixa os caras... Enquanto isso, Ciro vai no circuito de agenda cheia de palestras e debates com estudantes, movimentos sociais, fundações, Sindicatos, universidades etcs. Desviar os holofotes da mídia hegemônica é fundamental nesse momento. Na hora "H" o tempo útil não favorecerá a manobra para desconstrução do candidato que não atende aos interesses hegemonicos.... Que fiquem na queda de braço e no aparecimento de aventureiros oportunistas... Isso é muito proveitoso e estratégico! 

     

  • Eu prefiro...

    ... pagar para ver.

    Sobretudo por três motivos: 1. as "doações" dos empresários - como a imprensa a soldo tem noticiado - precisam ser melhor esmiuçadas, pois, a longo prazo, pode cristalizar a ideia de que o Dória não é um oportunista, mas um grande negociante em prol do bem público utilizando seu bom relacionamento com o empresariado (não me critiquem, publicidade é assim); 2. mesmo com uma enorme resistência dos medalhões do PSDB, o Dória passou pelo teste e foi uma vitória de Alckmin dentro do partido; 3. por outro lado, conseguirá o monstro superar o cientista que o criou?

  • Pouca diferença faz. Quem vai

    Pouca diferença faz. Quem vai fazer todo o serviço sujo pra eleger um tucano, "seje" ele quem "seje", será a parceria mídia-judiciário. Se empurraram um cara feito o "Jestor" goela abaixo dos analfabetos políticos paulistanos, acreditam que podem empurrar qualquer porcaria goela abaixo dos brasileiros.

  • Problema deles, sinal dos tempos

    Que tempos... O PSDB colocar para concorrer as eleições presidenciais um tipo feito Doria... E vem mais, Luciano Huck candidato a qualquer coisa. Hummm, Zigmunt Baumann tinha toda razão quando afirmava que vivemos tempos fragmentados, onde tudo perde sentido....

  • dorian gray

    Felizmente o Brasil é muito maior que a cidade de são paulo.

    Achar que os demais brasileiros se impressionam com o "joão trabalhador" e muita inocencia.

    Dois anos é tempo de mais para desmascarar esse fantoche.

    O que tem mostrado em SP é igual a ZERO!

    • José,
       
      não se fie nisso.

      José,

       

      não se fie nisso. Aécio, uma versão almofadinha mineira quase ganhou da Dilma. Em termos de inteligência política, nenhum estado brasileiro sai limpo. tanto que Dilma foi deposta sem que grande parte do povão brasileiro fosse contra.

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