Por Johnny Gonçalves
Já vou avisando: este texto é meio comprido. Se você é daqueles que não conseguem ler qualquer coisa com mais de vinte linhas, procure fazer uma forcinha. Vou tentar o possível para não complicar. Se as suas forças estão fracas pra isso, ainda mais para pensar em temas horrorosos como política e economia, volta para o facebook, ninguém vai ficar magoado, de vez em quando eu também vou pra lá.
Dizem que a oposição não tem projeto de governo. Discordo. Projeto eles têm. O problema de Aécio Neves – e aderentes – é que eles defendem um produto vencido. Vou falar um pouquinho sobre esse projeto/produto mais à frente. No caso, a palavra vencido pode ser aplicada em dois sentidos: vencido porque ultrapassado, com data prescrita, como um remédio velho e amargo que ficou no fundo da gaveta; e vencido, também, porque já exposto em três eleições presidenciais e sucessivamente rejeitado pelo eleitor brasileiro.
O importante agora é perceber que tudo parece ausência de projeto porque a oposição se envergonha dele, daí defendê-lo com meias palavras, em linguagem cifrada. Dia desses, por exemplo, o candidato tucano reuniu-se com a nata do empresariado brasileiro e disse que, caso eleito, adotaria medidas impopulares. Bati três vezes na madeira. A tal da nata presente aplaudiu com efusividade. Lógico, as tais medidas impopulares, como o próprio nome diz, valeriam apenas para o povo, um grupelho abjeto ao qual não pertencem, portanto nada a ver com eles. Vou escrevendo e percebo que me saem umas palavras irritantes para os tucanos. Povo é uma delas, tucano é outra. Tem um jornal que não aceita o termo tucano. Pelo menos não aceitava. Faz tempo que deixei de comentar por lá. A gente precisava escrever tu.ca.no, assim, separado por pontinhos, senão o filtro moderador (?) tesourava. Ora, o tucano é o símbolo do PSDB. Eles passaram a se envergonhar da própria marca. Do produto, então, nem se fala. Sem marca e sem produto, parece que não têm projeto. Só que têm.
O modelito proposto por tucanos – e aderentes – chama-se neoliberalismo. Quando a gente usa essa palavra, os caras também piram. Pior pra eles. Aí é que a gente usa mais ainda o chulo da política. Afinal, não somos tão bonzinhos assim. Todo mundo sabe que a verdade pode doer, principalmente quando ela desenterra velhos fantasmas do passado, sofrimentos que foram esquecidos desde a passagem do século. Neoliberais empedernidos, neoliberais relutantes, neoliberais e ponto. Se a gente chamar essas pessoas apenas de liberais, tudo bem, aceitam numa boa. Alguns lembram-se orgulhosos de Adam Smith, David Ricardo e até de Hayek. Chiques. Mas, se botarmos o “neo” na frente, ficam tiriricas da vida. Não que isso signifique lhes atribuir alguma deficiência de caráter. No meio dessa turminha, tem gente bem intencionada, mas que resiste bravamente a qualquer tipo de mudança. Falo aqui da mudança verdadeira, que mexe com os brios de classe, diferente daquela proposta pelo rei no Gatopardo de Lampedusa (já leu?), em que se deve mudar para que tudo continue igual.
Boa parte dessa gente bem intencionada que odeia o atual governo petista (ressalve-se aí uma contradição entre ódio e boa intenção) insere-se no perfil denominado conservador, outra palavrinha incômoda. Além de ser um rótulo besta, ninguém quer mostrar o desejo de conservar nada, já que vivemos na era das revoluções vazias. Quando anéis reluzentes estão em jogo, então, é melhor não dar bandeira. A outra parcela dos bem intencionados – constituida principalmente por jovens de pouca leitura – não sabe muito bem o que quer, apenas segue tangida como gado pelas manchetes azedas da grande mídia. Somos náufragos desorientados na superfície de cacos flutuantes denominada internet. Sofremos da comichão perturbadora dos tempos modernos. Uma raiva funda e inexplicável, você sabe como é. No meio de campo, entre uns e outros, fulgura a tal da velha mídia. Esta, sim, sabe muito bem o que quer: identifica-se com o primeiro grupo, de fato é integrante do mesmo, conhece as ferramentas sofisticadas da ilusão, domina a arte de persuadir.
Mas, em termos práticos, no que consiste o projeto neoliberal? Basta rever o filme ou, para quem é novinho e está boiando, basta assistir pela primeira vez. O que foi feito nos anos 90 em nosso Brasil varonil? Basicamente, o país saía de uma longa ditadura que mantinha a renda concentrada a ferro e fogo, deixando uma herança perversa chamada inflação. Era preciso combater o monstro. O método aplicado foi “lampedúsico”: mudar para deixar tudo igual – ou até pior.
Diziam: o problema está no tamanho do Estado, que é gastador e ineficiente. Empresas públicas passaram a ser execradas, a sociedade precisava de liberdade para o empreendimento individual, urgia uma nova liberdade (daí o termo neoliberal) que expurgasse as interferências do Estado corrupto. Compramos a fórmula. A bem da verdade, importamos a fórmula. Sabe aquele esmalte de unha que a apresentadora platinada recomenda nos comerciais de televisão, mas não usa? Foi assim. Todos os países tidos como desenvolvidos possuíam Estado forte, mas o nosso tinha que ser mínimo. E para ser mínimo, tinha que arrancar pedaços. Vieram as privatizações e desregulamentações. Caramba, este texto está se transformando numa fieira de palavrões horríveis. Os pedaços do Estado foram arrancados e entregues para aqueles mesmos que defendiam sua redução. As amarras sufocantes da lei foram afrouxadas, para não atrapalhar. No frigir dos ovos, vendemos quase tudo aquilo que nossos pais e nossos avós construíram com tanto suor. Ficamos quase pelados, tudo em nome da tal liberdade, e tudo para fazer caixa, uma vez que o passivo da nação era imenso. Só que vendemos as chamadas joias da coroa por um precinho camarada, mas não adiantou, saímos com roupa de mendigos. O tal espírito empreendor não desabrochou e o caixa do governo afundou no vermelho. O FMI mandava fazer a lição de casa, o noticiário falava toda hora em remédio amargo. Por quê?
Aí entra a parte mais interessante do projeto neoliberal-tucano-conservador. Putz, nessa hora vejo alguns dos meus leitores imaginários franzirem o cenho e encerrarem a leitura, contrariados. Sem problema, vamos em frente. Para baixar a inflação, os caras precisavam reduzir o consumo. Dizem os sábios que quando a oferta de produtos não é suficiente para atender a demanda (procura), os preços sobem. Como reduzir o consumo? Isso é fácil: basta reduzir os salários. Sem grana, ninguém compra nada. Nos dias de hoje, o consumismo é desbragado. Serve até para aplacar as nossas angústias. A turminha que ontem defendia os baixos salários reclama hoje do consumismo, e olha que se dizem capitalistas! Não veem que ainda tem muita gente para entrar na festa. Tem muita gente que ainda lava roupa no tanque, que esquenta comida na lenha, que não tem casa, carro e sapato bonito. A ideia de que o consumo é um erro do governo parte daqueles mesmos que consumiam nos tempos de Fernando Henrique e continuam a consumir hoje, dos mesmos que viajavam confortáveis em seus aviões, sem a companhia repelente da plebe. Falar de aumento do salário mínimo, para eles, significa aumentar o gasto público, um horror. Foi o que fizeram nos anos 90. Assim, o salário não aumentava nem a pau, Juvenal.
