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Zonas especiais econômicas

29/09/2013 09h35 – Atualizado em 29/09/2013 10h13

China abre zona de livre comércio em Xangai para testar reformas

Na zona não haverá restrições ao investimento estrangeiro.
Zona dá ênfase a setor de serviços, como exigido por muitos economistas.

Vista geral da zona livre de comércio de Xangai, no distrito de Pudong, neste domingo (29) (Foto: Carlos Barria/Reuters)

China lançou neste domingo (29) uma zona de livre comércio em Xangai, onde testará reformas econômicas para estimular a segunda maior economia mundial.

 

“O estabelecimento de uma zona de livre comércio em Xangai é uma importante decisão para a China, que deseja se adaptar às novas tendências da economia e do comércio mundial e implementar uma estratégia de abertura mais ativa”, declarou em comunicado o ministro do Comércio, Gao Hucheng, que participou da cerimônia de abertura.

A zona, que abrange 29 quilômetros quadrados, começou a funcionar neste domingo e será “um teste da dinâmica de liderança chinesa para aprofundar as reformas orientadas para o mercado e estimular o fortalecimento econômico”, diz.

As reformas implementadas na zona servirão para testar as alterações estruturais na economia do país para lidar com a diminuição do crescimento econômico registrada nos últimos anos.

O governo vai experimentar com a livre convertibilidade do iuan e taxas de juros sujeitas ao mercado, duas reformas que os analistas acreditam ser fundamentais para reformar o modelo econômico chinês, indicou na sexta-feira o Conselho de Estado, o órgão máximo do poder executivo chinês.

Na zona não haverá restrições ao investimento estrangeiro e controles em 18 setores de serviços serão reduzidos, incluindo nas finanças, navegação e cultura.

Vários bancos, entre eles o Citibank e os quatro principais bancos chineses, e as empresas Microsfot e Porsche, estarão presentes na zona, segundo o “Oriental Morning Post”.

Impulsionar o setor de serviços
O anúncio foi recebido com entusiasmo por parte dos investidores, com o aumento das ações negociadas na bolsa de valores de Xangai e crescentes preços dos imóveis nas áreas próximas a Xangai, segundo a imprensa local.

Analistas consultados pela agência AFP são, porém, mais cautelosos. ‘A zona de livre comércio mostra que o governo quer fazer reformas’, diz Stefan Sack, vice-presidente da Câmara de Comércio Europeia na China. ‘Veremos que tipo de regulamentação será realmente aplicada. Mas uma única zona de livre comércio em Xangai não mudará a maneira de fazer negócios na China’, acrescentou.

Ao contrário de outras zonas de livre comércio lançadas pelo governo chinês, baseadas na exportação de produtos manufaturados, a de Xangai dá ênfase ao setor de serviços, como exigido por muitos economistas.

A China quer mudar a orientação de sua economia, passando de um modelo fortemente dependente de grandes investimentos e das exportações, para um baseado no crescimento do consumo interno.

O projeto foi lançado pelo primeiro-ministro Li Keqiang, nomeado em março, com o objetivo de servir como um modelo para futuras reformas no país, segundo analistas e funcionários do governo.

Espera-se que Li, que tem apelado repetidamente para um papel maior do setor privado na economia, anuncie novas reformas nacionais na Assembleia Geral do Partido Comunista, em novembro.

Mas os analistas temem que elas sejam limitadas por causa da pressão dos grupos que se beneficiam do modelo atual.

A economia chinesa cresceu 7,7 % em 2012, seu mais fraco aumento nos últimos 13 anos. Em 2013, o crescimento anual no primeiro trimestre foi de 7,7%, caindo para 7,5% no segundo.

 

Redação

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