Esportes

Alemanha faz protesto inédito na Copa contra a FIFA: “direitos humanos são inegociáveis”

O Japão virou sobre a Alemanha por 2 x 1 na estreia dos dois times na Copa do Mundo do Catar. A equipe asiática nunca tinha virado uma partida em todas as suas participações na competição. Foi a segunda zebra do torneio, que antes viu a Arábia Saudita bater a Argentina no mesmo cenário.

No entanto, o confronto marcou uma manifestação inédita contra a FIFA. Quando os jogadores da Alemanha se juntaram para a foto oficial, eles colocaram a mão na boca, em indicação de censura.

A ação acontece em meio à proibição da entidade máxima do futebol de proibir a faixa de capitão nas cores do arco-íris. Outras seis seleções europeias também pretendiam utilizar o adereço.

O objeto faz parte da campanha One Love, que defende os direitos da população LGBT+. O Catar proíbe relações homossexuais.

“Queríamos usar a nossa braçadeira de capitão para nos posicionarmos sobre os valores que defendemos na seleção da Alemanha: diversidade e respeito mútuo. Não se trata de uma mensagem política: os direitos humanos não são negociáveis” diz tweet da confederação alemã

Antes da bola rolar, um dos árbitros assistentes foi conferir a braçadeira de capitão usada pelo goleiro alemão, Manuel Neuer. A FIFA ameaçou punir os atletas com a faixa do One Love com cartão amarelo.

Ina Fassbender/AFP

Ministra alemã usa faixa

Por outro lado, uma autoridade alemã fez questão de utilizar a faixa LGBT+. A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, publicou foto nas redes sociais vestindo o adereço, ao assistir à derrota da tetracampeã do mundo.

Foto: Reprodução/Instagram

País-sede polêmico

Não é a primeira polêmica envolvendo a comunidade LGBT+ nesta Copa do Mundo.

A ex-jogadora e professora universitária galesa, Laura McAllister, foi barrada ao tentar entrar no Ahmed Bin Ali Stadium. A atleta queria assistir à estreia de País de Gales contra os Estados Unidos. O motivo para o impedimento se deu por conta de chapéu com as cores do arco-íris que ela utilizava.

Além disso, Catar tem sido criticado pela imprensa mundial por conta de desrespeito aos direitos humanos, tanto na convivêncial social catari quando na construção dos estádios.

LEIA: Copa do Mundo: Ex-jogadora é barrada no Catar por chapéu com arco-íris

Segundo a Organização Mundial do Trabalho, 50 pessoas morreram e outras 37.500 sofreram lesões leves e moderadas nas obras, entre 2014 e 2020. Para saber mais, clique aqui.

Porém, o espetáculo de abertura da Copa realizado neste domingo (20) no confrontro entra Catar e Equador teve dom de diversidade e inclusão social.

Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

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