Outra maneira de reduzir o consumo é aumentar os juros. Quando o salário está apertado, quase todo mundo arruma um jeito de descolar um empréstimo para comprar o carrinho em suaves prestações. Se os juros sobem, o bicho pega, pois a prestação não cabe no pequeno salário. Aquilo que os mercados chamam de política contracionista deixa um efeito colateral terrível: os mais ricos, aqueles que conseguem juntar bastante dinheiro, deixam sua grana aplicada a juros altos e ficam ainda mais ricos. Só eles podem receber as suas bolsas, disfarçadas com o nome pomposo de taxa Selic.
Com salários baixos e juros altos, a economia do país vai esfriando. As empresas não vendem, não investem em novas máquinas para produzir mais, os lucros diminuem. Adivinhe o que acontece? As empresas demitem seus trabalhadores. Ocorre algo que, felizmente, já estamos esquecendo: o desemprego. O Brasil vive hoje uma situação de pleno emprego. Falta mão de obra qualificada para preencher as vagas. Ontem mesmo, ouvi no rádio que empresas brasileiras estavam contratando haitianos para trabalhar na construção civil e em restaurantes. Nos tempos de Fernando Henrique, a coisa fedia. Não havia emprego nem a pau, Juvenal.
Já deu para perceber que, com salários arrochados, negócios em baixa e desemprego galopante, a inflação pode até cair, mas a vida se torna um inferno. Até o Maluf, que é um cara antiquado e conservador, dizia que é preciso pedalar para que a bicicleta fique de pé. Os resultados das políticas neoliberais dos anos 90 foram malignos. Uma verdadeira desgraça. O Brasil ficou sem patrimônio, sem reservas, com uma dívida gigante e uma inflação latente (com Plano Real e tudo o mais, Lula assumiu o governo e pegou 12,5% de inflação – hoje está pela metade e o pessoal reclama). A tal herança maldita (novamente eles piram) significou índices de desemprego assustadores, renda concentrada, muita pobreza e o escambau. No fim das contas, os brasileiros ficaram de saco cheio. Já podiam votar mesmo, botaram os tucanos pra correr, resolveram encarar o metalúrgico de nove dedos e o país deslanchou.
Falar que deslanchou tem um pouco de exagero, pois ainda existem grandes dificuldades. Tudo tem que ser negociado arduamente, pois vivemos a chamada democracia de coalizão, uma verdadeira bosta. Para conseguir tocar adiante os projetos de governo, tem que ceder muito. Se não ceder, já viu, volta pra casinha. Pra levar um projeto que é exatamente o oposto de tudo o que falei acima, tem que aguentar o PMDB, o PP, o PR, a Rede Globo, o Álvaro Dias e o diabo a quatro. Teve que fazer Carta aos Brasileiros. Teve que, no início, nomear como presidente do Banco Central um tucano de carteirinha. Apesar dos solavancos, a renda do brasileiro cresceu, o desemprego praticamente sumiu, a fome desapareceu do Jornal Nacional. A miséria absoluta está quase extinta.
Restou o discurso oposicionista contra a corrupção, como se a oposição não abrigasse corruptos, como se a corrupção fosse um problema recente. A maioria dos brasileiros desconfia desse discurso eivado de hipocrisia. Não que concorde com a roubalheira. Ela vê as notícias na TV falando de desvios de dinheiro, fica indignada, mas sabe que isso é conversa pra boi dormir. Não fique puto com corrupção se você já deu um dinheirinho para tirar a carteira de motorista, se você molhou a mão do fiscal da prefeitura, se corrompeu o policial rodoviário, se ficou quieto com um troco errado a seu favor, se trafegou pelo acostamento. O PT também não é perfeito. É feito de seres humanos como você. Existirá um governo perfeito? Difícil, né?
A diferença está no projeto, na maneira de ver o mundo, uma questão ideológica, até o Cazuza falava nisso. Vão dizer que é tudo a mesma coisa, que esquerda e direita não existem. Só que sim! Se você acha que direita e esquerda não existem, ou ainda não estudou bem o assunto, ou é de direita. Basicamente, a direita diz que é preciso primeiro crescer para depois distribuir. A esquerda tenta fazer o contrário. Um lado acha que o individual é mais importante, o outro acha que é o conjunto. Essas visões de mundo já nascem conosco, são difíceis de mudar. Tudo é parte de um processo civilizatório, que busca lentamente domesticar aquilo que o sócio-biólogo Richard Dawkins (já leu?) chamou de gene egoísta. Ainda somos todos macacos. Existe esquerda e direita, existe o muro e até o ET de Varginha. São estas visões que estão em jogo. O que você prefere?
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Johnny
Excelente.
Se ilude quem quer pensar que tudo é igual.
Se ilude quem quer pensar que o neoliberalismo acabou.
Penso:
Penso: Dilma irá ganhar estas eleições.(ponto) Não sera apenas uma vitória, será confirmação final da derrota do neoclacissmo neste pais.caso Pt venca tb estado de sp. ai sim será falência de um pensamento. ( derrota + falência não será extinção) Mesmo assim existirão focus de existência em todo pais; afinal, ai estão herdeiros tentando manter poder o em seus principados e homens aproximando-os dos mesmos com comportamento de barões, coroneis,vassalos modernos. O pais mudou, veio a social-democracia, o povo chegou ao poder, hoje o pobre pode vivere conviver em sociedade, pode realizar seu sonhos pessoais e familiares sem necessidade de se impor a vontade mandos e desmandos de outros. Chegou um novo tempo, novos pensamentos, novas necessidades, nova ideologia. Os evangélicos estão amadurecendo eles estão chegando.
MAGNIFICO TEXTO.
MAGNIFICO TEXTO.
Numa linguagem simples se
Numa linguagem simples se consegue esclarecer temas espinhosos.
Muito bom o texto, na verdade excelente.
Parabéns!
Excelente!
Voltar ao modelo
Excelente!
Voltar ao modelo neoliberal?
Nem a pau, Juvenal!
Sensacional!!!! Qto mais
Sensacional!!!! Qto mais textos como esse, melhor. Tradução do economês era o que estava faltando para gente. Tá grande mesmo mas uma delícia de leitura, parabéns.
Muito bom. Desenho perfeito.
Muito bom. Desenho perfeito. Você deve divulgar esse entendimento nas universidades e escolas pois lá não compreendem nem a ironia e o sarcasmo da Marilena Chauí quando diz: Eu odeio a classe média. Eu que não percebo ou os partidos não estão fazendo questão de, com linguagem simples, sem ódio ou rancor como esse seu belo texto, colocar teses para debates, compreensão e exercício da boa política. Nem o PT escapa. E continua surfando na onda de que os outros partidos são piores. Desconhecer como funciona a máquina judiciária, ministério público, as polícias, os tribunais de contas e outras instituições aparelhadas, é dar demonstração que também não prestaram atenção ao que nos diz Marilena ou os blogueiros tidos por sujos, e contam com o que temos de melhor no nosso jornalismo. Interessante que esses jornalistas que admiramos não se manifestam com ira, ódio, rancor como se vê no outro lado.
Bolão!
Esse texto análise é um gol de placa! Dez, Dez, nota Dez…e a Tucanada pira! Aécio, Campos, Nem a pau, Juvenal!
