O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusou Israel e prometeu vingança pela morte do nome mais importante do braço político do Hamas, Ismail Haniyeh. As declarações foram dadas nesta quarta-feira (31).
Segundo comunicado do Hamas, Haniyeh foi assassinado em “um ataque aéreo sionista traiçoeiro”, por volta das 2h desta madrugada, durante uma visita ao Teerã, capital do Irã, para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. Na ocasião, um dos guarda-costas de Haniyeh também foi morto.
Israel não assumiu a autoria do crime, mas Khamenei afirmou que é dever de Teerã se vingar da morte e prometeu que os israelenses terão uma “punição severa“. Já Pezeshkian disse que “defenderá sua integridade territorial” e que Israel irá “se arrepender da ação covarde“.
A Guarda Revolucionária iraniana, parte das Forças Armadas que responde ao líder supremo, investiga o episódio e ressaltou que “o Irã e a frente de resistência responderão a esse crime“. O braço armado do Hamas, por sua vez, anunciou também que vingará o assassinato.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, foi ainda mais a fundo e disse que a morte de Haniyeh é “parte do plano de genocídio“. “O novo ato agressivo e terrorista (…) faz parte do plano de genocídio palestino, especialmente nos últimos 10 meses, e visa aumentar a insegurança na região da Ásia Ocidental“.
O que diz Israel
Apesar de negar comentários sobre a morte de Haniyeh, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou que “Israel não quer guerra, mas estamos preparados para todas as possibilidades“.
Já um ex-oficial da defesa israelense, Amos Gilad, afirmou que “esta é uma conquista incrível de inteligência ligada a operações“, disse em entrevista ao Canal 12. “Em relação ao desempenho, podemos dizer que foi impressionante quem o realizou.”
Reação internacional
Além dos iranianos e dos palestinos, o Egito e a Turquia também acusaram Israel pela morte de Haniyeh. Segundo o governo egípcio, a ação “indica a falta de vontade política de Israel para frear os conflitos regionais“.
O texto destaca ainda que a ação complica as negociações por um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, mediadas pelo Egito, Catar e os Estados Unidos.
Luto
O governo iraniano declarou luto de três dias pela morte. Já os governos dos territórios palestinos, que envolve a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, anunciaram uma greve geral e convocaram manifestações nas regiões.
O governo do Irã realizará o funeral do líder do Hamas na quinta-feira (1). No dia seguinte, o corpo de Haniyeh será enterrado em Doha, no Catar, onde ele vivia.
Com informações da Al Jazeera
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