Xadrez da influência dos EUA no golpe, por Luís Nassif

A cada dia que passa fica mais nítida a participação de forças dos Estados Unidos no golpe do impeachment. Trata-se de tema polêmico, contra o qual invariavelmente se lança a acusação de ser teoria conspiratória. O ceticismo decorre do pouco conhecimento sobre o tema e da dificuldade óbvia de se identificar as ações e seus protagonistas. Imaginam-se cenas de filmes de suspense e de vilões, com todos os protagonistas  orientados por um comitê central.

Obviamente não é assim.

Um golpe sempre é fruto da articulação das forças internas de um país, não necessariamente homogêneas, e, em muito, da maneira como o governo atacado reage. No decorrer do golpe, montam-se alianças temporárias, em torno do objetivo maior de derrubar o governo. Há interesses diversos em jogo, que provocam atritos e se acentuam depois, na divisão do butim.

A participação gringa se dá na consultoria especializada e no know-how da estratégia geral.

E aí entram os princípios básicos, copiados das estratégias de guerra:

Etapa 1 – Ataques da artilharia: a guerra de desgaste, de exaurir antecipadamente o inimigo por meio de ataques diuturnos de artilharia.

Etapa 2 – a guerra psicológica, visando conquistar corações e mentes das populações dos países adversários contra suas tropas.

Etapa 3 – a primeira ofensiva, juntando o avanço dos tanques de guerra com ações táticas de Infantaria, visando impedir o inimigo de realizar determinadas operações

Etapa 4 – simultaneamente à Etapa 3, táticas de dividir as forças adversárias para ataca-las uma de cada vez.

Etapa 5 – Vencida a guerra, ocupar o país com um governo local que, ante um quadro de destruição ampla, ganhará legitimidade inicial com suas propostas de reconstrução. Por isso a destruição tem papel central na conquista do território, seja no decorrer da guerra ou no desmonte posterior.

Etapa 6 – a batalha decisiva. A aceitação ou não, da população do país, do modelo imposto pela guerra.

Vamos, agora, analisar o Caso Brasil.

Etapa 1 – os ataques de artilharia

Tem a função de fustigar os inimigos diuturnamente, de maneira a tirar seu fôlego e preparar o terreno para o início da batalha e o avanço da infantaria.

Quem acompanha as sutilezas do jornalismo pátrio percebeu nítida mudança no estilo editorial a partir do advento do Instituto Millenium que ajudou a definir um tipo de jornalismo de guerra mais sofisticado, e ser o ponto de convergência dos jornalistas que atendiam à demanda dos grupos jornalísticos por guerreiros.

Até então, a mídia atuava atabalhoadamente com factoides inverossímeis, dentro do que ficou conhecida como a era do jornalismo de esgoto.

A partir de determinado momento – e, especialmente, das notícias geradas pela AP 470, do mensalão – os ataques mudam de enfoque. Em vez do linguajar agressivo, cobertura intensiva do material fornecido pelo Ministério Público Federal e pelo relator Joaquim Barbosa, em linguagem aparentemente neutra, mas sempre incluindo frases-padrão. Em qualquer matéria, mesmo sem ligação alguma com a AP 470, qualquer menção ao PT era acompanhada de frases–padrão, tipo “partido que foi acusado de corrupção pelo STF”, e outros termos similares, repetidos exaustivamente. Instituiu-se método na campanha midiática.

Etapa 2 – a conquista de corações e mentes

Nas manifestações de junho de 2013 ocorreu a primeira explicitação do mal-estar coletivo com o início da crise. Antes, houve um trabalho crescente dos grupos de ultradireita nas redes sociais, se sobrepondo à jovem militância de esquerda que ficou rendida, sem informações e sem argumentos do lado de um governo, incapaz de articular um discurso político.

Factoides de apagão, de epidemias, ataques ao Enem, à organização  Copa do Mundo, tudo ficava sem resposta, sem informações do governo, deixando o campo aberto para o golpismo.

Os primeiros organizadores de encontros, jovens de extração de esquerda, foram jogados ao mar pela própria esquerda.

Sem competidores, os movimentos estimulados pelo exterior ganharam fôlego e o comando das ruas passou para grupos, como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem prá Rua, bancados financeiramente e com know-how de grupos empresariais norte-americanos, como os irmãos Koch, e brasileiros, como Jorge Paulo Lehman.

