Seis presidenciáveis do manifesto pela democracia elegeram Bolsonaro e precisam fazer autocrítica

Huck, Doria, Leite, Ciro, Amoêdo e Mandetta precisam dizer se vão apoiar o PT em 2022 em eventual segundo turno contra Bolsonaro. Caso contrário, é "marketing de ocasião"

Jornal GGN – O colunista Bernardo Mello Franco chamou atenção para a falta de autocrítica dos seis presidenciáveis que assinam um manifesto pela “consciência democrática” divulgado em 31 de março. Na carta, eles falam em união acima de “filiação partidária” para defender a liberdade e democracia no Brasil, mas não convidaram nenhum nome de esquerda para assinar o documento. Eles também poupam Bolsonaro de críticas diretas e não fazem mea culpa por terem votado no atual presidente.

A carta foi assinada por João Doria, Eduardo Leite, Luiz Henrique Mandetta, Ciro Gomes, Luciano Huck e João Amoêdo. Mello Franco lembrou como todos os seis presidenciáveis ajudaram Bolsonaro a chegar ao poder.

Em entrevista a Reinaldo Azevedo, o ex-presidente Lula frisou que “essa gente toda votou em Bolsonaro” em 2018. Sobre uma terceira via que possa sair desse campo da centro-direito, Lula respondeu que seria como “pescar em mar seco: não tem peixe”. Em outras palavras, a direita pode até tentar uma frente contra a polarização PT x Bolsonaro, mas não tem candidato à altura.

Mello Franco diz em seu artigo que já que falam em consciência, seria de bom tom que os seis presidenciáveis façam uma autocrítica por terem ajudado a eleger Bolsonaro em 2018. E que digam o que farão em 2022, caso o segundo turno se dê, mais uma vez, entre o ex-capitão e o PT. “Sem isso, o apelo à ‘consciência democrática’ pode soar como marketing de ocasião”, disparou o jornalista de O Globo.

Doria, num movimento de traição a seu próprio partido, cravou um “Bolsodoria” e abandonou Geraldo Alckmin na corrida presidencial. Leite também foi eleito prefeito na onda do bolsonarismo. Huck disse que nunca votou e jamais votaria no PT, preferia Bolsonaro. Amôedo também, e até hoje não se arrepende porque acha que evitou um mal maior (o PT de novo na presidência). Mandetta até virou ministro de Bolsonaro. Ciro viajou a Paris para não apoiar Fernando Haddad no segundo turno

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Redação

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