Auto critica
É necessario concordar com a essencia deste texto, porem, a auto critica: – mesmo levando em consideração a justificativa do autor em defesa de que o PT é feito por homens e como tal falhos, lembrar da pouca disposição do proprio Pt em reverter a situação da saude e da educação, que igualmente foram privatizadas. POr questão de coerencia a mesma disposição dos militantes em defender a petrobras como propriedade estatal, fazerem o mesmo com a saude e a educação.
Este texto do Johnny
Este texto do Johnny Gonçalves, se distribuido em escolas e
faculdades vai ser uma festa. Mais didático e esclarecedor, impossível.
Parabéns.
Você que só ganha pra juntar
Vai votar no Aécio ou no netão, é fogo irmão é fogo irmão
[video:https://www.youtube.com/watch?v=fXNG2SVSIUE#t=11%5D
E a europa?
O autor poderia, mas aí ficaria mais longo ainda e fugiria do foco, citar a europa de hoje e o projeto neoliberal que lá se impõe.
Os neoliberais e seus bancos limparam os bolsos dos europeus. Aí veio a crise, e o que eles propuseram?;: um bom e conhecido arrocho. Diziam que um sacrificio do povo ia pagar o que estavam devendo da vida boa que até aquele ponto levavam, e implantaram as lógicas do famosissimo fmi. Arrocho, sacrificio, desemprego, tudo em nome da economia que resurgiria. Neoliberalismo na veia. Apontaram até dirigentes de bancos para presidentes dos paises. Os “economistas” no poder político, assim direto.
Que que deu? Claro que nada. Já repetiram a receita do sacrificio umas três vezes, sempre dizendo que o sacrificio sofrido, quase resolveu e é só mais um sacrificiozinho (arrocho e deemprego), só mais dois anos…e sairiam do sufoco. Não conseguem sair. E olhe que o pig, lá é a origem das sete famílias berlusconi daqui, de lá não deve muito ao nosso, trabalha arduamente pelo neoliberalismo (jornalista é sempre a mesma coisa, pobre puxando o saco e assumindo as dores dos ricos, que coisa!).
Do jeito que vai, nem vai sair. Mas o projeto deles é assim mesmo, acho que sabem que não vai dar certo mas neste meio tempo os ricos ficam, curiosamente, mais ricos, depositam lá fora, e depois caem fora. Não varia.
Será que os europeus vão acordar? Quando?
Não sei onde os
Não sei onde os oposicionistas querem chegar com este discurso. Na hora que traduzirem que a politica que as oposições querem implantar é diminuição de salários via aumento de desemprego pra combater a inflação e ao mesmo tempo aumentar o preço da gasolina pra acabar com os “desmandos” na petrobrás, acham que vão ganhar quantos votos com isto? Eu brincava, mas agora to achando que é verdade: a direita acha que o povo é tão burro como ela prega. Pode até ser burro, mas não é masoquista.
Gostaria de abordar outro
Gostaria de abordar outro aspecto da questão politica atual.
Todos que acompanham esse blog ja notaram que sou um ferrenho defensor do direito a privacidade das pessoas.
Para mim trata-se de um dos direitos fundamentais do homem, esteio basico para a construção de uma sociedade civilizada.
Sou absolutamente contrario as “biografias não autorizadas”.
Significam uma brutal violencia contra a vida do alheio.
E o pior é que tem gente “de esquerda” a favor.
Antigamente a esquerda lutava por causas mais justas.
E pior ainda, são deputados petistas os que estão mudando as leis para desproteger a vida intima das pessoas.
No pior momento.
Justamente na hora em que os americanos invadem com espionagens a privacidade de milhões de pessoas no mundo, sob o argumento de “guerra ao terror”.
Ja a deputada “de esquerda” justifica invadir a vida do Chico, do Caetano ou de qualquer um, como “direito ao conhecimento”.
Porque estou falando tudo isso num post sobre outro assunto?
Devido as acusações veladas sobre estranhos habitos do candidato tucano.
No meu ponto de vista, as pessoas que se propõe a dirigir uma nação de 200 milhões de pessoas deveriam ter limitados os seus direitos a privacidade.
Ai sim.
O pais não precisa saber se a mulher do Caetano dormiu com ele antes da maioridade ou não, para ampliar seu “conhecimento”.
Mas o pais precisa conhecer a fundo quem pretende governa-lo.
No caso de verdadeiro o que se diz pelos cantos sobre a vida do candidato tucano, devemos concluir que a direita no Brasil é altamente irresponsavel.
Depois da eleicoes, tres
Depois da eleicoes, tres pontos serao objetos de analise para explicar a derrota da oposicao mais uma vez.
1) O sinceridio
2) O fato do povo nao acrditar em mais ninguem, ou seja, o discurso da moralidade nao tem mais eficacia
3) Internet
Isso tudo eu previ dentro de um cubo de gelo de £1.
Já espalhei o texto para meus
Já espalhei o texto para meus chegados e em breve estarei recebendo cópias de outros e mais outros! Vai circular que nem rastilho de pólvora!!
Tb já espalhei e pedi p/
Tb já espalhei e pedi p/ pessoal compartilhar. Esse texto vai bater um bolão.
A Matemática não é de esquerda ou de direita
Diziam: o problema está no tamanho do Estado, que é gastador e ineficiente.
Vou te fazer várias perguntas.
Não, o problema não é tamanho do Estado (pelo menos não na Noruega, Dinamarca etc), o problema é que o Estado brasileiro gasta absurdamente mal. E aí acaba virando uma opção ideológica sim, nossa arrecadação tem crescido continuamente em termos reais, só que a despesa cresce mais ainda. Nossa estrutura tributária (que eu conheço muito bem) está uma calamidade, os parcelamentos especiais (que realmente começaram com o FHC) vem sendo renovados praticamente de forma anual. É a aceitação da tese de que a reforma tributária é urgente.
Outro tópico interessante, o das medidas impopulares. O que a Dilma pretende fazer em relação à tarifa dos combustíveis? Ao setor elétrico, especialmente desarrumado por ela nestes últimos quatro anos (não é Nassif?). Vai reajustar nos próximos anos quando for necessário? Isso é popular ou impopular? E quanto à infraestrutura? Vai adotar mais controle, vai interferir na taxa de retorno de projetos privados de maneira obsessiva? Querer investimento privado mas ser hostil ao empresariado é neoliberalismo ou incoerência? E quanto à indexação do salário mínimo? Ela vai continuar dando aumentos ao mínimo (o que é necessário), mas o que fazer com os gastos da previdência atrelados ao mínimo?
E se a solução p/isso for muito fácil, por que não a adotaram ainda?
Como querer que a Petrobrás invista no Pré-sal, quando as tarifas não acompanham as necessidades da empresa? E se você afirmar que as tarifas não necessitam de reajuste, seria então empresa mau gerida por não dispor dos recursos necessários?
O que fazer com a base aliada, é razoável ter 39 ministros?
E o Eduardo Campos? É neoliberal também?
É válido levar a eleição p/campo “nós x eles”, o próprio governo já capitulou ao atrelar 12 anos de governo quando o que está sendo discutido é o governo dela. Ela faz discurso que vai aumentar despesas e promete superavit tributário em outro. Isso é incoerente. A matemática não é de esquerda ou de direita, 2 + 2 = 4 em Cuba e em Nova York. As pessoas estão começando a perceber isso.
Como assim interferir na taxa
Como assim interferir na taxa de retorno ?
É obvio que a taxa teórica de retorno tem que ter limite. Assim como em toda licitação existe preço base.
Se for deixar correr solto, como não existe tanta concorrencia, eles fariam acordo e deixariam a taxa em 60, 70%.