O know-how consistia na habilidade em criar agentes políticos do nada, valendo-se apenas das novas formas de comunicação e organização das redes sociais. Pelo extremo baixo nível das lideranças, percebe-se a enorme facilidade em se criar protagonistas para conduzir os movimentos de manada nas redes sociais

A Rede Globo levou dois dias para perceber que os aliados tinham assumido a iniciativa. Imediatamente seus comentaristas se alinharam em defesa das manifestações, depois de a terem desancado impiedosamente no início.

Nos links abaixo, algumas matérias explicativas desses movimentos de bilionários organizando a militância:

Intercept: a influência esférica da direita na América Latina

Esfera de influência: como os libertários americanos estão reinventando a política latino-americana.

Quem são os irmãos Koch

É movimento que repete o fenômeno da direita empresarial norte-americana nos anos 60, com grupos como o W.R.Grace, de irlandeses católicos fundamentalistas, investindo em cruzadas em países da América Latina.

Leia aqui sobre os Grace e sua Campanha Pelo Rearmamento Moral:

A relação de Patrick Peyton com a ditadura militar

A vinda do padre Peyton ao Brasil

Etapa 3 – o ataque com tanques e infantaria

A conquista de corações e mentes foi relativamente simples. Havia o dado concreto do mal-estar econômico. Bastou forçar nas relações de causalidade com Dilma e o PT, trabalho facilitado pela incapacidade de ambos de entender o momento e enfrentar o jogo tanto no campo político quanto da comunicação.

As manifestações de rua acionaram a bomba de efeito retardado, que catapultou a guerra para a etapa decisiva.

As ações que permitiram transformar um pequeno processo de Curitiba em um escândalo do Rio de Janeiro, capaz de derrubar um governo em Brasília, foram alimentadas pelo DHS, o poderoso Departamento do governo dos EUA, que surge a partir dos atentados às Torres Gêmeas, organizando as ações de 23 departamentos internos na luta contra o terrorismo e as organizações criminosas. Quando os EUA definem o combate à corrupção como ponto central de sua nova geopolítica, o DHS assimila o novo pacto comn o mundo corporativo dos EUA.

Ele se torna o ponto de contato com Ministérios Públicos em todo mundo, no modelo da cooperação internacional, ao mesmo tempo em que novas leis anticorrupção são aprovadas por organismos internacionais. A primeira aproximação com o Brasil foi no caso Banestado. A partir daquele episódio, estreitam-se as relações do DHS com o juiz Sérgio Moro e o grupo de procuradores que assume a Lava Jato.

Leia aqui sobre o DHS.:

Xadrez de como Serra tentou fincar um pé na cooperação internacional

 

Provavelmente vem do DHS o know-how de estratégias político-midiáticas da Lava Jato, a organização das informações em sites, a criação de perfis de procuradores e, mais à frente, a utilização política dos vazamentos. Antes disso, a seleção de procuradores e delegados que atuaram de forma harmônica.

Junto com o bombardeiro de tanques, ocorreram também operações táticas de infantarias, com a divulgação de conversas gravadas da presidente e a sincronização da agenda policial com a agenda política do impeachment.

Etapa 4 – a divisão das forças inimigas

A corrupção política contaminou todos os partidos, sem exceção. As delações dos executivos de empreiteiras forneceram um amplo arsenal para a Lava Jato, podendo selecionar os alvos a serem atingidos.

A atuação da Lava Jato visou três objetivos centrais, todos diretamente relacionados com os interesses norte-americanos, dificultando radicalmente o retorno ao modelo combatido:

·       Inviabilizar rapidamente as multinacionais brasileiras que competiam com grupos norte-americanos no exterior;

·       Derrubar o governo Dilma e, com ele, a legislação do pré-sal;

·       Inabilitar Lula politicamente.

Para que nada se interpusesse no caminho, tratou de poupar Michel Temer, principal personagem do escândalo da Eletronuclear, assim como Eduardo Cunha, que só foi preso depois de consumado o impeachment. E foi por isso que a maioria absoluta dos delatores conseguiu a libertação bastando, para tanto, as palavrinhas mágicas: Lula ou Dilma sabia.

