Sobre Rosa Parks

Da site da Revista Trip

100 ANOS DE ROSA PARKS

Relembramos a ativista no centenário da Primeira Dama dos Direitos Civis nos EUA
 
Luiz Filipe Tavares

No dia 1 de dezembro de 1955, quando os estados do sul dos EUA ainda adotavam medidas de segregação racial, negros não tinham acesso a diversos serviços e locais reservados exclusivamente aos brancos. Porém, na cidade de Mongomery, no Alabama, uma pessoa que quebrou essas regras acabou transformando para sempre o cenário social na região. Essa pessoa foi Rosa Parks, que hoje completaria 100 anos se estivesse viva, que se recusou a ceder um assento no ônibus para um passageiro branco que estava de pé.

Assim, Parks tornou-se um dos primeiros grandes símbolos dos direitos civis nos Estados Unidos. Apesar de não ter sido a primeira negra a ser presa por desobediência civil por conta dos acentos nos ônibus (Irene Morgan, Sarah Louise Keys e Claudette Colvin já tinham sido detidas em situações similares nos meses que antecederam o incidente com Parks), ela foi escolhida pela Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP na sigla em inglês) para representar a causa da segregação nos estados abaixo da linha de Mason-Dixon.

Depois de sua prisão, uma onda de protestos varreu a cidade de Montgomery. Um boicote foi organizado contra a companhia de ônibus, o que fez o caso ganhar atenção nacional. Um ano depois, com muita pressão popular, os ônibus da cidade foram oficialmente integrados. De 21 de dezembro de 1956 em diante, nenhum negro precisou deixar seu lugar em um transporte público para acomodar um passageiro branco.

Nos anos que se seguiram, Parks recebeu todas as grandes honras do governo americano para ativistas dos direitos civis. Ela morreu de causas naturais aos 92 anos no dia 24 de outubro de 2005, na cidade de Detroit.

Além dos livros de história, seu nome também foi eternizado em fragmentos do zeitgeist graças a músicas, filmes, séries e livros. No centenário de Parks, relembramos algumas dessas aparições da ativista na cultura pop.

Neville Brothers – “Sister Rosa”: Em seu maior sucesso comercial, o álbum Yellow Moon (1989), o grupo de New Orleans homenageou a ativista-símbolo das lideranças negras dos EUA com a música que você ouve no player abaixo. O clipe, gravado em um ônibus, também homenageia a história de Parks.

(https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=JKCsZc37esU)

Outkast – “Rosa Parks”: a homenagem de Big Boi e Andre 3000 não atingiu as espectativas da família de Parks. Em um grande processo em 1999, um processo foi movido contra a banda e sua gravadora (LaFace Records) por uso ilegal do nome da ativista na música de maior sucesso de Aquemini (1998), terceiro disco do Outkast.

(https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ZjRPBrmu1WQ)

The Rosa Parks Story: escrito para a televisão americana, o filme dirigido por Julie Dash e estrelado por Angela Bassett virou uma espécie de cult movie da TV dos EUA, especialmento por conta da atuação brilhante da protagonista.

(https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=1tuCAAPOZQQ)

LaBelle – Dear Rosa: ativo originalmente entre 59 e 77, o grupo vocal feminino comandado por Patti LaBelle se reuniu novamente em 2005, quando fez esse tributo emocionado à memória de Rosa Parks.

(https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=T_T7lxIxWTQ)

Barbershop: No filme estrelado por Ice Cube, uma passagem polêmica mostra o personagem de Cedric The Entertainer diminuindo o feito de Parks em Montgomery. A cena gerou uma série de discussões na época do lançamento do filme (2002) e até hoje é mal recebida entre as lideranças do movimento negro nos EUA.

(https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=lBQWq7KcI5s)

Luis Nassif

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