É isso mesmo. Só
É isso mesmo. Só acrescentaria que acho que seria interessante aprofundar na analise sobre como os neoliberais (não assumidos) dissimulam, na base do embromation economation, seu projeto para que o povo não perceba do que realmente se trata. Arrocho!
Por exemplo, “tripé” econômico, “austeridade” fiscal, “flexibilização” de direitos trabalhistas, “reformulação” da política para o salário mínimo (arrocho!).
Tudo entre aspas. O Armínio 45% selic Fraga é mestre em programas econômicos “entre aspas”.
A pergunta é. Voce vai votar ou “votar”?
No PSDB é tudo dissimulado.
No PSDB é tudo dissimulado. Nada é o que parece ser. Por exemplo, a líder do movimento negro tucano, um tal “Tucanfro”, é loura! Não é sacanagem, eu vi. Está lá no PHA
“A maioria dos brasileiros
“A maioria dos brasileiros desconfia desse discurso eivado de hipocrisia. Não que concorde com a roubalheira. Ela vê as notícias na TV falando de desvios de dinheiro, fica indignada, mas sabe que isso é conversa pra boi dormir.”
Gente, em que país vocês vivem?
O povo não está vendo essa campanha pra banditizar o PT como conversa pra boi dormir não!
Pelo contrário, inflamado pela mídia, o povo está cada vez mais contra o governo Dilma.
Com a péssima estratégia de comunicação do PT, não ficarei surpreso se Aécio levar. E leva mesmo sendo uma nulidade, simplesmente porque criou-se o clima de que é necessário limpar a corrupção!!
Ilude-se quem acha que o discurso da mídia nã está contaminando o povão!! Acorda petistaiada!!
Confessou ojeriza à democracia e omitiu verdades
Não vou me ater à parte anterior do post porque todo mundo conhece e é puro clichê. O ghost writer acima choveu no molhado e chutou cachorro morto, além de ter omitido as privatizações feitas pelo Governo Dilma e Lula.
No que tem algo de ideias “próprias” no texto, tirando a repetição tediosa que permeia a maior parte do post, eis as pérolas com as quais eu me deparo
“Falar que deslanchou tem um pouco de exagero, pois ainda existem grandes dificuldades. Tudo tem que ser negociado arduamente, pois vivemos a chamada democracia de coalizão, uma verdadeira bosta. Para conseguir tocar adiante os projetos de governo, tem que ceder muito. Se não ceder, já viu, volta pra casinha. Pra levar um projeto que é exatamente o oposto de tudo o que falei acima, tem que aguentar o PMDB, o PP, o PR, a Rede Globo, o Álvaro Dias e o diabo a quatro. Teve que fazer Carta aos Brasileiros. Teve que, no início, nomear como presidente do Banco Central um tucano de carteirinha. Apesar dos solavancos, a renda do brasileiro cresceu, o desemprego praticamente sumiu, a fome desapareceu do Jornal Nacional. A miséria absoluta está quase extinta.” (sic)
Deixou claro que é anti-democrático e gostaria que o PT governasse sozinho, pois a Igreja que ele segue cegamente é a dona da verdade, da salvação. Para ele, tudo passa pelo PT e seus profetas, que falam diretamente pela boca ou teclado de ghost writers como o autor do post. Negociar democraticamente um projeto com as varias correntes políticas que dão, inclusive, sustentação ao governo, não é muito a praia do autor do post. Ele não gosta disso. Deseja que fosse diferente. Ele gostaria mesmo era que um ditador que ele aprovasse fizesse tudo sozinho e não tivesse qualquer oposição. Não precisa ser gênio para concluir que o ditador tinha que ser do PT, de preferência, Lula I.
O que há de novo nesse autoritarismo? Nada. É o mesmo e velho autoritarismo de sempre, neste caso, com toques marcadamente infantis, do tipo “você é feio, bobo e tem cara de melão”. Surpreende que o autor de um texto pueril desses, que discorre sobre política de uma forma vulgar, no sentido de senso comum, que entrega de bandeja o pendor autoritário de quem o escreveu, acreditasse em algum momento que pudesse enganar alguém com algum senso crítico.
O texto mente descaradamente: ele afirma que o PT levou à frente um projeto que é “exatamente o oposto” do projeto dos tucanos na era FHC. Pode até ser diferente em alguns aspectos, mas estar longe de ser “exatamente o oposto”, a começar pelos programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, que nada mais é do que uma unificação dos programas que já existiam no governo FHC (Bolsa Escola, auxílio gás, etc), talvez com uma ou outra mudança ou ampliação. Mas a essência, o cerne da ideia é exatamente o mesmo. Logo, se um dos carros chefes do Governo do PT nada mais é do que uma continuidade de políticas adotadas no governo anterior, não se pode dizer que o projeto levado à frente é “exatamente o oposto” do projeto dos tucanos na era FHC. Isso é falso, é mentira.
Sem falar que o Governo Dilma vem sendo acusado há muito tempo de também privatizar estatais ou bens públicos, a exemplo do que fizeram com setores de telecomunicações que ainda não haviam sido privatizados no Governo FHC. Não vou falar nem dos aeroportos, uma vez que, se é certo que o que houve ali foi uma concessão, isso não deixa de significar algo parecido com “terceirização” (não propriamente) do serviço público, transferido para as mãos da iniciativa privada, que passa a auferir lucros com a cobrança dos preços, tarifas, etc, o que é também um tipo de política neoliberal, pois implica em diminuição da área de atuação direta do Estado, diminuição, portanto, do tamanho de sua atuação, ao menos aquele que é percebido de forma efetiva e mais próxima.
Na concessão, o Estado é efetivamente substituído por empresas privadas na execução dos serviços. O público administrado (as pessoas que usam o serviço público concedido), ao invés de lidar diretamente com servidores ou empregados públicos concursados, passa a lidar exclusivamente com empregados celetistas da iniciativa privada.
A concessão, para além de diminuir o tamanho do quadro do serviço público atuando no setor concedido ou impedindo o seu crescimento, se não implica privatização, o que é bastante discutível, pois existem autores que consideram a concessão um tipo de, no mínimo, desestatização, quando não privatização, efetivamente implica uma política de índole neoliberal. Não há como discordar disso.
Isso é tão verdadeiro, o que seja, os governos petistas adotaram políticas marcadamente neoliberais, que o fato mais importante que mostra que o Governo Dilma também adota políticas neoliberais é o leilão do poço de petróleo de Libra, atinente à exploração e prospecção de petróleo, a partir do qual empresas privadas multinacionais terão acesso à riqueza brasileira em parceria com o Governo Federal sob um regime chamado “modelo de partilha”. O que houve ali, senão uma política neoliberal? Claro que foi uma política neoliberal, um tipo de transferência de riqueza para as mãos da iniciativa privada a partir da exploração econômica de bens ou patrimônio público. Não preciso nem entrar nos percentuais que efetivamente ficarão com a iniciativa privada (Dilma disse em cadeia nacional que 85% da renda ficaria com a União e com a Petrobrás, mas eu não sei se isso é verdade).
Tampouco adianta dizer que boa parte do que for arrecadado pela União irá para a educação (75%, ao que parece). O que importa é que parte significativa do dinheiro gerado pela exploração do petróleo, de um poço que é patrimônio público, irá para a iniciativa privada e isso é uma política de índole neoliberal. Resta mesmo saber se a União ficará com a maior parte da riqueza gerada.