Agora, uma checagem minuciosa mostra um trabalho relapso, muito mais focado na quantidade que na qualidade das delações. Mas obedecia à estratégia de comunicação, de não dar um minuto de folga aos inimigos (PT e Lula). Cada declaração, mesmo vazia e sem provas, alimentava o noticiário diário, insuflava o clamor das ruas e atraía adesões do Judiciário.

Etapa 5 – a ocupação do território inimigo

A estratégia pós-impeachment consistiu em implementar rapidamente um conjunto radical de medidas visando fazer terra arrasada do modelo econômico vigente. Antes mesmo do impeachment já haviam sido fincadas as bases do acordo com os coronéis do PMDB, em torno da tal Ponte Para o Futuro. A ponto do próprio Temer, em evento nos EUA, afirmar que Dilma caiu por não ter aderido aos pontos da tal Ponte.

É evidente que havia um documento, que foi entregue pessoalmente aos líderes do PMDB por representantes do tal do mercado.

Provavelmente, a cabeça por trás da Ponte para o Futuro, e do trabalho de demolição do orçamento, foi Marcos Lisboa, espécie de menino de ouro do liberalismo pátrio e ponto de contato entre os grupos de mercado, os políticos do PMDB re a alta burocracia pública, graças ao contatos desenvolvidos em seu tempo de assessor do ex-Ministro Antônio Pallocci.

Nas eleições de 2002, foi indicado para Jorge Paulo Lehman pelo economista brasileiro Alexandre Scheinkman, diretor do prestigioso departamento de macroeconomia da Universidade de Chicago. Lehman tentou enganchá-lo na campanha de Ciro Gomes. Com a eleição de Lula, Lisboa acabou indo para a equipe de Antônio Palocci onde, saliente-se, realizou um belo trabalho de reformas microeconômicas.

No discurso que fez no evento do Jota-Insper, na sexta passada, há todas as impressões digitais das principais maldades em tramitação na Câmara, inclusive a que obriga o devedor inadimplente que devolve o bem a continuar devedor. Para Lisboa, economia saudável é que a permite ao banco tirar a máquina do empresário inadimplente, ainda que uma máquina parada seja menos eficaz para a economia que uma empresa produzindo; que permite ao banco punir o mutuário inadimplente. Para ele, a inadimplência é um ato de vontade do devedor, não contingências da economia. É um autêntico defensor da eugenia social e corporativa.

Todo o estoque de projetos, a começar da PEC do Teto e, a partir dela,  o desmonte de todas as políticas sociais e a ocupação de todos os territórios do Estado, do aparelhamento da Funai à Eletronuclear, do Inmetro ao TSE (Tribunal Superior eleitoral) o.Simultaneamente, lança  um conjunto de medidas estruturais, que destroem o modelo anterior de Estado, para que a Nova Ordem possa ser a única alternativa visível.

A contribuição externa  se deu no aconselhamento da estratégia da Ponte para o Futuro e do conjunto de leis atuais.

O papel da mídia

A exemplo da estratégia pós-millenium, o papel da mídia é vocalizar um conjunto de slogans vazios:

A equipe econômica é brilhante. A frase é repetida por Ministros do Supremo, empresários etc. A maioria absoluta dos quais jamais tinha ouvido falar antes, ou depois, dos membros da equipe econômica.

Se reformar a Previdência, o país sai da crise. Não há nenhuma relação de causalidade. Para chegar a esse ponto de terra arrasada – parte da estratégia de desmonte do Estado anterior – acabaram com a demanda, criaram enorme capacidade instalada, aumentaram as taxas reais de juros, todas medidas pró-cíclicas.

Sobre essa retórica, prepararei um artigo à parte.

Etapa 6 – a batalha decisiva

O teste final serão as eleições de 2018. E, aí, há uma ampla confusão e disputa entre os diversos grupos hegemônicos que dependem de três balas de prata para enfrentar Lula.

A primeira dificudade é a identificação de um candidato competitivo, capaz de levar adiante o desmonte.

O clube dos bilionários do golpe abriu os olhos para o risco de confundir sua imagem com a da organização comandada por Michel Temer. E entendeu que a aprovação de reformas, sob o jugo de Temer, tirará grande parte da sua legitimidade. Além de comprometer qualquer tentativa futura de protagonismo político.

Aí entram em cena os conflitos de interesse.

