Fernanda Montenegro e Fernanda Torres desistem de campanha de Riachuelo por Flávio Rocha

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – A Riachuelo queria a dupla de atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres para estrelar a campanha publicitária da marca para o dia das mães. O empresário Flávio Rocha dono das lojas Riachuelo, contudo, filiou-se ao PRB, no dia 27 de março deste ano, com o objetivo de disputar as eleições à Presidência da República este ano.
 
Com a notícia, as atrizes mãe e filha desistiram de sequer negociar a campanha. De acordo com a coluna de Lauro Jardim, de O Globo, elas foram “categóricas: se o então presidente da Riachuelo fosse mesmo disputar a Presidência, não iriam fazer a propaganda”.
 
A agência Mutato, da Riachuelo, decidiu fazer a campanha, então, com as famílias de Isabeli Fontana e de Ana Claudia Michels.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

10 Comentários

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  1. Flávio Rocha espertalhão.
    Flávio Rocha espertalhão. Sorte as duas Fernandas perceberem o truque da campanha publicitária casada com calendário eleitoral.

  2. Quanta diferença. Quanta dignidade. Quanto valor demonstram.

    Uma lição para atores.que só buscam a presença nas telas, sem considerar que junto com a venda da imagem pode ir a venda da consciência. Enquanto muitos ainda dependem da globo, outros que já não conseguem mais vagas nas emissoras daqui vão para Portugal a concorrer com o mercado de lá, a família Torres, com seus talentos indiscutíveis pode, em período de crise se sentir em condição de colocar os escrúpulos para decidir onde colocar suas honras. Pessoal da república de Curitiba, isto ai é que é seguir as convicções e não se vender a causas “furadas”. Para ver que é autenticidade, faz anos que a Fernanda Montenegro respondeu a isto.

    [video:https://youtu.be/KMQzG1jpavU?t=50s%5D

  3. A razão de cada um

    Se eu fosse uma celebridade (como as Fernandas) jamais permitiria que a minha imagem fosse usada para promover qualquer coisa relacionada a esse ser humano desprezível chamado Flávio Rocha.

    Minha recusa não seria apenas porque ele será candidato à presidência. A justificativa é mais profunda.

    Recusaria porque trata-se de um elemento fascista e com valores escravocratas.

     

  4. Limite da tolerância

    Não sei se o motivo é apenas o que informa a reportagem. Em caso positivo, não vejo motivo para comemorar. 

    Sinceramente, com todo o respeito às citadas atrizes, negarem o contrato publicitário apenas para que suas imagens não ficassem vinculadas ao dono da empresa, “se” fosse candidato “à presidência”? 

    Nenhum problema com as denúncias de trabalho análogo ao escravo nas empresas que fornecem roupas para a loja? Ou com a plataforma política do empresário, de defender causas liberais de ultradireita, que não dependem de “candidatura à presidência”, não mudam nem deixam de atuar ativamente em sua condição de empresário e filiado a partido político conservador e reacionário? Tudo bem se for candidato a deputado federal? Ou continuar a falar os absurdos que a Falha de SP publica através de seu correspondente especial na Terra dos Fake News/MBL? Qual o problema específico em ser candidato “à  presidência”? Restrição contratual delas com a Globélica? 

    Ética seletiva? 

    Se bem que não é tão incoerente se pensarmos que construíram suas carreiras na TV trabalhando para a Globélica, o que é compreensível pelo monopólio, mas nunca tomaram posição política clara fora dela. Se pensarmos que a campanha seria para a TV, não seria muito diferente de vender os produtos “dramatúrgicos” da Globélica… Um embalagem edulcorada para produtos de qualidadede razoável a boa, raramente excelente, que servem para enriquecer empresários que jogam contra o país e o povo para quem se fazem de bonzinhos… O que será que o dono da loja deu de presente para seus funcionários no dia das Mães, afinal, quem não ocupa essa função tem ou teve alguém que ocupa: exploração de mão-de-obra? Se a loja, e o(s) dono(s) fosse(m) tão preocupada/os com as mães e seus filhos, e não apenas com o que resta de dinheiro em seus bolsos,  talvez não precisasse(m) limpar, ou alavancar,  sua imagem com a reputação alheia. 

     

    P.S. Eu fui cliente da loja enquanto não soube quem era e o que fazia o dono infamoso, nem das investigações por péssimas condições de trabalho, exploração de mão de obra subcontratada, e das opiniões políticas do tal empresário. Quando descobri, não voltei a frequentar. Fiz o mesmo com outras lojas de quem descobri posicionamento oficial reacionário ou conduta preconceituosa de funcionários (qual a diferença entre o pobre de direita e o rico de esquerda, caso exista este último? o primeiro se lasca, duplamente, e o segundo, se beneficia, no bolso e na consciência, hahaha, piadinha inocente). E não aceitaria, por exemplo, uma vaga de emprego nesses lugares. Ter que ser coerente com minhas posições políticas serviu para eu ficar mais exigente no papel de consumidora e cidadã, ao pensar que de nada adianta criticar se, quando é possível, ignoramos nosso papel na maneira como as coisas são mantidas em erro. Como teria dito o Shakespeare, em frase redescoberta em um caderno de frases que estou passando a limpo (momento facebook), “Não sabemos recusar as coisas proibidas quando não sabemos renunciar às coisas permitidas”. O/a cara sabia das coisas… 

     

    Sampa/SP, 20/05/2018 – 21:03 (alterado às 21:07).

  5. Nunca foram de tomar posições

    Nunca foram de tomar posições claras em relação à nossa sociedade injusta e desigual.

    A mãe é uma omissa elegante. Já a filha, não passa de uma histérica que pensa que é intelectual. E sem noção, ainda por cima.

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