Cartão de crédito: simples e caro

Jornal GGN Algumas semanas atrás falamos sobre como o cheque especial pode se tornar uma armadilha ao consumidor. Mas há outras modalidades que igualmente preocupam.

 Dando continuidade à série Entenda, nesta semana o assunto é cartão de crédito que, como meio de pagamento, tem suas vantagens e sabendo usar pode ser proveitoso; entretanto, requer cuidados.

O crédito que está no cartão não configura dinheiro extra, muito menos extensão da renda. É uma ferramenta que permite o consumo hoje com a promessa de pagamento em data futura. Logo, é importante programar o valor utilizado, ou gasto realizado, no seu orçamento. Não ultrapassando nem um determinado percentual da renda tampouco a renda total.

Vantagens. Com o uso do cartão o consumidor evita o uso e transporte de dinheiro em espécie, concentra os gastos realizados num período numa só conta, pode parcelar compras de valor alto e terá com tudo, maior controle dos gastos.

Programa de benefícios. Outros aproveitam o uso também para se beneficiarem de programas de recompensa como pontos, milhagens e descontos. O programa tem que ser visto como consequência do uso, e não o objetivo-fim do uso do cartão. Caso contrário não valerá a pena. Os pontos ou milhas acumulados poderão ser utilizados em férias, viagens, bilhetes aéreos ou obter descontos em novos consumos.

Alguns consumidores optam também por usar o cartão para pagamento de contas e assim também participar do programa de pontos, o que não é aconselhável se o objetivo for só esse. Cada conta paga há incidência de uma tarifa e dependendo do valor da conta e da pontuação recebida não vale a pena o custo.

Custo alto. As facilidades que um cartão traz contrapõem com as altas taxas de juros, por isso ao não honrar o pagamento integral de sua fatura o consumidor poderá iniciar seu endividamento.

Comparada às outras modalidades, a taxa de juros do cartão é a mais alta. Segunda a última pesquisa de juros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), esta modalidade ficou em 216,59% ao ano e 10,08% ao mês, em março.

 

Taxas de juros Março/2014

 

Taxa ao mês %

Taxa ao ano %

Cartão de Crédito

10,08

216,59

Cheque especial

8,16

156,33

 CDC – financ. Automóveis

1,77

23,43

Empréstimo pessoal – bancos

3,34

48,33

Empréstimo pessoal – financeiras

7,24

131,36

Juros comércio

4,56

70,76

Fonte: Pesquisa de Juros Anefac

É importante registrar que a taxa de juros básica da economia Selic, está em 11% ao ano, mas os financiamentos pelo crédito do cartão ficam caros por causa dos custos de captação e administração e o risco de inadimplência. A inadimplência nesta modalidade ficou em 22,9% em março (incluindo rotativo e operações parceladas), segundo informação do Banco Central.

Rotativo e pagamento mínimo. Se a pessoa já não consegue pagar a fatura integralmente, tem que ficar atenta, porque já configura descontrole financeiro e já está correndo o risco de endividamento.

Com taxa de juros neste patamar a dívida cresce aceleradamente, além de ocorrer de forma paralela juros sobre juros.

Supondo uma fatura de R$ 1200 com pagamento mínimo de R$ 240 (geralmente equivale a 20% do total da fatura), taxa de juros rotativos de 10%, multa por atraso de 2% ao mês e juros de mora de 1% ao mês.

Se a pessoa pagar somente o mínimo, no mês seguinte o saldo devedor será de R$ 960 + R$96 (juros rotativo) + R$19,2 (multa) + R$9,6 (juros de mora), totalizando R$1084,8 sendo R$124,8 só em encargos.

É recomendável não efetuar novas compras enquanto estiver pagando o saldo do cartão e assim evitar aumentar muito mais, causando uma “bola de neve”.

É aconselhável também solicitar um crédito pessoal que tem juros menores – segundo a última pesquisa da Anefac esta modalidade encerrou março a 48,33% ao ano na média – e fazer o pagamento do saldo do cartão de crédito eliminando esta dívida com juros maiores.

 

Redação

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