Os caciques do PSDB continuarão sendo escandalosamente blindados pelo algoritmo do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, politicamente, estão liquidados.

Tasso Jereissatti pretendeu tirar o PSDB dessa rota suicida. Mas passou a enfrentar a pressão da banda fisiológica do partido, liderada pelo chanceler Aloysio Nunes. Sem financiamento empresarial e sem governo, parte relevante das atuais lideranças tucanas será varrida do mapa. Daí a insistência em permanecer no barco de Temer  

Por outro lado, o clube não dispõe de um nome competitivo para 2018. Marina Silva não tem fôlego. E Geraldo Alckmin não representa novidade alguma no panorama político.

Por tudo isso, o clube – mais a ala mercadista do PSDB, puxada por FHC – provavelmente jogará suas fichas na candidatura de João Dória Jr, apesar das imensas ressalvas que manifestam em relação a ele. Será uma novidade, mas dificilmente será competitivo.

Com o definhamento do PSDB, o antipetismo se tornou totalmente invertebrado.

O distrital misto

Sem uma liderança minimamente esclarecida, tenta-se, agora, esse aborto do modelo político ditrital misto  como última tentativa de sobrevida à atual bancada de deputados. E aí sobressai uma ameaça cada vez mais presente na política atual: a entrada de várias organizações criminosas no jogo.

O narcotráfico mostrou um poder assustador no episódio da helicoca, no qual a Polícia Federal e o Ministério Público Federal não moveram uma palha para apurar as ligações do dono do helicóptero, senador José Perrela, com o tráfico. O helicóptero foi devolvido dias depois para o dono, em outra atitude inédita.

Por outro lado, a extraordinária influência da Fenatran – a suspeitíssima federação de transporte urbano do Rio de Janeiro – no STF, através do Ministro Gilmar Mendes, acende outra luz amarela.

Finalmente, a tentativa de legalizar novamente o bingo abrirá nova frente de influência para o crime organizado.

O México é aqui e, ao contrário das suspeitas iniciais, o que mais se assemelha ao PRI mexicano não é o PT, mas esse amálgama que sai do golpe, com os primeiros indicios de parceria com o crime organizado.

O PSDB acena com o parlamentarismo, caso consiga o poder. É mais fácil Gilmar Mendes declarar suspeição em qualquer processo, do que a bandeira do parlamentarismo eleger um presidente.

O próximo presidente será eleito denunciando o saco de maldades produzido pelo atual governo, em parceria com o PSDB e com o mercado.

Por todos esses condicionantes, mais que nunca dependerão de ações no Judiciário para inviabilizar a oposição. Afinal, por mais que seja estreita a colaboração com os EUA, não poderão contar com a 7a Cavalaria contra os índios de Lula.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Pequeno engano no final, caro

    Pequeno engano no final, caro Nassif: ano que vem simplesmente não haverá eleições. Os mandatos serão prorrogados até que os castelosbrancos da vida desaguem - outra vez - nos costaesilvas dos AI5. Simplesmente, acabou.

    • Não, vai desaguar nas carmens

      Não, vai desaguar nas carmens lucias, nos barrosos, nos barbosas e nos gilmares.

  • Que os EUA estão por trás do

    Que os EUA estão por trás do golpe tornou-se nítido desde 2013, quando a Globo capturou o movimento de rua pelos 20 centavos. Desde lá a coisa já estava clara, pois o modus operandi tem a cara das Revoluções Coloridas que pipocaram na Europa e Ásia com objetivo de derrubar governos indesejáveis.

    Do texto só discordo de uma coisa: para mim toda coisa foi bolada nos States e de lá é dirigida. Não creio em movimentos isolados que atuam em conjunto por força das conveniências. A coisa foi bem-feita demais para não ter sido previamente planejada. Sem falar que, duvido que no Brasil exista alguém com capacidade para fazer o que foi feito. São muito burros. A coisa toda requer conhecimentos avançados de psicologia de massa, engenharia social e comunicação.

    Basta comparar o conhecimento necessário com o nível do pessoal da Lava Jato. Estes constrangem pelo primarismo, fanatismo e obtusidade.

    • São burros, 
       
      mas tem um

      São burros, 

       

      mas tem um senhor muito esperto por aqui que faz o que quer, manda prender e soltar, quase tudo o que aconteceu teve o dedo podre daquelas bandas......