“Restou o discurso oposicionista contra a corrupção, como se a oposição não abrigasse corruptos, como se a corrupção fosse um problema recente. A maioria dos brasileiros desconfia desse discurso eivado de hipocrisia. Não que concorde com a roubalheira. Ela vê as notícias na TV falando de desvios de dinheiro, fica indignada, mas sabe que isso é conversa pra boi dormir. Não fique puto com corrupção se você já deu um dinheirinho para tirar a carteira de motorista, se você molhou a mão do fiscal da prefeitura, se corrompeu o policial rodoviário, se ficou quieto com um troco errado a seu favor, se trafegou pelo acostamento. O PT também não é perfeito. É feito de seres humanos como você. Existirá um governo perfeito? Difícil, né?”
A naturalidade do discurso contido no post, que se apresenta como pretendente a convencer as pessoas, é chocante quando se percebe a imoralidade, a incorreção ética dessas palavras.
Eu nem sei se é preciso mesmo comentar essa sandice, essa defesa desavergonhada da desimportância de combater a corrupção porque se defende uma ideia que diz algo como “todo mundo, alguma vez antes ou de vez em quando, também foi ou é corrupto ou corruptor”, o que se diz confundindo atos como “trafegar pelo acostamento”, uma mera infração de trânsito, com atos de corrupção. Brincadeira hehehe. E isso é dito com naturalidade, como quem diz “besteira, pô, deixa o cara levar o dele” hahahaha.
Nas entrelinhas, diz que a maioria do povo brasileiro pratica ou já praticou antes atos de corrupção e que, por isso, é “conversa para boi dormir” ciriticar o PT, já que o “PT não é perfeito” e é feito de “seres humanos como você”, que, conclusão inevitável no discurso, também é corrupto ou corruptor, enfim, pratica atos de corrupção como os praticados pelo PT ou por seus membros. Se a maioria é formada por corruptos, corruptores, desonestos de todas as sortes e qualidades, não sei por que tanta reclamação contra o PT, não é mesmo? É o tu quoque usado em defesa da corrupção como algo normal, cultural até. Lembra o Barão de Itararé: “Ou restaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos”. O autor do post parece que já fez a sua escolha.
Argolo,
Por favor, escreva um
Argolo,
Por favor, escreva um pouquinho menos. Nao se alongue por tantas linhas. Ninguém lê essa baboseira que vc escreve. Esta perdendo tempo precioso. Eh melhor vc postar esse lixo no blog do GA. La meia duzia de extremistas de direita vão aplaudi-lo de pe. Aqui, no entanto, niguem vai perder tempo lendo essa porcaria.
Você quer que ninguém leia, mas muitos lêem
Pelo teu critério, o post acima sequer seria lido. Mas o que é a lógica? Algo que “DeBarros” certamente não sabe o que é.
Deram até estrelas ao meu comentário haha. Já sei, dão estrelas sem nem ler. Mas o que é a lógica para quem é torcedor irracional, “o carro do meu pai é melhor que o do teu”?
O comentário fica onde está. Muita gente vai ler.
Eu gosto muito quando essas coisas vêm à tona e mostram o pendor autoritário dos pelegos pró-governo do PT, anti-democráticos, intolerantes ao contraditório, incapazes de admitir discordância, favoráveis à censura, etc.
É uma beleza esse comportamento. Suprassumo do atraso.
Parabéns. Irrefutável sua
Parabéns. Irrefutável sua argumentação sobre concessões e neoliberalismo. O PSDB, aliás, para não usar o termo maldito, falou em “Programa Nacional de Desestatização”. O que seria conceder nossa infra-estrutura para as Odebrecht’s da vida senão um programa de desestatização 2.0?
O problema é que o mantra “Concessão diferente de Privatização” é daqueles que continuarão a ser repetidos a exaustão, mesmo que refutados com argumentos contuntendes. Um destes mantras, aliás, é relacionar o Bolsa Família com Welfare State.
Já foi discutido inúmeras vezes aqui que programas sociais como o BF são amplamente divulgados e incentivados pelo Banco Mundial e o FMI (os “altares sagrados” do neoliberalismo), inclusive com um texto da economista Lena Lavinas, da UFRJ, na New Left Review, atestando que foram os Chicago Boy, sim, a turma do Friedman, que primeiro ressaltou a importância dos programas condicionais de transferência de renda.
Lógico, nossa realidade é diferente da vivida por Friedman, naquele período áureo do pós-guerra, sociedade estadunidense de classe média, e etcétera. Enquanto o Bolsa Família estadunidense ou europeu seria pra amenizar o crescimento da pobreza e da desigualdade que se seguem ao desmantelamento de redes de proteção social, aqui no Brasil temos o efeito positivo de atender aos miseráveis, aos desabrigados, aos que nunca tiveram nada.
Mesmo assim, é hilário como se propaga este dogma governista “Bolsa Família = Estado de Bem-Estar Social”. Hilário não, o objetivo é previsível. Se falamos de bem-estar, não precisamos ter muita pressa para destinar políticas aos descamisados, a fim de elas adquirem maior autonomia. Vai que eles se tornam igual o Classe C, que já começa a votar contra o governo..
Então, parabéns pelo post, e etc. e tal, mas você não vai comover muitas pessoas: assim como – depois de inúmeras discussões sobre a natureza do Bolsa Família – ainda se divulga amplamente que “o PT roubou o programa social-democrata do PSDB”, sua argumentação são meras palavras ao vento.
Slogans têm objetivos políticos, e você (nem ninguém) que venha com essa de querer descontruí-los. O importante é pensar que estamos sendo governados por um partido social-democrata clássico, que Lula é uma espécie de Olof Palme e, se dermos nosso voto de confiança por mais umas décadas, o Brasil do PT vai se tornar igual a Suécia do PSD-sueco.
Quem não acredita nisso, ou é troll pago, ou tucano, ou ultra-esquerdista, ou burro, ou sonhador, ou classe média-reaça, ou todos juntos.
Leilão de Libra: os números que o governo esconde
Fonte: http://www.marxismo.org.br/content/leilao-de-libra-os-numeros-que-o-governo-esconde
Leilão de Libra: os números que o governo esconde
06/11/2013 – 10:30Vinícius Dantas
O dia 21 de outubro de 2013 ficará marcado na história da classe trabalhadora brasileira como o dia da maior privatização da história do país. Nesse dia, o Campo de Libra, maior poço de petróleo já encontrado no Brasil, foi arrematado por um consórcio composto pela Petrobrás (40%), pela anglo-holandesa Shell (20%), pela francesa Total (20%) e pelas chinesas CNOOC (10%) e CNPC (10%).
Esse dia também ficará marcado como o dia em que o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) colocou o exercito para reprimir violentamente a classe trabalhadora, em defesa dos interesses do grande capital. Diferentemente do que foi mostrado pela grande mídia empresarial, não foram apenas os Black Blocs os que protestaram contra o Leilão, pelo contrário, eles eram minoria. Nesse dia 21, a presidente Dilma mandou o exercito nacional reprimir a classe trabalhadora organizada, grande parte composta por setores da base governista.
