A gestão aplicada no setor elétrico de Minas Gerais

Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) realiza balanço de três anos de gestão e apresenta planos para a criação de uma nova empresa 
 
Cemig faz balanço da gestão 2015-2018. Foto: Euler Jr./Cemig
Encontro da diretoria da Cemig com jornalistas para balanço da empresa no período 2015 a 2018. Ao centro, o vice-presidente Luiz Humberto Fernandes. Crédito: Euler Jr./Cemig
 
Jornal GGN – Se os satélites fotografassem Minas Gerais à noite em 2018 mostrariam uma enorme diferença entre a quantidade de pontos de luz do mapa do estado se comparado a 2014. Atualmente quase 100% das cidades mineiras têm acesso à energia elétrica. E essa ampliação foi possível após a aplicação de processos gerenciais que reduziram as dívidas e custos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), ampliando recursos para investimentos, como explicou o vice-presidente da empresa, Luiz Humberto Fernandes, durante coletiva realizada para a imprensa sobre o balanço dos últimos três anos, nesta quinta-feira (07), na sede da Cemig, em Belo Horizonte (MG). 
 
“A Cemig representa para o estado como vetor de crescimento, motivo pelo qual foi criada por Juscelino Kubitschek, em 1952. Essas condições, exigiram medidas drásticas, mas necessárias, que foram adotadas por essa diretoria”, pontuou durante a coletiva. 
 
Em 2014, a chamada eletrificação rural alcançava apenas 26 cidades. Hoje, são 604, com perspectiva de alcançar 700 até dezembro comprindo a meta de 99% de cobertura na área de concessão da companhia que atende, atualmente, 774 municípios. Ainda, segundo Humberto Fernandes, nos últimos três anos, 15 mil quilômetros de rede em áreas rurais do estado foram instaladas, atingindo 50 mil famílias. Enquanto nas áreas urbanas houve ampliação de 3,6 mil quilômetros de eletrificação, em comunidades e vilas. 

 
Eficiência
 
O diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Thiago de Azevedo Camargo, explicou que a expansão foi possível aplicando a estratégia de compliance (cumprir objetivos propostos) que levaram a empresa a conquistar R$ 6 bilhões em investimentos tanto na ampliação, quanto na manutenção e aumento de qualidade dos serviços prestados. Outra estratégia foi melhorar a eficiência incentivando a troca de aparelhos domésticos, como geladeiras, máquinas de lavar, lâmpadas e religadores, cerca de 14 mil no total (100 por mês), conforme levantamento da Cemig. Do valor total investido, R$ 800 milhões foram alocados no Plano de Regularização do Atendimento rural e R$ 400 milhões na construção de 104 subestações. 
 
Em relação à saúde financeira, a Cemig deu prioridade ao pagamento das dívidas de curto prazo e alongamento das dívidas de longo com menor juros, criando novo fôlego para os investimentos. Humberto Fernandes disse que, desde 2014, as dívidas sofreram redução de R$ 15 milhões para R$ 12,8 milhões, e queda de 25% dos custos (R$ 575 milhões), acreditando no impacto positivo das contas da empresa sobre a valorização das ações e credibilidade da companhia.
 
Para completar, a empresa realizou cortes e remanejamento de funcionários e de terceirizados (o que rendeu economia de R$ 450 milhões). O diretor de Finanças e Relações com Investidores, Maurício Fernandes, explicou que os resultados da estratégia gerencial já podem ser sentidos no caixa da empresa, que honrou o pagamento de dívidas que estavam concentradas no curto prazo. Ao mesmo tempo, a Cemig se desfez do que não era o “core” da empresa, como empresas de telecomunicações e de informática. 
 
Até 2014, a Companhia energética de Minas não tinha recursos suficientes em caixa, recorrendo a empréstimos bancários e chegou a distribuir quase 100% do total de lucros e dividendos para acionistas (R$ 25,6 bilhões), ocasionando na perda de quatro usinas por falta de capacidade competitiva em leilões públicos. 
 
Ainda, segundo Fernandes, o pagamento de dividendos caiu hoje para o mínimo previsto no estatuto – 50% do lucro líquido. Outra mudança foi a redução de 15 para 9 membros no Conselho de Administração, economizando 28% com o colegiado. 
 
“O alto investimento [conquistado nos últimos anos via gestão] permitiu à Cemig aumentar a disponibilidade de energia elétrica de forma contínua, com qualidade e segurança, além de promover a redução das interrupções no fornecimento e do tempo de restabelecimento da energia”, completou Azevedo Camargo.
 
Para inovação social 
 
Desde 2015, a Cemig investiu mais de R$ 170 milhões em projetos que disseminam a cultura do uso consciente e sustentável de energia elétrica. Instituições de ensino, clientes e comunidades de baixa renda, entidades sem fins lucrativos, hospital e iniciativas privadas são beneficiadas com as ações do Programa de Energia Inteligente. 
 
A promessa agora é, entre 2018 e 2019, aplicar outros R$ 25 milhões no programa voltado para comunidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Com essa iniciativa, cerca de 70 mil famílias de baixa renda serão beneficiadas.
 
Nova empresa
 
Na coletiva, a Cemig também anunciou que uma nova empresa deverá surgir no que diz respeito à energia, para reforçar a sustentabilidade com eficiência energética. O objetivo é ampliar o uso de energias alternativas limpas. A ideia ganhou corpo dentro da Cemig Distribuição e Geração (GD), com a participação da subsidiária Efficienta, para reestruturar o processo capaz de aumentar a proporção do fornecimento de energia alternativa dentro da companhia, como os coletores solares, células fotovoltaicas e eólicas. Isso será feito também em parceria com empresas já existentes, por meio da formação de Sociedade de Propósito Específico (SPE). 
 
Outra novidade é o convênio assinado em 05/07 entre a Cemig e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) para viabilizar o Lab Truck Tour, a unidade móvel do Serviço Nacional da Indústria (Senai), focado em estimular a busca por soluções em eficiência energética, com uma espécie de turnê por 14 municípios de oito regiões do estado, que começa pela capital mineira e Montes Claros, no Norte de Minas, em breve. 
 
“A Cemig tem um projeto de Pesquisa e desenvolvimento (P&D), já há alguns anos, e temos feito uma mudança mais estrutural, pensando em mecanismos mais inteligentes, que possam beneficiar os mineiros, mineiras e industriais. O trabalho da Fiemg é muito reconhecido na área de tecnologia e inovação, e a ideia é descentralizar para todas as regiões do estado”, completa Azevedo Camargo.        

 

Redação

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