  • Discordo que esses movimentos

    Discordo que esses movimentos passaram despercebidos,

     

    desde o governo Lula pedia-se que fossem a tv e falassem diretamente para a população, o mesmo com Dilma, o milennium já era manjado e execrado, nesses tempos atuais até fala-se menos do que antes, quando aquela senhora que estava no paraguai aportou por aqui todos da blogosfera alertaram que era sinal de tempos estranhos, e ainda ocorreu o tal movimento "cansei" com as madames vestidas de preto em cartazes por todo o país, e um fracassado comicio na pra da sé,  bancados por uma empresa de eletronicos, cujo infeliz presidente foi demitido; ou seja os movimentos para incendiar o país estavam claros e nos blogs foram amplamente discutidos. A espionagem foi descoberta no governo Lula, alertada por Gushiken, recordo um telejornal encerrando com uma musiquinha do 007, mas o governo deveria ter se blindado, não o fez, a explosão na base de alcantara foi outro movimento estranho, alertas houveram, muitos, inclusive ficamos sabendo por lideres estrangeiros, se Lula e Dilma não tomaram providencias, paciencia......na época perguntava que, se a pf fazia tiro ao alvo com a cara de uma presidente ou prendia parentes de outro à revelia, o que fariam quando os petistas não fossem mais governo, estamos assistindo isso agora.......até de filme apócrifo participam......

  • Muito confuso esse texto e

    Muito confuso esse texto e ainda faltou colocar Bolsonaro que todos estão ignorando mas é um fator de risco real. Não descartaria a possibilidade de Bolsonaro ser o próximo presidente.Especialmente se Lula for inabilitado politicamente.

  • Desculturização do Brasil

    No fundo trata-se da “desculturização” do Brasil

    Eu vejo tudo isto como um grande plano de cooptação das elites brasileiras (e latino-americanas), plano este que foi o mesmo aplicado pelos portugueses e espanhóis, há 500 anos. Trata-se de um processo de “desculturização”, onde também existe a mão dos EUA, que veio a substituir a mão da Inglaterra nestes “recentes” 100 anos, e também do capitalismo global, apátrida. Brasil é colônia do mundo todo.

    Sai ferro, petróleo, soja e carne, mas tudo o resto chega do exterior, matando a verticalização industrial e o emprego, e invadindo as mentes ocas das nossas elites, que não amam o Brasil. Desde água mineral importada até as plataformas da Petrobrás, tudo de fora se acha “melhor”. Brasileiro de elite usa o Brasil pobre para ficar rico, e gosta de vender minério e andar em porshe, vender soja e viajar a Miami de avião; vender carne e passear em Iate sofisticado no exterior; fabricar cerveja e morar na Suíça, num abismo gigante entre o baixo nível tecnológico e colonial da atividade dos nossos patrícios mais afortunados e o seu padrão de vida pessoal. Luxo e lixo. Vive luxuosamente graças ao lixo. Já quem aposta em inteligência ou verticalização mínima de alguma atividade industrial é destruído e atropelado pelo “mercado”. Brasil nem aço para consumo próprio consegue fazer.

    Fala-se mal do Brasil. Aqui tudo é ruim e falta segurança, educação, saúde e etc., desde sempre. É feito de tudo para tornar cada vez menos brasileiro, desde criança, a quem teria por berço, poder econômico ou capacidade intelectual, a competência e responsabilidade para liderar a construção de uma nação. Essa tarefa ficou para poucos e perseguidos brasileiros iluminados, como Getúlio, Brizola e hoje o Lula.