Em todo o país, diversos sindicatos, movimento e entidades construíram a jornada de lutas contra o leilão do Campo de Libra, mobilizações essas que contaram com setores importantes da juventude e da classe operária. Além disso, quase uma semana antes do leilão, 90 a 100% dos petroleiros paralisaram suas atividades em rechaço ao leilão de Libra. Até mesmo a CUT, que nos últimos anos vem se tornando cada vez mais um braço do governo, semeando a ilusão de que os problemas da classe trabalhadora serão resolvidos sem luta pelo governo, foi obrigada, mediante pressão da base, a se declarar contra o leilão, ainda que não tenha feito nada efetivo para barra-lo. Tudo isso colocou o governo sob uma alta pressão, o obrigando a colocar o exército brasileiro para reprimir os trabalhadores, e forçando a presidente Dilma a ir a rede nacional convencer a população de que se tratou de uma “grande vitória” para o povo brasileiro [1].
Em seu pronunciamento, a presidente Dilma tentou justificar o leilão afirmando que se tratava de algo “muito diferente” de privatização, muito diferente daquela mesma prática repulsiva que a presidente atribuiu ao PSDB quando precisava se diferenciar nas eleições, repetindo a tática do ex-presidente Lula, que falava contra o leilão da Vale nas eleições, mas que nunca fez nada para revoga-lo. Sem tal diferenciação, a presidente dificilmente teria reunido as forças necessárias para conseguir apoio e vencer com segurança as eleições contra os privatistas tucanos. Aqui a história se repete, há quilômetros de distância entre o discurso de Dilma nas eleições e sua prática no governo e anos luz entre sua prática atual e os ideais que nortearam o PT na década de 80.
Para justificar não haver se tratado de uma privatização, a presidente apresentou alguns números “impressionantes”. Dentre eles o de que Libra pagará, nos próximos 35 anos, ao Estado brasileiro: (a) 270 bilhões de reais em royalties; (b) 736 bilhões de reais a título de excedente em óleo sob o regime de partilha e; (c) 15 bilhões de reais pagos como bônus de assinatura do contrato. Esses valores somariam algo em torno de 1.02 trilhões de reais. A presidente ainda se comprometeu a usar de 75 e 25%, tanto do dinheiro dos Royalties como da metade do dinheiro do excedente em óleo, em educação e saúde, respectivamente, e em usar a outra metade do dinheiro proveniente do excedente em óleo em “projetos de desenvolvimento da cultura, do esporte, da ciência e tecnologia, do meio ambiente e da mitigação e adaptação às mudanças climáticas”.
Antes de nos debruçarmos sobre esses valores e sobre o montante que ficará com as multinacionais precisamos esclarecer uma coisa. Dessa quantia apresentada pela presidente Dilma, o único valor fixo é o do bônus de assinatura de contrato (15 bilhões de reais). Os demais valores devem variar de acordo com a produtividade do campo e com a valorização/desvalorização do petróleo, já que são porcentagens do excedente em óleo, ou seja, de tudo que se ganhará, descontando os custos. Para se ter uma ideia, os 41% do excedente em óleo a que tem direito a união podem chegar a 9,63% em um cenário de desvalorização do petróleo ou diminuição da produtividade. Por outro lado, esses valores também podem aumentar sob um cenário de valorização do petróleo e aumento da produtividade.
Além disso, não se sabe qual é a dimensão exata do Campo de Libra. De acordo com o engenheiro, professor da USP e ex-diretor de energia e gás da Petrobras no mandato de Lula, Ildo Sauer, vender libra sem antes ter assegurado o seu tamanho equivale a vender uma fazenda sem antes contar quantas cabeças de gado tem [2]. Assim, os valores apresentados pela presidente tem base em valores praticados atualmente e em estimativas e omite o montante do dinheiro que diz respeito às outras empresas e aos acionistas privados da Petrobrás.
Segundo o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) João Antônio de Morais, se estima que o Campo de Libra abrigue entre 12 e 15 bilhões de barris de petróleo [3], uma riqueza que, traduzida aos preços atuais (U$ 100 o barril), equivaleria a algo entre 1.2 e 1.5 trilhões de dólares em petróleo. Com o dólar a R$ 2.185 (cotação de 25/10/2013) esse valor equivaleria, em reais, a algo entre 2.6 e 3.27 trilhões de reais. Abatidos os custos da produção e distribuição, atualmente em aproximadamente 20% do valor total (o custo de um barril é de 20 dólares [3]), os lucros obtidos com esse montante de petróleo variariam entre 2.08 e 2.62 trilhões de reais.
Já o governo apresenta números menores. Segundo a presidente o campo de libra abrigaria entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo e 120 bilhões de metros cúbicos gás natural [1]. Considerando apenas o petróleo, ou seja, excluindo o gás, essa quantia daria algo entre 800 bilhões e 1.2 trilhões de dólares, o que convertido em reais daria algo na faixa de 1.75 a 2.6 trilhões de reais. Descontados os custos totais (20% [3]) o montante, somente em petróleo, daria um excedente equivalente a entre 1.4 e 2.08 trilhões de reais.
Quando comparamos esses valores ao montante de 1.02 trilhão de reais que a presidente Dilma apresenta como sendo o valor pago por Libra ao Estado [1], podemos observar que no cenário mais pessimista apresentado pela presidente (8 bilhões de barris) a União estaria deixando de receber 380 bilhões de reais com o Leilão, fração que seria apropriada pelas empresas do consórcio. Já no melhor dos cenários (segundo o governo, 12 bilhões de barris), o Estado brasileiro estaria abrindo mão de algo da ordem de 1.06 trilhão de reais. Entretanto, ressalto que estamos calculando com base nos valores apresentados pela presidente e nos valores praticados atualmente, esses últimos que podem mudar num cenário de variação na oferta/demanda de petróleo. Novamente, dos 1.02 trilhões defendidos por Dilma, a única coisa fixa é o bônus dos quais uma parte deverá ser paga pela Petrobrás.
Entretanto, no cenário mais otimista, proposto pela FUP, de 15 bilhões de barris, o Brasil estaria deixando de receber algo em torno de 1.6 trilhões de reais (80% de 2 trilhões de reais), aproximadamente 160% a mais do que está recebendo com a partilha (1.02 trilhões). Assim, com base nesses cálculos grosseiros se pode observar que a fatia de petróleo que será privatizada seria de algo entre 380 bilhões e 1.6 trilhão de reais, apenas considerando o valor apresentado no pronunciamento de Dilma.
Para se ter uma ideia, a companhia Vale do Rio Doce, privatizada no governo FHC, segunda maior mineradora de ferro do mundo, foi “vendida” a 3.3 bilhões de reais pelo PSDB em 1997, ao passo que seu valor real no mercado era de 100 bilhões de reais [4]. Assim, a fração do Petróleo presente no campo de Libra que caberá apenas aos acionistas privados da Petrobrás e das outras empresas do consórcio que arrematou o campo de Libra, equivale a muitas vezes o valor estimado da Vale em 1997, quando foi privatizada.
Acima, tentei dar uma ideia da diferença entre a fatia da união anunciada pelo governo em reais e o potencial de receita que poderia ser gerada para união se descontamos apenas os custos da produção (estimados em 20% pela FUP) e considerando o preço do barril como ficando fixo em 100 dólares, sem considerar quanto seria gerado com outras alternativas como o refinamento do petróleo no país e sem considerar o ponto de vista estratégico. Entretanto, outras abordagens poderiam ser utilizadas. Por exemplo, em seu pronunciamento Dilma disse que 85% dos ganhos do campo de libra ficariam com a União e a Petrobrás (75 e 10 % respectivamente). A partir disso podemos calcular se essa porcentagem apresentada está de acordo com as informações disponíveis sobre o leilão e com o valor inicialmente estimado pelo governo em reais.