    Para ilustrar, falamos aqui da Disney (hoje com 04 voos semanais saindo de BH); Oktober Fest; semana da Itália na Rua; dia das Bruxas; aquele coelho com ovo de chocolate; nome de prédio residencial ou condomínio em idioma Frances; liquidação em shopping SALE 100% OFF; o sonhado apartamento em Miami (ou em Paris, para tucanos); o terno e a gravata importada; a Ferrari ou o Porshe; o restaurante francês; os seriados da TV; os filmes de Hollywood; a Jovem Guarda (que no resto da América chamou-se “Nueva Ola”); o desejo de morar fora do Brasil; falar mal da Venezuela; o apelido padrão de uma notícia: “o “milionário” Bin Laden, o “ditador” Hugo Chaves e etc.; a dondoca coxinha tentando falar a palavra “bolivariano” em entrevista de rua; o som das panelas em bairro chique; Câmaras de comércio de países desenvolvidos influenciando em toda e qualquer atividade econômica, para sugar dinheiro e riqueza para as nações do hemisfério Norte;  são os sistemas esfoladores de registros e patentes e de direitos autorais; são as perdas internacionais; as becas em Harvard para coxinhas premiados; é “diproma” conferido pela rede Globo; é a LIDE do João Doria; é a música e o licor de boate; o tênis da criança; a Globo News; o Merval; os diretores de grandes empresas; executivos brasileiros que ganham e guardam milhões fora do Brasil; são os que Moro defendeu no assunto BANESTADO; são os bilionários brasileiros que moram na Suíça; o iate “Why Not” do Joesley nos EUA; as revistas de dondoca nas bancas de jornais; o terno comprado em Mimai por Juiz fanfarrão; o bacalhau “tradicional” num país onde não existe.

    Como se isso não bastasse, as elites coxinhas não possuem fronteiras nem bandeiras, e hoje condenam países vizinhos (por falta de democracia?), ao comando dos EUA.

    O maior problema do Brasil é a sua atitude de colônia, consciente ou inconscientemente defendida pela elite, como uma espécie de “Brazilian way of life”. Os EUA não precisam de muito esforço, nem de ações militares para manter o Brasil no seu quintal, pois basta apenas alimentar as mentes da elite, desde crianças, indo a Disney igual que pintinho recebendo o seu primeiro alpiste.

  • Tá faltando citar a vanguarda

    Tá faltando citar a vanguarda do gal.chechegovein (o leva e traz da embaixada norte-americana) e a omissão dos companheiros de farda .

    Tem ainda o ativista pró golpe Roberto Setubal (banqueiro do Itaú e homem da Shell no Brasil), felicíssimo com a abertura do Pré-Sal para a exploração dos estrangeiros .

    E ainda tem o lobby sionista do Illan Golfajn (toma conta do cofre nacional) e Raul Jungmann (todos os milicos batem continência) .

    Fora inúmeras grandes empresas que escancararam na conspiração, como a campanha da Johnnie Walker e da Fiat Automóveis :

    "O gigante acordou"

    [video:https://youtu.be/DuW1aj2s9uw%5D

    " Vem Pra Rua "

    [video:https://youtu.be/eWuOEsil3SA%5D

     

    • E não me venham falar que o

      E não me venham falar que o motivo era a copa do mundo, pois a copa foi em 2014 e os patifes veicularam essas propagandas no primeiro trimentre de 2013 (junto com as mobilizações financiadas pelos irmãos Koch, FIESP, FIRJAN, Riachuelo, Globo etc...

  • Xadrez da influência dos EUA no golpe de 2016.
    "Em dezembro de 1992, casou-se com Bradley Dodge, cidadão americano residente no Brasil como professor da Escola das Nações, instituição de ensino para filhos de integrantes do corpo diplomático de Brasília. O encontro entre ambos aconteceu pois Raquel, que ansiava um mestrado na conceituada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, buscava um professor de língua inglesa. Ele deu-lhe aulas com foco em termos jurídicos. Já casada e mãe de dois filhos, um casal, Dodge transferiu-se temporariamente para os Estados Unidos e obteve seu mestrado"
    O texto acima foi extraído da Wikipédia.
    Como se pode notar, nossos bravos super-heróis do MPF, são preparados à tempos por seus tutores.
    Penso no filme "os infiltrados, com Di Caprio", onde grupos mafiosos com interesses escusos, infiltravam seus pupilos em postos chaves da estrutura persecutória estatal.
    Por coincidência, os pupilos da lava jato, assim como seus superiores hierárquicos, são doutrinados por "desinteressados e boníssimos" americanos.
    O PT foi vítima do estratagema "cavalo de Tróia". Terá muitas dificuldades em administrar o país tendo o MPF e o judiciário como "inimigos". A solução seria uma convocação para mudança constitucional limitando e despolitizando esses poderes.
    Chegaremos em um impasse intransponível, que infelizmente, pode nos levar confrontos desestabilizadores e sangrentos.

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