Segundo o que foi definido no leilão, a parte do governo seria de 41,67% do excelente em óleo, mais 15% em royalties, 25% do lucro bruto do consórcio em impostos (IR e CSLL) e mais a fração da Petrobrás no consórcio (40%). Assim, para cada barril de petróleo (a 100 dólares), 20% seriam custos [3], 15% royalties, 16,25% impostos (25% de 65% de excedente bruto) e 48,75 % de excedente em óleo livre de imposto. Como o governo fica com apenas 41,67% do excedente em óleo, nossa fração, excluída a parte da Petrobrás no consórcio, seria de 20,31% do valor total do barril. O consorcio ficaria com o restante, 28,44% do total, dos quais 40% pertencem a Petrobrás. Dessa forma a Petrobrás ficaria com 11,38% do total por barril. Uma vez que a União tem apenas 48% do capital da Petrobrás, o montante da união seria de 5,46% do valor do barril. Somados os percentuais que cabem à união teríamos 15% (royalties), mais 16,25% (impostos), mais 20,31% em excedente em óleo e mais 5,46% via a parte da Petrobrás no consorcio, somando 57,02% por barril de petróleo ou 71,27% se excluímos os custos, um valor um pouco inferior aos 75% anunciados pelo governo. Assim, 28,73% dos lucros do petróleo ficarão com multinacionais e com os acionistas da Petrobrás.
Se considerarmos todas as estimativas, ou seja, que pode haver entre 8 e 15 bilhões de barris de petróleo em Libra e que o barril está custando por volta de 100 dólares, teremos que entre 0.5 e 0.9 trilhão de reais ficariam com a iniciativa privada (28,73% de 1.748 e 3.278 trilhões de reais, com base no dólar a 2,185 reais). Assim, seja lá por onde olhemos, e mesmo diante dos grandes números apresentados pelo governo, trata-se da maior privatização da história do país. Vale comentar que a estimativa de 1,02 trilhão a ser paga ao governo não bate com nossos cálculos uma vez que 71,27% seriam equivalentes a algo entre 1.25 trilhão e 2.34 trilhão de reais. Assim, fica difícil saber de onde o governo tira o valor de 1.02 trilhão ou de 75% dos lucros para a União.
Independente disso, se nós considerássemos, hipoteticamente, que os 1.02 trilhão, de fato, equivalesse aos 75% que cabem à União, o que já vimos que parece improvável, 25% de 1.02 trilhão (ou seja, a diferença entre o total e o que cabe a União, segundo o governo), isso equivaleria a uma privatização de 0.34 trilhão de reais, o que, da mesma forma, mostra que se trata da maior privatização de que se tem notícia. Finalmente, é preciso ter claro que dos 15 bilhões que a união recebe em bônus de assinatura de contrato, 6 bilhões serão pagos pela Petrobrás, ou seja, 2.88 bilhões são pagos pela União, e que os 15 bilhões referentes a essa assinatura não serão investidos no povo brasileiro, mas gastos no pagamento dos compromissos do governo com os bancos nacionais e internacionais (superávit primário). A presidente Dilma afirma que quem chama o leilão de Libra de privatização no mínimo desconhece essas contas, mas parece que é ela e seus ministros e técnicos os que não sabem fazê-las. É óbvio que se receberemos uma quantia menor do que o que há em Libra (muito menor, diga-se de passagem) todo o resto, que não é pouco, foi privatizado.
Tendo deixado claro que se trata sim de uma privatização sem precedentes pelo governo federal, resta agora dialogar com os argumentos pelos quais se tenta justificar essa privatização como sendo algo inevitável e melhor para o Brasil. Por exemplo, um dos argumentos utilizados afirma que o petróleo precisava ser vendido porque tende a se desvalorizar ao longo do tempo em consequência do desenvolvimento de fontes energéticas alternativas. Hoje não existe qualquer perspectivas de aplicar fontes energéticas alternativas em larga escala. E por isso a especulação de que o petróleo irá se desvalorizar é tão plausível quanto a de que vá se valorizar, com a diminuição das reservas e a ausência de alternativas viáveis. Hoje as fontes de energia em larga escala que existem são termoelétricas, nucleares e hidrelétricas, as demais ainda são incapazes de fazer frente à demanda. Além disso, esse mesmo argumento também cabe à porcentagem que ficará com o governo na partilha a título de excedente em óleo, aos royalties e ao percentual da Petrobrás, como já discutido acima.
Para se ter uma ideia, num cenário de desvalorização do petróleo ou diminuição da produtividade do campo de libra, o que frequentemente ocorre com o decorrer da extração, o percentual de 41% a título de excedente em óleo pode baixar a até 9.63%. Isso implica em que os 736 bilhões em excedente de oléo e os 270 bilhões em royalties que, segundo o governo, viriam para o país também estão sujeitos a diminuição, dependendo da desvalorização ou diminuição da produtividade do petróleo. O mesmo vale para o valor calculado em royalties e outros percentuais da União.
Outro argumento é o de que o Brasil precisava vender esse patrimônio porque não possuía tecnologia para extrair e vender o petróleo sem essas empresas. Esse é um argumento falso. Em primeiro lugar porque essas empresas também não possuem o capital para fazer tal investimento e o financiamento dessas obras deverá ser feito por captação de investimentos no BNDES ou em bancos internacionais. Segundo porque o petróleo é um negócio que atrai muitos investidores, uma vez que o lucro é muito grande. Segundo João Antônio de Morais, coordenador da FUP, a diferença entre o custo de um barril de petróleo (20 dólares o barril) e valor que é vendido no mercado (100 dólares o barril) faria da Petrobrás, com o campo de Libra em seu portfólio, uma verdadeira mina de ouro para os bancos internacionais. Assim, o Brasil não precisava de parceiros para explorar esse petróleo. Segundo o engenheiro e professor da USP Ildo Sauer, ex-diretor de energia e gás da Petrobras no mandato de Lula, não há nada que justifique partilhar um petróleo já descoberto com outras empresas e nenhum país do mundo faz isso [2].
Outro argumento é o de que Libra gerará empregos. Mas esses mesmos empregos não seriam gerados com a exploração do petróleo unicamente pela Petrobrás? Ou seja, nesse caso também seria necessário construir plataformas, gasodutos, as linhas de produção, os barcos de apoio e os equipamentos submarinos. A ideia de que só o leilão poderia prover tais benefícios é falsa. Além do mais, com o leilão estamos falando de empregos temporários e de baixa qualidade, uma vez que essas empresas usam mão de obra terceirizada. Além disso, quantos mais empregos poderiam ser gerados com o investimento em refinarias no país ao invés da exportação em natura? Quantos empregos de qualidade com salários dignos e segurança no trabalho poderiam ser gerados com o monopólio estatal do petróleo, com uma Petrobrás que trata do petróleo desde sua extração até o consumidor final, e que contrata mão de obra de concursados públicos? A presidente ainda fala de efeitos multiplicadores. Ora que efeitos multiplicadores seriam melhores que o barateamento dos produtos e da gasolina obtido através do refinamento do petróleo no país e o abastecimento interno?
A presidente afirmou também em seu discurso que o leilão de Libra fará do Brasil um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. Mas no que isso beneficia o povo brasileiro? Nenhum país atinge o desenvolvimento exportando matéria prima em natura. O Brasil vem levando essa política exportadora de matéria prima desde o seu descobrimento, tendo sido um dos maiores exportadores de café, cana e ouro e até hoje o prometido desenvolvimento não chegou. Segundo o coordenador geral da FUP, uma economia baseada na exportação de matéria prima implica em vender tudo rapidamente a qualquer preço no mercado internacional para depois comprarmos o produto manufaturado, nesse caso refinado, por um preço muito maior no mercado [3]. Esses argumentos e outros que vem sendo disseminados representam verdadeiras armadilhas para a classe trabalhadora. O fato é que não sobra dúvida de que uma imensa riqueza do povo brasileiro está sendo entregue ao capital estrangeiro, numa manobra que mostra que o Brasil nunca deixou de ser um país colonial.
O governo privatizou esse enorme patrimônio porque precisava do dinheiro do bônus do leilão para garantir o superávit primário, reserva usada pelo governo para pagar juros de dívidas com banqueiros, que apesar de já terem sido pagas várias vezes, seguimos despejando grandes quantias do nosso PIB para pagar uma dívida que se apresenta impagável. Essa submissão é justificada por outra submissão e privatização: a negativa do governo em sequer abrir uma discussão com a sociedade se devemos ou não pagar essa dívida. Países como o Equador foram menos covardes e fizeram auditorias de suas dividas, o que permitiu reduzi-las substancialmente. No Brasil, apesar de previsto pela constituição, o governo prefere fingir que 47% do gasto federal não estão sendo destinados para enriquecer banqueiros e especuladores, quando deveriam estar sendo usados para garantir as necessidades fundamentais do povo de saúde, educação e transporte públicos, gratuitos e de qualidade para todos. No fundo o pagamento da dívida é mais um tipo de privatização. Por isso, considerando que essa dívida já foi paga várias vezes ao passo que a divida social é enorme, nós dizemos não pagamento das dívidas interna e externa!
Enquanto o Brasil for submisso às leis da economia de mercado e se limitar a jogar o jogo cujas regras exigem impor goela abaixo aos trabalhadores as relações de propriedade vigentes, que só oprimem e exploram a sociedade, relações essas construídas historicamente através de guerras, escravidão e chacinas, da expropriação sistemática do que pertencia aos trabalhadores ou de toda a humanidade, daquilo que a terra deu a todos nós, não importará o quanto avance, o Brasil estará sempre em desvantagem, sempre sendo espoliado pelas nações desenvolvidas, sempre atrás. Não é de hoje que dizem que amanhã de manhã o Brasil será uma potência, esse discurso tem sustentado séculos de exploração de matéria prima, desde a cana-de-açúcar, o café, o ouro, a soja, os minérios até o petróleo. Disseminar essa ilusão é querer privar perpetuamente os brasileiros de viver com dignidade.
Enquanto os interesses dos bancos forem mais importantes que os interesses do povo, tampouco haverá democracia ou direito a livre manifestação. O aparato de Estado será colocado sistematicamente a reprimir a classe trabalhadora em nome do equilíbrio econômico, custe o que custar, doa a quem doer, torture a quem torturar. Por isso é preciso ir para além da ordem, do equilíbrio burguês. A esperança de construir um país mais justo e igualitário depende inteiramente do uso planejado e consciente de nossos recursos econômicos e de sua aplicação no desenvolvimento nacional, por meio de uma economia planificada pautada nas necessidades humanas e na sustentabilidade ambiental, dirigida pelos trabalhadores organizados.
Para tanto, precisamos exigir que a Petrobrás volte a ser 100% estatal e dizer não aos leilões do Petróleo e ao pagamento da dívida externa, nos apoiando em países irmãos do continente e do mundo que estejam dispostos a dar um basta na espoliação imperialista. Tais mudanças serão impossíveis com a manutenção das alianças com os inimigos da classe trabalhadora que historicamente entregaram nossas riquezas aos imperialistas em troca de privilégios cedidos pelo imperialismo pelos bons serviços prestados. Chega de colonização! Basta de privatização! Fora ministros capitalistas! Petrobrás 100% estatal! Fim dos Leilões do Petróleo!
[1] O pronunciamento da presidente Dilma pode ser acessado em:http://www.youtube.com/watch?v=VWJOgbkB1NE
[2] Entrevista com Ildo Sauer no site Viomundo – acessado em 25/10/2013 pelo linkhttp://www.viomundo.com.br/denuncias/ildo-sauer-chineses-vao-lucrar-muito-e-ainda-garantir-suprimento-seguro-de-petyr.html
[3] Entrevista com João Antônio de Morais, coordenador geral da FUP, na TV record – acessado em 25/10/2013 pelo link http://rederecord.r7.com/video/coordenador-geral-da-fup-fala-sobre-o-leilao-do-poco-de-libra-525f43310cf2b431d3b5273c/
[4] Matéria de 2006 de Maíra Kubík Mano no jornal Brasil de Fato, intitulada “Justiça reconhece fraude na privatização da Companhia Vale do Rio Doce” acessada em 26/10/2013 no link http://www.brasildefato.com.br/node/13191
[5] Jornal Nacional 22/10/2013: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/10/governo-diz-que-maior-parte-do-lucro-do-campo-de-libra-sera-para-o-brasil.html
O Tucano e a Estrela
Esta polarização entre Estrela e Tucano, mais intensa que guerra fria, fica a cada dia mais ridícula.
As viúvas do FHC detonam a inclusão social e a bolsa família como se fossem o capeta.
As viúvas do Lula acham que vivem a social democracia da Noruega (ou fingem que acham) e têm a cara de pau de minimizar o mensalão, a bancarrota da Petrobras, entre outros. Quanto ao mensalão, o autor tem a ousadia de sugerir que “todo mundo faz”.
Sinceramente, o show de mentiras, informações sem contexto e manipulações de fatos (sim, o autor reclama delas mas usa-as) são vergonhosas.
Autores e eleitores, entendam que política não é futebol! Não se trata de Flamengo x Vasco, Galo x Cruzeiro! Não é paixão. E não se deve fidelidade.
Vivemos um período tosco, de política tosca. Os esforços não deveriam ser para convencer o eleitor de ser Palmeiras, digo, Estrela. Deveriam ser para mudar o jogo!
Juvenal lalau
Resumo da ópera: mas quanta enchimento de linguiça, jornalista Nassif. Vc já foi melhor em seus argumentos. Vira o disco, que este nôs já conhecemos.
Camisa de força
Neoliberalismo?
Não, é neocolonialismo mesmo.
A “solução” dos “jênios” da década de 90 era simplória, e deixava de lado o óvio: nada adianta transformar inflação em dívida interna sem atacar as verdadeiras causas da inflação. Foi apenas uma alteração cosmética, mas manteve – ou melhor, aprofundou – a dependência do país.
Foi uma camisa de força, fazendo com que os empréstimos tomados do capital internacional fossem cada vez maiores e mais caros. Vemos o que aconteceria se continuássemos naquele caminho, nos exemplos da Grécia, Portugal, Espanha, itália, etc.
Dívidas maiores do que o PIB, que o FMI “alivia” com empréstimos em troca de aprofundamento do paradigma neoliberal – ou seja, com a destruição do Estado. Eventualmente chegando na situação da Ucrânia, com o FMI praticamente tomando controle da economia e entregando o país para os EUA.
Demos MUITA sorte do Lula ter vencido em 2002, ou hoje estaríamos seríamos a Ucrânia: quebrados, dilapidados, famintos e implorando pros “jênios” estadunidenses nos salvarem de nossa “incompetência”.
Tipo o pobre que vota no rico pq vê nele uma competência que imagina não possuir, sem saber que é por causa da acumulação de riquenza do rico que ele é pobre.